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UNIDOS PELA VINGANÇA

UNIDOS PELA VINGANÇA

RENATA PANTOZO

5.0
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9.6K
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56
Capítulo

Tudo que Danilo deseja é se vingar de um dos homens mais poderosos do mundo e extremamente perigoso e vingativo. Por anos elaborou o plano perfeito, todos os pequenos e complicados detalhes. Ele só não esperava que em seu caminho fosse aparecer Aline, também com sede de vingança. A vingança será a única razão para a união dos dois. É no que vão acreditar, mas algo muito maior pode acontecer.

Capítulo 1 PRÓLOGO

NARRAÇÃO DANILO

Atualizo mais uma vez a página do tribunal, aguardando ansioso pela atualização do processo, meu passaporte para a empresa Rech vem dessa decisão. Se tudo ocorrer como planejo, ganho a ação contra esta empresa, isso significará surto no poderoso César Rech que ficará furioso com seus advogados, que nunca perdem qualquer processo nesse Estado, são os melhores. Ganhar deles significa abrir uma porta para oferta de trabalho com César Rech. Todos sabem que qualquer empresa, advogado, pessoa do mundo que consegue ganhar algo dele, recebe proposta para se unir ao poder da Rech. Não é uma empresa qualquer, é simplesmente a cabeça que comanda tudo em Boston. Não possui um segmento específico, simplesmente é dona de todas as áreas comerciais legais e ilegais daqui.

- Dr. Spinoza!

Olho para a porta e vejo Suzana, a sócia majoritária do escritório onde atuo. Graças a nossa relação exclusivamente sexual planejada por mim, sou advogado responsável por todos os processos movidos contra a Rech. Vendi meu corpo para ter acesso a César Rech e não me arrependo disso. Mesmo quando preciso me enfiar na Suzana.

- Dra. Vincent!

Da porta olha o corredor para ver se alguém está por perto, não queremos que saibam do nosso envolvimento já que ela é casada e seu marido é um juiz bem rigoroso.

- Podemos conversar sobre aquele processo?

É a dica para um sexo rápido em sua sala, mas eu não quero sair do computador e muito menos trepar com essa mulher agora. Suzana tem seus cinqüenta e poucos anos, cabelos escuros enrolados, pele morena, corpo cuidado, mas não faz meu tipo. Sua mente, seu coração, seus princípios me incomodam demais. Quem sou eu pra julgar caráter ao usá-la para chegar até o César Rech na tentativa de destruí-lo, mas tenho meus motivos.

- Estou aguardando a publicação da sentença.

- O processo contra o César?

Suzana foi advogada dele há dez anos atrás, mas quando perdeu um processo foi rapidamente jogada pra fora e substituída por Juliano Ferraz, meu rival jurídico que pretendo derrubar para entrar naquela empresa.

- Então...

Diz entrando na minha sala, fecha a porta e vem se aproximando com olhar sedutor.

- Acho que posso ficar aqui com você esperando.

Vem até a minha mesa, senta nela ao lado do computador, cruza as pernas e seu pé fica bem no meio das minhas pernas. Quero bufar ao entender seu plano, mas apenas abro um sorriso falso malicioso. Só posso me livrar da Suzana quando entrar mesmo na Rech. Quando me oferecerem o cargo na empresa como um dos advogados e aceitar, ela vai surtar, me odiar e querer minha morte, para a minha felicidade e alívio.

- Vou colocar meu pé aqui para dar sorte.

Encaixa a ponta do salto na cadeira, enfia embaixo de mim, perto do meu saco. Volto meus olhos para o computador e ainda nada da sentença.

- Tem certeza que vão publicar hoje a sentença?

- Sim!

- Como sabe?

- Não vou entregar meus trunfos, Dra. Vincent!

- Dormiu com a assistente do juiz?

Perguntou com ciúmes e a resposta é sim, mas ela não precisa saber disso.

- Claro que não! Já tenho alguém que preenche meus braços muito bem.

Seu sorriso radiante é minha confirmação de que tenho efeito sobre essa mulher.

- Usei apenas de gentileza e café para obter a informação.

- Gentileza e café foram o que me fez cair nos seus encantos.

Atualizo mais uma vez a página e então a sentença aparece no sistema, me causando um calafrio.

- Abre!

Suzana incentiva com a voz calma e percebo que tem algo estranho. É como se ela soubesse qual foi o resultado. Clico na sentença, ela abre o arquivo e leio atentamente. É um processo de danos materiais, cujo valor requerido é bem alto. Meus olhos chegam finalmente na conclusão do juiz após o relatório e paro de ler na palavra PROCEDENTE.

- Parabéns!

Suzana diz, percebo que saiu da mesa e está com a boca perto do meu ouvido.

- Pedi alguns favores, usei um pouco meu marido, sua função e...

- Não acredito que fez isso!

Digo com raiva e saio da minha cadeira, tentando de verdade não gritar com ela porque não posso perder o que consegui até aqui.

- Você está bravo comigo? Achei que ficaria feliz!

- Feliz?! Você compra as pessoas, cobra favores para me dar uma sentença. Sabe o que isso significa?

A pergunta sai em um tom mais alto do que deveria, seus olhos se arregalam e tento me acalmar.

- Significa que sou um merda, que não sou bom o suficiente para ganhar esse processo.

Não é só isso, se César Rech souber que o resultado da sentença foi manipulado, vai entender que sou um merda e não que sou foda. Não vai me oferecer emprego na empresa e meu plano de anos vai todo para o lixo.

- Você é muito bom, mas sabemos que não o suficiente para vencer o Juliano!

Fala com uma voz que me incomoda e senta na minha cadeira como se fosse dona de tudo, da verdade.

- Para de fazer drama e fique feliz por essa nossa conquista.

Certo, essa mulher fodeu todo o meu plano! Não tem como continuar aqui, já não suportava essa mulher antes, agora ficou impossível.

- Estou fora!

Digo em voz alta, caminho até a mesa e começo a recolher minhas coisas.

- Amanhã retiro o resto das minhas coisas, pego a lista de processos para substabelecer e acertamos os honorários pendentes.

Enfio meu celular no bolso e pego meu paletó na cadeira.

- Isso é brincadeira, certo?

Encaro seus olhos que parecem confusos e a irritação só aumenta.

- Seu enorme poder jurídico não sai desse lugar, você nunca vai ganhar nada além da primeira instância. Juliano vai recorrer, processo sobe para o tribunal e lá nós sabemos muito bem quem tem poder.

- César tem acesso ao tribunal.

- Ele tem acesso praticamente a Deus!

- Então qual a diferença de ganhar sozinho ou com a minha ajuda na primeira instância, se sabe que no recurso perderemos.

- A diferença é saber que EU consegui e depois perdi por corrupção no tribunal. Nesse momento você ganhou por corrupção, sendo tão suja quanto o César Rech.

Me viro para ir embora e Suzana me manda parar.

- Se passar por essa porta não adiante se arrepender depois, não vou te aceitar de volta. Farei de tudo para que nenhum escritório te contrate.

- Que se foda!

Saio do escritório dando de cara com Alberto, advogado criminalista do escritório e pelo seu olhar ouviu toda a conversa. Bato a porta pra fechar, visto o paletó e arrumo a gola.

- Adeus!

******************

DOIS DIAS DEPOIS

Termino minha corrida em frente à porta do meu prédio, sentindo meu pulmão queimar no peito. Me curvo, apoio as mãos nos joelhos e tento desacelerar o corpo, as batidas do coração e a respiração. Vejo saltos pararem na minha frente, subo os olhos vendo lindas pernas, uma saia preta, uma camisa social branca e quando fico com o corpo reto encontro uma linda mulher de cabelos castanhos escuros longos, lábios carnudos, nariz fino e empinado, com olhos cobertos por óculos escuros.

- Dr. Spinoza!?!

Pergunta com a voz calma e levemente sedutora.

- Sim!

Sua mão se ergue e ao retirar os óculos encontro olhos azuis de um tom que nunca vi antes. Muito, muito claros e intimidadores, me fazendo travar imediatamente os pensamentos em torno e focando apenas nela.

- Dra. Baldan!

Se apresenta e estica a mão para me cumprimentar.

- Venho em nome do Sr. Rech!

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