Entre o Amor e a Máfia

“Sempre amei você, mesmo de longe, sem te ter sempre amei você. Você me deu forças para viver, por isso sempre amei você.” 🎶🎵

Se eu pudesse voltar no tempo, se talvez eu sequer pudesse imaginar, nunca teria escolhido ceder a você. No dia que te vi, nunca pensei que chegaríamos ao ponto que estamos hoje.

— Por favor. — Senti meu lábio inferior tremer. — Não desiste da gente.

Seus olhos estavam tão impassíveis quanto sempre eram. Eu deveria ter vergonha de ter me colocado nessa situação, deveria me amar mais e sair por essa porra de porta antes de começar a implorar de joelhos que ele desse uma chance a nós.

— Você não serve para mim. — Sibilou fazendo meu coração gelar. — É tão difícil de entender?

Pisquei os olhos fazendo algumas lágrimas caírem antes de soltar uma risada amarga.

— Você é um monstro.

Seu sorriso presunçoso esticou o rosto perfeitamente ornamentado e vi um vislumbre de prazer em seus olhos.

— E por acaso eu escondi isso alguma vez? Não tenho culpa das suas expectativas românticas sobre mim. Nós dois somos adultos e eu deixei claro como nossa relação seria. — Deu ombros.

Meus olhos se arregalaram de raiva. Ele por acaso era louco? E todas as porras que eu tinha ouvido nos últimos meses?

— Você me fez achar que me amava. — Minha voz falhou me fazendo parecer patética. — O jeito que...

— Você acreditou mesmo nisso? — Ele me interrompeu dando uma risada nasalada.

— SIM, ACREDITEI QUE VOCÊ ME AMAVA! - Aumentei o tom de voz dando bons passos até ele. — Engoli cada um dos seus defeitos por isso, aguentei até o que nenhuma aguentaria.

— Isso não faz eu amar você.

— Se é tão indiferente quando a isso, por que não me deixou livre? Qual foi a diversão de destruir o meu coração? — Senti as lágrimas caírem ainda mais agora que eu estava frente a frente com ele. — Você não pode me odiar tanto assim por nada, o que eu te fiz pra você decidir destruir a porra da minha vida?

Seus olhos zombeteiros pareceram vacilar por um segundo antes de voltarem a ficar totalmente sérios.

— Eu não tinha nada melhor pra fazer, mas agora que acabou, pode ir. — Ele me deu as costas me fazendo engasgar de raiva.

— Não vou embora antes de falar tudo que deveria ter falado.

— Não me importo com nada que você ache que vai me afetar se falar. - Ele avisou.

— Foda- se essa sua postura. Quando eu te conheci, você parecia diferente. Eu me deixei levar por essa sua conversa fiada, sonhei acordada sobre uma pessoa que não existia fora da minha mente e você está destruindo tudo isso por sua babaquice. — Enxuguei as lágrimas. — Se eu for agora, não existe força nesse mundo que me faça voltar para você. Nunca mais vou olhar na sua cara, eu te dei a porra da minha vida inteira! E você me desprezou como se eu fosse nada.

Suas sobrancelhas se arquearam em uma expressão indiferente assim que acabei de falar. Ele era mesmo um imbecil.

— Agora é a minha vez de falar, não acha? — Sua voz soou irônica.

— Eu já disse tudo que tinha pra falar mesmo. — Dei ombros.

Nada mudaria o fato dele ter passado por cima de mim com um rolo compressor, nem mesmo ele.

— Bi, eu...

— VOCÊ NÃO TEM DIREITO DE ME CHAMAR ASSIM. VOCÊ NEM AO MENOS TEM A PORRA DO DIREITO DE CHAMAR O MEU NOME.