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Love sux - Love Sux

Love sux - Love Sux

Caroline Barros

5.0
Comentário(s)
9
Leituras
5
Capítulo

Love Sux é uma cativante história de amor e superação no universo do New Adult. Angela e Eric, dois jovens com personalidades distintas, se encontram em uma festa por um acaso do destino. O que começa como uma conexão instantânea logo se transforma em uma jornada repleta de obstáculos e desafios. Angela, uma jovem determinada e independente. Sua vida é marcada por uma série de escolhas erradas e pela busca incessante por sensações fugazes. Ao conhecer Eric, um rapaz carismático e enigmático, ela se vê obrigada a enfrentar seus medos e encarar a possibilidade de um relacionamento saudável e estável. Porém, o caminho para a felicidade não é fácil. Ambos terão que lidar com pessoas do passado que retornam para assombrá-los, tentações constantes e a pressão da sociedade. Eric enfrenta suas próprias batalhas emocionais, lutando para manter-se firme e apoiar Angela em sua jornada. Love Sux é uma história que explora temas profundos como a importância do perdão, a superação de adversidades e o poder do amor verdadeiro. Através de altos e baixos emocionantes, Angela e Eric descobrem que a chave para a felicidade está em enfrentar seus demônios internos juntos, fortalecendo seu vínculo e construindo um futuro baseado na confiança e no amor incondicional. Nesta emocionante narrativa de amadurecimento, os leitores serão levados a refletir sobre as escolhas que fazemos na vida e sobre a capacidade de redenção e transformação que existe dentro de cada um de nós. Love Sux é uma história envolvente que mostra que, mesmo nos momentos mais sombrios, sempre há uma luz no fim do túnel e a esperança de um novo começo.

Capítulo 1 Angela Yen

Respiro fundo e giro a maçaneta lentamente. Não estava preparada para me despedir da minha antiga vida e dar as boas-vindas à nova eu. Tudo parecia uma cena de filme, onde a mocinha chega na cidade grande. Pelo menos, era assim que eu me sentia.

Não foi fácil embarcar naquele avião em Brisbane e partir para Los Angeles, tudo isso para realizar o meu sonho de infância: a faculdade de medicina.

O ar quente novamente enche meus pulmões enquanto giro a porta para encontrar meu novo quarto. Era algo comum, com duas camas de solteiro, um guarda-roupa branco de casal e uma mesinha para estudos - tudo que uma universitária precisa.

Tiro minha mochila das costas e a coloco sob a cama vazia, que ficava encostada na janela. Pude ver o quão caótica e movimentada parecia a cidade de Los Angeles.

Levo um susto quando sou interrompida de meus pensamentos. A porta se abre e outra moça entra. Ela deve ser minha colega de quarto. Olho para o estilo de suas roupas, que parecia um pouco romântico, e percebo que combina com o da outra cama.

— Eu sou a Julia. Você não imagina como estava ansiosa para conhecer minha colega de quarto — Ela fala correndo em minha direção para me abraçar.

Sinto vontade de deixar minhas lágrimas caírem, esse abraço quente e caloroso me lembra Karina, minha melhor amiga, a quem tive que deixar na Austrália.

— Angela — É a única palavra que consigo pronunciar.

— Qual é o seu curso?

— Medicina.

— Pelo visto, além de sermos colegas de quarto, seremos colegas de classe também.

Julia estava sendo legal, acho que o problema naquele momento era eu. Minha vontade era ficar sozinha e absorver tudo o que estava acontecendo, ou o que iria acontecer, sem família, sem amigos por perto.

Ela tira o celular do bolso e digita algumas palavras. Não pergunto para quem era, prefiro deixar minha imaginação fluir.

— Acho que seria legal sairmos para comer alguma coisa. Uma noite linda como essa, não queria perdê-la ficando trancada — Julia dá de ombros.

— Pode ser — Respondo, dando de ombros.

Na minha cabeça, era muito melhor sair e ver novos ares do que ficar lamentando minha solidão.

Olho para minhas vestes e acho que estão apropriadas para um passeio. Um vestido xadrez amarelo e preto, all star cano médio preto. Não vejo nada de errado com aquele visual.

Julia também estava ótima, vestia um cropped liso azul tomara que caia, short branco e sapatilhas pretas. Ela parecia uma boneca de tão meiga.

Saímos do quarto e descemos os quatro andares de escadas do alojamento até chegarmos no térreo, a fachada ficava de frente para a UCLA, famosa universidade onde as aulas começariam daqui uma semana.

Era apenas 18:00 da tarde, e eu nunca tinha visto uma cidade com tanto movimento como aquela.

— Que tal irmos ao Burger King? — Julia pergunta.

— Nunca comi lá.

Pelo olhar que Julia me lança, até parece que eu cometi um crime ou algo do tipo. Ela abre um sorriso.

— Você é a primeira pessoa que eu conheço que nunca comeu lá.

— E isso é algo ruim? — Pergunto, dando de ombros.

— Não é ruim, mas é diferente. Então, iremos comer no McDonald's, está bem?

Assim que chegamos ao restaurante, fiquei surpresa pelo tamanho da fila. Nunca vi algo tão grande, pelo menos não onde eu morava.

Olho para o lado e lá está o famoso Burger King, olhando para aquela logo, até parece que eu conheço de algum lugar.

Por mais cheia que a fila estivesse, o atendimento corria depressa. Depois de 7 minutos, era a nossa vez de fazermos os nossos pedidos. Julia pediu um combo de Big Mac, e eu acabei pedindo um combo do McCrispy.

— Podemos vir tomar café da manhã aqui também — Julia fala olhando o cardápio digital do café da manhã enquanto esperamos nossos pedidos ficarem prontos.

— Vou aceitar. Qual a sua especialidade?

— Quero me especializar em neurologia. E você, já decidiu a sua?

— Quero ser pediatra. Sempre fui louca por crianças, e um dos meus maiores sonhos é ser mãe.

Enquanto Julia pega os nossos pedidos, vou até a mesa que está ao lado da janela. Nada melhor do que fazer uma refeição enquanto observo a movimentação do meu novo lar.

Julia aparece segurando uma bandeja com dois combos do pedido. Além do lanche, vieram as batatas e dois copos de refrigerante. Ela coloca cada combo sobre a pessoa que pertencia à mesa.

— Eu não sabia qual refrigerante você queria, então trouxe Coca-Cola também — Ela dá de ombros se sentando à minha frente.

— Parece que o Burger King copiou a logo do Hungry Jacks — Comento dando uma mordida em meu lanche.

— Hungry Jack? Por acaso você é da Austrália?

— Na verdade, sim.

— É o mesmo restaurante, agora não me peça para explicar o motivo, que isso eu não sei — Julia fala com um sorriso meigo. — Mas me conta, você acha que irá se adaptar rápido?

— Só estou achando estranho algumas coisas, como o fato de vocês dirigirem pela direita.

— Você vai se acostumar.

— Eu espero. Às vezes, sinto até um pouco de saudades de casa.

Assim que terminamos os lanches, pedimos um milkshake de morango como sobremesa. Decidimos dar uma volta pelo bairro apenas para eu me acostumar e não ficar perdida quando precisar ir a algum lugar importante ou simplesmente espairecer a cabeça da tensão do curso de medicina.

Paramos em uma quadra de esportes onde tinha alguns garotos jogando basquete. Aparentavam ter entre 18 até 22 anos, embora fossem bastante atraentes, não teve nenhum que chamou a nossa atenção.

— Você nasceu aqui? — Pergunto, dando o último gole no meu milkshake. Dentro da minha cabeça, seria bom quebrar um pouco do silêncio.

— Na verdade, eu sou de Nova York. Mudei para cá mais ou menos uns 2 anos atrás. E você? Por que decidiu estudar aqui?

— Queria sair um pouco e conhecer lugares novos, mas acredite em mim, não foi nada fácil convencer a minha mãe — Respondo, revirando os olhos.

— De onde você veio?

— Queensland. Vou falar o nome do estado, pois acho que a cidade você não vai conhecer — Dou de ombros.

Um grupo de garotas estava se aproximando da gente, eram cinco, todas bonitas e bem vestidas. Havia uma moça de cabelo liso e castanho no meio. Sugiro que talvez aquela possa ser a líder, ou a "abelha rainha", como têm o costume de mostrar nos filmes.

Por incrível que pareça, ela nos olha e começa a caminhar em nossa direção. Será que estou encrencada ou algo do tipo? Embora ache impossível, pois nem a conhecia.

— Você é a aluna estrangeira nova, não é? — Ela me pergunta com um tom de deboche.

— Prefiro ser chamada de Angela — Respondo séria.

— Bom, o meu nome é Jasmine Stan e diferente do que você está pensando, eu não sou aquele tipo de garota que vai querer te sacanear.

— Sim, até porque somos todas adultas e já estamos na faculdade. Seria um pouco infantil da sua parte pensar assim.

— Qual é o seu nome? — Ela pergunta agora se referindo a Julia.

— Julia — Ela responde dando de ombros. — Você já me conhece da escola.

— Acho que vocês não se importam se a gente fizer companhia para vocês. Talvez a gente até melhore o assunto.

Não que fosse algo incomodativo para mim, mas apenas queria ter um momento a sós com Julia. Ela foi a primeira pessoa nessa cidade que se dispôs a ter uma amizade comigo.

Jasmine se abaixa e senta no chão da quadra, todas as suas amigas fazem o mesmo. Acho que, por instinto, eu e Julia repetimos o movimento. Todas estavam focadas em Jasmine, algo que foi bom, pois eu não seria o centro das atenções na conversa.

Percebo que Jasmine se interessa pelos rapazes que estão jogando basquete, pela simples troca de olhares que tem com suas amigas.

— Outra hora te explico — Julia cochicha no meu ouvido.

As amigas de Jasmine são todas bonitas, parecem até modelos da Victoria's Secret.

— Acho que vou pegar um peixe — Jasmine fala se levantando, todas as suas amigas fazem o mesmo.

Olho confusa para Julia pela mudança repentina de Jasmine, uma hora fazendo questão da gente e outra não estar se importando, mas ao mesmo tempo sinto um alívio enorme. Pode parecer um pouco de preconceito, mas apenas não gostei de sua personalidade.

— Faz um tempo que Jasmine terminou com o seu namorado, mas pelo visto ainda não superou. É assim que ela tenta lidar com a dor da separação — Julia comenta.

Olho para a frente e tudo que vejo é Jasmine conversando com um dos rapazes do time. Não leio mentes nem nada do tipo, mas a impressão que eu tenho é que ela está o deixando desconfortável.

— Desde quando conhece ela? — Pergunto sem tirar os olhos daquela cena.

— Uns 2 anos, desde que vim para Los Angeles.

— Ela sempre foi assim?

— Assim como?

— Querendo chamar a atenção sempre.

— Como eu disse, piorou um pouco depois que ela terminou com o Eric.

— E como está esse ex-namorado dela?

— Até onde eu sei, ele está solteiro hoje em dia. Estava namorando uma moça chamada Josie Flowers, eles terminaram recentemente também. Jasmine fez um inferno na vida de ambos. Acho que iremos encontrar com a Josie uma hora ou outra.

— Espero que o curso da Jasmine não seja medicina — Falo debochando.

— Pelo que fiquei sabendo, ela está cursando psicologia.

Não ficamos muito tempo na quadra. Estava anoitecendo, e decidimos voltar para os dormitórios. Olho no meu celular, e são quase 21 horas. Apesar do voo ter sido cansativo, não estava com sono, muito menos queria dormir.

Entro no banheiro, escovo os dentes, penteio o cabelo e tomo um banho gelado. Não sei o que é pior, o calor da Austrália ou o calor de Los Angeles. Mas um banho de 15 minutos já é o suficiente.

Meu celular começa a tocar assim que desligo o chuveiro e me enrolo na toalha. Olho para o visor, e aparece o nome da minha mãe. Atendo logo e coloco no viva-voz.

— Angela, meu amor, você não tem noção de quanto faz falta. Essa casa não é a mesma sem você — Sinto um toque de carinho em sua voz.

— Também sinto sua falta, mãe.

— As pessoas estão sendo legais com você?

— Conheci uma moça maravilhosa, ela se chama Julia. Queria levá-la aí para vocês a conhecerem.

Acho que, de início, não tem necessidade de citar a desagradável Jasmine para minha mãe. Ela pensará que já estou tendo péssimas experiências no novo mundo.

— Acho que a Karina não vai gostar nada de saber disso — Minha mãe diz, rindo.

Karina Denvers, a minha ciumenta e melhor amiga. Não quer dizer que vou esquecê-la por causa da Julia.

— Acho que elas vão ser grandes amigas — Falo esperançosa.

— Eu e Karina temos uma surpresa para você, mas obviamente não iremos te contar. Apenas te liguei para te lembrar que, por mais doloroso que seja ficarmos longe uma da outra, sei que você vai passar por tudo isso. Lembre-se, minha filha, eu te amo mais que tudo.

— Eu te amo mais do que o infinito — Digo.

Minha mãe desliga, conhecendo a senhora Emma tão bem quanto a conheço, sei que seus olhos estavam marejados. É bom ouvir uma voz que me lembra o conforto de casa, embora essa palavra esteja longe do meu alcance.

Pego meu pijama, uma blusa rosa de alça fina e um short branco com desenho de corações vermelhos. Abro a porta, e Julia está deitada na cama lendo um livro. Parece ser "Orgulho e Preconceito" de Jane Austen.

— Então você tem vontade de me levar para a Austrália? — Julia pergunta sem tirar os olhos do livro.

— Se você quiser ir...

— Eu quero — Julia responde com um sorriso.

— Sua mãe vai deixar você ir para tão longe assim?

— Sabe, ela fala que não se importa tanto com isso. O sonho dela era viajar o mundo, mas não tinha condições. Agora ela quer que eu faça isso. Ela até queria que eu fosse embora para a Inglaterra e estudasse medicina em Oxford.

— Totalmente ao contrário da minha mãe — Relembro.

Julia fecha o livro e coloca na cabeceira ao seu lado da cama. Ela se levanta e vai até o banheiro. Olho para o despertador em cima da mesinha e vejo que são quase 22 horas. Pelo visto, o sanduíche não me encheu, e terei que descer e procurar por alguma lanchonete.

Não coloco roupa, pois tenho certeza de que acharei uma máquina de guloseimas virando o corredor.

Assim que dobro o corredor, desço as escadas e me deparo com um rapaz alto, de cabelos lisos um pouco desarrumados, e todas as suas vestimentas são pretas, desde a camiseta até o calçado. Nossos olhares se cruzam rapidamente, ele parece estar com um pouco de pressa.

Vida real chamando, Angela, penso comigo mesma.

Jasmine surge subindo as escadas. Está com pressa e um pouco furiosa. Fico aliviada por ela ter passado reto.

Acho a máquina de guloseimas e insiro uma moeda onde está indicado, escolho um pacote de Doritos e pego uma lata de Coca-Cola para acompanhar. Se minha mãe estivesse aqui, ficaria brava por estar comendo besteira à noite.

Não consigo tirar aquele rapaz da minha cabeça. Quem é você?

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