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A Família dos meus Sonhos

A Família dos meus Sonhos

AutoraAngelinna

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12
Capítulo

Tudo o que o magnata grego desejava era... seu filho. Após um casamento relâmpago com Angolos Constantine, Georgie estava grávida e certa de que ele ficaria encantado. Mas, em vez disso, ele a mandou "sair de sua vida e nunca mais voltar". E foi exatamente o que ela fez. Assim, ele jamais viu seu filho... até agora. Angolos não achava que pudesse ter filhos... e não está preparado para deixar seu pequeno milagre escapar. Mesmo que Georgie pareça odiá-lo, ele terá o que considera seu... a qualquer preço.

Capítulo 1 Sinopse

Tudo o que o magnata grego desejava era... seu filho.

Após um casamento relâmpago com Angolos Constantine, Georgie estava grávida e certa de que ele ficaria encantado. Mas, em vez disso, ele a mandou "sair de sua vida e nunca mais voltar". E foi exatamente o que ela fez. Assim, ele jamais viu seu filho... até agora.

Angolos não achava que pudesse ter filhos... e não está preparado para deixar seu pequeno milagre escapar. Mesmo que Georgie pareça odiá-lo, ele terá o que considera seu... a qualquer preço.

CAPÍTULO UM

- Claro que eu sabia que não ia durar.

Aquelas palavras fizeram Georgie parar de repente e voltar quatro anos no tempo.

Para a maioria das pessoas, aquele fora um verão dos mais quentes, no qual a Inglaterra fria e úmida deleitou-se com temperaturas tropicais. Para Georgie, aquele fora o verão em que sua vida mudara.

Na ocasião, ela estava com apenas 21 anos, era uma tí¬pica estudante curtindo as férias de verão antes de voltar à faculdade, na qual cursava o último ano. Seus únicos planos envolviam a desejada carreira de professora e o carro que estava economizando para comprar.

No período letivo anterior, fora parada na rua por uma mulher com uma prancheta na mão, que fazia uma pesquisa para um programa de televisão.

- Você acredita em casamento?

- Eu não desacredito.

- Então você se casaria? - pressionou a entrevistadora.

- Eu...? Ah, sou muito nova para pensar nisso. - Georgie riu. - Quero me divertir antes de me amarrar.

Em pouco mais de três meses, ela estava se casando com um homem a quem conhecia fazia menos de um mês.

E, sim, sua avó disse que não iria durar, mas ela não estava sozinha nisto! Seria difícil achar alguém que achasse que aquele casamento era boa idéia!

Georgie, alheia por completo, sorriu serenamente ao ouvir todas as reprimendas e ignorou as previsões de desastre. Pelo menos a oposição fortalecera sua decisão, fazendo-a parecer de certo modo mais romântica.

Os lábios dela se curvaram num sorriso irônico ao se lembrar do futuro idílico que veria à sua frente.

- Mamãe...!

Georgie afastou as memórias que a atormentavam e se voltou para o menininho que queria mostrá-la algum tesou¬ro que trazia em sua mãozinha gorducha. Ele sorria para ela com seus longos cílios negros, cabelos cacheados brilhantes e bochechas rosadas.

Nem tudo que vinha de seu imprudente casamento era negativo. Georgie tinha Nicky, seu bebê. Na verdade, ele não era mais um bebê, pensou ela melancolicamente, en¬quanto exclamava os "oh" e "ah" que o menino esperava.

Quando Nicky voltou para sua brincadeira - ele era uma criança realmente feliz e bem-disposta -, Georgie bateu as sandálias com força na mesa de ferro do terraço.

Não teve o efeito desejado. Entretidas demais na conver¬sa, as duas mulheres lá dentro continuaram alheias à sua presença.

Era tudo de que eu precisava! Um lugar de camarote para a dissecação do casamento do inferno! Georgie podia ter-lhes poupado o trabalho: "péssima idéia" resumia a história.

- Estavam juntos fazia muito tempo?

Georgie reconheceu o sotaque típico de Yorkshire de Ruth Simmons, uma diretora de escola aposentada e aficionada em observação de pássaros que havia alugado a casinha ao lado da dela durante o verão.

- Seis meses.

O modo como a avó lhe disse isso fazia soar como uma condenação.

- Acha que existe alguma chance de reconciliação? Quem sabe se eles dessem mais tempo ao tempo... se tentassem outra vez...?

- Tentar... para quê?

Georgie encostou a testa ao umbral da porta e, sem per¬ceber, começou a raspar com o dedo a tinta que estava descascando. Ela dificilmente pensava como a avó, mas, desta vez, concordava inteiramente com seu ponto de vista. Ela poderia passar a vida inteira tentando ser o que Angolos queria e, mesmo assim, não conseguiria satisfazê-lo.

No final, contudo, quem quis se separar não foi ela.

Angolos terminara. E o fizera com brutal eficiência, mas ela refletiu que, afinal, Angolos não era do tipo que deixava as coisas pela metade, e não era nada sentimental.

- Poderiam tentar até o fim dos tempos que o resul¬tado seria o mesmo - ela ouviu Ann, sua avó, dizer com autoridade.

- Mas seis meses... pobre Georgie...

A tristeza sincera na voz daquela mulher fez Georgie ficar com um nó na garganta. Não houve muita compreensão para com ela quando resolveu engolir o orgulho e bater na porta do pai. Ouviu todos os "eu te avisei" e "quem procura, acha" que podia. Porém, nada de solidariedade.

- Era apenas questão de tempo para aqueles dois se sepa¬rarem. Questão de quando ele ficasse entediado ou quando ela acordasse para a realidade de que ambos viviam em mundos diferentes. Melhor assim. Ele só estava de brincadeira.

Na época, pareceu bastante verdadeiro para ela, mas talvez vovó estivesse certa. Você estava de brincadeira, Angolos? Às vezes, só queria poder ficar no mesmo recinto que ele por cinco minutos para fazê-lo responder por que ele fizera o que fizera.

- Tudo indica que a primeira esposa fez gato e sapato dele... Linda, impetuosa, fogosa... Aparentemente, ela podia ter feito uma carreira de sucesso como pianista se tivesse se dedicado aos concertos com a mesma energia com que se dedicava às festas.

- Na minha opinião, após o divórcio ele estava procu¬rando por uma nova esposa para ter uma vida calma... Infe¬lizmente, escolheu Georgie. Era inevitável, a novidade acabar quando ele se cansasse de ser certinho.

Não fazia muito bem ao ego ouvir alguém falando sobre você como se falasse de um capacho. Era triste, mas Georgie não podia rebater o que ouvia. Fora patéti¬ca na ânsia de agradar, e era muito difícil relaxar, ser ela mesma, ao lado de alguém que idolatrava - e ela de fato idolatrara Angolos.

- Acho que você está sendo injusta com Georgie - pro¬testou Ruth. - Ela é uma menina brilhante e inteligente.

Georgie encostou-se à parede, sorrindo sozinha. Obri¬gada, Ruth.

- Claro que é, mas... veja, deixe-me mostrá-la isto. Georgie ouviu um barulho de papel e soube de imediato o que a avó estava fazendo.

- Isto estava no suplemento do jornal do último domin¬go. Isto é Angolos Constantine.

Georgie sabia o que ela estava mostrando. Vira a revista antes de a avó escondê-la debaixo das almofadas no sofá. Era uma foto de duas páginas de Angolos saindo de um carro com chofer direto para o tapete vermelho de uma estréia cinematográfica. Ao lado dele, estava Sônia, sua glamourosa ex-esposa. Será que eles tinham voltado...? Boa sorte para eles, pensou Georgie com raiva. Eles se mereciam.

- Minha nossa! - ela ouviu a outra dizer. - Ele é mesmo bem... sim, muito! Dizem que os opostos se atraem... - acres¬centou.

Valeu a tentativa, Ruth.

- Há opostos... e há Angolos Constantine e minha neta.

Um sorriso amargo veio aos lábios de Georgie. Sempre podia contar com a avó para um toque de realidade.

- Sempre foi uma idéia absurda. Ela jamais se encaixaria no mundo dele, e eles não tinham absolutamente nada em comum, a não ser, talvez... - Ann Kemp abaixou a voz para um sussurro confidencial. Tinha um tom pesado, típico de atrizes amadoras.

- Sexo! Ou amor, como minha neta preferia chamar. Eu, pessoalmente, acho que a culpa é daqueles romances que ela ficava lendo na adolescência.

- Eu também gosto de um bom romance - disse a outra.

- Sim, mas você não é nenhuma moça jovem, tola e impressionável que espera que um cavaleiro em uma bri¬lhante armadura venha lhe salvar.

- Posso não ser jovem, mas não perdi de todo as es¬peranças.

Georgie não escutou a resposta seca. Um ar distraído tomou conta de seus traços suaves en¬quanto ela esfregava os braços que, apesar do calor, estavam com a pele arrepiada. Seus músculos do baixo ventre se contraíram. Ela apertou os olhos com força para apagar a imagem que lhe veio à mente, mas ela, assim como Angolos, se recusava a atendê-la, ou sequer a atender a suas súplicas, ela pensou com amargura, Desnorteada e com medo, acabou perdendo toda a dignidade e implorou que ele pensasse melhor. Não era possível que ele quisesse que ela fosse embora. Os dois eram felizes, iam ter um filho.

- Diga o que há de errado - pediu Georgie.

Angolos não disse nada. Apenas fixou seu olhar soturno, brilhante e duro como um diamante, nela.

Estranho como uma decisão podia afetar o curso da vida de uma pessoa.

No caso, se Georgie não tivesse dado ouvidos ao meio-irmão, que pedira para levá-lo à praia... Na verdade, ela pretendia se aninhar em uma poltrona e ler o último capítu¬lo de um livro. Se tivesse feito isso, jamais teria conhecido Angolos. Não que adiantasse ficar especulando naquele momento sobre o que poderia ter sido. Mas acaba-se sobrevivendo de qualquer forma, e Georgie pensou, com toda a modéstia, que não estava se saindo tão mal. Tinha uma boa carreira, alugara um apartamento, tinha um filho lindo. Uma amiga solteira dissera recente¬mente que não entendia como ela conseguia dar conta de ser mãe solteira de filho pequeno e trabalhar fora o dia inteiro em um emprego que exigia tudo de si.

- Não consigo imaginar minha vida sem Nicky. É por isso que dou conta - explicou Georgie. Era verdade, mas a amiga não acreditou em uma palavra sequer.

O fato de não haver um homem em sua vida era questão de escolha. Não que ela tivesse descartado a idéia de encontrar alguém, mas não conseguia imaginar isto acontecendo.

Às vezes, tentava imaginar outro homem tocando-a do jeito que Angolos tocara. Era um erro. Os nervos todos doíam só de pensar naqueles dedos longos em sua pele.

Angolos lhe causara muita dor.

Quando não estava pensando em como Angolos lhe causava dor, estava pensando em que tipo de pessoa teria sido se jamais o tivesse conhecido. Será que ainda seria tão ingênua e crédula como fora naquele verão?

Este tipo de conjetura não levava a nada, porque ela o conhecera e pronto. E porque em sua mente ardiam os mí¬nimos detalhes daquela ocasião fatídica, o momento em que pôs os olhos em Angolos Constantine, o momento em que sua vida mudou para sempre.

Estava na praia, sentada em uma canga, com um olho no livro que tentava terminar e outro no meio-irmão que brin¬cava com um grupo de garotos mais adiante. A primeira coisa que Georgie viu foram os brilhantes sapatos de couro dele, feitos à mão, e a calça de corte primoroso, calça cara, de bom gosto e loucamente imprópria para uma praia.

Georgie tinha que ver quem seria tão idiota de se aven¬turar em uma praia naqueles trajes! Ela protegeu os olhos do sol com a mão e franziu a testa ao levantar o rosto.

Ah, minha nossa...!

O dono daqueles sapatos tinha pernas muito, muito longas; e o resto dele era bem melhor que a média. Na verdade, para quem gostava de homens magros e musculosos - e qual mu¬lher não gosta, tendo a chance? - ele era quase perfeito.

Alcançou então seu rosto, e seu ímpeto de zombar desa¬pareceu ao se deparar com aqueles olhos cor de âmbar - olhos que ela jurou amar - que a deixaram abalada até o dia em que ele disse que queria que ela fosse embora.

- Embora...? - Desconcertada, mas certa de que se tratava de algum mal-entendido, ela perguntou - Por quanto tempo?

- Para sempre - respondeu ele, e saiu.

Mas, naquela primeira tarde de verão, não houve o menor indício da crueldade tranqüila de que ele era capaz. Ficou perple¬xa demais e era muito inexperiente para disfarçar o que sentiu ao se deparar com aqueles olhos de longos cílios que chegavam a sombrear as pronunciadas maçãs do rosto.

Aqueles olhos profundos, sedutores e aveludados ti¬nham um conhecimento do mundo que ela achou fascinan¬te. Mas, também, Georgie achava tudo nele fascinante, pensou, revoltada. Dos cabelos negros sedosos à sensual curva dos lábios.

Alto e magro, ameaçadoramente cativante, o rosto mo¬reno de Angolos possuía ângulos fortes e uma estrutura óssea maravilhosa, a verdadeira essência da beleza masculina.

- Olá - disse ele, iluminando-a com um sorriso lindo. Tal como sua aparência, a voz com ligeiro sotaque era impossivelmente masculina.

Ela estava com calor, seu rosto grudento, a pele lambu¬zada do suor que se alojou no vale entre os seios. A jaqueta pendurada casualmente em um ombro era a única concessão que o estranho fazia ao calor, que parecia não lhe afetar.

Ao passar meio que inconscientemente a mão nos cabe¬los, percebeu que ela estava cheia de areia. Georgie quis desesperadamente parecer tranqüila e dizer algo inteligente, porém só conseguiu dizer um "olá" sem graça. Seu coração batia de tal maneira que ela mal escutou a própria voz.

Ela sabia que o estava encarando, mas não conseguia parar. Simplesmente não conseguia tirar os olhos daquele homem espetacular. Homens daquele tipo não costumam ficar passeando em uma praia cafona freqüentada por famí¬lias apenas... Ela nem mesmo acreditava que homens daque¬les existiam fora das páginas de ficção!

Ficar imaginando aquele estranho sem roupa fazia dela uma depravada? Isso jamais lhe acontecera antes! Seria o calor? Não havia lido em algum lugar que o calor tinha efeito na libido? Mas sua libido jamais lhe dera problemas. Na verdade, até fica¬va pensando às vezes se não tinha libido de menos.

- Não conheço bem a área.

- Percebi.

Ele arqueou a sobrancelha e Georgie foi logo se expli¬cando, corando de vergonha.

- O lugar é pequeno e a gente nota quando aparece al¬guém que não é daqui. - Só que mesmo no lugar mais glamouroso do mundo ele teria se destacado! Não conseguia imaginar como seria entrar com ele em um quarto e parar de conversar. Como seria estar com ele?

Ela abaixou os olhos. Pare com isso, Georgie!

- Então você mora aqui?

Ele está falando comigo. Este homem incrível está fa-lando comigo! O que ele disse...?

- Desculpe?

- Você vive aqui? -Sim... não.

As rugas ao redor dos olhos dele se aprofundaram.

- Sim ou não?

Essa não! Ele ia voltar para o planeta de onde viera - sim, porque era lindo demais para ser deste planeta -, rindo do pessoal pouco privilegiado mentalmente do lugar. Ela fez um esforço supremo para dar uma de inteligente.

- Nós passamos as férias de verão aqui. Meu... - Georgie abaixou os olhos, como quem reprime o constrangedor impulso de contar a história de sua vida. Apesar de sua vida poder ser resumida em um parágrafo, as pálpebras daqueles olhos estupendos dele começariam a cair de tédio antes que ela terminasse.

Uma coisa digna de nota acontecera em sua vida e ela nem lembrava! Ela era bebê quando a mãe fugiu com um garçom grego. Desde então, o pai se recusava a viajar ao exterior. Daí, aquela casa para onde viajavam todos os verões que ela conseguia lembrar - primeiro com o pai e a madras¬ta, e posteriormente com a madrasta e o meio-irmão.

- Mas você conhece bem a região? Sabe os lugares aon¬de se vai?

- Lugares aonde se vai... - Desfez a expressão intrigada. - Acho que sei. - Estava feliz da vida de poder ser útil àquele homem incrível. - Bem, na verdade, depende - dis¬se ela seriamente.

- De quê?

- Se você tem problema com altura.

- Não tenho.

- Eu tenho - admitiu ela, tristonha. - Dizem que o ca¬minho até o pontal pela reserva é legal. Mas, se você prefe¬rir algo mais calmo, a trilha pelo pântano é bem traçada e há esconderijos onde se pode... Tem interesse por pássaros? A área atrai muitas pessoas com binóculos para observá-los. Não é o período de reprodução, mas...

- Não sou observador de pássaros. Prefiro me dedicar a coisas mais... ativas.

Depois que ele disse isso, Georgie não teve problema em vê-lo se adequar no clichê do sujeito incauto que gostava de esportes radicais... Daqueles que, muito provavelmente, terminavam em ferimentos ou coisa pior.

Só de pensar em vê-lo quebrar aquele pescoço lindo, ela acabou dando com a língua nos dentes.

- Você devia tomar cuidado.

- No momento, estou sob recomendações expressas de relaxar. - Ele sorriu de leve. - E de repente - disse ele em tom confidencial que deixou Georgie arrepiada - a idéia não me parece mais tão má.

Será que ele estava flertando com ela...? Georgie descar¬tou a idéia antes mesmo de formá-la.

- Estava pensando na vida noturna...

- Vida noturna? - repetiu ela. Distraída pela visão dos pêlos negros que apareciam debaixo do tecido branco e fino da ca¬misa, teve dificuldade em se concentrar no que ele dizia.

- Sim, boates, essas coisas.

- Boates? - repetiu ela, como se ele estivesse falando alguma língua estrangeira. - Aqui?

Seus lábios belamente desenhados se contorceram de estranheza.

- Nada de boates? - perguntou Angolos, e ela fez que não com a cabeça. - E restaurantes...?

Georgie arregalou os olhos mais ainda.

- Acho que você está no lugar errado. Tem uma casa de chá perto do correio. Eles têm um chá com creme delicioso, e também tem um restaurante de comida caseira, mas... Está rindo de mim?

- Você é adorável!

Apesar de saber que ele provavelmente quis dizer ado¬rável no sentido de gracinha, fofinha, algo assim, ela não conseguiu parar de sorrir.

- E esta parece a primeira vez que eu dou risada em muito tempo.

Georgie estava pensando nesta frase enigmática, quando uma bola de futebol caiu em seu colo, enchendo-a de areia. Então, veio o som de risadas quando ela se esparramou na areia.

- Jack Kemp! - gritou ela, cuspindo areia, enquanto o meio-irmão se aproximava. Georgie lutou para se pôr de pé e olhou para a figura cheia de culpa.

- O que deu em você? - perguntou o sardento garoto doze anos. - Não foi com força - continuou, zombando.

Ela jogou a bola de volta, avisando que era melhor ele tomar cuidado.

- E só mais cinco minutos - acrescentou, olhando para o relógio. - Prometi cuidar do jantar hoje.

- Certo... certo, Georgie - respondeu Jack antes de sair rolando pela areia.

- Georgie?

- Georgette - disse ela, um pouco sem graça. - Minha família me chama de Georgie. Este é meu meio-irmão - explicou, referindo-se ao menino que corria.

Ela se virou ao falar e viu que ele não estava olhando para o menino e, sim, para ela. Havia uma sensualidade no exame minucioso daqueles olhos sombrios que a deixava arrepiada, e seus mamilos não estavam nada discretos de¬baixo do tecido elástico da parte de cima do biquíni.

Ela olhou ao redor, corada de vergonha, procurando a camiseta que tinha tirado. Achou-a embolada debaixo do protetor solar e pegou apressadamente.

- Vou chamá-la de Georgette - decidiu ele.

Ela jamais o veria de novo, mas, no que dependesse de Georgie, aquele homem podia chamá-la como quisesse.

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