O ar frio do hospital sempre me pareceu familiar, quase um abraço gélido em meio à rotina exaustiva de médica, e Lucas, meu noivo, era o sol na minha vida. Éramos o casal perfeito: anos de cumplicidade, sonhos de casa com jardim e filhos, tudo parecia se encaixar. Naquela manhã, meu pingente de presente dele brilhava no meu pescoço, simbolizando a segurança que ele me dava. De repente, a voz adocicada de Sofia, uma estudante de artes ousada e que eu conhecia vagamente de eventos sociais, cortou o silêncio. Ela se inclinou sobre minha mesa, o perfume forte enchendo o ar. "Aquele seu colar... é lindo. Foi o Lucas que te deu?" , sussurrou ela, com uma intimidade que me arrepiou. Meu desconforto aumentou quando ela, sem cerimônia, revelou detalhes do "jantar de trabalho" de Lucas com ela, no La Mar, e exibiu uma pulseira idêntica à minha, presenteada por ele, dizendo que era a "estrela guia" dele. A raiva me subiu à garganta. No meu ambiente de trabalho, diante dos meus colegas, ela esfregava a traição na minha cara, com uma arrogância que me nauseava. "As coisas estavam muito tensas em casa", as palavras dela ecoavam, machucando mais que um tapa. Lucas mentiu. Meu noivo, meu porto seguro, me traía. A vida que eu construíra desmoronava sob meus pés, e eu, a médica capaz de lidar com qualquer emergência, me sentia impotente diante da dor da traição. Como ele pôde? Como o homem que me abraçou e consolou, o pai dos meus futuros filhos, podia ser a fonte de tanta dor? A ironia era sufocante. Eu tinha investido minhas economias, meu tempo, minha própria capacidade de ser mãe por ele. A felicidade que eu pensava ter alcançado era uma farsa cruel. Naquele instante, quando vi o celular dele vibrar com o nome "Sofia" , e ele gaguejar uma desculpa esfarrapada, a dor se transformou em uma calma fria e cortante. Não era hora de chorar. Era hora de agir. Meu cérebro, treinado para resolver problemas sob pressão, entrou em modo de ataque. Eu não ia ser vítima. Eu ia lutar.
O ar frio do hospital sempre me pareceu familiar, quase um abraço gélido em meio à rotina exaustiva de médica, e Lucas, meu noivo, era o sol na minha vida. Éramos o casal perfeito: anos de cumplicidade, sonhos de casa com jardim e filhos, tudo parecia se encaixar. Naquela manhã, meu pingente de presente dele brilhava no meu pescoço, simbolizando a segurança que ele me dava.
De repente, a voz adocicada de Sofia, uma estudante de artes ousada e que eu conhecia vagamente de eventos sociais, cortou o silêncio. Ela se inclinou sobre minha mesa, o perfume forte enchendo o ar. "Aquele seu colar... é lindo. Foi o Lucas que te deu?" , sussurrou ela, com uma intimidade que me arrepiou. Meu desconforto aumentou quando ela, sem cerimônia, revelou detalhes do "jantar de trabalho" de Lucas com ela, no La Mar, e exibiu uma pulseira idêntica à minha, presenteada por ele, dizendo que era a "estrela guia" dele.
A raiva me subiu à garganta. No meu ambiente de trabalho, diante dos meus colegas, ela esfregava a traição na minha cara, com uma arrogância que me nauseava. "As coisas estavam muito tensas em casa", as palavras dela ecoavam, machucando mais que um tapa. Lucas mentiu. Meu noivo, meu porto seguro, me traía. A vida que eu construíra desmoronava sob meus pés, e eu, a médica capaz de lidar com qualquer emergência, me sentia impotente diante da dor da traição.
Como ele pôde? Como o homem que me abraçou e consolou, o pai dos meus futuros filhos, podia ser a fonte de tanta dor? A ironia era sufocante. Eu tinha investido minhas economias, meu tempo, minha própria capacidade de ser mãe por ele. A felicidade que eu pensava ter alcançado era uma farsa cruel.
Naquele instante, quando vi o celular dele vibrar com o nome "Sofia" , e ele gaguejar uma desculpa esfarrapada, a dor se transformou em uma calma fria e cortante. Não era hora de chorar. Era hora de agir. Meu cérebro, treinado para resolver problemas sob pressão, entrou em modo de ataque. Eu não ia ser vítima. Eu ia lutar.
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