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Conquistada pelo Alfa

Conquistada pelo Alfa

Anne Garcezz

5.0
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Leituras
75
Capítulo

Andrew é um Alfa Lúpus, um príncipe que não quer ser Rei, e muito menos casar com uma Ômega comum, como Lady Artanis. O Príncipe descobre um segredo que pode mudar os rumos do reino, e foge em busca de pistas que o levem ao encontro do verdadeiro herdeiro do trono, o Príncipe Perdido. Os caminhos de Andrew se cruzam com os de Allyssa, uma jovem que desperta os desejos mais intensos do Príncipe. Allyssa sempre achou que era diferente, acreditava que não era Ômega, Alfa, e muito menos um Beta, e que descendia das Bruxas. Tudo muda em sua vida depois que um desconhecido é capturado pelo exército rebelde do qual ele faz parte. O homem desperta sentimentos desconhecidos para Allyssa, deixando a garota completamente perdida, e tentando lutar contra algo que ele não consegue, a ligação predestinada entre um Alfa Lúpus e um Ômega Lunar. Andrew precisa fugir para encontrar o Príncipe Perdido, mas sabe que ali junto aos rebeldes, encontrou algo que ele esperava a muito tempo, sua Ômega Lunar. Será Andrew capaz de partir sem levar seu predestinado? A ligação entre eles poderá sucumbir às diferenças sociais existentes entre os dois?

Capítulo 1 DESCOBRINDO O SEGREDO

ALLYSSA

Ah... Os Alfas! Tudo que acontece depende deles, é determinado por eles, pensado por eles, essa é uma questão que me incomoda muito, pois, por ser uma mulher, escuto desde a infância que posso ser uma Ômega, e como a maioria das mulheres do território rebelde são, acredita-se que eu também seja, mesmo que aos vinte anos de idade, meu cio ainda não tenha ocorrido, o que eu agradeço incansavelmente aos céus, pois pela minha idade já teria um companheiro e filhotes, e isso me impediria de fazer o que gosto. Meu discurso parece pessimista, mas no mundo em que vivemos, os Alfas, tanto homens quanto mulheres, são rodeados de privilégios que Betas e Ômegas não costumam desfrutar, seja aqui onde vivo, ou mesmo na capital do reino onde tudo parece mais moderno, mas não é.

Quando eu e meu irmão chegamos ao território rebelde, éramos apenas dois jovens assustados e com medo do mundo. Eu tinha doze anos, e meu irmão, catorze, fomos bem acolhidos por Duric e por todos. Tivemos que aprender muitas coisas para viver aqui. Eu sempre tive uma personalidade forte, e meus pais me criaram muito à vontade, sem a submissão que os Ômegas devem ter aos Alfas, e quando cheguei a este território rebelde, tudo pareceu difícil demais, as regras impostas pelo Grande Alfa, além de tudo que é imposto pela sociedade de um modo geral, limita demais a vida de quem não é um Alfa. Eu não queria, e ainda não quero uma vida limitada por padrões sociais, e a única coisa que consegui enxergar naquele momento além da enorme sede de vingança que me consumia desde que presenciei minha vila destruída, e meus pais mortos de uma forma cruel, foi a revolta por ter que aceitar que eu não tinha mais meus pais, minha casa, meu lar, e teria que aceitar o modo de vida deste lugar.

Aqui sempre ouvi que poderia ser uma Ômega, e que não poderia me envolver em atividades que proíbem a participação deles, mas o “Não” é algo que desconheço, principalmente quando desperta minha curiosidade, e foi o que aconteceu quando passei a acompanhar meu irmão nos treinos de espada, aquilo me deixou muito interessada, e eu insisti tanto para aprender, que meu irmão não conseguiu me negar, e consequentemente, a notícia de que eu estava treinando chegou até aos ouvidos do Grande Alfa, líder de nosso território, Duric. As minhas atividades com a espada não agradaram o líder e os conselheiros, e eu tive que abandonar algo que amava fazer, até que precisaram da minha ajuda em um momento crucial dentro do território, e isso me fez ganhar o respeito de todos. Lutar sempre me trouxe esperança de mudança, e depois que tive permissão para tal atividade passei a treinar intensamente, sempre me preparando para o que ainda não sei o que é, embora, em meu coração, sinta que algo muito grande vai acontecer em minha vida, e mesmo que eu seja Ômega, não serei como a maioria que se conforma em ser apenas companheira, ou companheiro de um Alfa.

[...]

Virou um costume de minha parte treinar até cansar, algo que deixa meu líder muito feliz. Ele costuma observar os treinamentos, e pensar que no início me impediu de participar de tudo o que faço hoje, mas hoje tudo isso é bem diferente depois que mostrei meu valor, independente se eu for Ômega, Alfa ou Beta. Nessa manhã ele está me cobrando ainda mais, e todos os meus movimentos são questionados por ele, e isso me faz pensar que algo está acontecendo, e mesmo com tantas interrupções de sua parte, consegui derrotar meu oponente. O líder sorri, seu sorriso largo brilha mais que o sol iluminando sua pele da cor do ébano, caminha rápido, e se aproxima de mim.

— Você está cada vez mais pronta para qualquer combate, o modo como você se defendeu impedindo que ele te atingisse foi impecável, Allyssa!

— É... Eu tenho intensificado os treinamentos, depois que vencemos os soldadinhos de Alexander em Bartari, mas hoje o Senhor questionou tantos movimentos e golpes que exerci, está acontecendo alguma coisa?

— Não, mas acho que você sabe que aqui devemos estar prontos para tudo, pois nunca sabemos o que pode acontecer se o Rei descobrir nosso Território...

— Está certo, acho que por hoje meu treino está encerrado, estou cansada. Se me der licença, vou para minha cabana. — falo enquanto guardo minha espada em meu coz.

— Espere Allyssa, tenho algo para você!

— O que é? — pergunto com curiosidade.

— Tome, é sua nova espada!

— Mas, esta é a espada que... — falo num tom de entusiasmo, e não consigo concluir.

— É, mas agora é sua, cuide bem dela!

A admiração toma conta de mim, aquela arma sempre me deixou hipnotizada. Toco sua lâmina toda em prata, juntamente com pomo, o cabo e o guarda mão em ouro e no centro uma enorme pedra incolor que parece um diamante que brilha intensamente. Eu o agradeço, e sigo meu caminho em direção à cabana. No caminho, mais adiante avisto a plantação do território, onde meu irmão costuma dedicar algumas horas de trabalho. Caminho entre as árvores, e o avisto. Paro para observá-lo e lembro como nossas vidas mudaram durante esses oito anos vivendo no território rebelde. Meu irmão retira de um canteiro próximo às plantações, uma pequena flor vermelha. Balck tem um olhar perdido, triste e seus belos olhos azuis estavam marejados, me aproximo.

— O que foi? Ainda lembrando-se dele?

— Como posso esquecê-lo? Eu o vejo todo dia, sei que ele não gosta de mim, mas ainda o amo!

— Balck, você tem que esquecer esse homem, ele te rejeitou, marcou outro em vez de você, e está casado!

— Eu sei disso, mas é difícil!

— Você tem que esquecê-lo, está vendo porque não quero me apaixonar? O amor deixa as pessoas tolas e cegas! Olha para você, era tão racional, agora vive chorando pelos cantos por alguém que não te merece.

— Eu não vivo chorando, e o amor não deixa as pessoas idiotas, e como Ômega Lunar, você tem sorte por ainda não ter entrado no cio e se apaixonado!

— Eu não sou uma Ômega Lunar... Já te falei isso milhares de vezes!

— Como você pode ter certeza que não é? Você nunca entrou no cio, nunca conversou com sua loba, e...

— Eu posso ser uma Alfa Lúpus, e...

— Nunca! Eles entram no cio e podem se relacionar com qualquer Ômega ou Beta, mas é com o Ômega Lunar que ele consegue se acalmar por completo, e esse tipo de Ômega só entra no cio quando conhece o seu Alfa Lúpus!

— Balck, para com essa conversa! Isso está me deixando com dor de cabeça!

— Eu tenho certeza que no dia que você conhecê-lo vai entrar no cio, e agir feito uma tola apaixonada!

— Ah, meu irmão, no dia que você me ver feito uma tola diante de um Alfa, pode me bater ou mandar me prender naquela cabana afastada, que usam como prisão. Agora, vamos para casa!

ANDREW

Alguns filetes de raios de sol transpassam as cortinas, e iluminam meu quarto. Abro meus olhos lentamente, algo me inquieta, um barulho ensurdecedor que vem da porta, procuro identificar o que acontece. Percebo uma voz desesperada que chama por meu nome.

— Andrew, eu sei que você está aí, por favor, abra a porta! Eu preciso falar com você, tenho uma notícia maravilhosa!

Reviro meus olhos, e me pergunto qual é o problema dessa garota? Por que ela e o pai insistem na ideia de que um dia ela será minha esposa? Embora eu saiba que essa ideia estapafúrdia também é alimentada por meu valioso pai. Imaginar esta possibilidade, de um dia estar casado com Artanis, é perturbador. Balanço minha cabeça em negação, é algo fora de cogitação, ela pode ser muito bonita, seus vestidos geralmente são muito justos, valorizam suas curvas de um jeito que me agrada, mas é uma garota insuportável e fútil, isso sem contar no grande detalhe que impede que eu me case com qualquer pessoa, a profecia.

Ela é insistente. Bate na porta até cansar. Quando percebo a sua desistência, levanto-me imediatamente para me levar, e pedir meu desjejum, mas enquanto falo com o criado, meu amigo Paolo adentra o quarto, e senta-se em minha cama.

— Andrew, não entendo porque você é tão rude com minha irmã, ela veio tão cheia de esperanças para falar com você!

Dispenso os serviços do criado, fecho a porta, olho para meu amigo, e lhe respondo.

— Esse é o problema, sua irmã vive alimentada de falsas esperanças em relação a mim, que também são alimentadas pelos nossos pais que insistem nesta história de casamento arranjado para fortalecer o reino!

— Independente de motivos políticos, a minha irmã é o melhor partido que você terá em todo reino, e você sabe que não pode fugir das escolhas de seu pai...

— Ah, quer dizer que você agora virou casamenteiro? Ou melhor, você quer ser cunhado do FUTURO REI DE ASCABALTT? Paolo, eu escuto isso de qualquer pessoa, mas de você? Você é meu amigo, nós sempre saímos escondido de nossos pais para nos divertirmos sem nos preocupar com nada, esqueceu?

— Meu amigo, eu sei de tudo isso, mas já está na hora de crescermos e assumirmos as responsabilidades que nos esperam! Um dia serei governador e você será o Rei. Eu não estou falando isso porque virei casamenteiro, ou tenho interesse em alguma posição no reino. Você me conhece, sabe que não sou interesseiro! Eu acho verdadeiramente que nós precisamos crescer, Andrew, não somos mais crianças, temos vinte e quatro anos e precisamos pensar no futuro!

— OK! Mas você sabe que não posso me casar com qualquer pessoa, além de ser o príncipe, sou um Alfa Lúpus, e a profecia...

— Andrew, você acredita mesmo nessa profecia de que você só pode casar com uma Ômega Lunar? Esse tipo de Ômega não existe mais, e...

— Eu não sei, mas o mago Killian...

— Por favor, se o seu pai ouvir você falar no nome dele, o caos estará instalado nesse castelo!

— Eu não sei, o que eu sinto é que em algum lugar por aí, ela existe, e que eu preciso encontrá-la!

— Você está ficando louco! Tira essa ideia da sua cabeça, Ômega Lunar não existe...

Observo as palavras de meu amigo, concordo com Paolo que não somos mais crianças, mas sobre Ômega Lunar, discordo. Eu sei que ela está vivendo em algum lugar, e isso me faz sentir que algo me falta, e não quero um casamento arranjado com uma Ômega qualquer, já não basta o fato de que um dia serei o Rei, algo que não quero e não estou pronto. Se ao menos algo acontecesse e mudasse minha situação!

Caminho até a janela e observo a paisagem, enquanto meu amigo continua falando sem parar sobre as responsabilidades que teremos que enfrentar no futuro. Eu não escuto, esse é um de meus defeitos, quando alguém fala algo que não me interessa, olho para algum ponto distante, fingindo ouvir, observo os jardins do palácio, enquanto Paolo continua seu discurso interminável. Alguém bate à porta, olho na direção das batidas, e rapidamente Paolo se levanta, abre, e antes que eu fale, ou faça qualquer coisa, sua irmã entra em meu quarto. Artanis parece uma verdadeira loba em busca de sua presa, mas percebo que a garota fica envergonhada ao me ver sem meus trajes. Sua face enrubescida, seu cheiro que me deixa tonto e enjoado, seus olhos passeiam pelo meu torso nu, sinto um incomodo em seu olhar, a encaro, sorrio levianamente.

— Ah, oh! Desculpe-me não ter percebido antes que estavas assim...

— O que fazes aqui? Eu já te disse que não gosto que invadam meu quarto!

— Calma Andrew, ela não fez por mal! — explica Paolo.

— Ela nunca faz por mal. Agora eu entendi porque você correu para abrir a porta, apenas para facilitar a entrada de sua irmã!

— Andrew, meu querido... Você poderia vestir algo para conversarmos?

— Não me chame de querido! Estou em meu quarto, e não tenho nada para conversar com a senhorita!

Artanis possui o dom de me deixar impaciente. Pego uma camisa branca de mangas compridas que estava em cima de minha cama, me visto, e saio do quarto batendo a porta com muita força. Eu sei que eles virão atrás de mim, apresso meus passos ao ouvir o som da porta se abrindo, sem olhar pra trás deduzo que venha de meu quarto, e a primeira porta que avisto, destranco-a. Entro rapidamente para livrar-me deles, encostado à porta ouço os passos até perceber que se afastam mais, e mais. Saio, olho de um lado ao outro, caminho pelo longo corredor, desço o lance de escadas para o primeiro andar tranquilamente, e quando alcanço os primeiros degraus para chegar ao térreo, ouço as vozes de Artanis e Paolo, o que me faz recuar. Sigo em direção ao corredor daquele andar, com pressa entro na primeira porta que encontro aberta. Percebo que se trata de uma sala, que meu pai costumava usar para se reunir com seus aliados mais próximos, acho estranho, pois aquela sala costuma estar trancada.

Caminho pela sala e passo levemente uma de minhas mãos pela grande mesa oval, abro a porta da varanda, me apoio na sacada e observo o jardim. Tudo parece tão tranquilo, mas de repente ouço vozes e um movimento na porta de entrada, acredito que sejam eles à minha procura, fecho a porta, agacho e me sento no chão por conta do vidro, na esperança de que ninguém me encontre. Engano meu, a voz que escuto é a de meu pai, e de mais alguém.

— Fale-me logo, o que tens para dizer de tão importante, Direl! Estou preocupado com o baile... — Diz meu pai.

— O senhor acredita mesmo que Andrew irá concordar em aceitar o noivado com a filha de Guilhermo?

— Eu sou o rei, e ninguém deve desrespeitar as minhas decisões, e isso inclui o meu filho!

Eu não acredito no que estou ouvindo! Então, o baile de hoje é uma desculpa para me forçar de vez a estabelecer um compromisso com a irmã de Paolo?

— Acho que não foi por isso que você me chamou aqui, Direl!

— É sobre Killian, majestade!

— O quê? O que há sobre aquele maldito?

— Descobri recentemente que há uma energia muito poderosa vindo de Volcann, pelo grau de poder eu desconfiei que pudesse ser Killian, depois de muitas tentativas, finalmente consegui sentir sua energia... Ele está vivo!

— Não pode ser! Eu me encarreguei de colocar os melhores cavaleiros, no encalço daquele maldito, e eles me garantiram que ele estava morto, que queimaram seu corpo. Eles me trouxeram seu anel como prova, isso é uma brincadeira sua, Direl? — meu pai esbraveja, e ainda bate fortemente na mesa.

— Majestade, eu fiquei um pouco desconfiado com a autenticidade daquele anel, tomei a liberdade de investigar, e descobri que o anel é falso. Killian pode ter manipulado seus homens, ele é um mago muito poderoso tem muita capacidade de fazer qualquer coisa com sua magia, inclusive alguns de seus cavaleiros não se lembram de muitos fatos daquele dia.

— Não é possível, aquele traidor! Maldição! Eu achei que estivesse morto! Você precisa descobrir o paradeiro daquele maldito, antes que seja tarde demais!

Essa informação deixa meu pai muito irritado, ele aumenta o tom de sua voz, e eu continuo ouvindo várias batidas na mesa.

— Vossa Majestade, acredita naquela falsa profecia? — O Mago questiona.

— Eu não posso pagar para ver, Direl! É meu filho que herdará este trono quando eu morrer, não um suposto filho de Moriam! — fala num tom muito baixo e preocupado.

— Majestade, mas se Killian estiver vivo, como acredito e a profecia for verdadeira, isso quer dizer que o Príncipe Perdido está vivo, e ascenderá ao trono.

— Isso jamais acontecerá. Eu farei o possível e o impossível para impedir, e nenhum herdeiro de Moriam subirá ao trono que pertence ao meu filho, isto eu garanto!

Assim que proferi tais palavras, meu pai continua confabulando contra o mago Killian, mas não consigo me concentrar no que falam, uma coisa não sai de minha mente: existe um Príncipe Perdido, e ele está vivo. Essa informação me deixa perplexo, sempre acreditei que a história do Príncipe Perdido se tratava de uma lenda, mas ouvindo tudo aquilo e o quanto meu pai ficou preocupado, isto só me leva a crer que tal história é verdadeira. Se existe um herdeiro de meu tio Moriam, isso significa que ele é quem deveria assumir o trono, e meu pai ocupa um lugar que não lhe pertence.

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