Tarde Demais, Sr. Manipulador

Tarde Demais, Sr. Manipulador

Gavin

5.0
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Capítulo

Passei doze anos da minha vida a amar Ricardo, o meu namorado de infância. Sacrifiquei uma promissora carreira como pintora, abdicando de uma bolsa de estudos em Florença. Tudo isso para ser a sua assistente pessoal, mal paga e subvalorizada. Ele, entretanto, prosperava em Lisboa, tornando-se um empresário de sucesso. Havia uma velha piada entre nós: se eu ainda estivesse solteira aos trinta anos, ele casaria comigo. Essa promessa, para mim, era a minha única esperança, o meu porto seguro. Contudo, um dia, uma manchete de revista revelou seu noivado iminente. Mas essa "promessa" não era para mim, nem a para a pessoa que todos esperavam. Uma gravação secreta destapou a verdade cruel. Ouvi Ricardo, o homem que eu amava, a rir e a chamar-me "criada gratuita". Ele planeava usar a minha devoção cega, a minha "burrice apaixonada", até ao último dia. O casamento era com Isabella, a rececionista, a quem ele chamava a sua "rainha". No dia do meu trigésimo aniversário, o dia em que todos esperavam o meu noivado "finalmente", fui confrontar Ricardo na Conservatória. Ali, ele e os seus amigos, com sorrisos de escárnio, humilharam-me publicamente. Chamaram-me "noiva desesperada", "perseguidora louca", e gozaram da minha dignidade. Isabella, a sua verdadeira noiva, avançou e deu-me uma bofetada forte e visível na cara. Ricardo, o meu amor de doze anos, confirmou-me com frieza que nunca me amou. Disse que eu era apenas um fardo e que a ideia de se casar comigo era "ridícula". Doze anos de sacrifício, de sonhos adiados, de amor incondicional, varridos como lixo. A dor era avassaladora, mas a fúria em meu peito era ainda maior. Como pude ser tão cega? Como um homem podia ser tão cruel e manipulador? Senti o meu mundo a desabar, mas, paradoxalmente, foi nesse abismo que encontrei uma força inesperada. "Eu já tenho alguém," declarei, com uma voz que mal reconhecia, forte e cheia de recusa. "Quem? Um fantasma?" troçaram eles, mas o meu sorriso amargo selava o seu destino. Naquele exato instante, um carro clássico elegante parou em frente à Conservatória. A porta abriu-se, e dele saiu Tiago, o meu verdadeiro noivo, impecavelmente vestido e poderoso. O olhar chocado de Ricardo e dos seus amigos valeu todos os anos de sofrimento. A minha nova vida, livre e repleta de respeito, estava prestes a começar, diante dos seus olhos incrédulos.

Introdução

Passei doze anos da minha vida a amar Ricardo, o meu namorado de infância.

Sacrifiquei uma promissora carreira como pintora, abdicando de uma bolsa de estudos em Florença.

Tudo isso para ser a sua assistente pessoal, mal paga e subvalorizada.

Ele, entretanto, prosperava em Lisboa, tornando-se um empresário de sucesso.

Havia uma velha piada entre nós: se eu ainda estivesse solteira aos trinta anos, ele casaria comigo.

Essa promessa, para mim, era a minha única esperança, o meu porto seguro.

Contudo, um dia, uma manchete de revista revelou seu noivado iminente.

Mas essa "promessa" não era para mim, nem a para a pessoa que todos esperavam.

Uma gravação secreta destapou a verdade cruel.

Ouvi Ricardo, o homem que eu amava, a rir e a chamar-me "criada gratuita".

Ele planeava usar a minha devoção cega, a minha "burrice apaixonada", até ao último dia.

O casamento era com Isabella, a rececionista, a quem ele chamava a sua "rainha".

No dia do meu trigésimo aniversário, o dia em que todos esperavam o meu noivado "finalmente", fui confrontar Ricardo na Conservatória.

Ali, ele e os seus amigos, com sorrisos de escárnio, humilharam-me publicamente.

Chamaram-me "noiva desesperada", "perseguidora louca", e gozaram da minha dignidade.

Isabella, a sua verdadeira noiva, avançou e deu-me uma bofetada forte e visível na cara.

Ricardo, o meu amor de doze anos, confirmou-me com frieza que nunca me amou.

Disse que eu era apenas um fardo e que a ideia de se casar comigo era "ridícula".

Doze anos de sacrifício, de sonhos adiados, de amor incondicional, varridos como lixo.

A dor era avassaladora, mas a fúria em meu peito era ainda maior.

Como pude ser tão cega?

Como um homem podia ser tão cruel e manipulador?

Senti o meu mundo a desabar, mas, paradoxalmente, foi nesse abismo que encontrei uma força inesperada.

"Eu já tenho alguém," declarei, com uma voz que mal reconhecia, forte e cheia de recusa.

"Quem? Um fantasma?" troçaram eles, mas o meu sorriso amargo selava o seu destino.

Naquele exato instante, um carro clássico elegante parou em frente à Conservatória.

A porta abriu-se, e dele saiu Tiago, o meu verdadeiro noivo, impecavelmente vestido e poderoso.

O olhar chocado de Ricardo e dos seus amigos valeu todos os anos de sofrimento.

A minha nova vida, livre e repleta de respeito, estava prestes a começar, diante dos seus olhos incrédulos.

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