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Pesadelo Conjugal: O Despertar

Pesadelo Conjugal: O Despertar

João Silva encontrou um panfleto perturbador na gaveta da cozinha, anunciando uma "escola de reabilitação comportamental" para crianças. Seu filho Pedro, de apenas seis anos, não precisava de reabilitação, mas a voz gélida de sua esposa Maria confirmou que ela havia matriculado o menino por ter quebrado o relógio caro do amigo dela, Miguel. O mundo de João desabou ao chegar à "escola": um prédio cinzento e cercado por arame farpado. Ele invadiu o local, encontrando Pedro inerte, pálido, com fios conectados à cabeça e braços, e uma máquina de eletrochoque ao lado da cama. Seu filho estava em coma. Um enfermeiro gaguejou desculpas, mencionando "protocolo de contenção" e "dosagem alta demais". Em meio ao desespero, João ligou para Maria, mas só obteve sua caixa postal. Ao ligar para Miguel, ouviu a risada de Maria ao fundo. "Diz que eu não posso falar, amor. Estamos comemorando", sussurrou ela. No mesmo instante, uma mensagem de Maria para um grupo de amigas, que o incluiu por engano, mostrava uma foto dela sorrindo, abraçada a Miguel, com a mão na barriga e a legenda: "Finalmente vamos ter nossa própria família! Grávida do homem da minha vida!" João caiu de joelhos, segurando a mão de seu filho em coma. A traição brutal e a destruição de sua família o afogaram em uma dor indescritível e em um profundo sentimento de injustiça. Naquele momento, uma fúria fria começou a borbulhar, substituindo a dor avassaladora. João sabia o que precisava fazer. Ele tiraria seu filho dali, acabaria com seu casamento e garantiria que Maria e Miguel pagassem por tudo que haviam feito.
Vingança Silenciosa

Vingança Silenciosa

Clara estava sentada na beirada da cama, sua vida uma prisão de luxo imposta por Heitor, seu tutor e algoz. Após retornar da "escola de reeducação", um inferno disfarçado, ela reaprendeu a não sentir. A chegada de Sofia, a noiva de Heitor, transformou sua existência em um pesadelo ainda maior. Um "acidente" armado por Sofia, que derrubou suco em Clara - evocando memórias aterrorizantes de torturas com água gelada na instituição - foi o estopim. Heitor, cegado pela manipulação de Sofia, a puniu cruelmente, enviando-a de volta ao que ele chamava de "escola", um lugar onde ela quase não saiu viva da última vez. Semanas de tormento transformaram Clara em uma casca vazia, submissa, seu espírito esmagado. No entanto, uma pontinha de esperança nasceu: ela começou a guardar cada centavo para fugir. Sofia, percebendo seu plano, a encurralou na noite de uma festa, ameaçando revelar tudo a Heitor se Clara não colaborasse. Presa, humilhada e sem voz para se defender, Clara foi forçada a encenar a família feliz, culminando em uma farsa pública onde a manipulação de Sofia a colocou, mais uma vez, sob a ira de Heitor. As agressões e humilhações se tornaram a sua rotina, mas a cereja do bolo foi a descoberta da perda da voz, tirada por uma cirurgia orquestrada por Sofia. Naquela noite, depois de mais uma cena de manipulação por Sofia, Heitor, cego de fúria, a arrastou para fora da mansão e a jogou na rua como lixo. Desesperada e sem esperança, Clara caminhou em direção a uma ponte, onde a dor finalmente a libertaria. Sua morte brutal, no entanto, foi o catalisador para uma verdade ainda mais devastadora: Heitor descobriu que Clara foi estuprada, teve seu útero removido e deu à luz um filho seu, roubado por Sofia. A fúria de Heitor não conheceu limites. Impulsionado por uma culpa avassaladora e um desejo ardente de vingança, ele desvendou os segredos sombrios de Sofia e da instituição de reeducação. Agora, Heitor está determinado a pagar por sua cegueira e trazer Clara de volta, mesmo que para isso ele tenha que sentir toda a dor que ela suportou. Será que o preço da redenção será a sua própria destruição?
Sua Obsessão Cruel, a Agonia Dela

Sua Obsessão Cruel, a Agonia Dela

Meu irmão mais novo, Ernesto, estava amarrado a uma cadeira de metal, convulsionando, seu rosto um azul fantasmagórico. Eu estava de joelhos, implorando a Caio Alcântara, o homem que um dia amei, para parar. Ele olhou para mim de cima, seu rosto bonito uma máscara de fria indiferença, e me ofereceu uma escolha: cem chibatadas para mim, ou Ernesto tomaria o meu lugar. Ele disse que Isabela, a mulher que era a minha cópia e por quem ele agora estava obcecado, precisava ser acalmada. Ele a chamava de sua "terapia", alegando que minha desobediência a perturbava. Eu o lembrei que Ernesto tinha fibrose cística, seu corpo já tão fraco, mas Caio zombou, dizendo que a dor dele era muito maior. Ernesto, mal consciente, sussurrou: "Não... não faça isso por mim." Mas eu concordei com o chicote, apenas pela medicação dele. A expressão de Caio se suavizou, me puxando para uma cruel ilusão de segurança. Então, seu sorriso desapareceu. "Você entendeu errado", ele sussurrou, seus olhos brilhando. "Você não escolhe quem leva a punição. Você só concorda com ela." Ele apontou para Ernesto. "Ele vai levar as chibatadas por você." Eu gritei, lutando para proteger meu irmão, mas Caio me segurou com força, pressionando meu rosto contra seu peito. Eu não podia ver, mas ouvi tudo: o estalo agudo do chicote, o baque surdo e doentio, o gemido sufocado de Ernesto. De novo e de novo. O homem que eu amava era um monstro, encontrando prazer na minha dor.
Almas Gêmeas, Destinos Cruzados

Almas Gêmeas, Destinos Cruzados

Eu flutuo no ar frio da velha mansão, um fantasma da minha própria tragédia. Três anos se passaram desde que morri aqui, jogada no poço. Para o mundo, sou Luana, a garota que tirou a própria vida, uma história barata para assustar turistas. Mas esta noite, minha família está aqui, e eles não vieram rezar pela minha alma. Eles vieram para me expor, para humilhar minha memória publicamente em uma transmissão ao vivo. Minha mãe e Sofia, minha irmã adotiva, encenam uma farsa diante das câmeras, me acusando de tudo que é mal. Meu pai e meu irmão me chamam de "desprezível" , desejando que eu estivesse "morta de verdade" para acabar com o sofrimento deles. Mal sabem eles que o desejo cruel de meu pai já foi atendido. Enquanto Zé Coragem, um caçador de mitos da internet, vasculha o poço onde supostamente me suicidei, minha família inventa acusações bizarras de feitiçaria e roubo para justificar sua crueldade. Eles querem me transformar em um monstro para apagar qualquer vestígio da verdade. Eu observo tudo, uma espectadora silenciosa da minha própria difamação, sentindo a injustiça que me corrói. Eu queria gritar, queria dizer a eles que a vítima sempre fui eu. Mas fantasmas não têm voz. No entanto, eles não sabem que o sótão guarda um segredo, um refúgio da minha infância repleto de memórias. Minha antiga boneca, Aurora, esconde a verdade que todos ignoraram, com gravações da minha voz revelando a doçura e a inocência que eles suprimiram. E agora, era a hora de mudar tudo.
A Dor da Mulher Traída

A Dor da Mulher Traída

Na sala fria do hospital, um sorriso de satisfação moldava o rosto de João. A cirurgia de Clara, sua filha e de sua amante Sofia, era um sucesso. Mas o Dr. Ricardo, seu cúmplice, tinha os olhos cheios de medo. "O que fizemos é monstruoso, João! Usamos sua esposa e seu filho como... peças de reposição!" Minha mente não conseguia processar. Maria? Pedro? Peças de reposição?! Ele riu, um som seco e arrogante. "Maria me ama. Acredita em tudo que digo. Vai pensar que foi um milagre que todos sobreviveram ao 'acidente'." Meu mundo desabou ao ouvir cada palavra, minha dor física eclipsada pela dor avassaladora da traição. Como fui tão cega? O monstro dormia ao meu lado todas as noites. Pedro, meu filho de sete anos, tremia ao meu lado, seus olhos inocentes arregalados em um terror quebrado. "Sofia, meu amor," ouvi João dizer ao telefone, a voz cheia de um carinho falso. "Clara está salva. Vocês duas podem voltar para casa. Para a nossa casa." Recuei, puxando Pedro comigo. Eu tinha que esconder a verdade em meus olhos, para que ele não soubesse que eu sabia. Quando ele nos viu, o pânico brilhou em seus olhos por um segundo. "O que vocês ouviram?" Tive que mentir, a voz surpreendentemente firme. "Nós só… só viemos te procurar. Eu estava tonta." Ele nem suspeitava. "Com a melhora da Clara, pensei que talvez fosse uma boa hora para elas virem ficar conosco por um tempo." A audácia dele queimou em mim, mas minha máscara permaneceu calma. Pedro se encolheu atrás de mim. "Claro," eu disse, sem emoção. "Por que não?" Ele sorriu, completamente alheio à tempestade que eu estava me preparando para liberar. As lágrimas finalmente escorreram quando ele se afastou. "Mãe, não chora", Pedro sussurrou, suas pequenas mãos me apertando. "Nós vamos embora, não vamos?" "Sim, meu amor", prometi. "Para bem longe daqui." Naquela noite, Pedro rasgou todas as fotos do pai de seu diário. "Papai mentiu. Não teve acidente. Ele me machucou. Ele machucou a mamãe. Eu odeio ele. Eu não tenho mais um pai." Ver a dor do meu filho solidificou minha decisão. Não era mais sobre ir embora. Era sobre justiça. "Nós vamos embora, Pedro", eu disse, minha voz dura como aço. "E ele vai pagar por cada lágrima que você derramou."
Ana: O Preço da Exposição

Ana: O Preço da Exposição

A notificação piscou. Um link de um velho amigo da faculdade, Leo: "Hilário" . Curioso, cliquei. A página carregou, escura, com um logotipo estranho: uma máscara estilizada. O nome do site? "O Clube Secreto" . Uma sensação estranha apertou meu estômago. Aquilo não parecia um site de memes. Não era. Um feed de imagens e gifs apareceu. Fotos de mulheres, claramente tiradas sem consentimento. Em academias, no transporte público, provadores de loja. Legendas nojentas. "Olha a vizinha gostosa do 302." "Manda mais!" Senti uma onda de repulsa. Eu já ia fechar a aba quando uma imagem em particular me fez parar. Granulada, mal tirada. Uma mulher dormindo, de lado, em uma cama. Quase toda coberta pelo lençol, mas o rosto visível. Meu coração parou. Não podia ser. Mas então meus olhos focaram em um detalhe: um pequeno ponto prateado brilhando em seu pescoço. Um colar. Com um pingente minúsculo em forma de lua. O colar que eu dei para Ana no nosso aniversário de cinco anos de noivado. Minha Ana. A mulher com quem eu ia me casar em seis meses. O ar sumiu dos meus pulmões. As mãos tremiam. Eu ampliei a imagem, rezando para estar errado. Era ela. Cada detalhe. A pequena pinta perto do lábio. O cabelo caindo sobre o travesseiro. Um zumbido começou nos meus ouvidos. Rolei para os comentários: "Essa aí tem cara de quem gosta." "Quem foi o sortudo que pegou?" "O noivo dela deve ser um corno manso." A última frase me atingiu como um soco. Humilhação e uma raiva cega tomaram conta de mim. Quem tirou aquela foto? Ela me traiu? Quem estava com ela? Eu não podia explodir. Não ainda. Eu precisava de provas. Gravei a tela. Cada comentário, cada imagem. Salvei em uma pasta escondida. Meu celular vibrou. Uma mensagem de Ana: "Pensando em você, meu amor. Mal posso esperar pra chegar em casa." Acompanhado de um emoji de coração. Olhei para a tela do celular, para as palavras de carinho, e depois para a tela do computador, para sua imagem exposta. A dissonância era avassaladora. Fui sufocado. Um nó na garganta. Tive que me segurar na mesa. Ana. A mulher que me mandava mensagem de amor. A mulher objetificada naquele esgoto online. Ou talvez, o mais aterrorizante: ela não fosse a mulher que eu pensava conhecer. Não dormi naquela noite. Nem por um minuto. Ana entrou em casa. Me encontrou no escuro, tensa. "Ricardo! Meu Deus, que susto! O que você está fazendo acordado?" Ela acendeu a luz. Pálida, com olheiras. Cansada. "A reunião se estendeu muito. Foi um inferno. Estou morta." Ela se aproximou para me beijar, mas eu me afastei instintivamente. Ela parou, confusa. "O que foi? Aconteceu alguma coisa?" Eu queria gritar. Jogar o laptop na cara dela. Mas as palavras não saíam. Eu apenas a encarei. "Nada. Só não consegui dormir." Minha voz soou oca. Ela tocou minha testa. "Você está bem? Parece pálido." Afastei sua mão. "Estou bem. Só cansado. Vou para a cama." Fui para o quarto sem olhar para trás. Minutos depois, ela entrou, deitou ao meu lado. "Boa noite, meu amor" , ela sussurrou. Eu não respondi. Apenas fiquei ali, rígido. Como ela podia dormir tão tranquilamente? A imagem da foto voltou: Ana dormindo, vulnerável, fotografada por alguém. E agora, dormindo ao meu lado. Quem é você, Ana? Quem é você de verdade? Naquela manhã, tomei uma decisão. Não ia confrontá-la. Não ainda. Eu ia descobrir a verdade sozinho. Abri o laptop. Comecei a pesquisar. Eu ia descobrir o que ela estava escondendo, custe o que custar. Os dias foram um inferno silencioso. Eu a observava, fingindo normalidade. Ela não notava, ou atribuía ao estresse. Me beijava, mandava mensagens carinhosas. Cada gesto de ternura dela era sal na minha ferida. Eu era um fantasma. Enquanto ela dormia, eu me tornava um detetive. O extrato do cartão de crédito dela. Despesas normais, mas algumas anomalias. Aplicativos de transporte em horários e lugares estranhos. Um hotel no centro, duas semanas atrás. No dia que ela disse que ficaria no escritório para uma "reunião importante" . Imprimi os extratos. Circulei as anomalias. Um padrão surgiu: sempre nas noites de terça ou quinta. O nó no meu estômago apertava. A traição parecia real, metódica. Não era um deslize. Era um plano. Eu precisava de mais. Provas irrefutáveis. Contratei uma detetive particular. Sofia. "Você tem certeza de que quer fazer isso, Ricardo? Às vezes, é melhor não saber." "Eu preciso saber" , respondi. Ela assentiu. "Ok. Me dê uma semana." Paguei em dinheiro. Saí oco. Eu tinha acabado de contratar alguém para destruir o que restava do meu mundo. A semana seguinte foi a mais longa da minha vida. Eu era um zumbi, esperando o golpe final. Finalmente, a mensagem de Sofia: só um anexo. Minhas mãos tremiam quando abri o arquivo. A foto: Ana sentada em um café, sorrindo. Um sorriso que eu não via há muito tempo. Mas ela não estava sorrindo para mim. Na frente dela, um homem segurando sua mão. Eu o reconheci. Pedro. O irmão da Ana. Eles não pareciam irmãos distantes. Pareciam um casal. Meu sangue gelou. Traição com o próprio irmão dela? Doentio, repulsivo. Uma segunda mensagem de Sofia: "Ficaram no café por uma hora. Depois foram para um hotel aqui perto. Ficaram lá por cinco horas. Ela saiu usando outra roupa." Li a mensagem. As palavras dançavam. Cinco horas. Outra roupa. O que mais eu precisava saber? A tela do celular se apagou. Vi meu reflexo: um estranho. Um homem derrotado. Fechei os olhos. Verdade. Um buraco negro. Anos de amor, de confiança, de planos. Tudo mentira. O que eu faria? Minha mente era um turbilhão de raiva e dor. Meu laptop apitou. Notificação do "Clube Secreto" . Com o coração pesado, abri. A discussão sobre a foto de Ana tinha sido reavivada. "Mestre69" postou um novo comentário: "A vagabunda dormindo foi bom, mas quero mais. Quero ver ação." "VoyeurSP" respondeu: "@ReiNoite, cadê você? Prometeu mais material." E então, "ReiNoite" respondeu. Minha raiva ferveu. "Calma, pessoal. O melhor está por vir. A mercadoria é de primeira, tem que ser preparada com cuidado." Junto com a mensagem, uma nova foto. Não de Ana. Mas um objeto que eu conhecia muito bem. Era o colar de lua. O da primeira foto. Mas desta vez, sobre uma mesa de madeira escura, ao lado de um copo de uísque e um cinzeiro. Senti um calafrio. Aquele colar nunca saía do pescoço de Ana. Ela o amava. Para estar ali, significava... que ela o tinha dado para aquele homem. Ou pior, ele o tinha tirado dela. A prova era inegável. O homem do fórum, o "ReiNoite" , era o mesmo homem com quem ela estava se encontrando. Pedro. O irmão dela. A conversa no fórum continuou. Cada vez mais depravada. "Preparar como?" , perguntou um usuário. "Tem que ser um vídeo bom. Sem censura." "Mestre69" : "Se ela for difícil, um remedinho na bebida resolve. Um 'boa noite, Cinderela' e ela fica mansinha. Aí dá pra fazer o que quiser, gravar tudo." "Isso! Bota pra dormir e a festa começa!" "A gente pode até fazer uma visita em grupo." O horror me paralisou. Estavam planejando drogar e estuprar Ana. E o irmão dela estava no centro de tudo. Uma fúria primordial explodiu dentro de mim. Não era mais sobre traição. Era sobre perigo. Ana estava em perigo iminente. Eu tinha que fazer alguma coisa. Agora. Peguei o celular para ligar para a polícia, mas hesitei. E se isso assustasse Pedro? Não. Eu mesmo tinha que impedi-lo. Levantei-me. A cama dela estava vazia. O carro dela não estava na garagem. Meu coração martelava no peito. Onde ela foi? O plano deles já estava em andamento? A imagem de Ana, drogada e indefesa. Tinha que encontrá-la. Antes que fosse tarde demais. Liguei para Ana. Caixa postal. De novo. E de novo. "Merda, merda, merda!" , gritei para o apartamento vazio. Lembrei-me: um aplicativo de rastreamento no celular dela. Instalei depois que o carro dela foi roubado. Com as mãos trêmulas, abri o aplicativo. A tela de mapa carregou. Um pequeno ponto vermelho piscou. Meu coração afundou. O ponto estava parado em um endereço na zona portuária. Galpões abandonados. Ruas mal iluminadas. Não havia motivo para Ana estar ali. A menos que ela tivesse sido levada para lá. Peguei as chaves do carro. Saí correndo. Dirigi como um louco. Costurando entre os carros. Ignorando semáforos. Cheguei à rua indicada. Galpões enferrujados. Janelas quebradas. Desliguei os faróis. Parei o carro a uma distância segura. O GPS indicava um grande galpão de tijolos. Não havia luzes, nem barulho. Abandonado. Saí do carro. Esgueirei-me pelas sombras. Uma pequena janela lateral. Limpei um pedaço do vidro. Olhei para dentro. Escuro. Mas a luz da lua entrava por uma claraboia. E então eu a vi. Ana. De pé, no centro do galpão. O mesmo vestido branco. E ela não estava sozinha. Ao lado dela, o braço em volta de sua cintura: Pedro. E o que vi em seguida quebrou o que restava do meu coração. Ana se virou para ele, sorriu e o beijou. Não um beijo de irmão. Um beijo longo, apaixonado. A cena me paralisou. A raiva virou um vazio gelado. Tudo era mentira. Ela não era uma vítima. Ela era cúmplice. Uma fúria cega tomou conta de mim. O som do meu próprio sangue pulsando nos ouvidos. Pura dor e raiva. Empurrei a porta do carro. Saí correndo em direção ao galpão. Eu ia acabar com aquilo. Eu ia fazê-los pagar. A poucos metros da porta, uma dor aguda, explosiva, na parte de trás da minha cabeça. O mundo girou. Luzes brancas. Minhas pernas cederam. Caí de joelhos. Escuridão. A última coisa: um par de botas parando na minha frente. E, ao longe, o rosto de Ana, me observando, sem nenhuma expressão, enquanto eu caía. Meu último pensamento: ela sabia. Ela fez parte disso. Isso foi uma armadilha. Acordei com um cheiro forte de mofo e poeira. A cabeça latejando. Escuridão. Tentei me mover. Mãos e pés amarrados a uma cadeira. Pânico. Lutei contra as cordas. Consegui afrouxar o nó dos pulsos. Depois, os pés. Levantei-me, tonto. No mesmo galpão. Vazio. Eles tinham ido embora. Consegui dirigir de volta para casa. Entrei no apartamento. Joguei-me no sofá. Não disse uma palavra. Apenas ali, olhando para o nada. A manhã chegou. A escuridão não se dissipou. Ana entrou. Cansada, mas agindo como se nada tivesse acontecido. "Bom dia, amor. Nossa, a reunião de ontem foi brutal. Mal consegui escapar." Ela se aproximou, mas eu não me movi. Fiquei em silêncio. Ela parou, sentindo a tensão. "Ricardo? O que aconteceu? Você está com uma cara péssima. E... o que é isso na sua cabeça?" Ela estendeu a mão. Eu me afastei bruscamente. Encontrei minha voz. Baixa, rouca. "Onde você estava, Ana?" Ela piscou, surpresa. "Eu já disse, na reunião. Foi no escritório do centro, por quê?" "Não mente pra mim" , eu disse, levantando a voz, "Não mais." Levantei. Peguei meu celular. Abri a galeria. Joguei o aparelho no colo dela. A foto que Sofia tirou. "Você estava aqui, não estava? Com ele." Ana olhou para a foto. Seu rosto ficou pálido. Mas vi raiva em seus olhos. "Você me seguiu?" , ela gritou. "Você contratou alguém para me espionar? Você não confia em mim?" Ela se levantou. Jogou o celular no chão com força. A tela se estilhaçou. "Depois de tudo que passamos, é assim que você me trata? Com desconfiança?" Lágrimas começaram a brotar. Eu já vira aquela atuação. Era uma performance. "Eu não acredito nisso" , ela soluçou, cobrindo o rosto. "Eu me mato de trabalhar, e você acha que estou te traindo?" Ela era boa. Mas então, uma imagem clara. O homem que me atacou. O rosto dele. Ele estava com ela e Pedro no galpão. Eles estavam juntos. Os três. "O homem que me bateu" , eu disse, a voz fria. "Ele estava com vocês. Eu vi." Ana parou de chorar. Seu rosto ficou vazio. Uma frieza calculista em seus olhos. A verdade me atingiu. Ela não apenas me traiu. Ela e o irmão dela, e aquele outro homem, armaram para mim. Eles me atraíram. Queriam me machucar. Ou pior. Eu quase morri. Olhei para a tela quebrada do meu celular. Um espelho do nosso relacionamento. Estilhaçado. O amor se transformou em pó. Restava o vazio gelado da sobrevivência.
O Lado Sombrio do Cuidado

O Lado Sombrio do Cuidado

O cheiro de café requentado e perfume barato nunca me incomodou, mas naquela manhã, o silêncio era tão pesado que sufocava. Minhas quatro colegas de quarto – Ana, Bruna, Carla e Diana, as garotas da moda que viviam de risadas e me ridicularizavam – jaziam imóveis na sala, pálidas, com lábios azulados. O pânico me dominou, e me vi discando o número da emergência, sentindo o frio subir pela espinha enquanto gaguejava as palavras. Fui a única de pé, sem um arranhão, e a polícia, liderada pelo incrédulo Inspetor Ricardo, imediatamente me transformou na principal suspeita. Minhas memórias fragmentadas da noite anterior, o bilhete em minha caligrafia que eu não lembro de ter escrito, a gravação de Carla pedindo minha ajuda… tudo se virava contra mim. Mas a coisa mais estranha de tudo foi quando Ricardo me disse: "Ana já estava morta quando vocês saíram para o jantar de formatura." Como poderia ser? Eu a vi, eu falei com ela! Minha realidade começou a desmoronar. Ainda mais perturbador foi uma mensagem enigmática em meu celular: "Eles não podiam mais te machucar. Agora estamos seguras." A psicóloga Dra. Helena então revelou a assustadora verdade: eu tinha Transtorno Dissociativo de Identidade, e a "outra Sofia" – minha protetora – havia silenciado as vozes que me atormentavam por anos. A câmera escondida na sala confirmou: fui eu, ou uma parte de mim, quem as envenenou, observando friamente enquanto morriam. Agora, confinada em uma instituição psiquiátrica, vivo com um medo constante: se a "outra Sofia" eliminou todas as fontes de dor externa, o que acontecerá quando minha própria angústia interna se tornar insuportável e ela precisar me silenciar também?