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Protegida Pelo Mafioso

Protegida Pelo Mafioso

Lili Marques

5.0
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1.1K
Leituras
27
Capítulo

Cris Rossi nasceu para ser o Don da Cosa Nostra, mas escolheu trocar de lugar com o irmão gêmeo e fugir dos seus deveres. Elizabeth, é uma CEO bem sucedida, que precisa de proteção para si e para sua filha. E faz questão de contratar a melhor equipe de segurança do país, com Cris como chefe. Eles só não previram que o amor fosse escolher aquele momento para entrar na vida dos dois. Eram uma família feliz e perfeita, até que a mentira de Cris é descoberta o obrigando a voltar para casa por um ano. Mas quando volta ele não é mais o mesmo homem, nem se sente digno de tê-las em sua vida. Até que ponto ele é capaz de deixá-la livre? E até onde Elizabeth vai aguentar a indiferença e frieza dele?

Capítulo 1 Prólogo

15 ANOS ATRÁS

- Tem certeza que quer fazer isso? - questionei meu irmão, mesmo que ele já estivesse na maca sendo tatuado. - Ainda dá tempo de desistir e rabiscar qualquer outra coisa sobre essa tatuagem.

- Desistir e depois o que? Você diz ao nosso pai que não vai ser o Don porque não suporta a tortura e todas as coisas podres que a famiglia faz? - Vincenzo rebateu, lançando a verdade contra mim. - Isso mataria nosso pai, o velho definitivamente enfartaria se ouvisse algo assim. Sem contar em toda a desgraça que traria ao nosso nome!

- Cazzo , eu sei! Eu sei disso, porra! Acha que já não cogitei mil vezes desistir dessa fuga e cumprir meus deveres, só para evitar o desgosto e a vergonha que se abateria sobre nossa casa? - gritei andando de um lado para o outro.

Para a nossa sorte, Carlo, o tatuador, era de nossa inteira confiança ou tudo aquilo sairia dali rapidamente e estaríamos mortos antes do amanhecer.

- Isso também não seria justo, não só com você, mas com todos da famiglia que esperam um líder de pulso firme e que não hesite em fazer o que for preciso desde que garanta a continuação do nosso império!

Revirei os olhos andando pelo estúdio e ouvindo a ladainha dele, até mesmo aqui esse stronzo fala como um verdadeiro devoto a máfia. Mas eu tinha que agradecer a ele por ser tão doente pela organização, do contrário não estaria pronto para assumir meu lugar no comando da Cosa Nostra em alguns meses.

- Então termine de fazer as porras das tatuagens e eu vou para o aeroporto...

- Começar sua vida como Cris - ele desdenhou. - É uma puta ironia que nossa mãe tenha nos dado nomes tão parecidos quando somos o completo oposto.

- Ao menos na personalidade, porque se depender da aparência vocês são iguaizinhos, até a droga das marcas de nascença e cicatrizes são idênticas. - Carlo riu fazendo mais uma linha na pele intocada do meu irmão.

Nisso éramos diferentes, enquanto eu gostava de ter minha pele marcada pela tinta e agulha, Vincenzo nunca quis isso, ele preferia as marcas de lutas, de facas e machucados, que o deixavam bem mais intimidador.

- Isso é porque Vince detestava quando eu ganhava um novo machucado, ele tinha que fazer um igual, sempre me copiando.

- Vince seu rabo, sabe que detesto que me chame assim! - Eu apenas ri da revolta dele diante do seu apelido de infância. - Agora vai ter que ter mais respeito quando falar comigo, eu vou ser o chefe...

- Não vai ser porra nenhuma! - a voz imperiosa do nosso pai soou nos colocando em alerta, fazendo Marco pular sob seus pés, largando a máquina e a tatuagem de lado no mesmo instante. - O que pensaram que estavam fazendo com essa ideia idiota? Imbecille, due idioti che pensano di poter ingannare tutta la famiglia!

Tínhamos conseguido irritar o velho definitivamente, mas já era de se esperar que ele reagisse assim, bastaria apenas que ele sonhasse que estávamos armando pelas suas costas para que o próprio inferno se abrisse na terra.

Papai sempre foi assim e isso não se aplicava apenas aos filhos, mas a qualquer um a sua volta, a diferença é que quase sempre acabava com sangue sendo derramado.

- O que você acha que sabe, pai? - Vincenzo foi corajoso o suficiente para perguntar, testando ainda mais sua paciência, ou talvez ele só tenha sido estúpido demais.

- Garoto, não me teste! - Nosso pai voou para cima dele até que seus narizes estivessem se tocando. - Não tente bancar o esperto comigo, você existe graças a mim, a vida dos dois me pertence!

O olhar assassino do meu pai não o intimidou, Vince não desviou o olhar ou pestanejou nem por um segundo. E eu sabia o que ele estava dizendo ao falar sobre nossas vidas, nossa mãe morreu porque ele escolheu nós dois, quando éramos crianças nosso pai precisou escolher entre salvar a mulher que ele amava ou os filhos e Don Guido nunca nos perdoou por deixar sua amada morrer.

- Pai, nós podemos explicar... - tentei intervir, conseguindo apenas desviar sua atenção assassina de Vincenzo para mim.

- Explicar que você comprou uma identidade nova? - ele me interrompeu me calando. - Um passaporte com cidadania americana que vai te levar para fora daqui, e seu irmão está aqui se tatuando para assumir seu lugar, enquanto vocês dois riem pelas costas de toda a famiglia?

Engoli em seco, sabendo que ele tinha sido muito bem informado sobre o que estávamos fazendo. Eu não conseguia imaginar quem tinha aberto a boca, mas não deveria estar surpreso, já que metade da ilha era fiel a ele.

- Perdona papà . Vamos desistir e voltar para casa, eu vou assumir meu lugar ao seu lado até sua aposentaria e tomar a cadeira quando for a hora - falei baixando a cabeça e deixando que meus ombros caírem com arrependimento, não por ter tentado, mas sim, por não termos sido espertos o suficiente para não sermos pegos.

- Não vai mais assumir nada! Acabou de mostrar que não é digno de ser chefe nem mesmo em uma cozinha! - meu pai bradou erguendo o dedo em riste direto para o meu rosto. - Eu tenho vergonha de dizer que é meu filho, meu primogênito. Um fraco é isso o que você é! Um homem que prefere fugir da sua obrigação não deveria sequer ser chamado de homem. Imagine se eu deixaria você ser meu sucessor como Don?

- Pai eu...

- Stai zitto, cazzo ! - ele socou a parede atrás ao lado da minha cabeça, não se importando em parecer maluco, queria apenas me intimidar, mesmo que eu já estivesse acostumado com seus estouros de raiva. - Não terminei de falar e nem sei se quando acabar vou querer ouvir sua voz novamente. Você queria uma nova vida então vai ter que morrer!

- Pai! - Vincenzo deu um passo, tentando ficar entre nós, mas Guido puxou a arma apontando direto para a testa dele.

- Somos sangue do seu sangue e não pode matar seu próprio sangue - falei com tranquilidade, nem precisei me mover do lugar para proteger meu irmão, pois aquela era uma regra importante para ele, ninguém podia quebrá-la e isso o incluía.

Ele abriu um sorriso sombrio enquanto olhava de mim para Vincenzo, provavelmente maquinando algo maligno naquela mente dele. Porém, nada do que ele fizesse seria pior do que o destino havia me reservado.

Matar e estripar, sentir prazer em infligir dor, era algo que eu abominava, mas era o que eles esperavam de mim, era o que já estava escrito no meu futuro.

- Não sei quando criei duas bestas como vocês, não sabem nem ao menos obedecer a uma ordem, ao menos são leais um ao outro! - ele fez uma cara de desgosto, mesmo que tivesse sido um meio elogio e sem baixar a arma deu a nossa sentença. - Vittorio, você queria ir embora da Itália e ser outra pessoa, hoje meu filho primogênito vai morrer para mim e para toda a famiglia. Você está banido daqui, se pisar os pés na Itália estará morto e não será pelas minhas mãos! Vá e viva como quem quiser, mas esqueça que um dia foi Vittorio Rossi!

Choque me varreu, eu nunca imaginei que ele me daria isso, a liberdade. Claro que era um preço alto a se pagar, abrir mão da minha família e do país onde nasci, mas nós três sempre estaríamos ligados por aquele segredo, estaríamos juntos além do sangue que corria em nossas veias.

- Tem certeza disso, papà ? - questionei, querendo ter certeza de que ele não estava brincando com nós dois.

- Não faça eu me arrepender! Quando sair não olhe para trás. - Ele me olhou por um longo tempo, como se gravasse minhas feições, antes de se virar para Vincenzo. - Você quer ser o Don? Pois então vai ser, a partir de amanhã começarei a te treinar e não quero ouvir reclamações ou argumentações, vai fazer tudo o que eu mandar sem hesitar! - Vince fez menção de abrir a boca, mas a arma ainda em seu rosto o calou. - Se eu te mandar matar o presidente, você pergunta qual, se mandar você casar com uma maldita russa você pergunta quando. Não me desafie ou teste minha paciência, terá que mostrar aos seus homens que sabe ser subordinado.

Ele apenas acenou com a cabeça, concordando em silêncio, antes que nosso pai nos agarrasse pela nuca e nos puxasse para perto, em um abraço esquisito, como não fazíamos há anos e que eu sabia significar adeus.

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