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I Do It For You
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Capítulo

Uma história de paixão, traição e redenção se desenrola em meio às sombras da tranquila cidade de Evergreen. Kaeller, um homem que viu sua vida ser destroçada quando perdeu brutalmente sua esposa, deixa a Flórida para trás e parte em busca de um recomeço nas profundezas da floresta de Evergreen. Ele anseia por solidão e renovação, longe do peso de seu passado. Azaléa, por outro lado, escapou de um casamento marcado por traições e mentiras, encontrando em Evergreen um refúgio para sua alma ferida. Ambos estão determinados a iniciar uma nova fase de suas vidas, mas o destino tem outros planos. Um desentendimento inesperado coloca Kaeller no caminho da máfia, forçando-o a retornar a um mundo que ele queria esquecer. Ele é coagido a trabalhar novamente para a máfia, aceitando um acordo que o manterá afastado de Azaléa, mas a um custo alto. Enquanto isso, Azaléa cruza com Heyder, um homem charmoso e misterioso que entra em sua vida por encomenda do dono da máfia. Heyder é o melhor detetive do estado do Colorado, coagido a colaborar com uma missão que envolve Azaléa. O objetivo era simples: vigiar Kaeller e, se ele falhasse com a máfia novamente, Heyder deveria eliminá-la. No entanto, Heyder não contava com o turbilhão de emoções que surgem em seu coração, deixando-o dividido entre o dever e o amor. "I Do It For You" é uma trama cativante de escolhas difíceis e segredos sombrios, onde três almas feridas buscam a redenção e o amor. Em meio a um jogo perigoso de traições e lealdade, os personagens aprenderão que o verdadeiro amor é capaz de transcender as ameaças mais obscuras e desafios inesperados. Neste envolvente romance, Kaeller, Azaléa e Heyder enfrentam uma batalha contra o tempo e a máfia, mas descobrirão que o amor pode ser a força mais poderosa de todas.

Capítulo 1 Entre o Término e o Recomeço

Estava cansada...

-Eu sinceramente não vejo motivos para isso Azaléia! Está tudo indo muito bem! Estamos muito bem!

-Estamos?! - Os olhos verdes da moça transbordavam, lágrimas escorriam sob a extensão de seu rosto delicado.

-Ué!

-Ué?! -Parou por uns segundos o fitando séria, até que um sorriso sarcástico nascera em seus lábios, fazendo com que sua delicada falha genética aparecesse uma de cada lado de seu rosto. -ESTAMOS NA MERDA! - Gritou -Não sei o que ainda estamos fazendo! E você tem a coragem de dizer que estamos bem?! -Suspirou.

-Léa! Por favor, coloca as roupas no lugar. Desfaz essa mala!

-Pra que Natan?! Continuar vivendo à sombra do seu sucesso?!

-Nosso sucesso!! -Rebateu áspero.

-Você enche a boca, e bate no peito com orgulho, sempre colocando o restaurante como seu! - Suspirou forte, sentiu o ar entrar quente e preencher seus pulmões. -Não fale a palavra "nosso" por favor!

-Mas eu amo você! -Aproximou se da moça, e com cuidado a tocou o braço esquerdo.

Estava definitivamente cansada, secou as lágrimas de seu rosto e soltou um riso baixo, anasalado, desvencilhou -se da mão masculina, girou em seus calcanhares se pondo de frente e próximo a Natan. Este ato faria com que, qualquer palavra proferida por ela tocasse o rosto do rapaz.

-Ama a mim e mais quantas Natan?! -O indagou uníssono.

O olhou com profundidade, o intimidando, o deixando contra a parede sem reação, e sem defesa.

Ela sabia das sujeiras que ele escondia, sabia que não era a única.

Natan passava as mãos em seus fios castanhos com ansiedade, e de forma cínica forçava algumas lágrimas, conseguindo apenas olhos castanhos e marejados.

Estava cansada... Cansada da "ceninha" que era sempre obrigada a presenciar, e era sempre assim, briga após briga.

O quarto arejado e no tom azul pastel, luxuoso e com tudo o que uma pessoa podia sonhar, já era

pequeno, e ali não cabiam o casal, as brigas e problemas.

Neste momento o que Léa tinha de real eram, suas malas e sua vontade de dar fim.

-Por favor não perca tempo tentando se explicar, e nem muito menos gaste saliva para inventar alguma mentira. -Sua voz ecoava o quarto, estava tranquila, amena. Ela não tinha mais forças para levantar a voz naquele momento. - Eu espero que entenda. EU ESTOU INDO EMBORA! -Fora seu último fôlego, e o usou para a frase sair mais árdua, mais dura.

Estava cansada, já tinha ensaiado essa cena em sua mente, estava sentindo -se bem, como se fosse uma profissional em términos. Além de sentir, tinha a certeza de que, era muito boa no que estava fazendo, e que o medo de o fazer antes não passava de uma grande bobagem.

Sabia que não seria capaz de amar novamente, quando ela finalmente abriu o coração para o amor, fora descobrindo traição por traição, mentira por mentira. Era a única a sentir amor naquela relação.

Desceu as escadas enquanto secava as lágrimas que insistiam em cair, ouviu passos apressados a seguindo, e de forma quase que inaudível, a voz masculina a chamava, mas era tarde.

Ao chegar na porta de entrada da mansão que vivera por anos, pôde ver todos os empregados, emocionados, e outros com olhar surpreso.

Aquela tinha sido sua família por muitos anos, e ela sabia que essa parte doeria muito mais do que o fim do casamento.

Olhou com tristeza para todos enquanto com um aceno de mão, se despedia.

A única coisa material que Léa levaria consigo seriam, seus pertences pessoais, todo o dinheiro que tinha juntado, e a metade dos investimentos feitos em nome do restaurante.

Jogou suas poucas coisas no porta malas e banco de trás de seu Kia Soul vermelho, entrou colocando o cinto, secou as últimas lágrimas que pretendia chorar, enquanto olhava para o retrovisor aproveitando a deixa para o ajeitar.

Deu partida no carro e na vida.

"Vai ficar tudo bem" Pensou enquanto se esforçava para acreditar.

Mesmo com todo o medo e dúvida em seu coração, tentou consolar a si mesma.

Tinha juntado dinheiro o suficiente para recomeçar do zero. Sabia que não seria nada fácil, mas se era uma mulher forte o suficiente para se entregar a um homem que a traia, e fingir nada saber, ela conseguiria ser forte perante à solidão.

Era apenas uma menina de vinte e três anos, porém com grandes experiências. Sabia exatamente o que queria, e o que iria fazer a partir dali.

Por seu passado triste, e não ter ninguém para chamar de família, o medo da solidão a invadia, o que ela rapidamente fez desaparecer, naquele momento não seria saudável se deixar levar por sentimentos deste tipo.

Dirigiu durante horas até chegar em seu novo lar, Evergreen no colorado, bem longe de onde morava, longe de todos os pesadelos que a assombram até este momento.

Chegará em seu novo lar. Desejou que a tristeza sumisse, gostaria de não mais lembrar da vida que deixava agora no passado. Queria ter uma amnésia, recomeçar.

Garagem a dentro, ainda relutava sair do carro. Sentiu o peso do entrar no novo sem resquícios do que a feriu. Acreditou que se, entrasse sem tristeza, viveria sem a mesma. Como desejou ser verdade!

Esperou estar pronta!

Respeitou o tempo de sua mente e alma. Era preciso aquela pausa.

Mais uma vez o medo a tentou fazer regredir, e ela balançava a cabeça em sinal de negação.

Voltar não era uma opção!

Jurou enquanto olhava o céu estrelado e negro que, enquanto houvesse fôlego em seu ser, jamais voltaria a viver e aceitar o que viveu e aceitou.

-Agora eu me farei feliz!

Disse branda e crente.

***************************

Evergreen também abrigava um homem solitário, não por escolha, e nem muito menos por desamor.

A droga de um acaso que por anos fora construído, fez com que sua vida fosse à ruína.

Quando mais novo, Kaeller foi cotado pelas forças armadas dos E.U.A como o mais jovem e promissor recruta de todas as décadas.

Kaeller tinha uma forma muito diferente de lidar com situações, mesmo com as mais simples, foi quando o chamaram para o serviço de inteligência, fora o cérebro de várias operações complexas.

Ele era completo, até que por um descuido, se corrompeu.

A corrupção se deu por conta de um Governo sujo e que, ditava atrocidades sem nem ao menos se importar com a vida de inocentes, foi quando conheceu Nagrier.

Nagrier era um rapaz novo, de cabelos ruivos, pele alva, olhar altivo, e corpo franzino, o que conseguiu por muitos meses passar como bom moço para Kaeller. Suas pautas e lutas estavam entrelaçadas, dando assim a oportunidade de uma então "amizade" nascer. O ruivo se mostrou disposto a ser um braço para as lutas sociais que Kaeller lutava! Assim como seu novo amigo, não aceitava a forma que o Governo lidava, com desamor aos que mais necessitavam de ajuda.

Por tempos teve de aguentar calado diante decisões que colocava pessoas em risco de vida.

Nagrier o conquistava com muito mais do que falácias. Tinha poder financeiro, e era um rapaz influente, conseguiu fazer movimentos grandes e que, de alguma forma colocava o Governo contra a parede elevando assim o nome do homem que antes amado, agora odiado por quem antes era "família".

Kaeller estava maravilhado, se não apaixonado pelas conquistas que se via envolvido, graças ao homem que "do nada" decidiu o ajudar na rebelião.

Além de lutas, dividiram noites em bares e bebidas, se tornaram amigos, confidentes. Kaeller se entregou a confiança depositada no ruivo, o fazendo esquecer que pessoas são más, que pessoas enganam... Seu treinamento de anos fora jogado no lixo quando nem ao menos desconfiou daquela boa vontade repentina, o que o levou para o fundo do poço.

Kaeller Deixou de fazer atrocidades com inocentes, para poder fazer com pessoas que realmente tinham culpa no cartório, o que no início o deu um ar de "justiceiro".

Traficantes, estupradores, ladrões... Pessoas no qual a sociedade mesmo odeia.

Mas não era exatamente isso que queria ao pedir dispensa das forças armadas, pensou que estaria envolvido em manifestações, greves, coisas voltada à revolucionar o esquema de politicagem. O que Nagrier mudava de pouquinho em pouquinho, sempre dizendo que tudo era necessário para que chegassem no objetivo principal, o que por um bom tempo comprou Kaeller.

Enganou -se, e muito feio!

Nagrier dizia que amava tê -lo em sua vida, e em sua "família", mas por outro lado, e, de forma adocicada, ameaçava Kaeller caso quisesse sair fora de tudo aquilo, já tinha mostrado as garras, e que usava Kaeller.

O ruivo não era burro, sabia muito bem com quem estava lidando... E era exatamente por isso que, precisava de um homem como ele em sua "família".

Kaeller se via tão envolvido na situação, que quando estava no auge da sujeira já não via como sair sem levar algum tipo de culpa. Poderia ser preso e passar seus dias e últimos dias atrás das grades, ou na melhor das hipóteses ter a sentença de morte aceita. Teve um vislumbre do que poderia acontecer quando, ao assistir tevê se deparou com uma notícia de que, já era visto como ameaça.

Foi aí que o homem de olhos cor de mel, e cabelos brancos conhecera o amor de sua vida, uma mulher sorria enquanto proferia palavras de "apoio" - acho que não dá para piorar o que já está ruim -.

A vontade súbita de sumir daquele mundo para construir um para ele e a mocinha que, bebericava com delicadeza aquele líquido marron feito de álcool com um sorriso sarcástico no rosto, nascera queimando.

Darina era uma mulher incrível, a primeira e a única a ganhar o coração do "soldado matador".

Seu sorriso perfeito, corpo escultural, e jeito sedutor foram os primeiros a fisgar o rapaz, o que com tempo fora descobrindo coisas mais importantes sobre ela.

Seus cabelos longos e loiros já não importavam mais quando, Kaeller descobrira sua doçura, companheirismo, e um jeito especial de apoiá -lo em tudo, principalmente na decisão de ir embora de Vermont, para encarar uma vida nova e longe de tudo na Flórida.

Por lá após uma ameaça da parte de Nagrier, iniciaram uma vida tranquila, até que, a "família" encontrou a mulher que roubara o coração de Kaeller, e de bônus a encontraram esperando em seu ventre uma criança que carregaria o sobrenome do homem.

A mataram, e como aviso deixaram uma carta ao lado do corpo já morto, e jogado na varanda de casa.

Kaeller desabou ao chegar em casa e, deparar -se com a cena.

Pensou em várias realidades aonde em todas, ele arrancava a cabeça do ruivo cretino.

Não precisou de muito para ter a certeza que, aquilo era obra de Nagrier. Era como diziam -depois que entra, só se sai com permissão- mas isso era um absurdo, Kaeller se meteu nisso sem nem ao menos saber o que realmente era "isso".

Naquele momento já não tinha nada a perder. Sonhou tão alto e com ingenuidade, pensou que teria paz para construir sua vida e ter uma família. Por um descuido infeliz se viu diante um caixão fechado, e que aos poucos ia descendo até o fundo daquela cova.

Seus sonhos e sua alma foram enterradas naquele dia, sua humanidade, sua gentileza, sua força, e seu amor.

Restaram apenas Kaeller, e um ódio profundo, que só não o fazia se matar, ou cometer alguma outra loucura por não ter "nada a perder" por ouvir sempre a voz de sua finada esposa sussurrar em seu ouvido.

Estava sendo assombrado por ela, como se a moça ditasse de outro plano como ele deveria tocar a vida.

Ela dizia que ele não tinha perdido tudo, mas nem ao menos sabia do que se tratava esse "tudo"!

Continuava a viver, apenas por acreditar que, se seguisse corretamente o que a voz doce de sua menina, agora morta, se juntaria ao final e de forma digna a ela e seu filho.

Em uma semana deixou sua casa para traz se mudando para Evergreen. Sentiu que aquela decisão agradava sua finada esposa.

A casa longe de tudo e de todos o mantinha preso em seus devaneios.

Podia viver escutando aquela voz a lhe guiar. Tinha enlouquecido, e todas as vezes que debatia isso -sozinho- chegava a conclusão que aquilo era o novo normal.

**********

Seus olhos brilhavam muito, sentia que naquele lugar teria a oportunidade de recomeçar, construir algo de sucesso, e só seu.

A moça rodopiava no meio do que seria, daqui um tempo o salão, todo o ambiente já estava desenhado em sua mente, e futuramente no papel do designer de interiores.

Ela idealizava uma decoração que, combinasse com a vista da varanda dos fundos, aonde se via uma floresta que, nos dias de chuva daria um lindo contraste e aroma natural.

-É meu?! -Indagou.

-Agora é oficialmente seu! -Sorriu com alegria a entregando o contrato.

-Eu nem acredito que daqui uns meses esse lugar estará cheio de pessoas tomando um café quentinho.

-Piscou lento aqueles olhos grandes e cor de mel. Olhou com alegria para o homem barbudo e branquelo a sua frente.

-Te desejo toda a sorte deste mundo, tenho certeza que foi um bom negócio fechar com você!

-Eu fico agradecida pela ajuda! -Sorriu em agradecimento.

Olhou ao seu redor, andou a passos largos até a varandinha que dava acesso ao cenário natural de montanha, suspirou fundo com os olhos fechados, sentiu a brisa gelada tocar seu rosto.

Sentiu que agora tudo se ajeitaria.

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