Não Mais Uma Mulher Negligenciada

Não Mais Uma Mulher Negligenciada

Gavin

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Capítulo

O cheiro de desinfetante no hospital era forte, e eu, grávida de nove meses, sentia o vazio daquelas cadeiras duras. Minha irmã acabara de sair de uma cirurgia de apendicite. O meu marido, Pedro, não estava lá. Ele atendia a um chamado mais urgente: a sua ex-namorada, Sofia, torcera o tornozelo. Ele a levava para casa. A minha irmã, operada, e eu, quase a dar à luz, não importávamos. Ouvi a voz chorosa de Sofia no fundo e o Pedro a tranquilizando-a, suavemente. Ali, agarrada ao telemóvel, só consegui dizer: "Vamos nos divorciar." Ele explodiu, chamou-me de louca, egoísta, insensível. Disse que o nosso filho não merecia uma mãe como eu. Então, ele desligou. E bloqueou o meu número. Uma lágrima quente escorreu. Ele tinha razão numa coisa: eu amava demais o nosso bebé. Por ele, eu tinha aguentado tudo: as "amizades" com a Sofia, as ausências, a indiferença. Mas agora, o que ele fez foi a gota d'água. Eu não seria menos importante que um tornozelo torcido. No dia seguinte, fui a um advogado. Ele me alertou que Pedro lutaria sujo. Mas eu tinha a prova: uma foto dele e da Sofia, sorrindo, com a legenda "Ele nunca te amou" – caligrafia delicada. Eu sorri. A guerra não tinha acabado, mas eu tinha uma arma. Era hora de lutar pela minha paz, pela minha dignidade e, acima de tudo, pelo meu filho.

Introdução

O cheiro de desinfetante no hospital era forte, e eu, grávida de nove meses, sentia o vazio daquelas cadeiras duras.

Minha irmã acabara de sair de uma cirurgia de apendicite.

O meu marido, Pedro, não estava lá.

Ele atendia a um chamado mais urgente: a sua ex-namorada, Sofia, torcera o tornozelo. Ele a levava para casa.

A minha irmã, operada, e eu, quase a dar à luz, não importávamos.

Ouvi a voz chorosa de Sofia no fundo e o Pedro a tranquilizando-a, suavemente.

Ali, agarrada ao telemóvel, só consegui dizer: "Vamos nos divorciar."

Ele explodiu, chamou-me de louca, egoísta, insensível.

Disse que o nosso filho não merecia uma mãe como eu.

Então, ele desligou. E bloqueou o meu número.

Uma lágrima quente escorreu. Ele tinha razão numa coisa: eu amava demais o nosso bebé.

Por ele, eu tinha aguentado tudo: as "amizades" com a Sofia, as ausências, a indiferença.

Mas agora, o que ele fez foi a gota d'água.

Eu não seria menos importante que um tornozelo torcido.

No dia seguinte, fui a um advogado.

Ele me alertou que Pedro lutaria sujo.

Mas eu tinha a prova: uma foto dele e da Sofia, sorrindo, com a legenda "Ele nunca te amou" – caligrafia delicada.

Eu sorri. A guerra não tinha acabado, mas eu tinha uma arma.

Era hora de lutar pela minha paz, pela minha dignidade e, acima de tudo, pelo meu filho.

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No quinto aniversário de casamento. Ou, como Tiago fazia questão de lembrar, o aniversário do acidente que ceifou a sua família. Em vez de celebração, iniciava-se mais um capítulo da minha tortura insaciável. Ele, o homem que um dia amei mais que tudo, transformara-se num carrasco implacável. Fui forçada a beber noventa e nove garrafas de vinho, um símbolo macabro da minha "dívida de sangue". Confinada, isolada, humilhada, vi-o dar afetos a Clara, uma mulher escolhida pela semelhança com a Sofia de outrora. Fui submetida a uma cirurgia perigosa para doar um rim a ela, depois de um "acidente" suspeito. O nosso leal cão, Max, o último elo do nosso amor passado, foi cruelmente morto. E o cúmulo da humilhação: fui forçada a engolir as cinzas do meu querido amigo. Arrastada de joelhos, sob a vigilância fria dele, até ao cemitério para proclamar os pecados dos meus pais. A dor física não era nada comparada à exaustão da minha alma. Eu só ansiava pela paz, a paz que só a morte parecia poder oferecer. Cansada de amar, cansada de sofrer, o meu único desejo era que tudo acabasse. Num ato de desespero, atirei-me da Ponte da Arrábida, buscando o abraço gélido do Douro. Mas abri os olhos novamente. E, para meu horror e espanto, estava de volta. Um dia antes do acidente fatídico, com todas as memórias vívidas da minha tortura. O mais chocante? Tiago também se lembrava. Agora, perante esta segunda chance inesperada: escolheríamos o ódio mais uma vez, ou haveria redenção para um amor que se transformara em veneno?

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