A Perna Que Me Salvou

A Perna Que Me Salvou

Gavin

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Capítulo

Acordei no quarto silencioso do hospital, a minha perna esquerda amputada debaixo dos lençóis. A televisão mostrava os destroços do terramoto que abalou a cidade, e o meu coração apertou-se. Precisava de ouvir a voz do Pedro, o meu noivo. Quando ele finalmente atendeu, a sua voz soava irritada e sem fôlego. "O que foi? Estás a ligar-me agora? Estou super ocupado, o prédio da Sofia desabou!" Ele continuou, falando sobre o braço partido da Sofia, a minha prima, e o resgate do gato dela. "Pedro, meu querido," a voz fraca da Sofia soou ao telefone, "muito obrigada. Sem vocês, eu e o Miau estaríamos mortos." Um sorriso amargo formou-se nos meus lábios. "Pedro," disse eu, a voz rouca, "a minha perna... foi amputada." Houve um silêncio. Depois, a sua impaciência explodiu. "E então? Eu sei que te magoaste, mas eu também não estava ocupado a ajudar? A Sofia também estava em perigo, qual é o problema de eu a ter ajudado primeiro?" Ele acusou-me de ser egoísta, de não ter compaixão, e de tentar terminar o noivado por capricho. Então, ele desligou-me na cara. Depois, bloqueou-me. Logo a seguir, o meu pai atendeu uma chamada em alta-voz do meu tio João. A voz zangada do meu tio encheu o quarto. "Miguel! Controla a tua filha! Que tipo de educação lhe deste? Ela está a ser uma criança mimada!" "Como é que ela ousa incomodar o Pedro num momento como este? O Pedro está a salvar a vida da minha filha, e a tua está a fazer um drama por causa de um arranhão!" Um arranhão? A minha perna amputada era um arranhão para ele. O meu pai tremeu de fúria, mas a dor no meu peito era mais avassaladora do que qualquer coisa que eu pudesse sentir na perna. A família que eu pensava ter, as pessoas que eu achava que me amavam, tinham-me mostrado as suas verdadeiras cores. Eu não era uma vítima. Eu era uma sobrevivente, e ia provar-lhes isso.

Introdução

Acordei no quarto silencioso do hospital, a minha perna esquerda amputada debaixo dos lençóis.

A televisão mostrava os destroços do terramoto que abalou a cidade, e o meu coração apertou-se.

Precisava de ouvir a voz do Pedro, o meu noivo.

Quando ele finalmente atendeu, a sua voz soava irritada e sem fôlego.

"O que foi? Estás a ligar-me agora? Estou super ocupado, o prédio da Sofia desabou!"

Ele continuou, falando sobre o braço partido da Sofia, a minha prima, e o resgate do gato dela.

"Pedro, meu querido," a voz fraca da Sofia soou ao telefone, "muito obrigada. Sem vocês, eu e o Miau estaríamos mortos."

Um sorriso amargo formou-se nos meus lábios.

"Pedro," disse eu, a voz rouca, "a minha perna... foi amputada."

Houve um silêncio.

Depois, a sua impaciência explodiu.

"E então? Eu sei que te magoaste, mas eu também não estava ocupado a ajudar? A Sofia também estava em perigo, qual é o problema de eu a ter ajudado primeiro?"

Ele acusou-me de ser egoísta, de não ter compaixão, e de tentar terminar o noivado por capricho.

Então, ele desligou-me na cara.

Depois, bloqueou-me.

Logo a seguir, o meu pai atendeu uma chamada em alta-voz do meu tio João.

A voz zangada do meu tio encheu o quarto.

"Miguel! Controla a tua filha! Que tipo de educação lhe deste? Ela está a ser uma criança mimada!"

"Como é que ela ousa incomodar o Pedro num momento como este? O Pedro está a salvar a vida da minha filha, e a tua está a fazer um drama por causa de um arranhão!"

Um arranhão?

A minha perna amputada era um arranhão para ele.

O meu pai tremeu de fúria, mas a dor no meu peito era mais avassaladora do que qualquer coisa que eu pudesse sentir na perna.

A família que eu pensava ter, as pessoas que eu achava que me amavam, tinham-me mostrado as suas verdadeiras cores.

Eu não era uma vítima.

Eu era uma sobrevivente, e ia provar-lhes isso.

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No dia do terceiro aniversário do meu filho, Lucas, o meu marido, Pedro, simplesmente não voltou para casa. Preparei o seu bolo favorito e enchi a sala com balões azuis, enquanto Lucas esperava, adormecendo no sofá com o seu pequeno carro de corrida. Liguei para o Pedro dezenas de vezes, mas só encontrei o silêncio do telemóvel desligado. O meu coração afundava a cada tentativa falhada, até que a campainha tocou, já perto da meia-noite. Corri para a porta, com a esperança a reacender-se, mas não era ele. Eram dois polícias, com expressões sérias, que trouxeram a notícia: Pedro sofrera um acidente de carro, estado crítico. O mundo parou, as palavras ecoavam na minha cabeça: "crítico", "acidente". Mas a próxima frase atingiu-me como um raio: "Havia outra pessoa no carro... uma mulher. Infelizmente, ela não sobreviveu." O nome dela? Clara Bastos. A ex-namorada de Pedro, aquela que ele jurou ter ficado no passado. Antes que eu pudesse processar a traição, a minha sogra, Dona Alice, subiu as escadas, o seu medo transformado em raiva pura. "A culpa é tua! Tu nunca o fizeste feliz! A Clara era o verdadeiro amor da vida dele! Se ele morrer, a culpa é tua!" As palavras dela, o facto de que toda a minha vida tinha sido uma farsa, atingiram-me mais do que qualquer golpe físico. O nosso casamento, o nosso filho... Seríamos apenas um obstáculo? Uma mentira? Senti o meu telemóvel vibrar no bolso: uma notificação de transferência bancária. Pedro tinha transferido quase todo o nosso dinheiro da conta conjunta para a sua conta pessoal, horas antes do acidente. Ele não me estava apenas a deixar; estava a deixar-me sem nada. Num piscar de olhos, a minha vida desmoronou-se. Mas eu não me ajoelharia. Enquanto a minha sogra me amaldiçoava, senti uma raiva fria a crescer. Não olhei para trás. A batalha pela minha vida e pela do meu filho tinha acabado de começar.

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