5.0
Comentário(s)
218.3K
Leituras
25
Capítulo

Grande parte da sociedade nova-iorquina sonha com o sucesso e o reconhecimento. Nessa nova realidade, diferente da que sonhou viver na faculdade, a correta e confiante Natasha Damasceno, encontra o emprego dos sonhos na movimentada Nova York. Entretanto, o motivo de sua contratação pelo curioso empresário, Eduardo Cooper, é um problema. Sempre tão correta e ética, Natasha busca ajudar seu novo chefe a descobrir o culpado pelo desfalque na empresa, enquanto lida com seus traumas românticos. Em uma cidade cheia de amores e riquezas, temos as novas possibilidades que surgem para os audaciosos.

Capítulo 1 O empresário

PRÓLOGO

Eduardo Cooper

- Não ouse aparecer. - Digo secamente enquanto encaro a mulher

que um dia me arrancou suspiros.

- Fique tranquilo, com essa grana que estou levando nem sei quem

são vocês. - Piscou um olho e sorriu vitoriosa.

Fico paralisado vendo a mulher que tanto amei ir embora,

literalmente bater à porta e sungando a última gota de esperança que eu

tinha de manter o casamento vivo. Elle se rebelou contra a família.

Quando você sabe que o amor do outro não é mais o suficiente?

É como um piscar de olhos e pronto? Acabou?

Porque eu não me sinto assim. Sinto o buraco se abrir em meu peito,

é como se uma mão pegasse meu coração e o apertasse, espremesse,

transformando-o em migalhas.

Sento-me no sofá, desolado, meus olhos embaçam, estão marejados,

nunca pensei que poderia ser deixado de lado, que seria apunhalado dessa

forma.

Olho para o teto e puxo o ar com força, o soltando aos poucos, a

decoração de gesso nos cantos das paredes me relembram quando ela pediu

minha permissão para acrescentar esse detalhe na decoração. Toda

empolgada porque deixaria a sala mais sofisticada e eu quis deixa-la

contente, concordei.

Sempre tinha algo em mente, alguma surpresa, um jantar diferente,

um passeio, tudo só para ver o sorriso dela, os olhos brilhando.

Não se enganem quando dizem que homens não sentem na mesma

intensidade que as mulheres, porque eu senti. Foi como assumir um papel

de trouxa por demonstrar demais. Elle sempre teve tudo de mim, sempre

teve minha total atenção, teve do bom e do melhor, o luxo, eventos

marcantes na sociedade, um casamento exuberante e uma filha.

A filha que um dia disse amar mais que a própria vida, mas que

acabou de abandonar, apenas por ganância.

Ela teve a coragem de exigir uma enorme quantia antes de levar sua

última mala, diante dessa situação alarmante, meus advogados me

aconselharam a entrar com o pedido da guarda de Zoe, para que a guarda

integral seja minha. Elle deixou bem claro, várias e várias vezes, que nunca

voltará, então ela não poderia mais chegar perto de nós. Amanhã

assinaremos todos os papéis do divórcio e ela perderá qualquer direito

relacionado a guarda da Zoe.

Respiro fundo tentando controlar meus soluços.

Dói tanto.

Ergo meu olhar para a escada, lá no topo, atrás das grades de

madeira rústica, minha garotinha de olhos castanhos me encara agarrada ao

ursinho do Mickey. Ela viu a mãe sair carregando uma mala grande e dizer

que nunca nos conheceu.

Como vou cuidar sozinho de uma menina de três anos? Não tenho

mais ninguém, meus pais já faleceram, Elle não mantinha contato com a

família dela desde a faculdade, não tenho irmãos, tios, mais ninguém.

Caralho!

- Papai, posso descer? - Pede receosa e bufo frustrado em ver

seus olhinhos vermelhos.

- Claro meu bem, vem aqui.

Ela desce correndo com cuidado para não cair vestida em sua

fantasia da branca de neve, a pego no colo e a abraço. Não chora Eduardo,

não chora. Ela só tem você agora.

- Cadê a mamãe?! - Pergunta baixinho olhando para a porta

branca de saída.

- Ela foi morar em outro lugar.

- E não vai voltar? - Arregala os olhos atentamente.

- Não, agora somos só eu e você aqui. Tudo bem?

- Claro papai, - Curva a mãozinha na boca como se estivesse

contando um segredo - A mamãe estava chata mesmo. - Dou um sorriso.

- Estava mesmo, nós vamos nos divertir muito. - Forço uma voz

animada e toco no nariz dela.

- Eba!

Pula animada e a abraço com força, tão nova para entender o que

realmente aconteceu. Elle simplesmente foi se afastando e agora deu a

cartada final.

Preciso ser forte, tenho uma filha e uma empresa para manter de pé.

Meu Deus, preciso de ajuda. Muita ajuda!

- Vamos trocar de roupa e passear um pouco? - Passo as mãos

nos cabelos castanhos tentando arrumar, vou precisar aperfeiçoar mais

algumas técnicas de cuidados com meninas.

- Vai ter sorvete?! - Subitamente para no meio da escada

enquanto subíamos e me olha esperançosa.

- O que você quiser.

Talvez se eu ficar ligado nos duzentos e vinte todos os dias não

sobre espaço para sentir a dor.

Pelo menos, não por enquanto.

Estarei sem espaço para outra pessoa.

CAPITULO 1

Natasha Damasceno

Sinceramente espero conseguir esse trabalho na Associação Cooper,

não que esteja desesperada por um emprego, afinal tenho minhas

economias, mas honestamente, não aguento ficar mais parada.

Até onde sei, tenho grandes chances de conseguir!

- Quero que você experimente algumas roupas da minha nova

coleção. - Ronrono enquanto ganho um delicioso carinho no cabelo.

- Me usando como cobaia de novo Chris?

- Como amo que mexam no meu cabelo.

- Primeiro que você tem um corpo dos deuses e preciso ver essas

maravilhas arrancarem suspiros e bem, sabe que pode ficar com algumas

peças.

- Tudo bem, tudo bem, eu vou. - Claro que eu não recusaria um

pedido dele.

- Ótimo, passa no Studio amanhã de tarde. Mas me diga, como foi

a entrevista?

Me sento no sofá para o encarar. Chris é tão lindo que desejaria me

apaixonar perdidamente por ele, seus olhos castanho-claro rodeados por

uma fina bolinha verde, o cabelo liso castanho claro todo bagunçado, um

metro e oitenta de altura com músculos definidos e muito bem distribuídos

pelo corpo. Ergo minha mão para bagunçar ainda mais seu cabelo macio.

- A entrevista em se foi boa, quer dizer, respondi tudo o que a

moça queria saber, consegui ficar calma até, ela foi muito simpática

comigo, trabalha no RH, pelo que me disse estão em dúvida entre mim e

mais duas quando leram os currículos. Entretanto, a decisão final é do Sr.

Cooper.

- Sr. Cooper, diz como se ele fosse um senhor de cinquenta anos. –

Enruga o nariz em uma careta.

- Talvez ele seja. - Rimos enquanto ele se estica para pegar o

notebook na mesinha.

- Vamos dar uma bisbilhotada na vida dele. - Diz todo

empolgado.

Amo Chris, ele é praticamente um irmão para mim, é estilista e está

no auge com suas roupas. Na verdade, ele não é natural de Nova York, é

europeu, mais precisamente de Doncaster. Nos conhecemos através de um

intercâmbio que ele fez, ficou na casa dos meus pais em Nova Jersey, na

época faltavam alguns meses para que eu terminasse a faculdade de

contabilidade, quando não estava em aula, estava com ele, mostrando cada

detalhe da cidade e o fazendo se apaixonar por cada detalhe assim como eu.

Tenho saudade de quando saíamos pelas ruas principais, eu

cumprimentava todos e às vezes ganhávamos alguma guloseima, ou ele

ganhava uma flor para me dar, muitos achavam que estávamos namorando

de tão unidos que éramos, mas claro, eu já tinha namorado.

Quando teve que voltar, seis meses depois, não perdemos o contato.

Chris sempre desenhou muito bem, quando possível vínhamos para Nova

York, "a cidade onde os sonhos se realizam", ele se formou em moda e eu...

Em contabilidade.

Me mudei de vez para cá oito meses depois de terminar os estudos e

já com a carteira de trabalho assinada e ele três meses depois já lançando

algumas roupas. Claro que sofri um pouco para conseguir meu primeiro

emprego, eu era uma garota de outra cidade e recém formada, foi

complicado, fazia estágio no escritório do Sr. Jones de manhã e à noite

trabalhava como garçonete, pelo menos conseguia pagar o aluguel do

quartinho que fiquei no começo.

Então o Sr. Jones demitiu um funcionário, claro que foi

constrangedor, mas naquele momento eu consegui meu emprego. Claro que

tive a ajuda de meus pais, mas prometi a mim mesma que seria

independente e devolveria a eles tudo o que fizeram por mim.

No começo Chris morava comigo, na verdade, depois que consegui

achar um lugar melhor para morar, foi embora quando conseguiu tirar o

próprio sustento, se manter razoavelmente, hoje ele é um puto de um amigo

gato que tem de tudo e um pouco mais por causa do seu amor pelo que faz.

Bem, no começo também não foi fácil, principalmente porque em Nova

York a concorrência é grande e há muitos críticos de todas as formas e

gostos, mas ele conseguiu captar cada ensinamento, crítica, conselhos que

ganhava e fazer um trabalho fabuloso.

Dou o último gole no vinho e me aproximo mais vendo a pesquisa

dele, o dono, Eduardo Cooper, é um verdadeiro homão, porém uma pedra

de gelo diante das câmeras. Até mesmo quando é pego de surpresa pelas

câmeras está sempre sério. Eu não tinha me interessado em fazer uma

pesquisa sobre ele, já que meu interesse está em papéis, mas como toda boa

mulher que adora ver o corpo esbelto de um homem, sinto um leve

comichão entre minhas pernas. Santa Pipoca, um verdadeiro deus grego.

O que me deixaria enlouquecida nessa cidade, se eu não soubesse

me controlar, meus desejos sexuais que se tornaram insaciáveis, os homens

daqui são vaidosos e adoram uma pose de CEO.

- Ok, ele não é um senhor de cinquenta anos. - Admito.

- Bem que você queria um boy desses. - Me cutuca com o

cotovelo.

- Não sei, vai que ele joga no outro time, não tem nenhuma

fotozinha, nem de paparazzi com mulher. - Olho foto por foto, ou ele está

correndo na praça com fones de ouvido com o semblante fechado, ou

correndo em uma esteira do lado da janela para todos verem seus músculos

expostos pelas regatas, ou com uma garotinha pelo shopping, ou um jantar

da alta sociedade usando ternos sob medida posando para as câmeras.

- Segundo meus conhecimentos, cem por cento hétero. - Afirma

e me olha com uma sobrancelha erguida.

Reviro os olhos. Ele está sempre querendo saber quem fisguei ou se

vou pegar.

- Chris mudando de assunto, e quanto a você? - Ele fica sério e

fecha a tela do notebook.

- Sinceramente não sei. Aquilo... Aquela noite mexeu comigo, mas

não tenho certeza se... Se sou gay ou bi. - Suspira com pesar.

- Sabe que independente do que for, da escolha que fizer, estou

com você, não é? Sou leiga sobre esse assunto, mas vou tentar entender

melhor para te ajudar.

- Sei e te amo por isso. - Seus olhos brilham como se eles

sorrissem para mim.

Suas mãos me puxam para seu colo me espremendo em seus braços.

Me aconchego, isso nunca muda, mesmo que ele esteja para baixo eu que

sou colocada no colo para ser ninada.

Chris recentemente passou por uma redescoberta. Desde quando nos

conhecemos ele sempre foi tímido para falar com alguma garota, mesmo

quando eu pedia para elas serem espontâneas e terem paciência, Chris não

conseguia agir da mesma forma que agia comigo, talvez porque estávamos

na mesma casa.

Recentemente, durante uma noitada entre amigos, um homem,

muito gato por sinal, se aproximou do nosso grupo. Eu estava pronta para

dar o bote, mas o bendito só deu atenção para o Chris, eu e as meninas

percebemos na hora, mas para mim, foi uma surpresa, nunca imaginei que

Chris pudesse se sentir atraído por homens. Nada contra, obviamente, mas

ele mesmo ficou envergonhado quando desabafou comigo depois.

Ele se sentia muito atraído em ficar admirando as curvas, tanto de

homens quanto de mulheres. Já teve noites calorosas com algumas moças,

claro, mas naquela noite viu que alguém se aproximou, bateram um bom

papo e depois tiveram uma noite muito quente. Chris ficou ainda mais

dividido. Não tem certeza se é apenas admiração pelos homens, só por

curiosidade, ou se realmente é gay. Da mesma forma se é hétero.

Eu não soube exatamente o que dizer, apenas disse para ele

pesquisar mais, falar com alguns profissionais, não sei se agi certo, mas só

sei que quero que ele descubra e seja feliz.

Continuar lendo

Outros livros de renata medeirosM

Ver Mais
Inocência com sedução

Inocência com sedução

Romance

5.0

O que Taylor Magnus está fazendo aqui? Me encostei na parede com a saia subindo pela minha bunda enquanto me ajeitava na áspera parede de estuque. Eu não a ajeitei. O belo anfitrião, vestido incrivelmente bem, definitivamente percebeu. Enquanto lambia os lábios e andava na minha direção, eu sabia que ele se perguntava se eu estava usando calcinha. - É o bar mitzvah do melhor amigo da filha dele. O que você está fazendo aqui? Senhorita... Ele inclinou a cabeça para baixo e leu o nome no meu crachá de imprensa. Fitzpatrick? Aprendi com o tempo a não ficar nervosa; as pessoas farejam aproveitadoras de longe. Respirei fundo para afastar o medo. - Essa é uma festa e tanto. Trabalho na coluna de sociedade, sabe? Noticiando todo mundo que é alguém. Dei meu sorriso característico, uma expressão bem ensaiada de inocência com uma pitada de sedução. - Muito ousada, você não devia estar aqui. Essa é uma festa particular! Estava claro que ele não ia me dedurar. - Não se eu for convidada. Me abaixei um pouco na parede, fazendo minha saia subir ainda mais. - Clara Fitzpatrick, disse ele, lendo meu crachá. - Um nome muito judeu... - Vem da minha mãe. Então, você acha que Taylor vai passar o projeto da educação? Aquele dá àqueles garotos uma chance real de se educar... com faculdade, alimentação e moradia gratuitos? Eu sabia que estava pressionando, mas o cara sabia muito mais do que estava dizendo. Acho que ele esperava algo do tipo. - Ele deve assinar essa noite. Tem algo a dizer? Endireitei a gravata dele, que estava realmente torta. - Quero dizer, você é o anfitrião do pós Bar Mitzvah, recebendo na própria casa uma lista de convidados muito exclusiva".

Luxúria por uma noite

Luxúria por uma noite

Romance

5.0

Ela não conseguia decidir. Quando ele estava entre suas pernas, gemendo seu nome, ela não se importava. Sua mãe sempre a advertiu sobre homens como ele. O - bad boy. - O cara que vai te foder e te esquecer em um piscar de olhos. Mas quando você se apaixona por alguém, as coisas raramente são simples. Eles estavam fazendo amor ou apenas fodendo intensamente um ao outro? Ela só tinha certeza de uma coisa. Ela aproveitaria cada segundo com ele. ... e aguentaria cada centímetro. Kara: Não acredito que estou fazendo isso Kara: Estou com tanto medo, Meg Megan: Kara Megan: pense bem nisso!!! Megan: e se Max disser não?! Kara: Eu tenho que tentar Kara: Tô cansada de esconder a verdade Megan: ok... Megan: não importa o que aconteça... Megan: eu te amo. Kara: (emoji de coração) Kara: Eu sei, Meg Kara: Vamos torcer para que Max sinta o mesmo KARA Kara entregou sua carteirinha de estudante ao funcionário da universidade. Prendeu a respiração e olhou para o refeitório, onde sabia que encontraria Max. Mesmo tendo pago pela refeição, agora a comida era a última coisa na mente de Kara. Ela estava prestes a dizer a Max, seu melhor amigo desde o primeiro ano, que sentia algo por ele. Talvez fosse só um crush. Talvez fosse algo mais. Mas Kara sabia de uma coisa com certeza - ela estava cansada de esconder isso. Desde que Max voltou para Minnesota, depois de estudar um período fora do estado na Universidade do Texas, ela estava tentando encontrar uma maneira de dizer a ele. Deveria tentar algum grande gesto romântico? Ou deixá-lo dar o primeiro passo? E se ele não sentisse o mesmo por ela? Kara finalmente decidiu que usaria suas palavras. Ela só esperava que finalmente tivesse coragem suficiente para fazer isso. Quando entrou no refeitório, cheio de estudantes universitários desnutridos, ela logo o avistou. Aff. O menino era lindo. Um grande sorriso travesso, olhos castanhos comoventes e um corpo atlético, embora um tanto compacto - ele era tudo que Kara sempre quis. Seu - Cara Certo. - Seu cavaleiro de armadura brilhante. O escolhido. Ela acenou para ele e ele sorriu, acenando de volta. Aqui vai, ela pensou.

Jogos adultos

Jogos adultos

Romance

5.0

tamborilava o tampo de vidro da mesa do escritório com uma caneta de cem dólares sem importar-me em danif ci á-la. Aquele caso estava me tirando do sério. O cliente insistia em uma ação que não tinha mérito e que não nos levaria a lugar algum - apenas a f alência do escritório. Não estava nada interessada em perder o único emprego decente que tinha conseguido desde o f im do tratamento. Já tinha pesquisado todos os precedentes possí veis e ainda não tinha encontrado uma brecha que pudesse signif icar sucesso na demanda. Meus olhos estavam cansados de tanto olhar para a tela do computador, mesmo estando de óculos o dia inteiro. Respirando f undo, levantei-me e caminhei até a cozinha. Precisava de um caf é bem forte e provavelmente os pensamentos iriam clarear. Enquanto esperava a ruidosa caf eteira preparar-me um expresso, lembrei-me da primeira vez em que pisei no Metcalf e & Matthews Advogados Associados. Tinha acabado de sair de uma clí nica de reabilitação. Nunca tinha usado drogas nem nunca tinha bebido além do admissí velem sociedade. Eu tinha dois problemas que me levaram a f icar internada para tratamento por um ano - era maní aco-depressiva e tinha tentado o suicí dioduas vezes. Na segunda vez a f amí liaachou que deveria importar-se comigo e conseguiu uma ordem judicial para me trancar em uma clí nicae f orçaruma medicação que eu não desejava. Foi um ano excelente. No iní cio, detestei o lugar e as pessoas com quem tinha que conviver. As regras eram insuportáveis. Com o passar do tempo, a compreensão do problema e o vislumbre de que sairia curada f ez com que aceitasse o tratamento. Meus antecedentes, no entanto, não auxiliaram na busca por trabalho. A f amí lianão iria me sustentar; eu já tinha vinte e nove anos, então. O namorado não iria mais me aturar depois de ter tido que lidar com meu comportamento por quase três anos. Meu único bem, um apartamento, f oi vendido para pagar o tratamento. Eu precisava de um emprego que me garantisse uma renda razoável para alugar um novo apartamento e sobreviver. - Terra chamando Layla. - A voz de Melanie me tirou do transe de vários minutos. O caf éjá estava pronto há bastante tempo, mas eu continuava divagando sobre o passado recente. - Está tudo bem com você? Melanie era a melhor amiga desde minha contratação pelo Metcalf e& Matthews. A vida tinha mudado completamente - eu era mais f eliz e tinha relacionamentos mais saudáveis. Melanie era parte f undamental naquele processo. - Sim, é o caso Gandini que está me tirando do sério. Não sei por que aceitaram esse cliente nem por que me passaram esse pepino. - Jura que não sabe? - Melanie baixou o tom de voz e também serviu-se de um caf é. - Olson não gosta de você. Ele vai f azer de tudo para te sacanear e mostrar que você não é capaz de dar conta do cargo que assumiu. - Ele tinha pretensões para a minha vaga, não é? - Recordei- me que Jeremy Olson, um advogado que estava há mais tempo no escritório, ansiava pela vaga de advogado júnior que eu consegui apenas alguns meses depois de contratada.

Faminto e sedento

Faminto e sedento

Romance

5.0

- Está morto? - Ouço uma voz perguntar, mas ela parece vir de muito longe. - Quase, mas ainda respira. O que quer que eu faça com ele? Posso acabar com a agonia do garoto com uma única bala. - Não. Valorizo a lealdade. Ele foi contra o próprio pai para proteger a Organização. Esse aí entendeu que a Irmandade[4] está acima da família. - Dizem que ele é meio maluco. - Quem de nós não é? De qualquer modo, o rapaz é corajoso. Não é qualquer um que enfrentaria um avtoritet[5] para cumprir com seu dever de lealdade ao Pakhan[6]. - Não costuma ser tão generoso, Papa[7]. Alguns diriam que um fruto nunca cai longe da árvore. E se for como o pai? - Nesse caso, por que não permitiu que o maldito seguisse com o plano para me matar? Não, o menino é água de outra pipa. E o que estou fazendo não tem a ver com generosidade, mas com pensar no futuro. Conto nos dedos de uma mão quantas pessoas morreriam realmente por mim e por minha família. É mais novo do que os meus netos. Um dia, Yerik e Grigori[8] vão estar no comando e precisarão de homens de verdade ao lado deles. Eu acho que eles continuam conversando, mas não tenho certeza. Acordo e perco a consciência várias vezes. Entretanto, entendo que o Pakhan acha que eu fiz o que fiz por ele, mas não foi. Minha decisão não teve nada a ver com alguém, mas com algo. Regras. É por elas que eu vivo. Eu nunca as quebro. Elas são o meu verdadeiro deus, muito acima do que as pessoas chamam de sentimentos ou emoções. Não tenho amor e nem raiva dentro de mim. Não consigo entender esses conceitos, já as regras, são simples: siga-as ou quebre-as. Há sempre somente duas escolhas. Preto ou branco. O cinza é uma impossibilidade e também uma desculpa para quem não consegue se manter fiel à sua palavra. Não me ofendo com xingamentos ou me dobro à tortura. Não temo a morte e nem sinto medo de nada, a não ser ter minha vida fora de padrões que estabeleci. Eu preciso dos padrões e os procuro em qualquer lugar. Quando descobriu essa minha habilidade de pensar em cem por cento do tempo de forma lógica, meu pai usou-a por muito tempo em seu trabalho na Organização. O que ele não entendeu, é que essa não era apenas uma característica minha, mas quem sou. Em tudo, todas as áreas da minha vida, busco padrões. É assim que consigo compreender o mundo ao meu redor. Foi assim que descobri a traição dele. Ele não estava somente roubando, planejava entregar o Pakhan nas mãos dos inimigo e isso desordenaria meu plano de continuar servindo à Organização. Atrapalharia as entregas de carregamentos de armas, cujas rotas calculei com precisão matemática. Traria um novo chefe para a Irmandade, que talvez quisesse modificar a planilha de lucro. Iniciar guerras desnecessárias. Eu odeio mudanças. Qualquer alteração me desestabiliza. Até mesmo uma solução alternativa para mim, tem que ser analisada de antemão. Tusso e me sinto sufocar. O ar está impregnado com uma mistura esquisita. Um dos odores é sangue, eu sei. Estou acostumado a esse cheiro desde pequeno. Aos treze anos, matei pela primeira vez. Uma ideia destorcida do meu pai para que eu fosse iniciado dentro da Organização. O outro odor, acredito que seja álcool, então acho que devo estar em um hospital. Eu não me importo, só quero ficar curado. Preciso que me costurem para que eu possa seguir com o meu trabalho. Se demorar muito, vai atrapalhar meu cronograma e eu não tolero imprevistos.

Você deve gostar

Ele não é meu pai!

Ele não é meu pai!

Luarah Smmith
5.0

Lara Sinclair e Marlon Shert se casaram às pressas. Ela é uma jovem que aos 20 anos se vê obrigada a casar com o melhor amigo de seu pai. Ousada, de olhar desafiador, nunca aceitou nada por imposição, até o dia que o seu pai apenas a comunicou que ela se casaria com Marlon. Ele, homem maduro, marcado por cicatrizes que moldaram cada passo de sua vida. Unidos por um casamento imposto pelas circunstâncias, acreditavam que poderiam manter a relação como um acordo silencioso de honra. Mas Lara nunca soube jogar com regras. Cada gesto seu é uma provocação, cada palavra um convite proibido. Marlon, por mais que tente conter o desejo, descobre-se prisioneiro entre a promessa feita ao melhor amigo e a tentação que o consome a cada dia. O que parecia apenas uma aliança estratégica logo se transforma em um campo de batalha entre dever, paixão e segredos que insistem em vir à tona. E enquanto Lara o desafia em todas as direções, o passado de Marlon retorna como sombra, as lembranças de Mary Andersen, a herdeira milionária com quem viveu um romance tórrido e que o marcou com escolhas dolorosas demais para serem esquecidas. Desde então, ele jurara nunca mais confiar cegamente em alguém. Mas o presente também o cobra, Danuza, sua companheira de oito anos, mulher ferida e letal, ainda carrega as marcas do afastamento repentino e silencioso com que ele abandonou sua vida. Entre o peso da lealdade, o fogo do desejo e os fantasmas que nunca se foram, até onde o relacionamento entre Lara e Marlon resistirá?

SEU AMOR, SUA CONDENAÇÃO (Um Romance Erótico com um Bilionário)

SEU AMOR, SUA CONDENAÇÃO (Um Romance Erótico com um Bilionário)

Viviene
5.0

Aviso de conteúdo/sensibilidade: Esta história contém temas maduros e conteúdo explícito destinado a audiências adultas (18+), com elementos como dinâmicas BDSM, conteúdo sexual explícito, relações familiares tóxicas, violência ocasional e linguagem grosseira. Aconselha-se discrição por parte do leitor. Não é um romance leve - é intenso, cru e complicado, explorando o lado mais sombrio do desejo. ***** "Por favor, tire o vestido, Meadow." "Por quê?" "Porque seu ex está olhando", ele disse, recostando-se na cadeira. "E quero que ele perceba o que perdeu." ••••*••••*••••* Meadow Russell deveria se casar com o amor de sua vida em Las Vegas, mas, em vez disso, flagrou sua irmã gêmea com seu noivo. Um drink no bar virou dez, e um erro cometido sob efeito do álcool tornou-se realidade. A oferta de um estranho transformou-se em um contrato que ela assinou com mãos trêmulas e um anel de diamante. Alaric Ashford é o diabo em um terno Tom Ford, símbolo de elegância e poder. Um homem nascido em um império de poder e riqueza, um CEO bilionário, brutal e possessivo. Ele sofria de uma condição neurológica - não conseguia sentir nada, nem objetos, nem dor, nem mesmo o toque humano. Até que Meadow o tocou, e ele sentiu tudo. E agora ele a possuía, no papel e na cama. Ela desejava que ele a arruinasse, tomando o que ninguém mais poderia ter. E ele queria controle, obediência... vingança. Mas o que começou como um acordo lentamente se transformou em algo que Meadow nunca imaginou. Uma obsessão avassaladora, segredos que nunca deveriam vir à tona, uma ferida do passado que ameaçava destruir tudo... Alaric não compartilhava o que era dele. Nem sua empresa. Nem sua esposa. E definitivamente nem sua vingança.

Capítulo
Ler agora
Baixar livro