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Estava cansada...
-Eu sinceramente não vejo motivos para isso Azaléia! Está tudo indo muito bem! Estamos muito bem!
-Estamos?! - Os olhos verdes da moça transbordavam, lágrimas escorriam sob a extensão de seu rosto delicado.
-Ué!
-Ué?! -Parou por uns segundos o fitando séria, até que um sorriso sarcástico nascera em seus lábios, fazendo com que sua delicada falha genética aparecesse uma de cada lado de seu rosto. -ESTAMOS NA MERDA! - Gritou -Não sei o que ainda estamos fazendo! E você tem a coragem de dizer que estamos bem?! -Suspirou.
-Léa! Por favor, coloca as roupas no lugar. Desfaz essa mala!
-Pra que Natan?! Continuar vivendo à sombra do seu sucesso?!
-Nosso sucesso!! -Rebateu áspero.
-Você enche a boca, e bate no peito com orgulho, sempre colocando o restaurante como seu! - Suspirou forte, sentiu o ar entrar quente e preencher seus pulmões. -Não fale a palavra "nosso" por favor!
-Mas eu amo você! -Aproximou se da moça, e com cuidado a tocou o braço esquerdo.
Estava definitivamente cansada, secou as lágrimas de seu rosto e soltou um riso baixo, anasalado, desvencilhou -se da mão masculina, girou em seus calcanhares se pondo de frente e próximo a Natan. Este ato faria com que, qualquer palavra proferida por ela tocasse o rosto do rapaz.
-Ama a mim e mais quantas Natan?! -O indagou uníssono.
O olhou com profundidade, o intimidando, o deixando contra a parede sem reação, e sem defesa.
Ela sabia das sujeiras que ele escondia, sabia que não era a única.
Natan passava as mãos em seus fios castanhos com ansiedade, e de forma cínica forçava algumas lágrimas, conseguindo apenas olhos castanhos e marejados.
Estava cansada... Cansada da "ceninha" que era sempre obrigada a presenciar, e era sempre assim, briga após briga.
O quarto arejado e no tom azul pastel, luxuoso e com tudo o que uma pessoa podia sonhar, já era
pequeno, e ali não cabiam o casal, as brigas e problemas.
Neste momento o que Léa tinha de real eram, suas malas e sua vontade de dar fim.
-Por favor não perca tempo tentando se explicar, e nem muito menos gaste saliva para inventar alguma mentira. -Sua voz ecoava o quarto, estava tranquila, amena. Ela não tinha mais forças para levantar a voz naquele momento. - Eu espero que entenda. EU ESTOU INDO EMBORA! -Fora seu último fôlego, e o usou para a frase sair mais árdua, mais dura.
Estava cansada, já tinha ensaiado essa cena em sua mente, estava sentindo -se bem, como se fosse uma profissional em términos. Além de sentir, tinha a certeza de que, era muito boa no que estava fazendo, e que o medo de o fazer antes não passava de uma grande bobagem.
Sabia que não seria capaz de amar novamente, quando ela finalmente abriu o coração para o amor, fora descobrindo traição por traição, mentira por mentira. Era a única a sentir amor naquela relação.
Desceu as escadas enquanto secava as lágrimas que insistiam em cair, ouviu passos apressados a seguindo, e de forma quase que inaudível, a voz masculina a chamava, mas era tarde.
Ao chegar na porta de entrada da mansão que vivera por anos, pôde ver todos os empregados, emocionados, e outros com olhar surpreso.
Aquela tinha sido sua família por muitos anos, e ela sabia que essa parte doeria muito mais do que o fim do casamento.
Olhou com tristeza para todos enquanto com um aceno de mão, se despedia.
A única coisa material que Léa levaria consigo seriam, seus pertences pessoais, todo o dinheiro que tinha juntado, e a metade dos investimentos feitos em nome do restaurante.
Jogou suas poucas coisas no porta malas e banco de trás de seu Kia Soul vermelho, entrou colocando o cinto, secou as últimas lágrimas que pretendia chorar, enquanto olhava para o retrovisor aproveitando a deixa para o ajeitar.
Deu partida no carro e na vida.
"Vai ficar tudo bem" Pensou enquanto se esforçava para acreditar.
Mesmo com todo o medo e dúvida em seu coração, tentou consolar a si mesma.
Tinha juntado dinheiro o suficiente para recomeçar do zero. Sabia que não seria nada fácil, mas se era uma mulher forte o suficiente para se entregar a um homem que a traia, e fingir nada saber, ela conseguiria ser forte perante à solidão.
Era apenas uma menina de vinte e três anos, porém com grandes experiências. Sabia exatamente o que queria, e o que iria fazer a partir dali.
Por seu passado triste, e não ter ninguém para chamar de família, o medo da solidão a invadia, o que ela rapidamente fez desaparecer, naquele momento não seria saudável se deixar levar por sentimentos deste tipo.
Dirigiu durante horas até chegar em seu novo lar, Evergreen no colorado, bem longe de onde morava, longe de todos os pesadelos que a assombram até este momento.
Chegará em seu novo lar. Desejou que a tristeza sumisse, gostaria de não mais lembrar da vida que deixava agora no passado. Queria ter uma amnésia, recomeçar.
Garagem a dentro, ainda relutava sair do carro. Sentiu o peso do entrar no novo sem resquícios do que a feriu. Acreditou que se, entrasse sem tristeza, viveria sem a mesma. Como desejou ser verdade!
Esperou estar pronta!
Respeitou o tempo de sua mente e alma. Era preciso aquela pausa.
Mais uma vez o medo a tentou fazer regredir, e ela balançava a cabeça em sinal de negação.
Voltar não era uma opção!
Jurou enquanto olhava o céu estrelado e negro que, enquanto houvesse fôlego em seu ser, jamais voltaria a viver e aceitar o que viveu e aceitou.
-Agora eu me farei feliz!
Disse branda e crente.
***************************
Evergreen também abrigava um homem solitário, não por escolha, e nem muito menos por desamor.
A droga de um acaso que por anos fora construído, fez com que sua vida fosse à ruína.
Quando mais novo, Kaeller foi cotado pelas forças armadas dos E.U.A como o mais jovem e promissor recruta de todas as décadas.
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