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Por três anos, fui a guarda-costas de Arthur Monteiro. E a sua substituta. Esta noite, levei um tiro por ele, o ferimento no meu ombro ainda recente.
Mas ele não se importou. Seu assistente me tirou do hospital, com a ferida infeccionada e febril, porque a mulher para quem eu era uma substituta, Isabela Lacerda, estava de volta.
No aeroporto particular, ele a abraçou com um amor que eu nunca tinha visto.
Isabela me olhou de cima a baixo com desdém. "Arthur, mande ela carregar minhas malas."
Ele viu meu rosto pálido, o curativo aparecendo sob a gola da minha camisa, mas sua voz foi cortante. "O que está esperando? Pegue as malas."
Eram cinco malas grandes.
Momentos antes, Isabela tinha fingido uma torção no pulso, e ele o examinou com uma preocupação desesperada. Quando eu levei um tiro por ele, ele apenas olhou para mim e disse aos seus homens para "limparem a bagunça".
Naquela noite, fui para casa e adicionei outra pedra preta ao pote de vidro na minha cômoda.
Eu fiz uma promessa a mim mesma: para cada vez que ele me machucasse, eu adicionaria uma pedra.
Quando o pote estivesse cheio, eu o deixaria para sempre.
Esta noite foi a pedra de número trezentos e sessenta e oito.
O pote estava quase na metade.
Capítulo 1
Por três anos, mil e noventa e cinco dias, eu fui a guarda-costas de Arthur Monteiro.
E sua substituta.
Ele me pagava um salário anual de dez milhões de reais. Meu trabalho era simples: protegê-lo e, quando ele estava bêbado ou de mau humor, deixá-lo me abraçar e me chamar pelo nome de outra mulher.
"Isabela."
Sua voz estava sempre rouca de desejo quando ele se pressionava contra mim, sua respiração quente no meu pescoço.
Ele nunca olhava para o meu rosto nesses momentos.
Ele não precisava. Ele só precisava que eu tivesse um rosto setenta por cento semelhante ao dela.
Esta noite não foi diferente.
Eu tinha acabado de levar um tiro por ele durante uma negociação de aquisição hostil, a ferida no meu ombro ainda latejando com dor recente. O médico disse que eu precisava de pelo menos um mês de descanso.
Mas Arthur Monteiro não se importava.
Ele arrancou a gravata, seus olhos turvos de álcool. Ele tropeçou em minha direção, sua presença poderosa preenchendo meu pequeno apartamento.
"Isabela", ele sussurrou, suas mãos encontrando o caminho sob a minha camisa, seus dedos roçando o curativo no meu ombro.
Eu me encolhi, uma dor aguda me atravessando.
Ele parou por uma fração de segundo, a testa franzida não com preocupação, mas com irritação.
"Não se mova", ele ordenou, sua voz baixa e perigosa.
Eu congelei. Eu era Laura Mendes, seu escudo mais leal. Eu não tinha permissão para sentir dor. Eu não tinha permissão para recusar.
Ele me empurrou na cama, seu corpo cobrindo o meu. O peso no meu ombro era excruciante, e um suor frio brotou na minha testa.
Através da névoa de dor, eu encarei o teto.
Ele estava pensando nela de novo.
A história era sempre a mesma. Isabela Lacerda. A bela e mimada socialite que partiu seu coração e desapareceu há dois anos. Ela era filha da família Lacerda, um par perfeito para ele em status. Eles eram namorados de infância, o casal de ouro aos olhos de São Paulo.
Mas ela o deixou.
E ele me encontrou.
Uma guarda-costas que se parecia com ela.
"Apenas uma substituta", ele disse a um amigo uma vez em uma festa, sua voz gotejando desdém. Eu estava a poucos metros de distância, invisível em meu terno preto.
Um convidado bêbado tentou me apalpar, suas mãos gordurosas deslizando pelas minhas costas. Olhei para Arthur em busca de ajuda, de um único olhar de apoio.
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