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Uma Esposa para Khaled

Uma Esposa para Khaled

Lallita Fehr

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Capítulo

Khaled al Zamam é um bilionário árabe que leva uma vida com tudo o que o dinheiro pode comprar. Mas algo que ele nunca conseguiu foi encontrar o amor verdadeiro. Anos atrás ele foi desprezado e humilhado pela mulher em quem mais confiou. Agora, por ironia da vida, ele a tem em suas mãos. Ao mesmo tempo, ele conhece Julia, uma jovem doce apaixonante , que o faz imaginar se ainda não há uma chance para a felicidade. Porém ele só pode ter uma das duas, e seu coração fica dividido entre dar uma nova chance ao amor e se vingar de uma vez da mulher que o destruiu no passado.

Capítulo 1 Sangue Árabe

— Ai meu deus, ele é maravilhoso!

—O que eu não daria pra sentir essa barba roçando pelo meu corpo...

Suspiros e sussurros ecoavam por toda a Royal Ascot, quando o príncipe herdeiro de Dubai, Khaled al Zaman desceu da limusine. As corridas de cavalos tinham os mais variados admiradores entre as famílias reais do mundo inteiro. E a família real de Dubai estava entre eles.

O sangue árabe costumava atrair muitas pessoas, fossem nos cavalos de raça ou nos milionários de pele morena, que muitas das ladys ali presentes adorariam cavalgar.

Mas Khaled al Zaman era indiferente aos olhares lascivos lançados sobre ele, e não dava atenção alguma à comoção que sua presença causava. De óculos escuros, barba cheia e bem feita e um terno que provocava a imaginação, ele passava pelas mulheres sem notar qualquer uma delas. Em especial, as loiras eram as mais desinteressantes. Preferia as morenas, ainda mais as de pele escura, algo raro por ali.

O que ele realmente queria ver, era o seu jóquei e seu cavalo campeão fazendo os outros competidores comerem poeira. Ele investiu bastante em seus estábulos porque adorava o gosto da vitória. E o dia hoje prometia muito, com seus dois campeões favoritos na corrida: Nazif, o jóquei, e Youkhar, o belo cavalo de pelagem escura e brilhante.

O príncipe passou a maior parte da manhã em seu camarote acima das arquibancadas, assistindo às corridas pela TV. Mas quando seus campeões entraram na pista, ele foi para fora, e se apoiou no parapeito para assistir com seus próprios olhos. O sangue corria rápido por suas veias, enquanto aguardava o início da corrida.

Se sentiu levemente irritado quando percebeu que uma jovem estava passando por seus seguranças e já se aproximava dele. Tratava- se de Alicia Cox-Fernsby, filha caçula do Duque de Hereford.

— Ah, pelo amor de Deus! — Praguejou por entre os dentes.

Já havia se divertido com Alícia algumas vezes. Filha de pai britânico e mãe indiana, Alícia herdou a pele e os cabelos escuros da mãe e os olhos claros do pai. Um deleite para os olhos e a libido, com toda certeza. Mas não gostou de que ela se aproximasse dele em público com tanta liberdade.

Quando ela parou ao lado dele, recebeu um olhar frio que teria feito qualquer pessoa sumir dali o mais rápido possível. Mas Alícia já conhecia os humores do sheik e não deu atenção à recepção gélida que recebeu. Apenas permaneceu ali, assistindo a corrida ao lado dele. Se divertia, sabendo que muitas mulheres presentes estariam mortas de inveja, por ela estar ao lado de Khaled.

De toda forma, se Nazif vencesse, ela poderia convencer Khaled a comemorar com ela. Durante o páreo, ela sentia o calor emanar do corpo do príncipe. Khaled era um homem muito competitivo. O olhar de falcão fixo na corrida, os músculos rígidos. Alícia pensou que se alguém o tocasse, voaria longe com a descarga elétrica que sairia dele.

Nazir e Youkhar venceram a corrida de forma espetacular. O semblante do príncipe clareou e um sorriso discreto e sensual surgiu nos lábios carnudos. Champanhe apareceu em taças circulando pelo camarote. A maioria dos presentes celebravam, sem tocar na bebida. Eram muçulmanos, assim como Khaled, que também não tocava em álcool. Alicia adoraria tomar uma taça, mas sabia que o sheik detestava mulheres bêbadas, e então decidiu permanecer fresca e imaculada para ele. Entre abraços e cumprimentos de diversos presentes, Khaled a olhou por três vezes. Isso era um bom sinal. Além disso, ele estava animado e cheio de energia.

Após entregar o prêmio ao seu jóquei, e ser fotografado junto ao príncipe herdeiro da Inglaterra, Khaled deixou a Royal Ascot e entrou na limusine. Não ficou surpreso de encontrar Alícia lá dentro. Teria de conversar com o chefe da segurança para evitar esses inconvenientes.

— Parabéns, Sheik. Foi uma vitória incrível. — A jovem se aproximou e o beijou na bochecha. — Precisamos comemorar.

Ela cruzou as pernas, e a fenda do vestido elegante deixou à mostra as coxas lisas e bronzeadas. Khaled avaliou a situação. Não tinha nenhum plano para a noite e Alícia era diversão garantida.

Ele levou a mão aos cabelos dela e a puxou para si. Segurou o rosto dela com força.

— Nunca se aproxime de mim em público outra vez. Consegue entender isso?

Alicia não sentiu medo. Sorriu de forma provocativa, com os movimentos limitados pela força de Khaled.

— Sim, Alteza.

Ele deveria chutar aquela vadia idiota para fora do carro. Mas Alícia não era má, apenas fazia de tudo para chamar sua atenção. Além disso, ela sabia do que ele gostava, e não hesitava em agradá-lo. Largou a mulher e decidiu se acalmar. Tinha energia de sobra no momento, e nada como uma noite quente para equilibrar as coisas.

***************************

Há alguns milhares de quilômetros dali sheik Bashir al Zaman não conseguia tomar o seu chá. Soube que o filho Khaled havia deixado a Royal Ascot em companhia de uma jovem ocidental de baixa moral, apesar da ascendência aristocrática.

O sheik não sabia mais como lidar com os três filhos mais velhos. Khaled, Abdul e Ahmad não tinham mais idade para as criancices que praticavam. Além disso, nenhum deles tinha um casamento de verdade, muito embora já tivessem mais de trinta anos.

Khaled era considerado o príncipe herdeiro, mas a lei de Dubai deixava essa decisão nas mãos do emir, que poderia indicar quem quisesse para assumir o trono. Infelizmente, a verdade é que nenhum dos filhos parecia apto a herdar o Emirado.

Khaled se destacava como um político, mas em sua vida pessoal... O filho era um verdadeiro playboy. Envolvido em esportes radicais, redes sociais e em infinitas viagens pelo mundo. Havia se casado com duas estrangeiras, mas pelo que Bashir soube, ele mal via suas esposas. Abdul era um excelente representante da cultura árabe muçulmana. Mas só pensava em trabalho e religião. Às vezes o sheik temia que mulheres não fossem do interesse de Abdul. Já Ahmad não parecia se interessar por nada, nem política, nem economia ou religião. Tirando o fato de que serviu ao exército quando tinha 20 anos, o filho era um verdadeiro vagabundo.

Sheik Bashir pegou mais uma vez a xícara de chá e a levou aos lábios. Sorveu um pequeno gole que desceu com dificuldade pela garganta. Seus filhos o matariam de desgosto. Era um homem velho e sem herdeiros aptos a assumir o seu lugar. Precisava de uma solução.

Daria uma última oportunidade aos filhos mais velhos. O herdeiro ideal teria que se apresentar logo.

Afastou a xícara para o lado e tocou a campainha sobre a mesa. Seu assistente pessoal apareceu rápido, e se curvou diante dele.

— Convoque meus conselheiros e meus advogados. Vou alterar o meu testamento.

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