A Ascensão de Clara: Do Gesso ao Sucesso

A Ascensão de Clara: Do Gesso ao Sucesso

Gavin

5.0
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Capítulo

Acordei do coma para o silêncio do hospital, com o som rítmico de um monitor cardíaco a assinalar a minha frágil existência. Olhei para o rosto ansioso da minha mãe, os seus olhos vermelhos e inchados, e a minha primeira pergunta foi: "Onde está o Pedro?" O corpo dela enrijeceu e soube, instintivamente, pela sua mentira sobre os negócios, que algo terrível tinha acontecido. Uma dor aguda atravessou-me ao tentar mexer as minhas pernas, agora presas em gesso. Então, a memória do acidente de carro voltou como uma imagem brutal: o metal a rasgar, o cheiro a borracha queimada e a última visão antes da escuridão – o Pedro, o meu noivo, a proteger descaradamente a sua ex-namorada, Sofia, enquanto o carro nos atingia. Eu, a sua noiva, a caminho da prova do vestido de casamento, fui abandonada à minha sorte. O meu telemóvel, que a minha mãe me entregou hesitante, revelou a cruel verdade. Dezenas de mensagens não lidas, mas nenhuma dele. O Instagram abriu-se, e a primeira publicação de Sofia mostrava-a no hospital, a cabeça no ombro do Pedro, ele a olhar para ela com uma ternura de que já não me lembrava. A legenda? "Obrigada, meu herói. Salvaste a minha vida. ❤️ @PedroAlmeida" – publicada no dia do MEU acidente. O meu peito apertou, uma dor surda e excruciante, pior do que qualquer fratura. Como aquele que eu amava há cinco anos podia ter feito tal escolha? Como podia ele ter-me trocado, ali, no momento da morte? Foi nesse instante, com o gosto amargo da traição na boca, que soube que não havia mais nada para nós. Peguei no telemóvel novamente, desta vez, não para procurar, mas para terminar. A minha vida desmoronou, mas o controlo era meu, e a minha única escolha era agora a minha liberdade.

Introdução

Acordei do coma para o silêncio do hospital, com o som rítmico de um monitor cardíaco a assinalar a minha frágil existência. Olhei para o rosto ansioso da minha mãe, os seus olhos vermelhos e inchados, e a minha primeira pergunta foi: "Onde está o Pedro?"

O corpo dela enrijeceu e soube, instintivamente, pela sua mentira sobre os negócios, que algo terrível tinha acontecido. Uma dor aguda atravessou-me ao tentar mexer as minhas pernas, agora presas em gesso. Então, a memória do acidente de carro voltou como uma imagem brutal: o metal a rasgar, o cheiro a borracha queimada e a última visão antes da escuridão – o Pedro, o meu noivo, a proteger descaradamente a sua ex-namorada, Sofia, enquanto o carro nos atingia.

Eu, a sua noiva, a caminho da prova do vestido de casamento, fui abandonada à minha sorte. O meu telemóvel, que a minha mãe me entregou hesitante, revelou a cruel verdade. Dezenas de mensagens não lidas, mas nenhuma dele. O Instagram abriu-se, e a primeira publicação de Sofia mostrava-a no hospital, a cabeça no ombro do Pedro, ele a olhar para ela com uma ternura de que já não me lembrava. A legenda? "Obrigada, meu herói. Salvaste a minha vida. ❤️ @PedroAlmeida" – publicada no dia do MEU acidente.

O meu peito apertou, uma dor surda e excruciante, pior do que qualquer fratura. Como aquele que eu amava há cinco anos podia ter feito tal escolha? Como podia ele ter-me trocado, ali, no momento da morte?

Foi nesse instante, com o gosto amargo da traição na boca, que soube que não havia mais nada para nós. Peguei no telemóvel novamente, desta vez, não para procurar, mas para terminar. A minha vida desmoronou, mas o controlo era meu, e a minha única escolha era agora a minha liberdade.

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No dia do terceiro aniversário do meu filho, Lucas, o meu marido, Pedro, simplesmente não voltou para casa. Preparei o seu bolo favorito e enchi a sala com balões azuis, enquanto Lucas esperava, adormecendo no sofá com o seu pequeno carro de corrida. Liguei para o Pedro dezenas de vezes, mas só encontrei o silêncio do telemóvel desligado. O meu coração afundava a cada tentativa falhada, até que a campainha tocou, já perto da meia-noite. Corri para a porta, com a esperança a reacender-se, mas não era ele. Eram dois polícias, com expressões sérias, que trouxeram a notícia: Pedro sofrera um acidente de carro, estado crítico. O mundo parou, as palavras ecoavam na minha cabeça: "crítico", "acidente". Mas a próxima frase atingiu-me como um raio: "Havia outra pessoa no carro... uma mulher. Infelizmente, ela não sobreviveu." O nome dela? Clara Bastos. A ex-namorada de Pedro, aquela que ele jurou ter ficado no passado. Antes que eu pudesse processar a traição, a minha sogra, Dona Alice, subiu as escadas, o seu medo transformado em raiva pura. "A culpa é tua! Tu nunca o fizeste feliz! A Clara era o verdadeiro amor da vida dele! Se ele morrer, a culpa é tua!" As palavras dela, o facto de que toda a minha vida tinha sido uma farsa, atingiram-me mais do que qualquer golpe físico. O nosso casamento, o nosso filho... Seríamos apenas um obstáculo? Uma mentira? Senti o meu telemóvel vibrar no bolso: uma notificação de transferência bancária. Pedro tinha transferido quase todo o nosso dinheiro da conta conjunta para a sua conta pessoal, horas antes do acidente. Ele não me estava apenas a deixar; estava a deixar-me sem nada. Num piscar de olhos, a minha vida desmoronou-se. Mas eu não me ajoelharia. Enquanto a minha sogra me amaldiçoava, senti uma raiva fria a crescer. Não olhei para trás. A batalha pela minha vida e pela do meu filho tinha acabado de começar.

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