A babá que acusei é a mãe do meu filho

A babá que acusei é a mãe do meu filho

Yana _ Shadow

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Capítulo

A mulher que eu acusei de roubo era a babá da minha sobrinha e culpada pelos meus piores dias. Quando a reencontrei, abatida e grávida, percebi o que tinha feito. Ela não era só a ladra que, segundo as investigações, dopou a minha irmã para roubar e a deixou sair para morrer num acidente de carro. Vitória Clarke era a mulher que carregava meu filho no ventre. Agora, o destino exige que eu lute pelo amor da mulher que destruí. E talvez... não seja suficiente.

Capítulo 1 Serviçal

Ponto de vista de Vitória Clarke.

- Ei, você! - A voz cortante de uma mulher alta, com rabo de cavalo loiro, atravessou a sala. - Limpe isso. - Ela apontou para os cacos de vidro espalhados no chão.

- Não sou empregada, sou a babá da Allegra.

- Estou mandando limpar agora! - Bianca Ambrosio, a modelo e atriz famosa, ordenou com desprezo.

- Não! - Minha voz saiu firme, apesar do nó na garganta.

- Como ousa? - Ela avançou conforme me fuzilava com aqueles grandes olhos inquisidores.

Antes que a tensão explodisse, um homem entrou na sala. Maximus trevisani usava um terno cinza feito sob medida, tinha uma postura imponente e um olhar gelado que paralisava qualquer um.

Ele raramente aparecia, e para mim, era um chefe que jamais notou a minha existência.

- Faça o que a minha noiva mandou. - Sua voz era um comando implacável.

Foi só então que percebi a faixa com mancha se sangue envolta na mão do senhor Trevisani.

- Anda, garota, o que está esperando? - Bianca estalou os dedos, exigindo.

Meu orgulho gritou, mas a realidade esmagadora falou mais alto: precisava daquele emprego. Resignada, eu me ajoelhei para recolher os cacos de vidro.

- Depois disso, vá cuidar da Allegra. A minha sobrinha não para de chorar. - Após dar ordem, ele virou as costas e saiu.

Eu ainda juntava os cacos quando senti algo frio escorrer pelo meu cabelo.

- Você é só uma serviçal - Bianca disse, despejando o resto do uísque sobre mim, sorrindo com crueldade.

O som dos saltos da noiva do chefe ecoou até desaparecer pela porta.

- Ai! - Mordi o lábio quando um pedaço de vidro cortou meu dedo.

- Vitória, a governanta exige que você vá cuidar da sobrinha do chefe. - Uma colega falou, com aquele tom que indica "não estou aqui para fazer amizade".

- Ainda tenho que limpar isso... - levantei, meio tonta.

- Vai cuidar desse corte e deixa que eu acabo aqui - a mulher de uniforme disse com autoridade. - Mas que cheiro é esse? Você bebeu?

- Jogaram bebida em mim - respondi, segurando o dedo que sangrava.

- Vai logo, antes que a governanta reclame com o senhor Trevisani.

Fui para o banheiro de serviço, encarando meu reflexo. Encarei a garota que tinha só vinte e três anos, mas já tinha bolsas em volta dos olhos. Os olhos verdes cintilavam com as lágrimas. Queria sair daquele emprego desde que minha antiga patroa morreu; mas eu ainda sonhava com a faculdade de Direito, mas primeiro precisava cuidar da minha avó e pagar as contas do hospital.

Lavei o corte, depois o rosto. Prendi o cabelo molhado úmido em um coque frouxo. Respirei fundo antes de encarar mais um dia naquela mansão de mármore, lustres de cristal e quadros caros. Eu era só a babá da Allegra - uma menininha de quatro anos que perdeu a mãe muito cedo... talvez fosse por isso que se apegou tanto a mim. De certa forma, também me sentia meio órfã do mundo, já que a minha mãe me abandonou com a minha vó e o meu pai se casou com outra mulher e esqueceu da minha existência.

No segundo andar, o choro da pequena Allegra se intensificava. Entrei e a menina estendeu os bracinho

- Oi, anjinho! - tentei pegar Allegra, mas a governanta se afastou.

- Você tomou uísque antes de trabalhar? - A mulher perguntou, desconfiada.

- Não, senhora Baker... Caiu um pouco em mim enquanto limpava o chão. - Tentei justificar, mas aquela mulher era irredutível.

Allegra chorava desesperada, e a governanta não me deixou chegar perto. O rosto da pequena, vermelho e banhado em lágrimas, partia meu coração.

- Vou contar para o senhor Trevisani que você está bêbada. - A voz fria soou quando ela cruzou a porta.

Corri atrás, desesperada para explicar. Não podia perder aquele emprego.

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Ao entrar na sala, eu o vi. Apolo Velentzas estava imóvel diante da janela, com os ombros largos levemente curvados. - Senta aí! - disse ele, sem me olhar. Acomodei-me no sofá e pousei minhas mãos entrelaçadas sobre os meus joelhos. - Está pensando em fugir de novo? - A voz dele soou áspera. Mantive o olhar estático, sem lhe dar a satisfação de me encarar. - Não - sussurrei. A verdade era que eu continuava tentando encontrar meios de escapar desde que pisei naquele inferno. - Da próxima vez, você nunca mais vai ver Ícaro - Apolo retrucou bruscamente. - Entendeu? - Sim. - Eu me encolhi no sofá. O contato da muleta com o chão produziu um ruído que fazia meu coração acelerar. No limiar, ele olhou sobre o ombro direito, mas não disse nada. Apenas retomou o caminho da saída, deixando-me sozinha. Certa manhã, abri a porta do quarto e lá estava Apolo, com aquele ar entediado e provocador que eu conhecia tão bem. Ele exibia a sua mais nova visitante. "Seria sua nova esposa troféu?" Ao lado dele, a mulher de pele de porcelana e cabelos platinados sorriu. A saia envelope, que realçava sua curva esguia, ia até o joelho. O blazer feminino se ajustava ao seu abdômen reto. Antes que eu pudesse sequer formular uma frase, Apolo se antecipou, roubando-me a voz e a dignidade: - Essa é a Perséfone. Ela é a babá do meu filho. O impacto daquela frase foi tão violento que, por um momento, tudo ao redor pareceu perder a cor. Meu coração bateu com fúria, minhas mãos suaram. "Babá? Sou a mãe dele!" Tive vontade de corrigir, mas não expressei em voz alta por medo de ser afastada de Ícaro.

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