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Capítulo

Ela conhece bem a dor. Ele também. Ela permetiu que a mágoa, o ressentimento e a dor tomasse conta do seu ser, lhe transformando em uma pessoa que a mesma desconhecia. Quando nasceu, Valentina se perguntava o significado de seu nome, mas agora entende que ele tem haver com a força que ela carrega dentro de sim. Força que nem ela sabe qual é o limite, mas sabe que é o que lhe mantém viva depois daquele triste dia. Ele precura sempre sorrir na frente da sua irmã, permite que a tenção se vai a cada gozada, por isso necessita de tantas mulheres diferentes. Mesmo com o coração arrasado pela recente perda e a dor se manter bem presente no peito, procura viver cada dia por vez, ser feliz e passar todos os valores que sua mãe lhe passou a sua irmã. Duas pessos tão diferentes, ligadas pela dor da perda. Mundos de orbitas diferentes que se bate. Um sentimento que ninguém esperava. Um amor que floresce nos dias mais difíceis. Um carinho entre duas pessoas que ninguém iria imaginar. Mas é como dizem:os oposto se atrai. É possível que o amor nasça de um sentimento tão triste quanto a dor?

Capítulo 1 Prólogo

Cinco anos atrás

Valentina Vilaça

Observo a noiva refletida no espelho, soltando um sorriso do tamanho do mundo para a mesma. Sorriso esse, que mesmo sendo o maior que já soltei em toda a minha vida, não faz jus a felicidade tão grande que sinto nesse momento. Hoje o meu maior sonho se torna realidade, irei me casar com o meu grande amor, o homem da minha vida!

Uso um vestido no estilo sereia, com um decote coração e uma alça fina abaixo dos ombros. Ele é branco, todo bordado a mão. O seu tecido abraça muito bem o meu corpo, ressaltando cada uma das minhas curvas. Meus longos fios castanhos estão presos em um coque muito bem feito, enquanto a maquiagem ressalta meus olhos azuis feito o oceano e os lábios grossos. Sou a mistura perfeita entre minha mãe, brasileira, e meu pai, americano.

Alessandro e eu nos conhecemos já tem um bom tempo, ele era funcionário em uma das empresas de meu pai. Primeiro nos tornamos amigos, logo depois ele se tornou o meu melhor amigo e ficamos nessa zona por um bom tempo, até que comecei a sentir ciúmes pelas pessoas que ele ficava e o mesmo cuidava de mim com mais carinho e amor que nunca.

Levou um tempo para aceitarmos o sentimento. Eu sentia medo, afinal sempre fui muito romântica e não saia ficando com qualquer um, seletiva toda vida, mas para a minha surpresa e felicidade ele me aceitou assim e até hoje respeita a minha vontade de ser dele após o casamento. Já ele sentia medo pelo julgamento, afinal somos de classes sociais muito diferentes. Mas o sentimento falou mais alto e aceitamos, por fim, o que sentíamos.

A minha família nunca foi muito com a cara dele, mas relevo isso. Sei que de certa forma é só ciúmes. A maior prova é que todos estamos aqui, na nossa mansão em Cancun, a poucos minutos de darmos inicio ao meu casamento, o momento pelo qual sonhei a minha vida inteira.

__A noiva mais linda do mundo todo.--- Mamãe fala de forma carinhosa, adentrando o quarto em que fiz de camarim nesse dia tão especial.

Minha mãe vem até mim, junta as nossas mãos e me encara com os olhos cheios de lágrimas.

__ Mãe, eu vou acabar chorando junto da senhora.--- A repreendo com um sorriso, abraçando a mesma apertadamente.

Minha família sempre foi a minha força maior, a minha base para tudo. Morreria caso algo de ruim acontecesse a um deles, pois não sei viver sem os mesmos.

__ Minha garotinha linda vai se casar hoje, como não quer que eu chore?--- Fala em sua defesa, arrancando um sorriso enorme dos meus lábios.

__ Não importa o que aconteça, sempre serei a sua garotinha.--- Passo a mão por debaixo dos seus olhos dando batidinhas, secando os resquícios de lágrimas.

__ Promete?--- Suas lindas íris cor de mel estavam fixas nas minhas, mantendo aquela conexão de olhares que só nós duas conseguimos entender.

__ Prometo minha mãe.--- Concordo com um sorriso meigo.--- Serei, por toda a eternidade, a sua garotinha.

__ E então, nervosa?--- Indaga.

__ Muito, sinto que meu coração vai sair por meus lábios a qualquer momento.--- Falo de forma dramática, vendo a mesma negar com a cabeça.

__ Sei bem como é essa sensação, senti o mesmo quando me casei com o seu pai.--- Explica.--- Apenas respire fundo e se lembre que dentro de alguns minutos estará casada com o homem que tanto ama.

__ Tem toda razão mamãe.--- Concordo com a cabeça, secando o suor de minhas mãos no vestido.--- O meu sonho está se tornando realidade, nada poderá estragar um dia tão perfeito quanto esse.

Foi só fechar a boca, dando por fim a minha fala, a porta do meu quarto é aberta e por ela minha irmã passa com uma feição nada boa. Ela estava assustada, parecia estar com medo, com os olhos tomados por lágrimas. Naquele momento um vento gelado passou por meu corpo todo, causando calafrios no mesmo. Será que falei cedo demais?

__ Valentina.--- Fala com a voz trêmula.

__ Fale logo, princesa. Desse jeito irá matar a mãe e a mim mesma do coração.--- Peço apavorada, com muito medo das palavras que irão sair de seus lábios.

__ Você precisa ir ao escritório do papai, agora- Fala firme.

Não foi preciso que mais palavras fossem ditas, segurei na barra do vestido e passei por ela feito um furacão, saindo do quarto na velocidade do mesmo. Desço as escadas e faço todo o caminho necessário sentindo que o meu coração sairia pela boca a qualquer momento.

Meu pai sempre foi uma peça muito importante na minha vida, ele esteve ao meu lado nos bons e maus momentos. Em todas as minhas lembranças ele está, tornando a minha vida mais doce e simples com o seu amor, sendo o meu ponto seguro nos piores momentos. Ele sempre foi o melhor pai do mundo todo.

Ao abrir a porta vejo uma cena que faz o meu coração parar de bater em meu peito, os olhos se enchem de lágrimas. Alessandro está com uma arma apontada para a cabeça de meu pai, ao seu lado está um saco cheio de dinheiro e jóias que em outra hora estava em nosso cofre. Cofre esse que está aberto e como é de se imaginar, sem nada nele.

__ Meu amor, abaixe essa arma.--- Peço com a voz falha, sentindo todo o meu corpo todo tremer.

__ Eu só queria pegar o dinheiro desse maldito cofre e ir embora, mas esse velho idiota atrapalhou os meus planos.--- Fala nervoso, partindo o meu coração em cada frase.--- Consigo enxergar, com total clareza, de onde vêm toda a sua chatice.

__ Olha bem como você fala da minha filha.--- Papai fala firme e duro.

No olhar de Alessandro vejo o ódio pelas palavras de meu pai, deixando-me ainda mais apavorada. Cadê os nossos seguranças?

__ Cale a boca seu velho imundo, com essa vadia eu falo da forma que bem entender.--- Seu tom de voz é duro, cheio de sentimentos que nunca imaginei ver em Alessandro.

Irritado pela forma que me chamou, papai vai para cima dele, que acaba apertando em cheio o gatilho, acertando em cheio no meu pai.

__ NÃO.--- Um grito de dor e desespero saem do fundo do meu pulmão, sendo seguido pelo da minha família em peso.

Os nossos seguranças aparecem, muitos atrasados para o meu gosto, e desarmam Alessandro.

Naquele momento aquela foi a minha última preocupação, a única coisa que fiz foi correr até o meu pai, que neste momento está caído no chão. Coloco a sua cabeça em meu colo, vendo o seu sangue sujar todo o meu vestido. Nesse momento isso é tudo que menos importa. Eu só quero que ele fique bem, eu preciso que ele fique bem!

__ Por favor papai, fica comigo.--- Peço desesperada, chorando como nunca.

__ ALGUÉM CHAMA UMA AMBULÂNCIA AGORA.--- Minha mãe grita desesperada, repetindo o meu ato.

Meu Deus do céu, o que eu fiz? Por que não escutei a minha família toda? Se eu tivesse sido mais inteligente, nada disso teria acontecido, se não fosse tão burra e idiota o meu pai não estaria entre a vida e a morte por minha culpa.

Tudo isso é culpa minha!

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