A Escolha das Chamas

A Escolha das Chamas

Gavin

5.0
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Capítulo

Meu irmão Miguel estava gravemente doente, e a única esperança de tratamento residia nas nossas poupanças, guardadas no apartamento dele. Quando um incêndio infernal deflagrou no edifício, liguei desesperada para o meu marido, Leo, um bombeiro. Implorei-lhe que salvasse Miguel e o dinheiro vital. Mas a voz dele, do outro lado da linha, soava irritada e distante, mencionando apenas que a irmã dele, Clara, também estava lá presa. Corri para o caos e vi Leo emergir do fumo e das chamas. Nos braços dele, a sua irmã Clara, milagrosamente ilesa, segurando firmemente uma mala de marca. Minutos depois, Miguel foi retirado inconsciente numa maca, o corpo coberto de fuligem, a lutar pela vida. "Não consegui chegar a tempo", gaguejou Leo, e aquele suspiro falso rasgou o meu coração. No hospital, perante a condição crítica de Miguel, a família de Leo – ele próprio, a mãe Helena e a irmã Clara – agiam como os verdadeiros heróis e vítimas da tragédia. Helena louvava a "coragem" do filho, ao mesmo tempo que me culpava por ter o dinheiro de Miguel em casa. A raiva e a dor esmagaram-me. Mas a verdade, cruel e fria, veio à tona através da Sra. Matos, nossa vizinha do 4B. Ela revelou que Leo passou mais de quinze minutos no apartamento da Clara, no segundo andar, a ajudá-la a recolher joias e malas valiosas. Isso aconteceu antes que o fogo impedisse o acesso aos andares superiores. A Sra. Matos viu-o olhar para a janela de Miguel e hesitar, antes de simplesmente desistir. Não foi um acidente. Não foi falta de tempo ou impossibilidade. Foi uma escolha deliberada. Ele, um bombeiro treinado, escolheu conscientemente bens materiais em detrimento da vida do meu irmão. A traição era uma lâmina afiada cravada no meu peito. Não havia volta a dar. Fui para casa e enfrentei-o. "Tu não tentaste. Tu escolheste." Perante as suas justificações repugnantes e a sua crueldade, a minha voz tremeu apenas uma vez. "Quero o divórcio." A partir daquele momento, a guerra estava declarada. E eu, Sofia, não ia perder. Lutaria por Miguel e faria Leo pagar por cada centímetro da sua traição.

Introdução

Meu irmão Miguel estava gravemente doente, e a única esperança de tratamento residia nas nossas poupanças, guardadas no apartamento dele.

Quando um incêndio infernal deflagrou no edifício, liguei desesperada para o meu marido, Leo, um bombeiro.

Implorei-lhe que salvasse Miguel e o dinheiro vital.

Mas a voz dele, do outro lado da linha, soava irritada e distante, mencionando apenas que a irmã dele, Clara, também estava lá presa.

Corri para o caos e vi Leo emergir do fumo e das chamas.

Nos braços dele, a sua irmã Clara, milagrosamente ilesa, segurando firmemente uma mala de marca.

Minutos depois, Miguel foi retirado inconsciente numa maca, o corpo coberto de fuligem, a lutar pela vida.

"Não consegui chegar a tempo", gaguejou Leo, e aquele suspiro falso rasgou o meu coração.

No hospital, perante a condição crítica de Miguel, a família de Leo – ele próprio, a mãe Helena e a irmã Clara – agiam como os verdadeiros heróis e vítimas da tragédia.

Helena louvava a "coragem" do filho, ao mesmo tempo que me culpava por ter o dinheiro de Miguel em casa.

A raiva e a dor esmagaram-me.

Mas a verdade, cruel e fria, veio à tona através da Sra. Matos, nossa vizinha do 4B.

Ela revelou que Leo passou mais de quinze minutos no apartamento da Clara, no segundo andar, a ajudá-la a recolher joias e malas valiosas.

Isso aconteceu antes que o fogo impedisse o acesso aos andares superiores.

A Sra. Matos viu-o olhar para a janela de Miguel e hesitar, antes de simplesmente desistir.

Não foi um acidente.

Não foi falta de tempo ou impossibilidade.

Foi uma escolha deliberada.

Ele, um bombeiro treinado, escolheu conscientemente bens materiais em detrimento da vida do meu irmão.

A traição era uma lâmina afiada cravada no meu peito.

Não havia volta a dar.

Fui para casa e enfrentei-o.

"Tu não tentaste. Tu escolheste."

Perante as suas justificações repugnantes e a sua crueldade, a minha voz tremeu apenas uma vez.

"Quero o divórcio."

A partir daquele momento, a guerra estava declarada.

E eu, Sofia, não ia perder.

Lutaria por Miguel e faria Leo pagar por cada centímetro da sua traição.

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