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Luz Dos Teus Olhos Vermelhos

Luz Dos Teus Olhos Vermelhos

Augusta Andrade

5.0
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Leituras
10
Capítulo

Livro II da Saga Lua de Sangue Livro I: A Suprema Alfa. Essa história conta a continuação do final do livro A Suprema Alfa. . "– Eu, Lúcius Calmon... – Meu peito doía tanto, fiquei sem ar, boquiaberto com aquilo, não entendia como o Lúcius poderia me rejeitar daquela forma, pensei que fosse isso que queria. – abro mão do nosso vínculo e rejeito você, Karolina Stevens, como minha companheira. Não conseguia mais manter a aparência, então baixei a cabeça e comecei a soluçar. Eu ia continuar amando-o, pois o amor que sinto por ele não tem nada haver com vínculo nenhum, foi algo que aconteceu naturalmente, nos apaixonamos sem sermos obrigados a nos apaixonar pelos feitiços da Deusa da Lua, e era isso que eu mais admirava em nós dois, pois escolhemos nos amar por livre e espontânea vontade, mas isso ia mudar no momento em que sua predestinada aparecesse e o Alec permanecer ao meu lado. Eu ainda era livre para me apaixonar, mas ele não, não mais. Talvez nunca tenha me amado de verdade, ele só deve ter confundido obsessão com amor e percebeu isso depois que despertou do coma. Ele não esboçava nenhum sinal de tristeza." . Karolina, ex-escrava, mesmo após ter sofrido nas mãos do seu primeiro amor, Lúcius Calmon, perdoá-lo por tudo e escolhê-lo como seu companheiro, ela agora irá sofrer a dor da rejeição e ir em buscas de respostas do mistério por trás das palavras cruéis do Lúcius. Agora liderando os lobisomens e vampiros, para manter a paz, tem que lidar com a pressão dos humanos por ser acusada de ter matado alguém importante entre eles, Karolina ainda se vê em uma batalha interna contra um ser tão poderoso quanto qualquer um que ela já enfrentou.

Capítulo 1 PRÓLOGO

Na maior cidade dentro do território humano, chamada Valiska, localizada próxima à fronteira que separa o território dos lobos, estava presente a mais alta patente do clero na principal Basílica, todos reunidos com seus fiéis para escutarem o tão esperado discurso do Papa João César.

Aos gritos e palmas de euforia dos fiéis, ele apareceu sentado em uma cadeira de ouro sendo carregado pelos seus escravos em cada lado daquela cadeira pesada enquanto uma escrava mulata de corpo curvilíneo caminhava ao lado da cadeira luxuosa do papa com uma bandeja na mão, oferecendo-lhe frutas.

Apesar de todo luxo, euforia e alegria ao seu redor, o papa não estava contente com os acontecimentos dessas semanas e ele precisava da ajuda do seu povo para rever e reparar os absurdos causados por aqueles que antes eram seus aliados, no entanto quebraram o pacto feito há milhares de anos por seus antepassados e se juntaram com o ser amaldiçoado que não tem alma e que carrega a morte para onde quer que vá, o Dragão Vermelho Morto, ou como o apelidaram: Drácula, O Imperador Amaldiçoado.

Dentre os principais presentes e os fiéis que possuíam títulos importantes, escravos e terras, faltava somente uma pessoa que por direito deveria também estar presente e ser muito respeitado por todos, abaixo somente do papa. O mais novo nomeado rei Juliano III, filho de Juliano II que morreu da doença que foi jogada pela bruxa. A bruxa! A amante do Drácula! Oooh céus! O humor do papa tornava-se mais sombrio quando as lembranças o assombravam.

Mas o papa João César não se importava com a presença daquele rei que ele não gostava, que ele não queria e que não teria sua bênção. Aquele moleque imprestável está agora mesmo bebendo e comendo da mesma comida com aqueles demônios, seres sem luz e se ajoelhando, jurando lealdade a uma ESCRAVA! Como uma escrava se tornou rainha? Que ridículo! Inadmissível! Repugnante!

Ele olhou com nojo para sua escrava mulata que permanecia de cabeça baixa com a bandeja na mão esperando alguma ordem do seu senhor.

Daqui a pouco essa escrava vai se achar digna de sentar-se em uma cadeira ao invés do chão ou comer algo que não seja as sobras da minha comida, pensou.

Sua cadeira foi depositada na superfície e os escravos posicionaram-se atrás com suas cabeças também baixa em submissão. A vontade que o João César teve em sorrir foi muita. Esses escravos que são iguais cavalos, só servem para carregarem peso, vão querer aprender a ler? A imagem deles segurando algum livro veio à mente e nossa! Que imagem péssima!

Quem aquela mulher pensa que é para criar uma lei ridícula exigindo a abolição da escravatura? E ainda querer se meter nos assuntos dos humanos depois de matar o verdadeiro rei? Ele sabe quem ela é! E precisa alertar ao povo antes que seja tarde demais! Ela é a filha do demônio que veio dominar suas terras e corromper sua fé! Mesmo que lá no fundo o papa saiba que ela é somente uma pessoa de outra espécie, mas ele irá falar para todos o que inventou porque as pessoas nunca o questionariam e o ajudariam a pôr seus planos em prática.

"Devemos nos livrar desse mal a queimando viva na fogueira para que sua alma volte ao lugar de onde nunca devia ter saído: Do inferno!"

Ele citou uma parte do seu discurso em pensamento.

João César, carrancudo, levantou-se de sua cadeira e se posicionou atrás do altar de madeira, então todos presentes ficaram em silêncio com os olhos vidrados naquele senhor de idade usando batinas pesadas e sagradas, atrás dele estava a imagem do Senhor.

Ele puxou o ar pelos pulmões preparando-se para começar a falar seu discurso de ódio contra aquela de berço inferior que matou o rei João I na Batalha da Floresta Vermelha e que agora se denominou rainha e soberana dos humanos.

Uma mulher liderando os homens?! Patético! Uma escrava rainha?! Ridículo!

João César controlou seu mau humor, mas antes que começasse a falar, foi interrompido pelo barulho da imensa porta da Basílica se abrindo.

Todos se viraram para ver quem seria essa pessoa desrespeitosa que abriu a porta atrapalhando o discurso do homem que segurava a mão do Deus dos humanos e com seu poder divino, abençoa as pessoas privilegiadas para que tenham seus lugares garantidos no céu. Oras, eles são ricos e nobres, são merecedores de tal bênção, ao contrário dos miseráveis que só prestam para servi-los.

O rosto do papa se contorceu em fúria ao reconhecer a pessoa que entrou na Basílica, aquela mulher maldita que tirou seu sono, que o atormentou até nos seus banhos aromatizados ao qual ele faz uma vez ao mês, que está causando todo o seu desgosto e caos desde o dia em que quebrou suas próprias correntes.

Maldita! Mulher Maldita! Ardilosa! Como ela ousa entrar na aqui?

Todos ficaram assustados com a presença daquela pessoa que, apesar de bela, tinha uma aparência peculiar por causa da cor dos seus olhos vermelhos, mas ao invés disso ser o maior destaque entre eles, o que mais os impressionam são suas vestes.

Calças? Uma mulher usando calças?

Sim! Ela está usando calças, botas, uma blusa com capa comprida em forma de "V", seu cabelo longo e solto e...

– Os lábios dela são vermelhos! – Uma lady arfou aterrorizada quando disse. Essa mulher dos lábios vermelhos, cabelos e roupas vermelhas, ela usa a cor do diabo!

Ninguém reconheceu essa mulher, ninguém, além do papa, sabia quem ela era e devido à cor dos seus olhos, roupas e lábios, os fiéis logo deduziram:

– UMA BRUXA! – Um homem gritou. Todos se afastaram assustados.

João César gostou dessa reação, assim seria mais fácil convencer esse povo ignorante a matarem ela.

Eu sou um homem abençoado, pensou.

Escondendo o seu semblante de alegria, ele logo incorporou o seu papel de homem protetor do seu povo.

Enquanto a mulher caminhava séria com passos pesados e lentos em direção ao papa, ele finalmente soltou suas primeiras palavras desde que tinha chegado:

– Como se atreve a entrar na casa de Deus? – Ele falou alto e autoritário.

– Casa de Deus? – A mulher perguntou num tom normal, parando antes dos degraus da escada que dava acesso ao altar.

– Aqui é um local sagrado! Nenhum seguidor do Demônio tem poder dentro da casa do Senhor!

A mulher zombou.

– Aqui não é a casa de nenhum Deus, é só um local de reuniões entre os humanos que se acham superiores e melhores que seu próprio Deus.

– ALGUÉM PEGE ESSA BRUXA! ELA DEVE SER QUEIMADA NA FOGUEIRA PELA SUA BLASFÊMIA! – Um lorde gritou.

Mas assim que se calou, a mulher virou seu pescoço para ele de forma desumana e grotesca, seu pescoço esticou-se além do normal, seu rosto quase ficou todo para trás e a lateral do rosto estava quase batendo nas costas.

De boca fechada, ela deu um grunhido demoníaco para alertar quem quer que se aproxime dela. O ódio nos olhos daquela mulher era surreal.

Todos se encolheram horrorizados, já havia algumas pessoas chorando, outras ajoelhadas orando, mesmo assim, nenhum tentou fugir daquele lugar, pois eles sabiam que tinha alguém para protegê-los contra aquele mal. O corpo do João César começou a se tremer, ele nunca viu um lobisomem contorcer o pescoço daquela forma, mas ele manteve o mesmo tom de antes.

Ela voltou a encarar o homem em pé ao altar.

– É isso que você os ensina? Utiliza sua palavra como única e verdadeira sem lhes dar o direito de questionar? De saber a verdade? Todos vocês condenam alguém pela cor de suas vestes? – Ela perguntou mais séria.

– O vermelho é a cor do Diabo! De um espírito sem luz! Não há o que questionar, eu sou a verdade, eu seguro a mão de Deus aonde quer que vá e sou abençoado por Ele!

Ela riu, mas o som de sua risada era mais grotesco e havia duas vozes rindo ao mesmo tempo.

– É mesmo? – Zombou novamente. – Neste lugar que é dito como a casa de Deus, só há um obstáculo O impedindo de entrar em sua própria casa... – Ela pausou sua fala, e suas próximas palavras saíram duas vozes, uma feminina e outra demoníaca:

– Os Humanos.

A mulher com o rosto contorcido de ódio e desprezo começou a subir os degraus lentamente em direção ao João César.

– Vocês destruíram tudo o que me pertencia! – Ela falava com suas múltiplas vozes. – Corromperam a fé e os ensinamentos do seu Deus em busca de riqueza e poder! Nada que fiz para detê-los foi o suficiente! Nada! – Disse entredentes. – Nem as mortes que causei com a doença foram capazes de destruir vocês! Vocês são as verdadeiras pragas! Que destroem e corrompem tudo por onde quer que passam!

Ela parou em frente ao papa, com apenas o altar entre eles.

O papa viu algo no rosto daquela mulher e subitamente percebeu uma coisa, ele ficou estupefato! Aquilo não era normal!

– O... o que você é? – João perguntou, horrorizado.

Ela curvou seus lábios para cima dando um sorrisinho.

– Eu sou aquele que trará paz novamente para este mundo! Que governará novamente! Eu sou a sua extinção!

– Oooh Meu Deus... – Ele sussurrou.

– Usando o nome Dele em vão? Em sua própria casa? – A mulher riu e foi dando a volta ao altar se aproximando. Ela parou em frente a ele com agora nada os separando, ambos estavam de lado para o resto das pessoas que não escutavam as conversas entre aqueles dois, então com um sorriso no rosto a mulher disse:

– Seu deus não está aqui hoje, João, mas eu sim!

Ela o segurou, e com sons grotescos, começou a abrir sua boca lentamente, até que sua mandíbula deslocou-se, seus dentes pareciam ser de tubarões, e sua boca ficou maior que qualquer boca jamais vista. De repente, a mulher mordeu a face daquele homem que gritava desesperado se debatendo, até que ela puxou a carne e os ossos do rosto, matando-o.

Todos gritavam e começaram a correr desesperados para a porta de saída, no entanto ela estava trancada. A mulher ainda ao lado do altar com o rosto cheio de sangue estava rindo dos humanos que tentavam fugir.

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