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ETERNAMENTE SEU
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26
Capítulo

SEGUNDA TEMPORADA DE "ANA" O destino une os caminhos de Eduardo e Ana, mas não será tão fácil assim viver esse amor. O passado virá como uma bomba na vida de Ana, trazendo verdades dolorosas, traumas e muito medo.

Capítulo 1 -1

NARRAÇÃO EDUARDO

Respiro fundo observando pela janela a chuva que cai lá fora.

Tudo parece tão triste e sem vida. Faz dois meses que voltei do acampamento, mas para mim parece que se passaram anos. Deslizo meu dedo sobre o livro que iria entregar a Ana, abro e vejo a rosa já seca e morta assim como estou por dentro. Ela simplesmente sumiu, nem João ou Clara sabem para onde ela foi. Simplesmente desapareceu, me encosto na cadeira e não consigo pensar em mais nada para poder achar a minha Ana. O pior é imaginar que como eu, ela está sofrendo e pior... tendo aquelas crises horríveis. Escuto batidas na porta e vejo minha mãe entrar.

- Como você está?

Seu olhar doce é a única coisa que acalma meu coração.

- Tentando levar um dia por vez.

Ela senta na cama a minha frente e pega a minha mão.

- Vai passar, logo se apaixonará novamente e vai ser apenas uma lembrança doce de um verão.

Puxo minha mão da dela e me levanto irritado. Estou tão cansado dela e do meu pai me dizerem isso. O tempo todo querendo me convencer que foi algo passageiro.

- Eduardo...

Me chama assim que me vê pegar minha mala. Viro-me para ela encarando seus olhos.

- Para onde vai?

- Andar.

- Você anda tão desligado. Não estuda mais para as provas nas faculdades e muito menos conversa com seu pai sobre seus planos.

- Eu não tenho cabeça para isso agora, mãe.

Digo saindo do quarto e seguindo pelas escadas rumo à porta.

- Filho!!!!

Me chama e ignoro seguindo para fora de casa. Ando pelas ruas com meus fones tentando esquecer por um momento essa dor toda. Meu celular vibra com uma ligação. Assim que pego vejo o nome da Clara.

- Tem novidade?

Pergunto desesperado.

- Ela me ligou.

Diz em um sussurro e meu coração acelera.

- O que ela disse?

- Disse que estava bem apenas.

Paro de andar apoiando minhas costas na parede.

- Estava fraca e com a voz cansada.

- Por causa das crises, provavelmente.

Digo fechando os olhos.

- Sim!

Confirma meu medo com a voz de choro.

- Conseguiu falar pra ela que a estou procurando?

- Não! A mãe dela pegou o telefone antes e não me deixou falar mais.

- Por que eles estão fazendo isso com ela?

- O pai dela é bem controlador, Eduardo! Ele sempre proibiu Ana de muitas coisas e agora deve estar evitando que tenha contato com seus velhos amigos.

Fecho minhas mãos sentindo a raiva me dominar.

- Ela disse pelo menos onde está?

- Não!

- Não sei mais o que fazer, nem sei onde começar a procurar por ela.

- Eduardo, você vai enlouquecer assim! Tenta arrumar sua vida antes de encontrar a Ana. Segue seu caminho e deixa o destino unir vocês novamente.

- E se isso demorar muito? E se nunca acontecer?

- Se demorar vai deixar de amar a Ana?

- Nunca!!!!

- Então espera.

Respiro fundo.

- Tenho que ir, me prometa que vai ficar bem.

- Vou tentar.

- Tchau!

- Tchau, Clara!

Desligo o celular e sento na calçada pensando em suas palavras. Eu sei que minha vida está ligada a dela, como se um não existisse sem o outro. Não quero e nem posso esperar anos por ela. Levanto e sigo para casa imaginando como o destino a traria de volta.

*******************

Assim que entro em casa vejo meu pai sorrindo com uma caixa de presente na mão.

- O que é isso?

- Sei que seu aniversário é só amanhã, mas queria te dar hoje seu presente.

Meu Deus!!!! Me esqueci até do meu aniversário. Dou um abraço no meu pai e pego a caixa de sua mão.

- Amanhã você irá completar 18 anos e se tornará oficialmente um homem.

Dou um sorriso torto e abro a caixa. Vejo três passagens para Nova York e uma chave.

- O que é isso?

- Estamos realizando seu sonho.

Sinto meu coração acelerar, sempre disse que queria fazer minha faculdade em Nova York.

- Vamos para Nova York amanhã e essas são as chaves do seu apartamento próximo a faculdade que sempre sonhou cursar.

Sento no sofá ainda perdido com tudo isso. Nova York era um sonho antes da Ana, agora não sei mais o que quero. Posso estar me afastando ainda mais dela assim. Meu pai senta ao meu lado e então vejo seu enorme sorriso. Fizemos esses planos juntos e ele está tão orgulhoso.

- Obrigado, pai!

Digo abraçando-o, ainda apavorado.

- Ainda tenho mais uma surpresa.

Ele segura a minha mão.

- Vou abrir uma filial lá e quero que você assuma uma das diretorias em breve.

- Você o que?

Pergunto me levantando do sofá.

- Ela é uma filial, mas com o tempo você pode torná-la sua e fazer o seu próprio negocio.

Minha cabeça lateja e tudo parece que está rodando. Não consigo focar ou dizer nada.

- O que foi?

Meu pai pergunta segurando meus ombros.

- Não sei se estou preparado para isso.

- Você se preparou esse tempo todo meu filho. Se dedicou por dois anos nos estudos e tenho orgulho de deixar essa filial em suas mãos futuramente.

Ele me abraça forte.

- Amanhã o seu aniversário será comemorado no jantar de abertura da filial.

Como em tão pouco tempo meu mundo virou de cabeça para baixo assim? Era para ser o dia mais feliz da minha vida e eu só consigo pensar como vou encaixar Ana em tudo isso.

****************

O vôo para Nova York foi tranquilo. Estamos no taxi rumo ao meu futuro lar. Sempre amei Nova York e sonhei viver e montar minha vida aqui. A correria, os prédios, tudo sempre me encantou. Mas hoje eu só queria dividir essas emoções com ela. Paramos em frente a um pequeno prédio de tijolos de três andares. Retiro as malas enquanto meu pai paga o taxi. Minha mãe parece muito feliz. Assim que entro vejo que está todo decorado e pronto para morar.

- Espero que goste!

Meu pai diz todo feliz e tento pelo menos parecer muito feliz como ele.

- É perfeito!

Me mostram a sala e a pequena cozinha. No fim do corredor um quarto e um banheiro.

- Se tudo der certo, esse será seu lar em dois meses.

- Só espero passar na faculdade.

- Você vai, meu filho!

Minha mãe diz me abraçando.

********************

Me olho no espelho e arrumo minha gravata. Tento ajeitar o cabelo, mas desisto assim que começo a ficar irritado.

- Vamos?

Minha mãe pergunta observando meu terno e minha gravata.

- Meu menino se tornou um homem.

Dou um sorriso e beijo seu rosto.

- A senhora está linda!

Sorri e me puxa para a sala para encontrar meu pai.

Assim que paramos o carro escuto a canção que vem de dentro da pequena e perfeita empresa que será minha em breve. Todos estão elegantes e encaro atento a estrutura do local.

- Gostou?

- É incrível!

- Construímos em tempo recorde. Um dos nossos novos engenheiros comandou a obra.

****************

A festa segue animada e sou guiado para uma mesa onde tem um bolo enorme. Em segundos as velas são acesas e um coro de parabéns surge. Vejo meus pais sorrindo orgulhosos e isso me deixa em paz.

- Faça um pedido!

Minha mãe sussurra em meu ouvido. Fecho meus olhos com força.

"Eu quero a minha Ana de volta!"

***************

A festa segue tranquilamente e meu pai me apresenta a algumas pessoas. Ele me puxa para perto de um homem.

- Valter!

O homem se vira sorrindo.

- Carlos!!!

Sorri abraçando meu pai.

- Quero que conheça meu filho Eduardo! Esse homem nos ajudou a construir esse sonho.

- Obrigado pela ajuda!

Digo apertando a mão de Valter, pela ajuda na construção.

- Foi um prazer.

- Onde está sua filha?

Meu pai pergunta ainda animado.

- Na varanda, esta tomando um pouco de ar.

- Eduardo, o que acha de fazer amizade com a filha do Valter?!

Diz apontando para a varanda. Respiro fundo e dou um sorriso fraco.

- Claro!

Ando sem pressa até a varanda, então vejo os cabelos longos cor de mogno mais perfeitos do mundo. Meu coração acelera e sinto minhas pernas tremerem. Meus olhos ardem pelas lágrimas. Isso não pode ser um sonho. Ela parece tão real!

- Ana!!!!

Sussurro perto dela e sinto seu cheiro invadir minha narina. A jovem vira e meu coração aperta. Seus olhos tristes estão fundos e claramente está mais magra. Ela pisca algumas vezes perdida. Fecha os olhos e começa a chorar.

- Não quero mais imaginar você em todos os lugares.

Sussurra com dor, me aproximo dela e seguro seu rosto em minhas mãos. Ana me olha assustada.

- Eu sou real!

Suas mãos tocam meu rosto.

- Eduardo...

Sussurra me puxando para a sua boca e Deus... senti falta de seus lábios perfeitos. O gosto salgado de nossas lágrimas se misturam em nosso beijo. Ela solta um soluço em minha boca.

- Eu tentei...

Diz aos prantos, enquanto a puxo para o meu peito e afago seu cabelo.

- Eu te amo!

Sussurro beijando sua cabeça.

- E agora nada vai me afastar de você. Eu juro!

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