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Felipe Diniz
O pecado sempre foi meu território. Desde cedo, aprendi que homens como eu não sobrevivem sendo santos. O mundo exige ferocidade, e eu ofereci isso em dobro. Empresário, magnata, dono de tudo o que o dinheiro pode comprar - mas ainda assim, refém daquilo que o dinheiro nunca pôde me dar: redenção.
E eu nem sei se quero ser redimido.
Não quando ela apareceu na minha vida.
Helena Assunção.
Uma mulher que não nasceu para ser minha, mas que, de alguma forma, já me pertence. Ela não faz ideia do quanto sua inocência me provoca, do quanto sua resistência me instiga. Eu a observei antes mesmo que ela me notasse. O jeito como seus olhos brilham quando tenta esconder a verdade... o tremor sutil em sua voz quando finge que não sente nada.
Helena me desafia.
E eu nunca recuo diante de um desafio.
Mas existe algo que ela não sabe: meu interesse nela não nasceu do acaso. Carrego segredos que poderiam destruir qualquer esperança de amor verdadeiro. O destino que nos uniu também pode ser a ruína dela - e eu não tenho certeza se conseguirei escolher poupá-la.
Porque cada vez que penso em Helena, não é redenção o que eu desejo. É a perdição. A dela. A minha. A nossa.
Helena é a contradição que me atormenta.
Enquanto o mundo me enxerga como um predador - e eu não faço questão de negar esse papel - ela insiste em olhar para mim como se pudesse encontrar algo além da escuridão. Algo que eu mesmo já não sei se existe.
Eu tento afastá-la. Tento, mas não consigo. Cada vez que respiro, sinto seu perfume impregnado em mim. Cada vez que fecho os olhos, ouço sua voz me implorando, sem dizer palavra alguma, para ser possuída.
Acontece que eu não sou um homem qualquer. E minha vida não é feita de flores. Helena não sabe, mas se aproximar de mim é dançar à beira do abismo.
Ainda assim, quando a vejo sorrir, quando sinto sua pele se arrepiar sob meu toque, percebo que já é tarde demais para voltar atrás.
Porque eu não quero salvá-la do meu inferno. Quero que ela arda comigo.
As pessoas me chamam de muitas coisas: empresário, gênio dos negócios, milionário, devasso. Nenhuma dessas palavras me incomoda. Porque no fim, todas são verdadeiras.
Mas Helena ousa me chamar de algo que ninguém jamais disse: humano.
Ela não fala com palavras, mas com o olhar. Um olhar que me atravessa, que me tira o fôlego, que me lembra de tudo o que perdi ao escolher ser quem sou.
E é isso que torna o pecado ainda mais irresistível.
Porque se eu tocar Helena, não será apenas desejo. Será condenação.
E eu não sou o tipo de homem que se afasta da condenação. Eu corro em direção a ela.
Se existe redenção, não é para mim.
Mas talvez, só talvez, eu encontre salvação no corpo e na alma de Helena Assunção.
Ou talvez eu a destrua no processo.
O que importa é que agora, ela já é minha.
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