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Capítulo

Perigoso e temido. Essas palavras descrevem meu futuro marido. Que por acaso também é meu ex-namorado. É complicado. Dois anos atrás, ele quebrou meu coração quando me deixou para cumprir as ordens de seu pai. Depois de meses chorando, finalmente aceitei que ele havia partido e não ia olhar para trás. Que talvez ele nunca tenha me amado. Não queria ver Luca nunca mais. Agora, uma reviravolta cruel do destino me entregou a ele em um acordo cruel. Sou dele. Ele acha que me fez um favor, mas sinto que recebi uma sentença de morte. Ele não quer se casar porque ainda me ama. Não, ele fez isso por dinheiro. Mais poder. Vou ser uma esposa da máfia. E só há uma maneira de sair disso. Morta. Mas, ao que parece, outra pessoa não quer que me case com o implacável Luca Bianchi. E se ele conseguir o que quer, verei essa sepultura prematura.

Capítulo 1 Infância

Luca

Dez anos de idade

—Com quem você falou, porra? — Meu pai exige.

—Ninguém John, — tio Marco responde. —Você sabe disso...

—Sei o que me disseram e o que você está dizendo não bate! — Ele

cutuca seu irmão no peito. —E você. — Ele aponta para minha tia que está

parada no canto da sala de estar com as costas contra a janela que dá para o

quintal. —Você tem falado demais.

Lágrimas enchem seus olhos castanhos enquanto ela encara meu pai.

Seus ombros tremem e ela morde o lábio inferior, tentando engolir um

soluço.

John Bianchi coloca o temor de Deus em você. Porque ele é Deus. Como

Don, o líder da máfia ítalo-americana, ele decide quando seu tempo acaba e

como você paga por seus pecados. Ele nasceu em Nova York, mas ele e

meu tio se mudaram para Las Vegas quando meu pai tinha quatorze anos.

Tio Marco tinha doze anos. As leis na Cidade do Pecado eram mais fluidas

naquela época, então meu pai conseguiu sujar ainda mais as mãos. Ele

gosta de uma vida complicada.

—Não fale assim com ela! — Marco empurra meu pai.

—Eu vou falar com a vadia da maneira que eu quiser, porra! — Ele dá

um soco em meu tio, derrubando ele de joelhos.

Tia Ava grita enquanto o sangue escorre pelo queixo dele, mas ela não

ousa ir até o marido. Não, ela fica em seu canto, sabendo muito bem que

não há nada que ela possa fazer. Nesse ponto, tudo que ela pode esperar é

que meu pai poupe a vida dela.

—Seu filho da puta, — Marco rosna, limpando o sangue.

Meu pai puxa a arma da cintura de suas calças e a aponta para baixo

para seu irmão.

—John! — Ele levanta as mãos, olhos tão escuros que são quase pretos,

implorando a meu pai para poupar sua vida. —Vamos. Nós vamos

resolver isso. Juro que não fui eu...

Meu pai puxa o gatilho.

Pulo, momentaneamente ensurdecido pelo som, exceto pelo zumbido

em meus ouvidos. Ava grita, caindo no chão. Trazendo os joelhos contra o

peito, ela soluça abertamente.

Olho de volta para meu tio. Ele nunca correspondeu às expectativas da

família Bianchi. Meu pai nasceu na máfia e vai morrer nela, mas seu irmão

mais novo sempre desempenhou um papel. Marco queria sair há anos e

essa era a única maneira de conseguir. Colocar uma bala na cabeça dele foi

a maneira de John Bianchi poupar ele. Ele poderia ter feito meu tio sofrer.

Ele se vira para encarar minha tia. —Não! — Ela grita. —Por favor... —

Ela treme violentamente enquanto as lágrimas escorrem pelo seu rosto,

manchando a maquiagem que ela colocou antes. É o aniversário deles. Nós

os pegamos saindo para jantar para comemorar quinze anos de casamento.

—Tire a roupa, — meu pai ordena.

—Por favor! — Ela soluça, balançando a cabeça.

—Tire seu vestido. Agora! — Ele grita.

Usando a janela como apoio, ela lentamente se levanta. Com as mãos

trêmulas, ela solta o gancho que prende o vestido em volta do pescoço. Cai

em seu peito, estômago e quadris antes de se agrupar em torno de seus

saltos pretos. Seu corpo frágil treme enquanto ela cobre os seios nus com os

braços.

Meu pai sorri para ela, obviamente feliz com o que vê. Ou o que ele não

vê. Um fio. Alguém tem fornecido informações aos federais e ele suspeita

que seja ela. Mas as coisas que chegaram ao meu pai foram certeiras, então,

se ela não era a delatora, então seu marido era.

Ele caminha até ela, agarra seu cabelo ruivo e joga sua cabeça para trás.

Colocando a arma sob seu queixo, ele não mostra nenhuma emoção

quando ela fecha os olhos e soluça incontrolavelmente. —Você mantém sua

maldita boca fechada; você me entende?

Ela começa a acenar com a cabeça, mas ele empurra a cabeça dela ainda

mais para trás com o cano da arma.

—Porra, diga isso, Ava! — Ele rosna na cara dela.

—Mantenha... minha... boca... fechada, — ela solta.

Ele a solta, e ela grita quando ele a empurra para o chão mais uma vez.

Se virando para mim, ele coloca a arma de volta na cintura. Se

aproximando de mim, ele diz: —Nunca deixe ninguém ficar no seu

caminho, filho. Nem mesmo o maldito sangue. Eles serão os primeiros a

minar você e devem ser os primeiros a morrer por isso.

Vinte e dois anos de idade

O ar da manhã está frio na minha pele. O vento forte assobia enquanto

sopra por entre as árvores altas nesta encosta da montanha. O sol está

começando a nascer nesta sexta-feira gloriosa. Meu coração bate forte com

adrenalina.

Antecipação.

O som de gritos é como música para meus ouvidos. Um farol de

esperança chamando por mim, me deixando saber que estou perto de meu

destino. Mas por mais que goste do som, não preciso dele. Sei onde ele está

porque armei as armadilhas.

Uma semana atrás, meu pai me chamou em seu escritório em casa em

Nova York e me mandou ir caçar. Mas este não é o tipo de caça em que

você pendura sua caça na parede como um troféu para impressionar os

outros. Não, esse é o tipo que você deixa os animais selvagens festejarem e

depois deixa apodrecer depois de caçar sua presa.

Chego à clareira e vejo um homem chamado Bernard deitado no chão.

Ele ergue os olhos quando me aproximo com meus dois homens. Seus

lábios se retraem em um rosnado e a baba escorre pelo queixo como um

cachorro raivoso. Parece adequado, já que ele está na coleira.

—Você! — Cuspe sai voando de sua boca. Seus olhos vão para Nite, que

para ao meu lado. —Você vai pagar por isso!

Ele não está mentindo. A vida da Cosa Nostra é um círculo interminável

de vingança. É algo com que todos nós chegamos a um acordo há muito

tempo. Cada um de nós entende que você vive um dia apenas para ser

morto no dia seguinte. Mas nos dias de hoje, não se limita apenas ao

mafioso. Há muitas pessoas zangadas no mundo que sentem que têm o

direito de tirar sua vida.

Dou um passo em sua direção. Ele tenta rastejar para longe, mas os

dentes da armadilha para ursos mordem sua perna, impedindo ele.

Rangendo os dentes, ele joga a cabeça para trás de dor. Suas veias saltam

do pescoço e a saliva voa enquanto ele ofega.

—Você gostaria que o libertasse? — Pergunto, vendo a poça de sangue

crescer embaixo dele. Aprendi a brincar com minha comida. Às vezes, o

jogo mental os fode mais do que a violência real.

—Vai se foder, Luca! — Ele rosna.

—O que você acha, Nite? — Olho para o homem que está ao meu lado.

Suas mãos estão cerradas e seus ombros tremem de fúria, mas ele não diz

nada. Ele se vira para mim, seus olhos verdes quase brilhando de raiva. —

Eu concordo. — Aceno como se pudesse ler sua mente. —Acho que

devemos dar a ele uma chance de lutar.

É tudo sobre a caça. Isso é o que torna isso tão emocionante e faz meu

sangue bombear. Fui criado com base na violência.

Além disso, meu pai me enviou para fazer um trabalho, e não vou

decepcionar ele. Se fizer isso, serei o único na armadilha. E me recuso a dar

a ele qualquer motivo para não precisar de mim. Homens inúteis acabam

mortos e enterrados no deserto. Meu pai não mostra favoritismo, nem

mesmo com os próprios filhos. Você quer matar ou morrer. É o jeito

Bianchi.

O homem puxa a corrente que prende a armadilha para ursos na terra.

Ele não será capaz de tirar ela. Eu mesmo coloquei todas as vinte

armadilhas aqui. Nós invadimos sua cabana de toras uma hora atrás,

entrando pela frente para empurrar os filhos da puta para fora, sabendo

que eles tentariam escapar por esta floresta.

E estávamos preparados. Passamos toda a noite passada colocando as

coisas em ordem.

Me abaixando, pego a faca da minha bota preta e a levanto no ar.

Bernard levanta as mãos para se proteger, pensando que vou jogar na cara

dele. Como se eu fosse dar a ele esse tipo de misericórdia. Em vez disso, a

lâmina pousa no chão ao lado de sua perna ensanguentada. —Comece a

cortar, — ordeno.

—O qu... o quê? — Ele chora e a arranca do chão. —Isso não vai cortar a

corrente. — Ele ferve, sacudindo ela para mim.

—Não vai. — Concordo com ele.

Seus olhos se arregalam quando ele entende o que estou dizendo. —Eu

não vou cortar minha perna! — Ele grita.

Olho de volta para Oliver Nite. O homem é membro da família Bianchi

há quinze anos. Meu pai o encontrou lutando contra um grupo de

bandidos que tentava roubar o pouco que tinha. Ele acolheu Nite porque

viu uma oportunidade. Um: ele poderia lutar. E dois: ele era uma criança

que não tinha ninguém. Meu pai poderia usar o menino a seu favor. —O

que você acha? — Pergunto.

Ele dá um passo em direção ao homem.

—Para trás! — Bernard ordena, levantando a faca que dei a ele para

cortar sua perna. Sua única chance de se livrar da armadilha. Sua única

chance de liberdade.

Jogo minha cabeça para trás, rindo.

—Falo sério! — Ele grita. —Já cortei você uma vez. Vou fazer de novo.

— Ele balança a faca sem rumo no ar.

Nite vai até ele, segurando o pulso de Bernard e apertando com tanta

força que ele solta a faca com um grito.

—Patético, — cuspo.

Como membro da Máfia, você é treinado para situações como essa. E

esse cara aparentemente esqueceu todas as suas surras. Eu nunca vou.

—Luca?

Me viro para encarar o braço direito de meu pai, Diaz. Ele fez parecer

que eu precisava de proteção, mas todos nós sabíamos que Diaz foi

enviado para espionar. Para relatar ao meu pai como me saí e se passei no

teste.

Ele leva o dedo ao fone de ouvido. —Nós temos outro. Poço da cobra,

senhor.

Sorrio. O poço da cobra é outra armadilha que armei para esses

desgraçados. Um buraco de

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