O Retorno de Maria: Sem Arrependimentos

O Retorno de Maria: Sem Arrependimentos

Gavin

5.0
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Capítulo

Aos setenta anos, Maria chafurdava na solidão gelada de um hospital. O cheiro da morte era sufocante, misturado ao ranço de arrependimento e abandono. Seus ossos doíam, um lembrete constante de uma vida de sacrifícios por João e pelos filhos que a descartaram como lixo. A vaga na faculdade de medicina, o sonho de uma vida inteira, foi trocada por noites em claro cuidando de João após sua queda na montanha. Ele prometeu amor eterno, mas essas promessas viraram pó. Os filhos, criados com amor incondicional, a despacharam para aquele asilo disfarçado de hospital, roubando suas economias para luxos próprios. A punhalada final veio de João, seu marido por cinquenta anos. Ele veio pedir o divórcio, de mãos dadas com Sofia, sua "alma gêmea", a mesma mulher que ele sussurrava no delírio da febre. "Ele disse que devia a si mesmo ser feliz em seus últimos anos. E a felicidade dele não a incluía." Até os filhos o apoiaram, chamando-a de amarga, difícil, merecedora da solidão. Naquele momento, um ódio frio e profundo floresceu em seu peito, por todos eles e, acima de tudo, por si mesma, por sua estupidez e sua vida desperdiçada. "Se eu pudesse voltar...", ela sussurrou para o teto, as lágrimas secas. "Se eu tivesse outra chance, eu nunca... nunca mais cometeria o mesmo erro." A escuridão a engoliu, o monitor cardíaco silenciou. Então, um grito agudo cortou o silêncio: "Socorro! Alguém me ajude!" Maria abriu os olhos, ofegante. Ela estava de volta. Jovem, forte, viva. Na montanha. E lá estava ele, João, pendurado precariamente na beira do penhasco. "Maria! Pelo amor de Deus, me ajude! Eu vou cair!" Na vida passada, ela o salvara. Agora, vendo o pânico em seus olhos, ela se lembrou da traição, do desprezo. A garota ingênua queria salvá-lo. A mulher de setenta anos gritava: "Não faça isso. Deixe-o ir. Salve a si mesma." "Por que eu deveria?", ela perguntou, a voz firme e letal, seus olhos encontrando os dele, não vendo mais o garoto que amava, mas o monstro que a devoraria. O passado estava reescrito.

Introdução

Aos setenta anos, Maria chafurdava na solidão gelada de um hospital.

O cheiro da morte era sufocante, misturado ao ranço de arrependimento e abandono.

Seus ossos doíam, um lembrete constante de uma vida de sacrifícios por João e pelos filhos que a descartaram como lixo.

A vaga na faculdade de medicina, o sonho de uma vida inteira, foi trocada por noites em claro cuidando de João após sua queda na montanha.

Ele prometeu amor eterno, mas essas promessas viraram pó.

Os filhos, criados com amor incondicional, a despacharam para aquele asilo disfarçado de hospital, roubando suas economias para luxos próprios.

A punhalada final veio de João, seu marido por cinquenta anos.

Ele veio pedir o divórcio, de mãos dadas com Sofia, sua "alma gêmea", a mesma mulher que ele sussurrava no delírio da febre.

"Ele disse que devia a si mesmo ser feliz em seus últimos anos. E a felicidade dele não a incluía."

Até os filhos o apoiaram, chamando-a de amarga, difícil, merecedora da solidão.

Naquele momento, um ódio frio e profundo floresceu em seu peito, por todos eles e, acima de tudo, por si mesma, por sua estupidez e sua vida desperdiçada.

"Se eu pudesse voltar...", ela sussurrou para o teto, as lágrimas secas.

"Se eu tivesse outra chance, eu nunca... nunca mais cometeria o mesmo erro."

A escuridão a engoliu, o monitor cardíaco silenciou.

Então, um grito agudo cortou o silêncio: "Socorro! Alguém me ajude!"

Maria abriu os olhos, ofegante.

Ela estava de volta.

Jovem, forte, viva.

Na montanha.

E lá estava ele, João, pendurado precariamente na beira do penhasco.

"Maria! Pelo amor de Deus, me ajude! Eu vou cair!"

Na vida passada, ela o salvara.

Agora, vendo o pânico em seus olhos, ela se lembrou da traição, do desprezo.

A garota ingênua queria salvá-lo.

A mulher de setenta anos gritava: "Não faça isso. Deixe-o ir. Salve a si mesma."

"Por que eu deveria?", ela perguntou, a voz firme e letal, seus olhos encontrando os dele, não vendo mais o garoto que amava, mas o monstro que a devoraria.

O passado estava reescrito.

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