Divórcio, Renascimento e Doce Sucesso

Divórcio, Renascimento e Doce Sucesso

Gavin

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Capítulo

A última coisa de que me lembro foi a dor ofuscante atrás dos meus olhos, e depois a escuridão. Quando os abri novamente, eu estava de volta na minha cama, vinte e cinco anos mais jovem, antes de minha vida se tornar um casamento de fachada com Augusto Sampaio, um Senador da República que me via apenas como um troféu político. Uma memória dolorosa veio à tona: minha morte por um aneurisma, causado por anos de uma tristeza silenciosa. Eu tinha visto uma foto de Augusto, sua namorada da faculdade, Helena, e nosso filho, Caio, em um retiro de família, parecendo a família perfeita. Fui eu quem tirou a foto. Saltei da cama, sabendo que aquele era o dia daquele retiro. Corri para o aeródromo particular, desesperada para impedi-los. Eu os vi lá, banhados pela luz da manhã: Augusto, Caio e Helena, parecendo uma família perfeita e feliz. - Augusto! - gritei, minha voz rouca. O sorriso dele desapareceu. - Carolina, o que você está fazendo aqui? Pare com esse escândalo. Ignorei-o, confrontando Helena. - Quem é você? E por que está indo na viagem da minha família? Caio então se chocou contra mim, gritando: - Vai embora! Você está estragando nossa viagem com a tia Helena! - Ele debochou. - Porque você é uma chata. A tia Helena é inteligente e divertida. Diferente de você. Augusto sibilou: - Olha o que você fez. Você chateou a Helena. Você está me envergonhando. Suas palavras me esmagaram de uma forma que nenhum soco conseguiria. Eu passei anos sacrificando meus sonhos para ser a esposa e mãe perfeita, apenas para ser vista como uma serviçal, um obstáculo. - Vamos nos divorciar - eu disse, minha voz um trovão silencioso. Augusto e Caio congelaram, depois zombaram. - Você está tentando chamar minha atenção, Carolina? Isso é um novo nível de patético. Caminhei até a escrivaninha, peguei os papéis do divórcio e assinei meu nome com a mão firme. Desta vez, eu estava escolhendo a mim mesma.

Capítulo 1

A última coisa de que me lembro foi a dor ofuscante atrás dos meus olhos, e depois a escuridão. Quando os abri novamente, eu estava de volta na minha cama, vinte e cinco anos mais jovem, antes de minha vida se tornar um casamento de fachada com Augusto Sampaio, um Senador da República que me via apenas como um troféu político.

Uma memória dolorosa veio à tona: minha morte por um aneurisma, causado por anos de uma tristeza silenciosa. Eu tinha visto uma foto de Augusto, sua namorada da faculdade, Helena, e nosso filho, Caio, em um retiro de família, parecendo a família perfeita. Fui eu quem tirou a foto.

Saltei da cama, sabendo que aquele era o dia daquele retiro. Corri para o aeródromo particular, desesperada para impedi-los. Eu os vi lá, banhados pela luz da manhã: Augusto, Caio e Helena, parecendo uma família perfeita e feliz.

- Augusto! - gritei, minha voz rouca. O sorriso dele desapareceu. - Carolina, o que você está fazendo aqui? Pare com esse escândalo.

Ignorei-o, confrontando Helena.

- Quem é você? E por que está indo na viagem da minha família?

Caio então se chocou contra mim, gritando:

- Vai embora! Você está estragando nossa viagem com a tia Helena! - Ele debochou. - Porque você é uma chata. A tia Helena é inteligente e divertida. Diferente de você.

Augusto sibilou:

- Olha o que você fez. Você chateou a Helena. Você está me envergonhando.

Suas palavras me esmagaram de uma forma que nenhum soco conseguiria. Eu passei anos sacrificando meus sonhos para ser a esposa e mãe perfeita, apenas para ser vista como uma serviçal, um obstáculo.

- Vamos nos divorciar - eu disse, minha voz um trovão silencioso.

Augusto e Caio congelaram, depois zombaram.

- Você está tentando chamar minha atenção, Carolina? Isso é um novo nível de patético.

Caminhei até a escrivaninha, peguei os papéis do divórcio e assinei meu nome com a mão firme. Desta vez, eu estava escolhendo a mim mesma.

Capítulo 1

A última coisa de que me lembro foi a dor aguda e ofuscante atrás dos meus olhos. Depois, a escuridão.

Quando os abri novamente, eu estava encarando o dossel de seda familiar da minha cama. O sol da manhã entrava pela janela, do mesmo jeito que fez nos últimos vinte e cinco anos.

Minha cabeça não doía. Meu corpo parecia leve, até mesmo jovem. Olhei para minhas mãos. Estavam lisas, sem as manchas de idade que haviam começado a aparecer.

Uma memória dolorosa veio à tona. Minha vida, todos os vinte e cinco anos dela, se desenrolou em minha mente. Um casamento de fachada com Augusto Sampaio, um ambicioso Senador da República que me via apenas como um troféu político. Uma esposa perfeita para ficar ao seu lado, organizar sua casa e criar seu filho.

Ele nunca me amou. Seu coração pertencia à sua namorada da faculdade, Helena Castro. Por vinte e cinco anos, eles mantiveram um caso emocional bem debaixo do meu nariz. Todos sabiam. Nossos amigos, sua equipe, até mesmo nosso filho, Caio. Todos, menos eu.

Augusto nunca se casou com Helena. Ele dizia às pessoas que era porque ter uma lobista poderosa como esposa pegaria mal para sua carreira política. A verdade era mais simples. Ele precisava de uma esposa que fosse uma serviçal de luxo, alguém para gerenciar sua vida para que ele pudesse focar em sua ambição e em seu "único e verdadeiro amor". Eu fui essa tola conveniente. Helena era sua parceira; eu era a empregada.

Minha morte foi tão solitária quanto minha vida. Eu vi uma foto de Augusto, Helena e nosso filho Caio em um retiro de família. Eles pareciam a família perfeita. Fui eu quem tirou a foto.

O estresse, os anos de uma tristeza silenciosa, tudo culminou em um aneurisma fatal.

Enquanto eu morria, ouvi meu próprio filho, Caio, gritar com a governanta:

- Por que ela está fazendo essa bagunça no chão? Que vergonha.

Agora, eu estava de volta. De volta ao começo.

Pulei da cama. Eu conhecia aquele dia. Era o dia do retiro de doadores no sítio particular do senador na Chapada dos Veadeiros. O dia em que eles estavam partindo sem mim. O dia em que tirei aquela foto.

Não perdi um segundo. Vesti um vestido simples e corri para fora de casa, sem nem me preocupar com os sapatos. Eu tinha que impedi-los. Eu tinha que mudar esta vida.

O aeródromo particular estava agitado com funcionários e seguranças. Abri caminho pela multidão, meu coração batendo forte no peito. Procurei por eles freneticamente.

Então eu os vi. Parados ao lado do jato, banhados pela luz da manhã. Augusto, bonito e carismático como sempre, estava ajustando a gola da camisa do nosso filho de oito anos, Caio. Helena Castro estava ao lado deles, a mão apoiada no ombro de Caio, um sorriso gentil no rosto. Eles pareciam tão naturais juntos, uma família perfeita e feliz.

Uma onda de náusea me atingiu. Esta era a cena que me assombrou, a imagem da traição deles.

- Augusto! - gritei, minha voz rouca.

Os três se viraram. O sorriso de Augusto desapareceu quando me viu. Seu rosto se endureceu de irritação.

Ele caminhou em minha direção, sua voz baixa e furiosa.

- Carolina, o que você está fazendo aqui? Pare com esse escândalo.

Ignorei-o e olhei para além dele, para Helena.

- Quem é você? E por que está indo na viagem da minha família?

Helena deu um passo à frente, sua expressão uma máscara de preocupação gentil.

- Carolina, você deve estar confusa. Sou Helena Castro, uma velha amiga de Augusto. Ele me convidou para o retiro.

- Uma velha amiga? - soltei uma risada amarga.

Augusto agarrou meu braço, seu aperto forte.

- Chega, Carolina. Pare com essa palhaçada. Helena é nossa convidada.

De repente, um corpo pequeno se chocou contra mim.

- Vai embora! - Caio gritou, me empurrando com força. - Você está estragando nossa viagem com a tia Helena!

O empurrão me fez cambalear para trás. Meu corpo ficou gelado, um arrepio que não tinha nada a ver com o ar da manhã. Olhei para meu filho, meu próprio filho, me olhando com tanto ódio.

- Esta é uma viagem de família? - perguntei, minha voz trêmula. - Então por que eu não estou nela?

- Porque você é uma chata - Caio debochou. - A tia Helena é inteligente e divertida. Diferente de você.

As pessoas começaram a olhar, cochichando entre si. Os olhos de Helena se encheram de lágrimas, e ela olhou para Augusto com uma expressão magoada.

- Augusto, talvez a culpa seja minha. Eu não deveria ter vindo.

A atuação dela foi perfeita. Augusto e Caio imediatamente se abrandaram, sua raiva se voltando para mim.

- Olha o que você fez - Augusto sibilou. - Você chateou a Helena. Você está me envergonhando.

- Ela está certa, pai. A mamãe é sempre tão vergonhosa - disse Caio, sua voz escorrendo desdém. - Por que você não pode ser mais como a tia Helena?

Suas palavras me devastaram de uma forma que nenhum soco conseguiria. Pensei em todos os anos que passei criando-o, gerenciando a casa, sacrificando meus próprios sonhos e identidade para ser a esposa política e mãe perfeita. Eu cozinhava seus pratos favoritos, ajudava com o dever de casa, organizava suas festas de aniversário. Eu fiz tudo.

E aos olhos deles, eu era apenas uma serviçal. Redundante. Um obstáculo para a família perfeita deles com Helena.

Helena, a mestra da manipulação, interveio novamente.

- Carolina, não fique chateada. Claro que você pode vir conosco. Adoraríamos ter você. - Ela sorriu, mas seus olhos estavam frios.

Seu pedido de desculpas falso só piorou as coisas. Fez-me parecer a irracional.

- Viu? - disse Augusto, seu tom condescendente. - Helena está sendo graciosa. Agora, você vem ou vai continuar com essa cena patética?

A viagem foi um tipo especial de inferno. No avião, Augusto e Caio sentaram-se com Helena, rindo e conversando. Eu sentei sozinha, um fantasma invisível em minha própria vida. Lembrei-me de uma conversa da minha vida passada, Augusto dizendo a um amigo: "Carolina é uma boa esposa. Ela é... prática. Mas Helena, ela entende minha alma."

As palavras ecoavam em minha cabeça, um lembrete constante da minha vida desperdiçada.

Quando chegamos ao sítio, os pais de Augusto estavam lá. Seus rostos se fecharam ao me ver. Eles adoravam Helena, sempre a tratando como sua verdadeira nora.

Durante todo o fim de semana, fui ignorada. Eles elogiavam a inteligência de Helena, suas percepções políticas, sua elegância. Agiam como se eu nem estivesse ali.

Na manhã final, todos se reuniram no mirante para uma foto em grupo.

- Mãe, vem tirar uma foto pra gente! - Caio chamou, me acenando. Ele me empurrou para longe quando tentei ficar ao lado de Augusto. - Não, você não na foto. Você tira.

Meu sangue gelou. Estava acontecendo de novo. O exato mesmo momento.

Olhei para eles, posando juntos contra o deslumbrante cenário da chapada. Augusto com o braço em volta de Helena, Caio encostado nela, todos os três sorrindo para a câmera. A família perfeita.

Minhas mãos tremiam enquanto eu levantava a câmera. Vi a imagem através do visor, a imagem que literalmente me matou. Vi a vida que perdi, o amor que nunca tive, a família que nunca foi minha.

Lágrimas embaçaram minha visão, mas eu as forcei a voltar. Pressionei o botão do obturador. Clique. O som foi ensurdecedor no ar silencioso da montanha.

Na descida da serra, Augusto nem mesmo esperou por mim. Ele e Caio caminharam à frente com Helena, suas risadas ecoando em minha direção. Eu caminhei sozinha, meu corpo e alma exaustos.

Quando voltamos para nossa casa no Lago Sul, em Brasília, o abuso continuou.

- Carolina, pegue meus sapatos - ordenou Augusto, largando sua mala no chão.

- Mãe, estou com fome. Faça um lanche para mim - exigiu Caio, sem nem olhar para mim.

Algo dentro de mim se partiu. A raiva e a dor de duas vidas, de vinte e cinco anos sendo tratada como lixo, transbordaram.

Eu estava parada no meio do grande hall de entrada, cercada pela vida que construí para eles, uma vida onde eu não tinha lugar.

Olhei para meu marido e meu filho. Minha voz era baixa, quase um sussurro, mas caiu como um trovão na sala silenciosa.

- Vamos nos divorciar.

Augusto e Caio congelaram. Eles me encararam, seus rostos uma mistura de choque e incredulidade.

Augusto se recuperou primeiro. Ele deu um passo ameaçador em minha direção, seus olhos se estreitando.

- O que você acabou de dizer?

Encarei seu olhar, o meu calmo e firme.

- Eu disse, vamos nos divorciar, Augusto.

Ele zombou, um olhar de desprezo no rosto.

- Você está tentando chamar minha atenção, Carolina? Isso é um novo nível de patético, mesmo para você.

Caio interveio, imitando o sorriso de seu pai.

- É, mãe. O pai está prestes a concorrer à presidência. Você acha que ele vai deixar você estragar tudo? Vou te dar uma chance de retirar o que disse.

Olhei para seus rostos arrogantes, tão certos de seu poder sobre mim. Um sorriso frio tocou meus lábios. Caminhei até a escrivaninha onde Augusto guardava seus documentos legais, peguei os papéis do divórcio que seu advogado havia redigido anos atrás como um "plano de contingência" e assinei meu nome com a mão firme.

Eu não precisava mais deles. Desta vez, eu estava escolhendo a mim mesma.

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