O Jogo de Vingança da Noiva Fantasma

O Jogo de Vingança da Noiva Fantasma

Gavin

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Capítulo

Depois de sobreviver a cinco anos de inferno numa simulação em alto-mar, eu finalmente escapei, destruída e em pedaços. Lutei para voltar por um único motivo: meu noivo, Daniel. Mas quando o encontrei, ele me trancou em uma caverna e me deixou para morrer. "Só mais três dias, Eva", ele implorou, de mãos dadas com minha ex-assistente, que estava grávida. "Nosso casamento é no sábado." Meus próprios pais, que a adotaram como sua nova filha, acreditaram nas mentiras dela de que eu era um monstro. Eles assistiram enquanto Daniel quebrava meu tornozelo e minha mão, e meu pai estilhaçava minhas costelas. Eles me deixaram para morrer, presa e sozinha, depois de eu ter passado cinco anos agarrada à memória deles. Mas eu não morri. Fui resgatada por um benfeitor misterioso que me deu uma nova vida e apagou minha dor. Um ano depois, quando um Daniel corroído pela culpa me rastreou, implorando por uma segunda chance, eu sorri. Era a minha vez de jogar.

Capítulo 1

Depois de sobreviver a cinco anos de inferno numa simulação em alto-mar, eu finalmente escapei, destruída e em pedaços. Lutei para voltar por um único motivo: meu noivo, Daniel. Mas quando o encontrei, ele me trancou em uma caverna e me deixou para morrer.

"Só mais três dias, Eva", ele implorou, de mãos dadas com minha ex-assistente, que estava grávida. "Nosso casamento é no sábado."

Meus próprios pais, que a adotaram como sua nova filha, acreditaram nas mentiras dela de que eu era um monstro. Eles assistiram enquanto Daniel quebrava meu tornozelo e minha mão, e meu pai estilhaçava minhas costelas.

Eles me deixaram para morrer, presa e sozinha, depois de eu ter passado cinco anos agarrada à memória deles.

Mas eu não morri. Fui resgatada por um benfeitor misterioso que me deu uma nova vida e apagou minha dor. Um ano depois, quando um Daniel corroído pela culpa me rastreou, implorando por uma segunda chance, eu sorri. Era a minha vez de jogar.

Capítulo 1

Minha vida, ou o que restava dela, acabou no dia em que o encontrei de novo. Cinco anos. Cinco anos de inferno para voltar a um mundo que não me queria mais.

O submersível se foi. Num momento, as correntes do fundo do mar eram uma dança de sombras e luz. No seguinte, um tremor violento nos sacudiu, e o abismo engoliu tudo. Chamaram de anomalia. Eu chamei de um novo começo. O meu começo.

Daniel, meu noivo, minha rocha, devia estar arrasado com a minha perda. E ele estava. Ouvi as histórias depois, sussurradas nos quartos frios e estéreis da minha recuperação. Ele tentou acabar com tudo. Um corte desesperado e irregular em seu pulso, uma promessa carmesim de me seguir até as profundezas.

Ele jurou aos meus pais, com os olhos úmidos e vermelhos, que passaria cada momento acordado, cada centavo, os próximos cinco anos de sua vida, procurando. Ele disse a eles que preferia morrer a viver sem mim. Sua voz, rouca de dor, ecoava pelos corredores vazios da casa deles. Meus pais, destruídos pela suposta morte da filha, se agarraram às palavras dele como a uma tábua de salvação.

"Cinco anos", ele engasgou, a mão tremendo enquanto agarrava o braço do meu pai. "Se eu não a encontrar, vocês nunca mais vão me ver."

Ele falava sério. Ele gastou o dinheiro. Cada último centavo de nossas economias, sua herança, até mesmo suas bolsas de pesquisa foram para expedições de mapeamento, contratação de especialistas, compra de equipamentos submersíveis. Ele perseguiu cada sussurro, cada sinal fantasma. Ele emagreceu. Seu rosto barbeado deu lugar a uma barba por fazer, seus olhos se tornaram fundos, com olheiras escuras e permanentes. Ele parecia um fantasma, assombrado pela minha ausência.

Meus pais o observavam, a própria esperança deles vacilando. Depois de três anos, eles não aguentaram mais. Pararam de financiar as buscas, seus rostos marcados por uma dor que eu não conseguia imaginar. Eles seguiram em frente, adotando uma jovem, uma ex-assistente de laboratório minha, Camila, para a nossa família. Uma nova filha, uma nova vida, construída sobre o meu túmulo.

Mas Daniel não parou. Não até o quinto ano. Foi quando sua busca implacável e desesperada finalmente deu resultado.

Eu vi os holofotes primeiro. Um farol ofuscante cortando a escuridão subaquática, uma promessa de resgate. Meu coração martelava contra minhas costelas, um ritmo esquecido. Eu estava fraca, faminta, minhas roupas em farrapos, minha pele um mosaico de cicatrizes. Mas eu estava viva. E estava voltando para casa.

Saí cambaleando da caverna, meus pés mal me sustentando. O ar cheirava a sal e terra úmida. Eu o vi. Daniel. Ele parecia mais velho, mais desgastado, mas era ele. Meu Daniel.

Um soluço rasgou minha garganta, um som que eu não fazia há anos. Era um grito de alívio puro, absoluto, de um amor que havia desafiado a morte. Eu corri, meu corpo quebrado impulsionado por uma onda de adrenalina, em direção a ele.

Ele ficou ali, paralisado, os olhos arregalados, um brilho de algo que eu não consegui decifrar em suas profundezas. Choque, talvez. Incredulidade.

Então, sua mão se moveu. Não em minha direção, mas para um pequeno detonador remoto preso ao seu cinto.

Um rugido ensurdecedor rasgou o ar. O chão sob meus pés tremeu violentamente. Rochas, enormes e pontiagudas, choveram de cima, selando a entrada da caverna. Minha caverna. Minha prisão.

Eu assisti, entorpecida de horror, enquanto a saída desaparecia atrás de uma parede de metal retorcido e pedra pulverizada. Poeira e detritos encheram o ar, me sufocando.

"Só... mais três dias, Eva", sua voz estava tensa, quase inaudível sobre os escombros que se assentavam, mas as palavras me atravessaram como um golpe físico. Seu rosto era uma máscara de agonia, mas seus olhos estavam resolutos. "Por favor. Só mais três dias."

Minha mente congelou. Meu corpo, já maltratado e machucado, desabou no chão frio e úmido.

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Observei meu marido assinar os papéis que poriam fim ao nosso casamento enquanto ele trocava mensagens com a mulher que realmente amava. Ele nem sequer olhou o cabeçalho. Apenas rabiscou a assinatura afiada e irregular que já havia selado sentenças de morte para metade de São Paulo, jogou a pasta no banco do passageiro e tocou na tela do celular novamente. "Pronto", disse ele, a voz vazia de qualquer emoção. Esse era Dante Moretti. O Subchefe. Um homem que sentia o cheiro de uma mentira a quilômetros de distância, mas não conseguiu ver que sua esposa acabara de lhe entregar um decreto de anulação de casamento, disfarçado sob uma pilha de relatórios de logística banais. Por três anos, eu esfreguei o sangue de suas camisas. Eu salvei a aliança de sua família quando sua ex, Sofia, fugiu com um civil qualquer. Em troca, ele me tratava como um móvel. Ele me deixou na chuva para salvar Sofia de uma unha quebrada. Ele me deixou sozinha no meu aniversário para beber champanhe com ela em um iate. Ele até me entregou um copo de uísque — a bebida favorita dela — esquecendo que eu desprezava o gosto. Eu era apenas um tapa-buraco. Um fantasma na minha própria casa. Então, eu parei de esperar. Queimei nosso retrato de casamento na lareira, deixei minha aliança de platina nas cinzas e embarquei em um voo só de ida para Florianópolis. Pensei que finalmente estava livre. Pensei que tinha escapado da gaiola. Mas eu subestimei Dante. Quando ele finalmente abriu aquela pasta semanas depois e percebeu que havia assinado a própria anulação sem olhar, o Ceifador não aceitou a derrota. Ele virou o mundo de cabeça para baixo para me encontrar, obcecado em reivindicar a mulher que ele mesmo já havia jogado fora.

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