O Dia em que Desapareci

O Dia em que Desapareci

Gavin

5.0
Comentário(s)
102
Leituras
25
Capítulo

As palavras do médico selaram o destino de Amanda Rezende: câncer de ovário agressivo, estágio quatro. Consumida por uma culpa avassaladora pela morte trágica de sua melhor amiga, Lívia, anos atrás, Amanda abraçou o diagnóstico com apatia, como um fim merecido, recusando tratamento e doando seus órgãos. Sua penitência não havia acabado; o irmão de Lívia, arrasado pela dor, Heitor Ferraz, que culpava Amanda ferozmente pela morte da irmã, ainda ditava cada passo de sua vida. Ele orquestrou meticulosamente sua humilhação pública, forçando-a a trabalhos extenuantes e a suportar os jogos sádicos de sua noiva cruel, observando Amanda enfraquecer, cada grama de sofrimento uma lembrança sombria da ausência de Lívia. Amanda aceitava cada ato degradante, cada dor física, suportando tudo como uma tentativa desesperada de expiar sua implacável culpa de sobrevivente. No entanto, mesmo enquanto seu corpo falhava, a pergunta corrosiva permanecia: sua autodestruição era realmente um sacrifício por Lívia, ou apenas um tormento teatral e prolongado, orquestrado por Heitor para seu próprio e doentio encerramento? Finalmente, quebrada e desesperada, Amanda buscou a libertação final, ligando para o 190 do alto da Ponte Rio-Niterói, seu último desejo era doar seus órgãos para dar vida, mesmo quando a sua se extinguia. Mas um aliado secreto a tirou da beira do abismo, permitindo que ela forjasse a própria morte e criasse uma nova identidade, sem saber que sua "morte" levaria Heitor, consumido por sua própria culpa e dor, à beira da loucura, preparando o palco para um reencontro explosivo e imprevisto anos depois, que desafiaria tudo o que eles acreditavam sobre amor, ódio e perdão.

Capítulo 1

As palavras do médico selaram o destino de Amanda Rezende: câncer de ovário agressivo, estágio quatro.

Consumida por uma culpa avassaladora pela morte trágica de sua melhor amiga, Lívia, anos atrás, Amanda abraçou o diagnóstico com apatia, como um fim merecido, recusando tratamento e doando seus órgãos.

Sua penitência não havia acabado; o irmão de Lívia, arrasado pela dor, Heitor Ferraz, que culpava Amanda ferozmente pela morte da irmã, ainda ditava cada passo de sua vida.

Ele orquestrou meticulosamente sua humilhação pública, forçando-a a trabalhos extenuantes e a suportar os jogos sádicos de sua noiva cruel, observando Amanda enfraquecer, cada grama de sofrimento uma lembrança sombria da ausência de Lívia.

Amanda aceitava cada ato degradante, cada dor física, suportando tudo como uma tentativa desesperada de expiar sua implacável culpa de sobrevivente.

No entanto, mesmo enquanto seu corpo falhava, a pergunta corrosiva permanecia: sua autodestruição era realmente um sacrifício por Lívia, ou apenas um tormento teatral e prolongado, orquestrado por Heitor para seu próprio e doentio encerramento?

Finalmente, quebrada e desesperada, Amanda buscou a libertação final, ligando para o 190 do alto da Ponte Rio-Niterói, seu último desejo era doar seus órgãos para dar vida, mesmo quando a sua se extinguia.

Mas um aliado secreto a tirou da beira do abismo, permitindo que ela forjasse a própria morte e criasse uma nova identidade, sem saber que sua "morte" levaria Heitor, consumido por sua própria culpa e dor, à beira da loucura, preparando o palco para um reencontro explosivo e imprevisto anos depois, que desafiaria tudo o que eles acreditavam sobre amor, ódio e perdão.

Capítulo 1

As palavras do médico pairavam no ar estéril.

"Câncer de ovário agressivo, Amanda. Estágio quatro."

Amanda Rezende, ou apenas Amanda, encarava a mesa polida. Não o Dr. Ramires.

O diagnóstico era uma coisa fria, dura. Acomodou-se em seu peito.

Ela assentiu lentamente.

"Doação de órgãos. Quero assinar os papéis agora."

Dr. Ramires a olhou, sua expressão cuidadosamente neutra.

"Podemos discutir opções de tratamento, quimioterapia agressiva..."

Amanda balançou a cabeça. Um gesto pequeno e final.

"Não. Apenas os papéis, por favor."

Era isso. Um fim. Talvez um fim merecido.

Flashes do passado cortavam a névoa do consultório.

Lívia. Lívia Ferraz. Sua melhor amiga, vibrante, rindo, o braço jogado sobre o ombro de Amanda.

Heitor Ferraz, o irmão mais velho de Lívia, seus olhos se enrugando nos cantos quando sorria para Amanda. Sua mão, quente e firme na dela.

Eles eram uma unidade, os três, inseparáveis. Dias dourados.

Então a festa de gala. O caos. Gritos. O estalo seco de tiros.

Lívia, empurrando Amanda para o chão, protegendo-a. Os olhos de Lívia, arregalados, depois opacos.

Lívia, morta.

E Heitor, seu rosto uma máscara de fúria gelada, culpando Amanda.

"Ela só estava lá por sua causa." Sua voz, um caco de gelo.

Agora, ele era um CEO, poderoso, implacável. E Amanda era... isso. Morrendo.

A convocação veio por um celular barato, fornecido pela empresa.

"O Sr. Ferraz requer sua presença. No Copacabana Palace. Sete da noite. Traje formal."

A voz de sua assistente era tão fria quanto a de Heitor costumava ser.

Amanda trabalhava em um pequeno escritório de arquitetura. Um escritório para o qual a empresa de Heitor frequentemente jogava migalhas de trabalho.

Uma lembrança constante e amarga.

Ela vestiu seu único vestido preto bom. Ficou largo em seu corpo cada vez mais magro.

O Copacabana Palace fervilhava com dinheiro e poder.

Heitor estava perto da entrada, um rei em seu domínio. Jéssica Valença, sua noiva, agarrava-se ao seu braço.

O sorriso de Jéssica era uma faca, escondida por doçura.

"Amanda, querida. Que bom que você veio. Heitor estava justamente dizendo o quão... dedicada você é."

Os olhos de Heitor varreram Amanda, frios, avaliadores.

"Há um investidor em potencial", ele disse, sua voz baixa, mas audível. "Sr. Albuquerque. Ele é... peculiar. Precisa de um certo tipo de atenção. Você vai cuidar dele. Garanta que ele assine."

Amanda conhecia a reputação de Albuquerque. Um assediador.

A tarefa foi projetada para humilhá-la. Para quebrá-la.

Seu estômago se revirou. O câncer, uma fera roendo por dentro, despertou.

Ela assentiu.

"Claro, Sr. Ferraz."

Ela passou uma hora se esquivando das mãos atrevidas e dos comentários sugestivos de Albuquerque, com um sorriso forçado no rosto, enquanto suas entranhas gritavam.

O esforço, o estresse, a deixaram tonta, uma dor ardente no abdômen.

Ela conseguiu a assinatura dele.

Heitor a observou retornar, um brilho de algo indecifrável em seus olhos. Jéssica sorriu com desdém.

Mais tarde, um homem a abordou. Sr. Dantas, chefe de uma empresa de tecnologia rival.

"Sra. Rezende, isso foi impressionante. Ou talvez, patético. De qualquer forma, você tem garra. Minha empresa poderia usar alguém como você. O dobro do seu salário atual. Projetos de verdade."

Uma fuga. Uma tábua de salvação.

Amanda olhou para ele, seus olhos sem vida.

"Obrigada, Sr. Dantas. Mas eu tenho obrigações aqui."

Uma dívida a pagar. A vida de Lívia pela dela. Este sofrimento era sua moeda.

Dantas balançou a cabeça, um toque de pena em seus olhos.

"Como quiser."

Heitor a encontrou do lado de fora de seu prédio de apartamentos caindo aos pedaços mais tarde naquela noite.

As luzes da cidade não alcançavam aquela rua escura.

Ele agarrou seu braço, seus dedos cravando-se nela.

"O que foi aquilo com o Dantas?"

Seu rosto estava perto, seu hálito cheirando a uísque caro.

"Ele me ofereceu um emprego."

"E?"

"Eu recusei."

Uma expressão estranha cruzou seu rosto. Raiva, dor, confusão.

Ele a beijou então. Áspero, brutal. Um castigo, não afeto.

Ele a empurrou contra a parede de tijolos, a superfície áspera arranhando suas costas.

"Você está gostando disso?", ele sibilou, sua voz crua. "Me fazer ver você sofrer? É esse o seu jogo doentio?"

Amanda sentiu uma onda de náusea. Ela não lutou.

"Estou fazendo o que tenho que fazer, Heitor." Sua voz era quase um sussurro.

O celular dele vibrou. O nome de Jéssica brilhou na tela.

Ele a soltou abruptamente, seu rosto se fechando.

"Não pense que isso muda alguma coisa."

Ele se virou e se afastou, atendendo a ligação.

"Jéssica, sim, estou a caminho."

Amanda deslizou pela parede enquanto o carro dele desaparecia.

Dentro de seu minúsculo apartamento, ela mal conseguiu chegar ao banheiro antes de vomitar.

Sangue se misturava na água. Vermelho. Como o vestido de Lívia naquela noite.

Ela se encolheu no chão frio, a dor uma companheira familiar.

Esta era sua penitência. Por Lívia.

Ela fechou os olhos, aceitando. Dando as boas-vindas ao fim.

A morte seria uma libertação. Uma expiação.

Continuar lendo

Outros livros de Gavin

Ver Mais
Contrato com o Diabo: Amor em Grilhões

Contrato com o Diabo: Amor em Grilhões

Máfia

5.0

Observei meu marido assinar os papéis que poriam fim ao nosso casamento enquanto ele trocava mensagens com a mulher que realmente amava. Ele nem sequer olhou o cabeçalho. Apenas rabiscou a assinatura afiada e irregular que já havia selado sentenças de morte para metade de São Paulo, jogou a pasta no banco do passageiro e tocou na tela do celular novamente. "Pronto", disse ele, a voz vazia de qualquer emoção. Esse era Dante Moretti. O Subchefe. Um homem que sentia o cheiro de uma mentira a quilômetros de distância, mas não conseguiu ver que sua esposa acabara de lhe entregar um decreto de anulação de casamento, disfarçado sob uma pilha de relatórios de logística banais. Por três anos, eu esfreguei o sangue de suas camisas. Eu salvei a aliança de sua família quando sua ex, Sofia, fugiu com um civil qualquer. Em troca, ele me tratava como um móvel. Ele me deixou na chuva para salvar Sofia de uma unha quebrada. Ele me deixou sozinha no meu aniversário para beber champanhe com ela em um iate. Ele até me entregou um copo de uísque — a bebida favorita dela — esquecendo que eu desprezava o gosto. Eu era apenas um tapa-buraco. Um fantasma na minha própria casa. Então, eu parei de esperar. Queimei nosso retrato de casamento na lareira, deixei minha aliança de platina nas cinzas e embarquei em um voo só de ida para Florianópolis. Pensei que finalmente estava livre. Pensei que tinha escapado da gaiola. Mas eu subestimei Dante. Quando ele finalmente abriu aquela pasta semanas depois e percebeu que havia assinado a própria anulação sem olhar, o Ceifador não aceitou a derrota. Ele virou o mundo de cabeça para baixo para me encontrar, obcecado em reivindicar a mulher que ele mesmo já havia jogado fora.

O Arrependimento do Alfa: Ele Perdeu Sua Loba Branca Destinada

O Arrependimento do Alfa: Ele Perdeu Sua Loba Branca Destinada

Lobisomem

5.0

Eu estava me afogando na piscina, o cloro queimando meus pulmões como ácido, mas meu companheiro predestinado, Jax, nadou direto por mim. Ele pegou Catarina, a capitã da equipe de natação que fingia uma cãibra, e a carregou para a segurança como se ela fosse feita do vidro mais frágil. Quando me arrastei para fora, tremendo e humilhada, Jax não me ofereceu a mão. Em vez disso, ele me fuzilou com olhos cor de avelã, frios e distantes. — Pare de se fazer de vítima, Eliana — ele cuspiu na frente de toda a alcateia. — Você só está com inveja. Ele era o Herdeiro Alfa, e eu era a fracassada que nunca tinha se transformado. Ele quebrou nosso vínculo pedaço por pedaço, culminando na sagrada Árvore da Lua, onde ele riscou nossas iniciais entalhadas para substituí-las pelas dela. Mas o golpe final não foi emocional; foi letal. Catarina jogou as chaves do meu carro em um lago infestado de Acônito. Enquanto o veneno paralisava meus membros e eu afundava na água escura, incapaz de respirar, vi Jax parado na margem. — Pare de fazer joguinhos! — ele gritou para as ondulações na água. Ele virou as costas e foi embora, me deixando para morrer. Eu sobrevivi, mas a garota que o amava não. Finalmente aceitei a rejeição que ele nunca teve coragem de verbalizar. Jax achou que eu rastejaria de volta em uma semana. Ele achou que eu não era nada sem a proteção da alcateia. Ele estava errado. Mudei-me para São Paulo e entrei em um estúdio de dança, direto para os braços de um Alfa Verdadeiro chamado Davi. E quando finalmente me transformei, não fui uma Ômega fraca. Eu era uma Loba Branca. Quando Jax percebeu o que tinha jogado fora, eu já era uma Rainha.

Ele a salvou, eu perdi nosso filho

Ele a salvou, eu perdi nosso filho

Máfia

5.0

Por três anos, mantive um registro secreto dos pecados do meu marido. Um sistema de pontos para decidir exatamente quando eu deixaria Bernardo Santos, o implacável Subchefe do Comando de São Paulo. Pensei que a gota d'água seria ele esquecer nosso jantar de aniversário para consolar sua "amiga de infância", Ariane. Eu estava errada. O verdadeiro ponto de ruptura veio quando o teto do restaurante desabou. Naquela fração de segundo, Bernardo não olhou para mim. Ele mergulhou para a direita, protegendo Ariane com o corpo, e me deixou para ser esmagada sob um lustre de cristal de meia tonelada. Acordei em um quarto de hospital estéril com uma perna estilhaçada e um útero vazio. O médico, trêmulo e pálido, me disse que meu feto de oito semanas não havia sobrevivido ao trauma e à perda de sangue. "Tentamos conseguir as reservas de O-negativo", ele gaguejou, recusando-se a me encarar. "Mas o Dr. Santos ordenou que as guardássemos. Ele disse que a Senhorita Whitfield poderia entrar em choque por causa dos ferimentos." "Que ferimentos?", sussurrei. "Um corte no dedo", admitiu o médico. "E ansiedade." Ele deixou nosso filho nascer morto para guardar as reservas de sangue para o corte de papel da amante dele. Bernardo finalmente entrou no meu quarto horas depois, cheirando ao perfume de Ariane, esperando que eu fosse a esposa obediente e silenciosa que entendia seu "dever". Em vez disso, peguei minha caneta e escrevi a última anotação no meu caderno de couro preto. *Menos cinco pontos. Ele matou nosso filho.* *Pontuação Total: Zero.* Eu não gritei. Eu não chorei. Apenas assinei os papéis do divórcio, chamei minha equipe de extração e desapareci na chuva antes que ele pudesse se virar.

Você deve gostar

Capítulo
Ler agora
Baixar livro