Quando o Amor Se Tornou um Inferno Vivo

Quando o Amor Se Tornou um Inferno Vivo

Gavin

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Capítulo

Eu tinha três empregos para sustentar meu marido paralítico, Gabriel, e nosso filho com atraso de desenvolvimento, Léo. A vida era uma batalha implacável, mas eu mantinha nossa família despedaçada unida, até mesmo acolhendo a irmã viúva e infértil de Gabriel, Celeste. Então, um dia, desmaiei de exaustão em um canteiro de obras. Meu filho, Léo, correu para buscar ajuda, apenas para ser atacado e morto por uma matilha de cães de rua. Semanas depois, em um baile de caridade, Celeste, usando um colar que Gabriel me deu uma vez, me encurralou. Ela zombou da morte de Léo e depois me chutou brutalmente no estômago, causando uma hemorragia interna que levou a uma histerectomia de emergência. Eu nunca mais poderia ter filhos. Gabriel, no entanto, acreditou nas mentiras de Celeste de que eu a havia atacado. Ele atirou uma lâmina de barbear na minha cabeça, me chamou de monstro e me deixou sangrando no chão. Quando tentei sair do nosso apartamento com as cinzas de Léo, Gabriel e Celeste me acusaram de traição. Na confusão, eles quebraram a urna, espalhando os restos do meu filho pelo chão. Gabriel chutou as cinzas, chamando-as de "lixo". Mas escondido dentro do ursinho de pelúcia de Léo, encontrei um gravador de voz. Nele havia uma gravação de Gabriel e Celeste, suas vozes claras e fortes. Eles haviam fingido a paralisia dele, roubado os ativos de sua empresa, e Celeste tinha até desejado que Léo desaparecesse. A traição foi tão imensa que desmaiei, tossindo sangue, enquanto meu mundo escurecia pela última vez.

Capítulo 1

Eu tinha três empregos para sustentar meu marido paralítico, Gabriel, e nosso filho com atraso de desenvolvimento, Léo. A vida era uma batalha implacável, mas eu mantinha nossa família despedaçada unida, até mesmo acolhendo a irmã viúva e infértil de Gabriel, Celeste.

Então, um dia, desmaiei de exaustão em um canteiro de obras. Meu filho, Léo, correu para buscar ajuda, apenas para ser atacado e morto por uma matilha de cães de rua.

Semanas depois, em um baile de caridade, Celeste, usando um colar que Gabriel me deu uma vez, me encurralou. Ela zombou da morte de Léo e depois me chutou brutalmente no estômago, causando uma hemorragia interna que levou a uma histerectomia de emergência. Eu nunca mais poderia ter filhos.

Gabriel, no entanto, acreditou nas mentiras de Celeste de que eu a havia atacado. Ele atirou uma lâmina de barbear na minha cabeça, me chamou de monstro e me deixou sangrando no chão.

Quando tentei sair do nosso apartamento com as cinzas de Léo, Gabriel e Celeste me acusaram de traição. Na confusão, eles quebraram a urna, espalhando os restos do meu filho pelo chão. Gabriel chutou as cinzas, chamando-as de "lixo".

Mas escondido dentro do ursinho de pelúcia de Léo, encontrei um gravador de voz. Nele havia uma gravação de Gabriel e Celeste, suas vozes claras e fortes. Eles haviam fingido a paralisia dele, roubado os ativos de sua empresa, e Celeste tinha até desejado que Léo desaparecesse. A traição foi tão imensa que desmaiei, tossindo sangue, enquanto meu mundo escurecia pela última vez.

Capítulo 1

Ponto de Vista de Aléxia:

Cada dia era uma luta, uma batalha implacável contra uma vida que parecia determinada a me destruir. Eu seguia em frente, ignorando o cansaço, a dor, o medo constante que roía minhas entranhas. Meu marido, Gabriel, estava paralítico. Sua startup de tecnologia havia falido, nos deixando com nada além de dívidas e uma montanha de contas médicas. Eu era a única que restava para manter nossa família despedaçada de pé.

Havia meu filho, Léo, um menino doce de cinco anos, mas com a mente de uma criança de dois. Ele precisava de mim. E havia Celeste, a irmã de Gabriel. Ela era infértil, viúva, e estava sempre por perto, sempre precisando de algo. Eu dizia a mim mesma que ela estava apenas solitária, que também precisava de uma família.

As pessoas às vezes olhavam para Léo. Viam como ele se atrapalhava com as palavras, como às vezes apenas observava o mundo ao seu redor, em silêncio. Viam nossas roupas gastas, a comida barata. Eu sentia o julgamento deles como um peso físico em meus ombros. Era um lembrete constante do quão baixo havíamos caído, do quanto eu precisava compensar.

Eu tinha três empregos, às vezes quatro. Limpava escritórios no centro de São Paulo, servia mesas em botecos na Vila Madalena, qualquer coisa que pagasse em dinheiro. Minhas mãos estavam sempre ásperas e calejadas. Minhas costas doíam sem parar. Eu me arrastava para fora da cama antes do amanhecer e não parava até muito depois do anoitecer. Era a única maneira de manter um teto sobre nossas cabeças, de colocar comida na mesa, de pagar pela fisioterapia de Gabriel, ou o que eu pensava ser sua fisioterapia.

Léo era pequeno para a idade. Seu atraso no desenvolvimento era agravado pela má nutrição, pelo estresse constante em nossas vidas. Ele adorava desenhar, brincar em silêncio com seu ursinho de pelúcia surrado. Ele merecia muito mais do que eu podia lhe dar. Ele merecia uma infância livre de preocupações.

O sol castigava o canteiro de obras, cozinhando a poeira e o asfalto. Eu carregava blocos de concreto, um após o outro, meus músculos gritando em protesto. O calor tremeluzia no chão, borrando as bordas da minha visão. Senti um suor frio brotar, depois uma leveza repentina. Meus joelhos cederam. A escuridão me engoliu por inteiro.

Quando recuperei a consciência, Léo estava ajoelhado ao meu lado, seu rostinho pequeno manchado de lágrimas.

"Mamãe? Mamãe, acorda!", ele choramingou, sua voz mal um sussurro.

Ele parecia apavorado. Começou a me sacudir, depois se levantou de um salto.

"Vou buscar ajuda!", ele gritou, e então saiu correndo.

Minha visão ainda estava turva, minha cabeça latejando. Tentei chamá-lo, dizer para ele não ir, mas minha voz não saía. Observei sua pequena figura desaparecer atrás de uma pilha de madeira. Um latido súbito e agudo rasgou o ar. Depois outro, mais perto desta vez, e um rosnado gutural que fez meu sangue gelar.

Uma matilha de vira-latas. Eles sempre rondavam a obra, famintos e agressivos. Tentei me levantar, o medo me dando uma força súbita e desesperada. Outro latido, mais agudo, depois um ganido estrangulado. Léo.

Eu me arrastei para frente, rastejando, minhas mãos se rasgando no chão áspero. Os sons estavam diminuindo. Um silêncio terrível se instalou. Contornei a pilha de madeira, meu coração martelando contra minhas costelas. Ali, na terra, havia uma mancha de vermelho.

Léo.

Ele jazia encolhido, suas roupas rasgadas, seu corpinho pequeno destroçado. Os cães haviam sumido. O sangue pulsava de uma dúzia de feridas. Seus olhos estavam bem abertos, encarando o céu impiedoso. Ele não estava respirando. Meu filho. Meu menino doce e inocente. Ele se foi.

Não me lembro de ter gritado. Só me lembro do mundo girando, do chão correndo para me encontrar novamente. Escuridão.

Quando acordei de novo, estava em um quarto de hospital estéril. Gabriel estava lá, com o rosto sombrio, e Celeste sentada ao lado dele, afagando sua mão. Eles me falaram sobre o acordo da construtora. Uma quantia pequena, mal suficiente para cobrir o funeral de Léo, mas eu tive que aceitar. As "contas médicas" de Gabriel estavam se acumulando. Eu precisava mantê-lo vivo, mesmo que Léo tivesse partido. Era tudo o que me restava.

Dias depois, de volta ao nosso apartamento pequeno e abafado, comecei a mexer nas coisas de Léo. Era uma tortura que eu infligia a mim mesma, cada item uma nova facada de dor. Seus livros de figuras gastos, seus desenhos de giz de cera. Então peguei seu ursinho de pelúcia, aquele com quem ele sempre dormia. Parecia... pesado. Pesado demais.

Apertei-o, sentindo um pequeno caroço duro lá dentro. Havia um rasgo na costura. Eu o abri. Escondido no fundo do enchimento havia um pequeno gravador de voz antigo. Minhas mãos tremeram quando apertei o play.

Um chiado, depois a voz de Gabriel. Forte, clara, totalmente diferente dos tons fracos e arrastados que ele usava em sua cadeira de rodas.

"Está tudo certo, Celeste. Os ativos da empresa foram transferidos. A Aléxia não vai suspeitar de nada."

Meu sangue gelou. A voz de Celeste, suave e venenosa, veio em seguida.

"Perfeito. Ela é tão ingênua. Se matando de trabalhar pelo marido 'paralítico' e por aquele... aquele menino lento. Você viu a cara dela quando eu contei sobre a falência? Não teve preço."

Gabriel riu.

"Ela acha que sou um homem quebrado. Acha que está carregando o mundo nas costas. Deixe que pense. Isso a mantém ocupada, a impede de fazer perguntas."

Minha respiração falhou. O gravador parecia um bloco de gelo na minha mão. Ouvi-os falando sobre o dinheiro, sobre como haviam planejado tudo. A falsa paralisia. A falência encenada. Era tudo uma mentira. Uma farsa cruel e elaborada.

Então a voz de Celeste, pingando malícia.

"Aquele menino dela... sempre no caminho. Um fardo. Imagine se ele sumisse. Simplificaria as coisas, não acha? Só você e eu, Gabriel."

A resposta de Gabriel foi uma risada baixa e arrepiante.

"Querida, você sempre foi a mais prática. Mas por enquanto, deixe a Aléxia lidar com sua preciosa 'família'. Ela está exausta demais para notar qualquer coisa."

A gravação parou. Meu mundo girou. O ar me faltou. Meu corpo ficou dormente, depois um calor escaldante se espalhou por minhas veias, seguido rapidamente por um tremor gelado. Gabriel. Celeste. Eles haviam planejado tudo. Eles haviam tirado tudo. Minha vida. Minha sanidade. Meu filho.

Uma onda de náusea me atingiu. Meu estômago se contraiu. Eu me inclinei para frente, sangue fresco jorrando da minha boca sobre o tapete gasto. O quarto girava ao meu redor. A traição era demais. A dor era demais. Senti o chão correr para me encontrar uma última vez antes que tudo ficasse escuro.

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