O Silêncio de Uma Morte Anunciada

O Silêncio de Uma Morte Anunciada

Gavin

5.0
Comentário(s)
104
Leituras
11
Capítulo

Quando o médico me disse que a minha filha, a pequena Sofia, estava morta, o mundo à minha volta silenciou. Eu tinha-a levado para o hospital com febre alta, enquanto o meu marido, Pedro, estava em casa da mãe dele, a cuidar de um tornozelo torcido que, afinal, nem sequer estava inchado. Liguei-lhe dezenas de vezes. Nenhuma resposta. Quando finalmente atendeu, a sua voz transbordava irritação: "O que foi, Ana? Já não te disse que a minha mãe precisa de mim? Ela não para de se queixar das dores. Não posso sair daqui agora." Eu sussurrei: "Pedro, a Sofia..." Ele interrompeu com rispidez: "O que é que se passa com a Sofia? A febre baixou? Não faças um drama por tudo!" Mesmo depois de eu, com uma calma assustadora, lhe dizer que a nossa bebé tinha morrido, ele reagiu com uma piada de mau gosto. E a seguir veio a acusação que me atingiu como um soco: "Isso é impossível! Era só uma febre! Deves ter feito alguma coisa de errado. Tu nunca cuidaste bem dela!" Quando Pedro e a sua mãe, Clara, finalmente chegaram ao hospital, em vez de dor, recebi fúria e mais acusações. Clara, a coxear dramaticamente, atirou-me a palavra mais vil: "Assassina!" Como é que podiam culpar-me depois de me terem deixado sozinha? Como é que podiam ser tão cegos, tão egoístas, enquanto a minha filha lutava pela vida? Naquele corredor frio, com os olhares de estranhos a pesarem sobre mim, enquanto o homem que jurou amar-me me agarrava e a sua mãe me chamava de assassina, a minha dor transformou-se. Com o coração a sangrar, mas a mente mais límpida do que nunca, olhei para o Pedro e disse sem hesitação: "Quero o divórcio." E foi naquele momento, entre a tragédia e a libertação, que a minha verdadeira luta para me reerguer começou.

Introdução

Quando o médico me disse que a minha filha, a pequena Sofia, estava morta, o mundo à minha volta silenciou.

Eu tinha-a levado para o hospital com febre alta, enquanto o meu marido, Pedro, estava em casa da mãe dele, a cuidar de um tornozelo torcido que, afinal, nem sequer estava inchado.

Liguei-lhe dezenas de vezes. Nenhuma resposta.

Quando finalmente atendeu, a sua voz transbordava irritação: "O que foi, Ana? Já não te disse que a minha mãe precisa de mim? Ela não para de se queixar das dores. Não posso sair daqui agora."

Eu sussurrei: "Pedro, a Sofia..."

Ele interrompeu com rispidez: "O que é que se passa com a Sofia? A febre baixou? Não faças um drama por tudo!"

Mesmo depois de eu, com uma calma assustadora, lhe dizer que a nossa bebé tinha morrido, ele reagiu com uma piada de mau gosto. E a seguir veio a acusação que me atingiu como um soco: "Isso é impossível! Era só uma febre! Deves ter feito alguma coisa de errado. Tu nunca cuidaste bem dela!"

Quando Pedro e a sua mãe, Clara, finalmente chegaram ao hospital, em vez de dor, recebi fúria e mais acusações. Clara, a coxear dramaticamente, atirou-me a palavra mais vil: "Assassina!"

Como é que podiam culpar-me depois de me terem deixado sozinha? Como é que podiam ser tão cegos, tão egoístas, enquanto a minha filha lutava pela vida?

Naquele corredor frio, com os olhares de estranhos a pesarem sobre mim, enquanto o homem que jurou amar-me me agarrava e a sua mãe me chamava de assassina, a minha dor transformou-se.

Com o coração a sangrar, mas a mente mais límpida do que nunca, olhei para o Pedro e disse sem hesitação: "Quero o divórcio."

E foi naquele momento, entre a tragédia e a libertação, que a minha verdadeira luta para me reerguer começou.

Continuar lendo

Outros livros de Gavin

Ver Mais
O Anel Partido

O Anel Partido

Romance

5.0

O anel de diamante em meu dedo parecia pesar toneladas, um fardo de promessas despedaçadas. Meu noivo, Daniel, herdeiro de uma fortuna, deveria estar ao meu lado, mas seus risos vinham de um canto distante, onde Isabela, a mulher que se insinuava entre nós, o envolvia em segredos e toques "acidentais". A gota d'água veio do jeito mais cruel: no nosso aniversário de cinco anos, ele chegou em casa tarde, com o perfume dela impregnado, justificando que a ajudava com um "problema urgente", enquanto a vela do meu jantar especial derretia, levando com ela a última chama da minha esperança. Naquela festa de gala, ver Daniel e Isabela tão à vontade, sem se importar com minha presença, foi uma humilhação insuportável, um golpe final na minha dignidade. Para o mundo, éramos o casal perfeito, mas por trás da fachada, Isabela reinava, e eu era a tola que tentava ignorar trincas que viravam abismos. Com a voz surpreendentemente firme, tirei o anel e o entreguei a ele, declarando o fim do nosso noivado. Seu sorriso zombeteiro e o aviso: "Você vai se arrepender, não é nada sem mim", foram um veneno, mas também uma libertação. Então, um choque: o ataque ao meu ateliê de joias e uma mensagem de Isabela confirmando a destruição, como se zombasse da minha dor. Mas a tristeza deu lugar a uma fúria fria. Eles achavam que me quebrariam, mas eu decidi lutar. Com as mãos trêmulas, mas a mente clara, apaguei a tela do celular – um adeus à minha vida antiga. Eu não precisava do dinheiro dele, apenas da minha liberdade. Aquela noite, nasceu uma nova Sofia, pronta para partir para longe, reconstruir-me e provar que era muito mais do que Daniel jamais poderia imaginar.

Quando o Amor Morre no Asfalto

Quando o Amor Morre no Asfalto

Moderno

5.0

Estava grávida de sete meses, o mundo parecia perfeito. A minha cunhada, Clara, e eu íamos para casa, um dia normal como tantos outros. De repente, o som de metal a rasgar. O carro capotou e o impacto atirou-me contra o vidro. Lá dentro, o pânico começou. O meu Miguel, o meu marido, o pai do meu filho, chegou ao local. Mas ele correu para a sua irmã, que gemia com um braço partido. Enquanto eu, com a barriga a sangrar, lhe suplicava ajuda, ele gritou: "Espera, Sofia! Não vês que a tua cunhada está ferida?". A última coisa que vi antes da escuridão foi ele a confortar Clara, enquanto eu sangrava sozinha. Perdi o nosso filho. No hospital, ele e a sua mãe culparam-me pelo acidente. "Talvez tenha sido para melhor", a minha sogra disse, referindo-se à morte do meu bebé. E Miguel, o meu Miguel, permaneceu em silêncio. Não me defendeu, como nunca me defendera. Percebi que toda a minha vida com ele tinha sido uma mentira. Aniversários esquecidos, dinheiro desviado para a Clara, a minha gravidez minimizada. Tudo sempre girou em torno dela, da sua irmã, do seu "laço inquebrável". Eu e o nosso filho éramos sempre a segunda opção. Como pude ser tão cega? Como pôde um homem que jurou amar-me e proteger-me abandonar-me assim? O meu filho não morreu por um acidente, mas pela frieza e egoísmo do homem que amei. Eu não estava louca, a minha dor não era apenas luto. Era raiva. Uma raiva fria e calculista. Não queria vingança, mas justiça. "Quero o divórcio." As palavras saíram com uma força gelada. Eu não pediria nada dele, apenas a minha liberdade. Mas então, descobri o extrato bancário. 5.000 euros para as facetas dentárias da Clara, pagos com o nosso dinheiro, enquanto ele me dizia que tínhamos de "apertar o cinto". Esta não era apenas uma traição emocional; era fraude. Eles queriam guerra? Iam tê-la. E eu ia ganhar a minha vida de volta.

Você deve gostar

Capítulo
Ler agora
Baixar livro