Renascida das Águas

Renascida das Águas

Gavin

5.0
Comentário(s)
456
Leituras
11
Capítulo

A primeira coisa que fiz ao acordar do coma, depois de três dias presa num túnel inundado e de ter perdido o meu bebé, foi pedir o meu telemóvel. A enfermeira hesitou, mas eu insisti. Mal abri o ecrã, ignorei as dezenas de mensagens dos meus amigos e familiares. O que prendeu os meus olhos foi a transferência de 50.000 euros do meu marido, Diogo. A mensagem que a acompanhava era curta e fria: "Sofia, desculpa. A Clara precisava mais de mim. Usa este dinheiro para a tua recuperação." Clara. A minha meia-irmã. A mulher que Diogo escolheu em vez da sua esposa e do seu próprio filho. Liguei dezoito vezes, enquanto me afogava, e ele não atendeu. Mas teve tempo para cuidar da perna partida da Clara e do rato doente da sua cadela Trovão. Quando a minha mãe entrou, vermelha de choro, defendia-o com unhas e dentes, enquanto a traição dela me apunhalava. «Ele cometeu um erro! As pessoas cometem erros! O teu pai cometeu erros! Eu perdoei-lhe!» «Tu não me compares a ti», rosnei. «As tuas escolhas são tuas. As minhas são minhas.» Olhei para a foto que Clara tinha publicado no Instagram: o meu marido, de joelhos, a dar comida ao cão dela, Trovão, com a legenda: "O meu herói. Salvou-me a mim e ao Trovão. Não sei o que faria sem ti, Diogo. ❤️" A raiva fria e profunda consumiu-me. Diogo, os nossos laços estão quebrados e não me vou render. Eu quero o divórcio. E a minha vida.

Introdução

A primeira coisa que fiz ao acordar do coma, depois de três dias presa num túnel inundado e de ter perdido o meu bebé, foi pedir o meu telemóvel.

A enfermeira hesitou, mas eu insisti.

Mal abri o ecrã, ignorei as dezenas de mensagens dos meus amigos e familiares. O que prendeu os meus olhos foi a transferência de 50.000 euros do meu marido, Diogo.

A mensagem que a acompanhava era curta e fria: "Sofia, desculpa. A Clara precisava mais de mim. Usa este dinheiro para a tua recuperação."

Clara. A minha meia-irmã.

A mulher que Diogo escolheu em vez da sua esposa e do seu próprio filho.

Liguei dezoito vezes, enquanto me afogava, e ele não atendeu. Mas teve tempo para cuidar da perna partida da Clara e do rato doente da sua cadela Trovão.

Quando a minha mãe entrou, vermelha de choro, defendia-o com unhas e dentes, enquanto a traição dela me apunhalava.

«Ele cometeu um erro! As pessoas cometem erros! O teu pai cometeu erros! Eu perdoei-lhe!»

«Tu não me compares a ti», rosnei. «As tuas escolhas são tuas. As minhas são minhas.»

Olhei para a foto que Clara tinha publicado no Instagram: o meu marido, de joelhos, a dar comida ao cão dela, Trovão, com a legenda: "O meu herói. Salvou-me a mim e ao Trovão. Não sei o que faria sem ti, Diogo. ❤️"

A raiva fria e profunda consumiu-me.

Diogo, os nossos laços estão quebrados e não me vou render.

Eu quero o divórcio. E a minha vida.

Continuar lendo

Outros livros de Gavin

Ver Mais
Quando o Amor Vira Mentira: A Luta de Sofia

Quando o Amor Vira Mentira: A Luta de Sofia

Moderno

5.0

No dia do terceiro aniversário do meu filho, Lucas, o meu marido, Pedro, simplesmente não voltou para casa. Preparei o seu bolo favorito e enchi a sala com balões azuis, enquanto Lucas esperava, adormecendo no sofá com o seu pequeno carro de corrida. Liguei para o Pedro dezenas de vezes, mas só encontrei o silêncio do telemóvel desligado. O meu coração afundava a cada tentativa falhada, até que a campainha tocou, já perto da meia-noite. Corri para a porta, com a esperança a reacender-se, mas não era ele. Eram dois polícias, com expressões sérias, que trouxeram a notícia: Pedro sofrera um acidente de carro, estado crítico. O mundo parou, as palavras ecoavam na minha cabeça: "crítico", "acidente". Mas a próxima frase atingiu-me como um raio: "Havia outra pessoa no carro... uma mulher. Infelizmente, ela não sobreviveu." O nome dela? Clara Bastos. A ex-namorada de Pedro, aquela que ele jurou ter ficado no passado. Antes que eu pudesse processar a traição, a minha sogra, Dona Alice, subiu as escadas, o seu medo transformado em raiva pura. "A culpa é tua! Tu nunca o fizeste feliz! A Clara era o verdadeiro amor da vida dele! Se ele morrer, a culpa é tua!" As palavras dela, o facto de que toda a minha vida tinha sido uma farsa, atingiram-me mais do que qualquer golpe físico. O nosso casamento, o nosso filho... Seríamos apenas um obstáculo? Uma mentira? Senti o meu telemóvel vibrar no bolso: uma notificação de transferência bancária. Pedro tinha transferido quase todo o nosso dinheiro da conta conjunta para a sua conta pessoal, horas antes do acidente. Ele não me estava apenas a deixar; estava a deixar-me sem nada. Num piscar de olhos, a minha vida desmoronou-se. Mas eu não me ajoelharia. Enquanto a minha sogra me amaldiçoava, senti uma raiva fria a crescer. Não olhei para trás. A batalha pela minha vida e pela do meu filho tinha acabado de começar.

Você deve gostar

Capítulo
Ler agora
Baixar livro