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MENSAGEM PRA VOCÊ

MENSAGEM PRA VOCÊ

RENATA PANTOZO

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58
Capítulo

Diana é uma sonhadora escritora que possui sua própria livraria. Apaixonada por livros e romances que a fazem sonhar com uma linda história de amor. Joaquim é um viúvo que se desdobra na vida para cuidar de sua pequena Dulce. Escreve para uma coluna de um jornal sobre o amor e suas consequências. Uma mensagem de crítica ao colunista faz a mágica do amor acontecer.

Capítulo 1 -1

NARRAÇÃO DIANA

Observo as pessoas passando pela janela em sua correria cotidiana. Rodo a colher em minha xícara de café e suspiro.

- Você precisa sair desse mundinho de rata de biblioteca.

Olho para Milene que sorri segurando uma caixa com os novos livros do setor infantil.

- Gosto de ser uma rata de biblioteca. Não sei porque tenho que sair desse mundo.

Digo sorrindo voltando a olhar a janela.

- Você não tem vida social, Diana. Você não sai e não se diverte desde....

Ela para suspirando.

- Desde que Marcelo te abandonou.

Levo a xícara à boca e tomo um gole longo do café. Não quero falar sobre ele.

- Já faz um ano e você ainda está assim. Você se trancou nesse seu mundo e não sai mais dele. Precisa conversar e falar sobre isso. Você nunca fala o que sente.

Senta a minha frente e pega a minha mão.

- Fala comigo. Por favor!

Pede e fecho meus olhos.

- Quer que eu diga o que? Que me dói o fato de ter amado um homem de merda como Marcelo.

Que dói saber que durante dois anos que estivemos juntos ele esteve com a Lorena e comigo e eu nunca soube. Que ele optou em ficar com ela quando ambas descobrimos. E que ele casa daqui três meses com ela. Não quero pensar nisso Milene. Me nego a sofrer por ele. Prefiro me enfiar nos livros. Prefiro me dedicar a minha livraria, que é o que realmente me faz feliz.

Abro meus olhos, a vejo abrir um enorme sorriso e se levanta.

- Pelo menos já sei o que pensa. Pela primeira vez falou o que está sentindo e isso já me faz feliz. Tente pelo menos viver em um mundo fora daqui. Você merece.

- Vou comprar um café e um jornal.

Digo me levantando da mesa.

- Você ainda nem tomou o seu.

Diz apontando para a minha xícara.

- Graças a você esse café está amargo. Obrigado por estragar um café maravilhoso e um momento de paz observando a janela.

Digo abrindo a porta e seguindo para a rua. Sei que é imaturo da minha parte me fechar e sei que tenho que superar, mas não dá. Eu amo Marcelo, ou amava, já não sei mais. O fato é que dói saber que não fui eu a escolhida. Que não serei eu vestida de noiva feliz daqui três meses. Entro na cafeteria e paro na fila. Assim que chego no balcão, João sorri de forma calorosa. É sempre assim quando venho aqui.

- Oi Diana!

- Oi João!

- O de sempre?

- Sim. Um café e um bolo de chocolate com cobertura extra.

Ele sorri e segue para a máquina de café.

- Nunca vai aceitar o meu convite para jantar?

Pergunta sorrindo. Ele é lindo, o homem perfeito para se admirar. Alto, cabelos claros, olhos verdes e um sorriso safado. Mas infelizmente não sinto ligação alguma.

- Um dia quem sabe.

Digo sorrindo pegando o café e o bolinho.

- Sexta estou de folga.

Me encara com seus sorriso de molhar a calcinha.

- Vamos ver.

Pago e sigo para a rua. Paro na banca e observo as revistas e jornais. Pego o Jornal de São Paulo e abro na pagina da coluna do JD. Ele é um idiota machista que não acredita no amor. Não sei porque ainda teimo em ler a coluna dele. Talvez seja para ofendê-lo mentalmente. Isso me deixa mais feliz. Começo ler a matéria andando até a livraria. Bato em algo duro e me assusto. Não lembro de ter um poste aqui. Mãos fortes envolvem meus braços e ergo meus olhos. Por um momento fico sem ar e sinto meu corpo arrepiar.

- Me desculpe!

Digo sentindo meu rosto corar. Merda! Odeio quando fico assim. Ele sorri e aperta ainda mais meus braços. O homem é bem alto e aparentemente magro.

- Tudo bem! Apenas evite ler enquanto anda pelas ruas. Pode ser atropelada.

Não consigo dizer nada, simplesmente pelo fato de encarar lábios sedutores e maravilhosos para beijar.

- Preciso ir!

Diz soltando meus braços e sinto uma necessidade enorme de dizer a ele para nunca parar de me tocar. Olha para o jornal e depois encara meus olhos. O tom de seus olhos é diferente. Não são azuis, mas também não são castanhos. Eles mudam de cor escurecendo e acho isso incrível.

- Fã do JD?

Pergunta sorrindo e sua boca é tão carnuda e perfeita.

- Não. Detesto ele.

Digo sorrindo sem graça e ele gargalha.

- Muitas mulheres o odeiam. Preciso ir mesmo! Foi um prazer esbarrar em você.

Pisca para mim e me derreto toda com a voz rouca e sedutora dele falando a palavra prazer.

- Até!

Digo o vendo sair sorrindo.

*************

Abro a porta da livraria ainda sentindo meu corpo queimar e meu coração saltar do peito.

- Diana, está tudo bem? Esta vermelha e ofegante.

- Está tudo bem! Apenas esbarrei em uma pessoa e me assustei.

Digo sem dar detalhes a Milene, lembrando daquele homem maravilhoso.

- Você está sorrindo.

Ela diz me encarando.

- Foi engraçado, só isso.

- Certo! Quer olhar as encomendas e ver se está tudo certo?

- Pode ser. Vou para o estoque, qualquer coisa me grita.

Confirma com a cabeça que entendeu.

- Comprei seu bolinho.

Digo entregando a ela que sorri e bate as mãos.

- Chocolate com cobertura extra?

- Sim...

Viro-me rindo sentido ao estoque.

Tento manter a atenção nas encomendas, mas me perco em lindos olhos de cor inconstante e uma boca deliciosa. Aquele cabelo escuro perfeitamente penteado, que meus dedos querem despentear. A voz rouca dele ainda ecoa em minha cabeça. Esse homem está dominando a minha mente e nem sei o seu nome e nem como encontra-lo novamente. Suspiro e tento manter o foco.

******************

A noite cai e estamos fechando a livraria.

- Até amanhã Diana!

- Até amanhã Milene. Tente chegar no horário.

Ela sorri e aproxima-se de mim.

- Dependerá do meu encontro com Leonardo hoje.

Ela sorri ainda mais e vira-se dançando como uma louca. Leonardo é o namorado dela e esses dois estão terrivelmente apaixonados e não controlam essa paixão. Sigo andando para o meu apartamento.

***********

Após tomar um banho e jantar, me sento no sofá e chamo o Zeca, meu cachorro. Ele pula no meu colo e se aconchega nas minhas pernas. Puxo o jornal e abro na coluna do JD. A cada parágrafo que leio a raiva me domina. Esse homem não acredita no amor e acha realmente que a mulher deve ser tratada como objeto pelo homem. Ele vive em que década? Ainda pensa como um Neandertal. Deve ser daqueles homens casados com uma mulher submissa que serve como troféu para expor a sociedade. Alguém tem que confrontar esse pensamento dele. Pego meu computador e o posiciono de lado sem atrapalhar o Zeca em meu colo. Abro minha caixa de mensagens e digito o email dele que estava no fim da matéria. Vou mostrar a ele como é um idiota.

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