O Lado Sombrio do Cuidado

O Lado Sombrio do Cuidado

Gavin

5.0
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Capítulo

O cheiro de café requentado e perfume barato nunca me incomodou, mas naquela manhã, o silêncio era tão pesado que sufocava. Minhas quatro colegas de quarto – Ana, Bruna, Carla e Diana, as garotas da moda que viviam de risadas e me ridicularizavam – jaziam imóveis na sala, pálidas, com lábios azulados. O pânico me dominou, e me vi discando o número da emergência, sentindo o frio subir pela espinha enquanto gaguejava as palavras. Fui a única de pé, sem um arranhão, e a polícia, liderada pelo incrédulo Inspetor Ricardo, imediatamente me transformou na principal suspeita. Minhas memórias fragmentadas da noite anterior, o bilhete em minha caligrafia que eu não lembro de ter escrito, a gravação de Carla pedindo minha ajuda... tudo se virava contra mim. Mas a coisa mais estranha de tudo foi quando Ricardo me disse: "Ana já estava morta quando vocês saíram para o jantar de formatura." Como poderia ser? Eu a vi, eu falei com ela! Minha realidade começou a desmoronar. Ainda mais perturbador foi uma mensagem enigmática em meu celular: "Eles não podiam mais te machucar. Agora estamos seguras." A psicóloga Dra. Helena então revelou a assustadora verdade: eu tinha Transtorno Dissociativo de Identidade, e a "outra Sofia" – minha protetora – havia silenciado as vozes que me atormentavam por anos. A câmera escondida na sala confirmou: fui eu, ou uma parte de mim, quem as envenenou, observando friamente enquanto morriam. Agora, confinada em uma instituição psiquiátrica, vivo com um medo constante: se a "outra Sofia" eliminou todas as fontes de dor externa, o que acontecerá quando minha própria angústia interna se tornar insuportável e ela precisar me silenciar também?

Introdução

O cheiro de café requentado e perfume barato nunca me incomodou, mas naquela manhã, o silêncio era tão pesado que sufocava.

Minhas quatro colegas de quarto – Ana, Bruna, Carla e Diana, as garotas da moda que viviam de risadas e me ridicularizavam – jaziam imóveis na sala, pálidas, com lábios azulados.

O pânico me dominou, e me vi discando o número da emergência, sentindo o frio subir pela espinha enquanto gaguejava as palavras.

Fui a única de pé, sem um arranhão, e a polícia, liderada pelo incrédulo Inspetor Ricardo, imediatamente me transformou na principal suspeita.

Minhas memórias fragmentadas da noite anterior, o bilhete em minha caligrafia que eu não lembro de ter escrito, a gravação de Carla pedindo minha ajuda... tudo se virava contra mim.

Mas a coisa mais estranha de tudo foi quando Ricardo me disse: "Ana já estava morta quando vocês saíram para o jantar de formatura."

Como poderia ser? Eu a vi, eu falei com ela! Minha realidade começou a desmoronar.

Ainda mais perturbador foi uma mensagem enigmática em meu celular: "Eles não podiam mais te machucar. Agora estamos seguras."

A psicóloga Dra. Helena então revelou a assustadora verdade: eu tinha Transtorno Dissociativo de Identidade, e a "outra Sofia" – minha protetora – havia silenciado as vozes que me atormentavam por anos.

A câmera escondida na sala confirmou: fui eu, ou uma parte de mim, quem as envenenou, observando friamente enquanto morriam.

Agora, confinada em uma instituição psiquiátrica, vivo com um medo constante: se a "outra Sofia" eliminou todas as fontes de dor externa, o que acontecerá quando minha própria angústia interna se tornar insuportável e ela precisar me silenciar também?

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No dia do terceiro aniversário do meu filho, Lucas, o meu marido, Pedro, simplesmente não voltou para casa. Preparei o seu bolo favorito e enchi a sala com balões azuis, enquanto Lucas esperava, adormecendo no sofá com o seu pequeno carro de corrida. Liguei para o Pedro dezenas de vezes, mas só encontrei o silêncio do telemóvel desligado. O meu coração afundava a cada tentativa falhada, até que a campainha tocou, já perto da meia-noite. Corri para a porta, com a esperança a reacender-se, mas não era ele. Eram dois polícias, com expressões sérias, que trouxeram a notícia: Pedro sofrera um acidente de carro, estado crítico. O mundo parou, as palavras ecoavam na minha cabeça: "crítico", "acidente". Mas a próxima frase atingiu-me como um raio: "Havia outra pessoa no carro... uma mulher. Infelizmente, ela não sobreviveu." O nome dela? Clara Bastos. A ex-namorada de Pedro, aquela que ele jurou ter ficado no passado. Antes que eu pudesse processar a traição, a minha sogra, Dona Alice, subiu as escadas, o seu medo transformado em raiva pura. "A culpa é tua! Tu nunca o fizeste feliz! A Clara era o verdadeiro amor da vida dele! Se ele morrer, a culpa é tua!" As palavras dela, o facto de que toda a minha vida tinha sido uma farsa, atingiram-me mais do que qualquer golpe físico. O nosso casamento, o nosso filho... Seríamos apenas um obstáculo? Uma mentira? Senti o meu telemóvel vibrar no bolso: uma notificação de transferência bancária. Pedro tinha transferido quase todo o nosso dinheiro da conta conjunta para a sua conta pessoal, horas antes do acidente. Ele não me estava apenas a deixar; estava a deixar-me sem nada. Num piscar de olhos, a minha vida desmoronou-se. Mas eu não me ajoelharia. Enquanto a minha sogra me amaldiçoava, senti uma raiva fria a crescer. Não olhei para trás. A batalha pela minha vida e pela do meu filho tinha acabado de começar.

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