Amor Traído: A Ascensão de uma Herdeira Secreta

Amor Traído: A Ascensão de uma Herdeira Secreta

Gavin

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Capítulo

Por cinco anos, eu coloquei minha vida em pausa para ajudar meu namorado, Caio, a construir o hotel dos nossos sonhos. Escondi minha identidade como a única herdeira de um império gastronômico, fingindo ser uma pessoa comum apenas para proteger seu ego frágil. Esta noite era para ser a noite em que finalmente assinaríamos os papéis e tornaríamos tudo real. Mas ele chegou atrasado, com sua colega júnior, Kátia, de braços dados. Pela décima segunda vez, ele cancelou tudo por uma das crises inventadas por ela, me deixando sozinha com nossos investidores. No dia seguinte, na frente de todo o nosso escritório, ele presenteou Kátia com uma pulseira de diamantes estilo riviera - exatamente a que eu admirei uma vez, e que ele chamou de desperdício de dinheiro. Ele olhou para o meu silêncio chocado e teve a coragem de perguntar: "Você não consegue ficar feliz pela sua colega?" Naquela noite, ele tentou me compensar pedindo meu prato "favorito" no jantar. Era uma moqueca, à qual sou mortalmente alérgica, um fato que ele jurou em nosso terceiro encontro que nunca esqueceria. Ele não havia me esquecido; ele simplesmente substituiu minha memória pela dela. Ele achou que estava trocando por um diamante barato. Ele não fazia ideia de que estava jogando fora um reino. Então, eu espatifei a maquete do nosso sonho compartilhado em pedaços, comprei uma passagem só de ida para casa, para Bento Gonçalves, e bloqueei o número dele. Era hora de mostrar a ele exatamente o que ele havia perdido.

Capítulo 1

Por cinco anos, eu coloquei minha vida em pausa para ajudar meu namorado, Caio, a construir o hotel dos nossos sonhos. Escondi minha identidade como a única herdeira de um império gastronômico, fingindo ser uma pessoa comum apenas para proteger seu ego frágil. Esta noite era para ser a noite em que finalmente assinaríamos os papéis e tornaríamos tudo real.

Mas ele chegou atrasado, com sua colega júnior, Kátia, de braços dados. Pela décima segunda vez, ele cancelou tudo por uma das crises inventadas por ela, me deixando sozinha com nossos investidores.

No dia seguinte, na frente de todo o nosso escritório, ele presenteou Kátia com uma pulseira de diamantes estilo riviera - exatamente a que eu admirei uma vez, e que ele chamou de desperdício de dinheiro.

Ele olhou para o meu silêncio chocado e teve a coragem de perguntar: "Você não consegue ficar feliz pela sua colega?"

Naquela noite, ele tentou me compensar pedindo meu prato "favorito" no jantar. Era uma moqueca, à qual sou mortalmente alérgica, um fato que ele jurou em nosso terceiro encontro que nunca esqueceria. Ele não havia me esquecido; ele simplesmente substituiu minha memória pela dela.

Ele achou que estava trocando por um diamante barato. Ele não fazia ideia de que estava jogando fora um reino. Então, eu espatifei a maquete do nosso sonho compartilhado em pedaços, comprei uma passagem só de ida para casa, para Bento Gonçalves, e bloqueei o número dele. Era hora de mostrar a ele exatamente o que ele havia perdido.

Capítulo 1

Ponto de Vista de Elisa Salles:

Esta era a décima segunda vez em cinco anos que deveríamos assinar os papéis finais.

O hotel boutique, nosso sonho compartilhado, construído sobre as ruínas de um antigo galpão esquecido em São Paulo, estava finalmente pronto. A noite de hoje deveria ser uma celebração discreta, apenas eu, Caio, nossos dois principais investidores e os documentos nítidos e juridicamente vinculativos que transformariam cinco anos de suor e sacrifício em uma realidade tangível.

Uma pontada surda começou atrás do meu olho direito, o precursor familiar de uma enxaqueca. Pressionei meus dedos na têmpora, forçando um sorriso para os investidores, o Sr. e a Sra. Guedes, que admiravam os tijolos aparentes restaurados no lobby. Passei o dia inteiro de pé, supervisionando pessoalmente a montagem do buffet, mesmo com minha subchefe e melhor amiga, Janaína, me dizendo que eu parecia um fantasma.

Meu olhar se desviou para a grande entrada, procurando por Caio. Ele estava atrasado. De novo.

Ele finalmente apareceu, mas não estava sozinho. Minha respiração falhou, a pontada na minha cabeça se intensificando em uma batida aguda e pulsante. A mão dele repousava na base das costas de Kátia Alves, guiando-a pela porta como se ela fosse feita de vidro.

Kátia, sua colega júnior. A artista perpetuamente em dificuldades que, por acaso, usava sapatos de grife e carregava a bolsa da última moda. Ela tropeçou levemente, um movimento ensaiado e delicado que a fez se inclinar contra o peito de Caio. Ele a amparou, sua expressão uma máscara de preocupação que eu não via dirigida a mim há anos.

"Nossa, como eu sou desastrada", ela sussurrou, sua voz alta o suficiente para ecoar pelo piso de cimento queimado.

Caio apenas sorriu para ela. Ele nem sequer me procurou.

Do outro lado do salão, Janaína encontrou meu olhar e fez um gesto de vômito. Lancei-lhe um olhar que deveria ser um aviso, mas pareceu fraco, transparente. Ela sabia. Todo mundo sabia.

"Será que ele sabe que você está com febre?", Janaína murmurou, aparecendo ao meu lado com um copo de água. "Ou ele acha que esse rubor é só de empolgação?"

Eu não respondi. Os Guedes estavam olhando, seus sorrisos educados inabaláveis. Eles sabiam o quanto este projeto significava para mim, como eu havia derramado cada gota do meu talento culinário no design do restaurante principal do hotel, um espaço que eu deveria comandar.

E então aconteceu. A mesma cena que se desenrolou onze vezes antes.

O rosto de Kátia se contraiu. Uma única lágrima perfeita traçou um caminho por sua bochecha. "Caio", ela começou, sua voz trêmula, "me desculpe por fazer isso, não hoje à noite, mas... minha maquete final para a apresentação do projeto da orla... corrompeu. O arquivo não abre. A apresentação é amanhã de manhã."

A atenção de Caio se voltou para ela, toda ela. Os Guedes, os papéis, eu - todos nós desaparecemos no fundo.

Comecei a caminhar em direção a ele, um pavor gelado se formando no meu estômago. "Caio, os Guedes estão esperando."

Ele não olhou para mim. Ele já estava pegando o celular, a testa franzida com uma seriedade que ele costumava reservar para o nosso projeto.

Tentei pegar seu braço, mas ele se afastou quase imperceptivelmente. "Elisa, agora não."

Kátia olhou para mim, seus olhos arregalados com um falso pedido de desculpas. "Eu sinto muito, muito mesmo, Elisa. Eu sei o quão importante é esta noite."

Caio finalmente se virou para mim, sua expressão endurecida pela impaciência. "Surgiu um imprevisto com o projeto da Kátia. É uma crise. Temos que voltar para o escritório."

"Não", eu disse, a palavra mal um sussurro. "Caio, de novo não. Os papéis estão bem aqui."

Ele passou a mão pelo cabelo, o gesto que eu costumava achar cativante agora um sinal de sua retirada iminente. "Nós remarcamos. Primeira coisa na semana que vem. Eu prometo."

Sua promessa parecia cinzas na minha boca.

Ele colocou o braço em volta dos ombros de Kátia, um gesto protetor que fez meu estômago revirar. "Vamos, Kátia. Nós vamos resolver isso."

Ele já estava se movendo, guiando-a de volta para a porta pela qual acabara de entrar. Ele não olhou para trás.

Cinco anos. Doze assinaturas canceladas. E todas as vezes, o motivo tinha um nome: Kátia Alves.

Nas primeiras vezes, eu gritei. Joguei coisas. Chorei até não conseguir respirar. Da última vez, eu simplesmente fiquei anestesiada.

Mas desta vez foi diferente. Uma calma estranha e arrepiante tomou conta de mim.

"Caio", chamei, minha voz uniforme, firme.

Ele parou na porta, virando-se com um suspiro de irritação.

Caminhei em sua direção, meus saltos estalando no chão, o som ecoando no espaço cavernoso. Parei a alguns metros de distância e dei a ele um sorriso pequeno e tenso.

"Você está certo", eu disse, as palavras com gosto de veneno e liberdade. "Vá. A carreira da Kátia é frágil. Ela precisa de você."

Ele piscou, desnorteado pela minha falta de resistência. "Certo. Obrigado por entender, Elisa." Ele hesitou por um momento, claramente esperando uma briga. "Ei, eu vou te compensar. Vou pegar aquela moqueca que você adora no Rossini's no caminho para casa, ok?"

Eu apenas assenti, meu sorriso parecendo congelado no meu rosto.

"Ok", eu disse. "Dirija com cuidado."

Ele me deu um último olhar distraído antes de desaparecer pela porta com Kátia a tiracolo.

O sorriso caiu do meu rosto no segundo em que a porta se fechou.

Moqueca do Rossini's.

O lugar onde fomos no nosso terceiro encontro, onde eu expliquei gentilmente a ele, depois que ele pediu para a mesa, que eu era mortalmente alérgica a frutos do mar. Choque anafilático, nível de visita ao hospital.

Ele ficou horrorizado, pegando uma caneta e um guardanapo para anotar. "Frutos do mar. Entendi. Eu nunca, jamais vou esquecer, Elisa. Eu prometo."

Aquele guardanapo ainda estava guardado no fundo da carteira dele. Eu o vi na semana passada.

Ele não havia esquecido. Ele apenas não se importou o suficiente para lembrar.

O ar frio de São Paulo do lado de fora das janelas do chão ao teto parecia se infiltrar nos meus ossos, me gelando de dentro para fora. Uma única risada sem humor escapou dos meus lábios.

Virei-me e voltei para a pequena e perfeitamente renderizada maquete arquitetônica do hotel, que estava em um pedestal de exibição no centro do lobby. Foi um presente de Caio no nosso primeiro aniversário, um símbolo do futuro que estávamos construindo.

Com uma respiração profunda, anunciei aos Guedes atônitos e a uma Janaína de olhos arregalados: "A assinatura está cancelada."

Então, levantei o hotel em miniatura, nosso sonho, nosso futuro, e o atirei com força no piso de cimento queimado. O som de madeira se partindo e acrílico se estilhaçando foi a coisa mais satisfatória que eu já ouvi.

Era hora de queimar tudo até o chão.

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Observei meu marido assinar os papéis que poriam fim ao nosso casamento enquanto ele trocava mensagens com a mulher que realmente amava. Ele nem sequer olhou o cabeçalho. Apenas rabiscou a assinatura afiada e irregular que já havia selado sentenças de morte para metade de São Paulo, jogou a pasta no banco do passageiro e tocou na tela do celular novamente. "Pronto", disse ele, a voz vazia de qualquer emoção. Esse era Dante Moretti. O Subchefe. Um homem que sentia o cheiro de uma mentira a quilômetros de distância, mas não conseguiu ver que sua esposa acabara de lhe entregar um decreto de anulação de casamento, disfarçado sob uma pilha de relatórios de logística banais. Por três anos, eu esfreguei o sangue de suas camisas. Eu salvei a aliança de sua família quando sua ex, Sofia, fugiu com um civil qualquer. Em troca, ele me tratava como um móvel. Ele me deixou na chuva para salvar Sofia de uma unha quebrada. Ele me deixou sozinha no meu aniversário para beber champanhe com ela em um iate. Ele até me entregou um copo de uísque — a bebida favorita dela — esquecendo que eu desprezava o gosto. Eu era apenas um tapa-buraco. Um fantasma na minha própria casa. Então, eu parei de esperar. Queimei nosso retrato de casamento na lareira, deixei minha aliança de platina nas cinzas e embarquei em um voo só de ida para Florianópolis. Pensei que finalmente estava livre. Pensei que tinha escapado da gaiola. Mas eu subestimei Dante. Quando ele finalmente abriu aquela pasta semanas depois e percebeu que havia assinado a própria anulação sem olhar, o Ceifador não aceitou a derrota. Ele virou o mundo de cabeça para baixo para me encontrar, obcecado em reivindicar a mulher que ele mesmo já havia jogado fora.

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