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Paixão Visceral

Paixão Visceral

Céuzinha

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5
Capítulo

A irmã e o cunhado de Melis sofreram um acidente automobilístico, infelizmente seu cunhado morreu na hora é sua irmã, foi levada para o hospital mas infelizmente não resistiu, antes de morrer fez Melis prometer que cuidaria de seu filho de cinco anos, Lúcio Sandoval, vivia para sua família, e a morte precoce de seu irmão, abriu uma grande ferida em seu coração, jurou nunca abandonar seu sobrinho foi o que lhe restou de seu irmão, a chegada de melis, muda tudo em sua vida, a guerra para conseguir a guarda do pequeno Andrey, vai despertar uma paixão Visceral, totalmente fora do controle.

Capítulo 1 Amor Visceral

" Paixão Visceral"

Autora: Céu Costa

Prólogo

Naquela época do ano a província de San Miguel se preparava para as comemorações de seu aniversário. O evento reunia pessoas importantes da alta roda e figurões do governo local, e toda elite da capital vinha em peso para o baile de máscaras que encerrava a festa, esse era o ponto alto das comemorações, para o povo dos vilarejos a prefeitura organizou vários eventos pela província mais o baile no Castelo "Vila-Ver" era o evento mais almejado por todos os habitantes do lugar mais infelizmente a população mais carente não tinha condições de participar.

Os homens se apresentavam com seus trajes elegantes e chegavam acompanhados de mulheres vestidas como princesas, uma mais linda que a outra por duas oportunidades ela trabalhou na cozinha do evento, e pode comprovar que realmente nem ela, nem seus vizinhos tinham condições de estar naquele lugar. Mas esse ano a coisa seria diferente, já vinha economizando o ano inteiro o que sobrava de seu salário no restaurante do haras para ter condições de sustentar Andrey, quando fugisse com a criança. Mas seus planos mudaram quando soube quem seria o convidado de honra. E uma conversa com Samira fez com que ela traçasse novos planos.

Dessa vez Lúcio Sandoval, estaria em seu território, é seria ela quem daria as cartas. Não ia precisar fugir com Andrey, não era justo pôr o sobrinho em sacrifício, Lucio Sandoval a levaria para sua casa com as próprias mãos, e pediria para ela ficar. Faria com que ele implorasse por isso, iria pagar por toda humilhação que a fez passar.

Ao ouvir as pessoas impressionadas falaram que o CEO do ramo da navegação Lucio Sandoval, era o convidado de honra do baile deste ano.

Era irritante ouvir o povo ovacionado aquele homem como se ele fosse um rei, ninguém ali fazia ideia de quem realmente ele era, e tudo que ela passou nas mãos daquele monstro. A dor da humilhação de ter sido expulsa da cidade como uma mulher qualquer foi vergonhosa, e da maneira que ele agiu, ainda estava viva dentro dela. usando um tipo de chantagem barata que só poderia vir de um homem sem escrúpulos como ele. Mas ele não sabia que encontrara uma adversária à altura. Tudo que ela tinha que perder nessa vida já perdeu, agora ela iria buscar algo que lhe pertencia que estava em seu poder. O colar de sua irmã, que ele lhe tirou covardemente antes de sua partida. E o único parente vivo que ela possuía neste mundo. Tudo isso e mais o fato dele se achar o, um ser onipotente foram o combustível que lhe deu forças para aceitar o plano de Samira. Sorria ao lembrar das palavras da amiga;

- Homens como esse, nós não devemos combater com igualdade. Eles vão nos vencer, no poder, e na falta de caráter. Temos que lutar de outra forma, usando a beleza e o charme que Deus nos deu!

Até então não atinava sobre o que a amiga falava até ouvir ela dizer:

- Sedução querida! A roupa certa é uma boa ocasião e as atitudes corretas jogam qualquer homem a seus pés.

Lembra de ter questionado Samira esse dia, perguntou como a amiga podia pensar em usar a sedução como arma contra os homens, ela só podia estar louca, e seduzir Lucio Sandoval? Aquele homem era uma pedra de gelo, provavelmente nunca se envolveu com uma mulher, e caso tenha se envolvido, deve ter sido só para passar o tempo. Ainda tinha um fato muitíssimo relevante. Ela era virgem! Literalmente Samira só pode ter enlouquecendo. Mais a amiga prosseguiu:

- Querida! Nosso destino é casar, ter filhos, cuidar de casa e marido, nessa ordem! Toda essa beleza vai servir para quê? Nada meu bem! Então vamos usar- lá da melhor forma! Você é bela, meu anjo! Pode obter o que desejar !

- Você está insinuando, que eu deveria seduzir aquele homem asqueroso!?

- Não querida! Eu não estou insinuando! Eu estou afirmando! Você vai seduzir aquele homem! E conseguir tudo que você quer! Inclusive sua vingança!

- Mira! Você só pode ter enlouquecido!

- Louca eu? Querida você tem dinheiro?

- Não?

- Você tem poder?

- Claro que não, Mira!

- Tens força para combater Lucio Sandoval, de igual para igual!?

- Nem vou te responder!

- Então querida! Como pensa em conseguir êxito contra ele?

- De alguma forma vou conseguir!

- Claro que vai! Liberando essa mulher linda e poderosa que existe dentro de ti, e pondo aquele idiota aos seus pés!

-Se acaso eu fosse fazer uma sandice dessas, como seria?

- Preste bem atenção Melis, você não tem mais nada a perder! Esse homem já lhe tirou tudo! É com você, e sempre assim! Desde dos tempos da escola! Melis perdendo e os outros ganhando! Você não está cansada disso!?

- Sim! É, como estou!

- Pois agora iremos mudar essa situação! Agora vai ser você ganhando sempre! E, vamos combinar! Seria divino ver o poderoso barba-azul babando pela mulher que ele desprezou!

- E, até que seria engraçado!

- Engraçado!? Querida! vai ser

divino!!

Lembra ter dito a teimosa mulher, que jamais usaria seu corpo para conseguir seja lá o que fosse. Muito menos para seduzir Lucio Sandoval o homem era impossível de se lidar, um poço de arrogância e prepotência dono de uma empáfia que colocava "Nero" no chinelo ela não iria fazer joguinhos de sedução com aquele sujeito pretensioso. Mas à medida que Samira colocava a questão a realidade passava a sua frente, realmente ela não tinha como lutar contra esse homem. E decerto seus planos de fugir com Andrey, seriam frustrados, com certeza ele iria atrás dela até o fim do mundo e sua vida seria sempre uma eterna fuga e não era isso que ela tinha em mente para seu sobrinho.

Nesse caso resolveu ouvir o que a amiga tinha a dizer, e resolveu aceitar seu plano qualquer sacrifício era válido por Andrey, até mesmo ter que suportar aquele homem asqueroso. Quanto o fato dela ainda ser virgem, Samira falou:

- Querida! Isso é a cereja do bolo!

Ela não entendeu bem o que Samira quis dizer, mas preferiu se concentrar em suas instruções a respeito do plano.

O prefeito estava encantado com seu novo patrocinador o grupo Sandoval vinha investindo pesado em sua província, e isso representava sua ascensão política por isso o homem fazia tudo que podia para agradá-lo.

Lucio Sandoval era conhecido por sua perspicácia e astúcia nos negócios. Olhou para San Miguel com os olhos futuristas tratando de implementar não só em sua área, mas também mudou toda a estética da pequena província. Construiu novas escolas, reformulou o comércio local e mudou todo urbanismo dando ao pequeno bairro de Istambul uma cara de cidade grande e hoje o homem dominava todo o comércio de importação e exportação e a maioria do comércio local. Ela trabalhava no restaurante do haras que era uma das poucas propriedades que não pertenciam-lhe.

O dono do haras era um Sheik árabe que pouco vinha ao local. Mas tinha ali os mais belos animais. Cavalos caríssimos puro-sangue que eram vendidos a peso de ouro. Os dias de leilões eram sempre movimentado, pessoas de vários países vinham tentar adquirir um animal daqueles. E foi em um desses dias que ela conheceu o nobre Sheik ALlahim Akim Abdalla. Um homem muito simpático e gentil, que se tornou cliente assíduo do restaurante e segundo Samira, a razão das muitas visitas do Sheik, era ela que ainda que sendo o dono. Frequentava muito pouco o local e agora fazia todas as refeições no local.

Lucio Sandoval, foi o responsável por todo mal que ela viveu até agora. A perda precoce de sua irmã em um acidente automobilístico, fez com que o destino a levasse de encontro a esse homem, e com isso, conheceu o lado obscuro daquela criatura sombria, e sabia bem onde ele conseguia chegar lembra bem do primeiro encontro que teve com ele havia acabado de enterrar seu pai. Que não resistiu a notícia da morte de sua filha mais velha e sofreu um mal súbito que infelizmente o levou a morte! Ainda que frágil e abalada seguiu para mansão dos Sandoval, na tentativa de se aproximar de seu querido sobrinho Andrey. Trazia em mente as palavras que sua irmã lhe escreveu meses antes do acidente, pedindo para ela se aproximar de seu filho, e se algo lhe acontecesse algum dia, que ela não deixasse a criança crescer ali. Em sua primeira visita entendeu o porquê do pedido de Ravena. A família era um tanto estranha, se via que ali não era lugar para uma criança crescer.

O homem que tinha a guarda de seu sobrinho era uma criatura fria e muito rude olhando para ele podia-se dizer que ele não conhecia a palavra compaixão. E após ter feito várias tentativas de conseguir um acordo amigável sem sucesso desistiu. Sua luta foi desleal. Já que era ela estava em seu território, foi submetida a todo tipo de tortura físicas e psicológicas impostas por ele. Vencido pelo amor do menino ele cedeu e ela finalmente conseguiu umas míseras visitas semanais. Teve que enfrentar todos os tipos de humilhações, mas para conseguir ter contato com a criança aceitou em silêncio. tudo que fazia com o menino era monitorado e acompanhado por seus seguranças. Os passeios só eram permitidos na companhia da babá. E qualquer tentativa de ficar a sós com a criança era vetada, os poucos momentos de privacidade que conseguia era quando ia dar banho nele, ou ensinar a lição da escola. De resto tudo que fazia era controlado por ele. Mas guardou no coração a última conversa que teve com Andrey, onde ele lhe pediu que o levasse com ela. Dizia amar muito o tio, mas queria estar junto dela, pois sentia em seu corpo o cheiro de sua mãe. certamente em seu coraçãozinho de criança ele alimentava o desejo que estando perto dela estaria mais próximo da mãe.

Ela até pensou que seria bem recebida na mansão. Já que ele passou pela mesma dor que ela havia passado. Tendo seu irmão morrido no mesmo acidente que levou sua querida irmã. Mas o homem parecia ser feito de aço, e com uma sobre camada de gelo, não demonstrava nem um pingo de sofrimento pela perda, e ainda se achava no direito de ficar com o seu amado sobrinho. Sua última tentativa para tentar resolver a situação, foi o processo que moveu pedindo a guarda compartilhada de Andrey.

Mas acabou saindo de mãos vazias, pois o cretino armou um plano tão bem bolado, que ela só não foi presa porque ele mesmo retirou a queixa depois usando isso como arma contra ela. Após arrancar dela a promessa que iria embora de Madri e não mais lhe incomodaria com suas tentativas de obter a guarda do sobrinho.

Infelizmente ela teve que ceder por falta de opção ainda que ele tenha afirmado não ter tido nada a ver com o misterioso aparecimento do colar de sua cunhada em sua bolsa, ela não acreditava principalmente porque assim que cruzou os portões da mansão, a polícia já lhe esperava, e logo lhe deu ordem de pressão. Ela não conseguia atinar o que poderia ter acontecido para os policiais lhe abordarem daquele jeito. Até ter sua bolsa revistada e ver o policial tirar dali o colar de esmeralda da senhora Romina.

Foi levada para delegacia e ali se viu em maus lençóis, já que foi colocada em uma cela com duas mulheres que brigavam o tempo todo. E uma delas era agressiva demais, se envolveu várias vezes no meio do embate das duas para tirar a mais nova que estava sempre em desvantagem. Lamentava seu irmão ter sido transferido com o comissário Hernandes, se Ramón estivesse ali ela jamais estaria nessa situação para piorar seu telefone descarregou e com isso perdeu o direito ao único telefonema que eles permitiam que se fizesse.

Mas por sorte o cozinheiro Jessé ainda continuava por ali servindo seu chá e a reconheceu de imediato e prometeu que assim que pudesse avisaria a Ramón do ocorrido.

Suas esperanças que o caso fosse esclarecido se foram quando Jessé lhe disse que Ramón, estava fora do país numa missão secreta, é com isso. Já se imaginava passando anos presa naquele lugar.

Tudo isso lhe corroía a alma até que foi chamada pelo comissário para prestar seu depoimento, estranhou a princípio, que os guardas a levaram logo para cela, sem sequer ouvir sua versão dos fatos. Depois eles explicaram que o comissário saiu em diligência, e quando voltasse ela seria chamada para depor.

Ela seguiu os policiais com a esperança de poder dizer ao comissário, que tudo aquilo era um engano, ela jamais roubaria um colar ou qualquer coisa da casa daquele homem, e nem de ninguém é pediria a ele que entrasse em contato com Ramón, onde estivesse, para ele ouvir de seu irmão a verdade sobre sua índole. Surpreendeu-se ao ver os dois seguranças do monstro parado na entrada da sala, sem olhar para os dois abutres, ela seguiu para sala é para sua surpresa, sua majestade estava lá, sentado na cadeira do comissário em sua posse real como se fosse o dono do mundo, é foi o fim ouvir ele falar com aquela voz desdenhosa:

- Quer dizer que a titia dedicada não passa de uma ladrazinha?

- Eu nunca roubei nada de ninguém! E não sei como aquele colar foi parar na minha bolsa!

- Ah! Você não sabe? Será que ele saiu da caixa de jóias da minha cunhada! E andou até a sua bolsa?

- Eu realmente não faço ideia!

- Não mesmo? Bem! Eu não estava em casa! Mas posso lhe relatar tudo que aconteceu e como o colar foi parar na sua bolsa! Eu não tenho câmeras nos quartos, mas tenho nos corredores, e as imagens mostram o momento que você entrou no quarto de minha cunhada.

- Ela estava lá! Na verdade, ela me chamou dizendo que me daria um vestido para o aniversário de Andrey ! Você pode perguntar a irmã dela! Ela também estava no quarto!

- Sim! Eu perguntei! E elas me disseram que teve um momento que precisaram se ausentar deixando a caixa de joias em cima da cama.

- Havia uma caixa em cima da cama sim! E um monte de roupas também, me lembro que a irmã saiu para atender celular e sua cunhada foi dar a medicação de seu irmão! Mas isso foi rápido, ela logo voltou, então voltamos a experimentar as roupas e fui até ao banheiro para me trocar!

- Foi o que elas me disseram! E esse intervalo foi tempo o suficiente para você pegar o colar e colocar em sua bolsa certo?

- Claro que não! Mas o tempo que fui ao banheiro trocar de roupa, foi sim! Tempo suficiente para alguém colocar o colar na minha bolsa!

- E, porque alguém faria isso?

- Ora, por quê? O que você acha? Ou melhor, você sabe muito bem o porquê? Afinal você mesmo deve ter mandado uma daquelas bruxas fazer isso!

- Olha como você fala! Não permito que você ofenda minha cunhada e nem a irmã dela! Pois saiba que elas a defenderam, dizendo não acreditar que você fosse capaz de fazer algo assim!

- É verdade, querido?Oh! Que gentil!

- Não seja sarcástica! Sua situação não é lá das melhores para você bancar a engraçadinha!

- E mesmo? Eu sou aquela que rir no meio do inferno

-Que bom! Porque será o que você terá que fazer nos próximos anos! Rir no meio do inferno! E olhe! Eu já estive lá! Acredito que você não vai sorrir por muito tempo!

- EU SOU INOCENTE! Já falei milhões de vezes! Eu não faço ideia como isso aconteceu! Mais de uma coisa eu sei! Foi tudo muito bem armado porque a polícia já me esperava do lado de fora!

- A polícia não esperava você necessariamente! Minha cunhada chamou a polícia assim que deu falta do colar! E coincidentemente você saia da casa naquele instante e como eles tinham a denúncia de um roubo, claro que iriam abordar todos que estiveram na casa no momento! Foi pura sorte eles conseguirem te pegar antes que você ganhasse o mundo!

- Eu não iria ganhar mundo nenhum! Até porque não iria a lugar algum sem Andrey! E segundo! Porque eu não roubei aquele colar!

- Muito bem mocinha! Esse assunto já se estendeu demais! Infelizmente para você as provas são incontestáveis! E nesse caso você pode esquecer seu processinho! Nenhum juiz que se preze vai dar a guarda compartilhada de uma criança para uma pessoa que mora em um presídio, certo?

- Foi isso! Você armou para mim! Tudo isso é para me fazer perder a guarda de Andrey!

- Bem! Devo dizer, que foi uma feliz coincidência! Muito feliz por sinal! Mais em nome da memória de sua irmã, que me deu meu querido sobrinho! Eu serei um pouco complacente com você! E claro que tenho algumas exigências!

- E sua complacência vai me custar o quê!

- Nada muito difícil para você! Eu vou retirar a queixa! Alegar que houve um equívoco! Inventarei uma história qualquer para explicar o aparecimento do colar em sua bolsa! E você só terá que pegar tudo que é seu, e sumir de nossas vidas!

- Mais Andrey! Ele precisa de mim!

- Querida! Ele superou a perda da mãe! Superará você também!

- Ele superou por minha causa!

- Ah! Então estamos diante da pessoa mais importante do mundo! A mulher que fez com que meu sobrinho superasse a perda de sua mãe! Faça-me o favor, senhorita mulher maravilha! Qualquer pessoa próxima poderia fazer o que você fez! Agora chega de conversa e pegar ou largar!

- Eu preciso sair daqui! E não tenho outra opção?

- Não mesmo!

- E Andrey!? Eu poderei vê-lo?

- Eu disse sumir! Ir para bem longe! Nada de Andrey! Quero você fora da minha cidade!

-Eu não posso ficar longe de Madri!

- Claro que pode! Você viveu sem ele até hoje! Você vai sobreviver!

-Eu não posso!

-Pode e vai! Ou isso, ou cuidarei para que você apodreça dentro de um presídio pelo resto da vida!

- Está bem! Eu aceito!

- Boa menina! Esteja pronta em dez minutos! Meus homens a levaram até sua cidade! E vou te dar só um aviso! Não pense em voltar

E assim começou sua triste saga. Ela voltou para sua cidade e recomeçou a vida sua amiga Samira, a convidou para morar em sua casa e lhe conseguiu trabalho no mesmo restaurante em que trabalhava no haras da cidade. Agora estava ali lendo a notícia mais importante de sua vida. O famoso barba-azul viria para cidade para ser homenageado com todas as pompas e circunstâncias! O povo não fazia ideia de quem era aquele homem, mas ela iria fazer ele engolir cada insulto, cada ofensa que lhe fez, e assim como ele lhe expulsou da cidade lhe faria implorar para voltar.

Ela passou a ir às escondidas para Madri para ver Andrey. Com a ajuda de Juanita conseguia alguns momentos com o sobrinho. Sentiu muito ter que assistir sua apresentação na escola escondida atrás de uma pilastra. Mas prometeu à criança que jamais a deixaria, e cumpriria sua promessa. Economizou todo dinheiro que podia, gastando apenas o necessário, pagava a metade do aluguel a Samira, e o resto era guardado para pôr seus planos em prática, mas a notícia da vinda do barba-azul até ela, facilitou muito mais as coisas. Iria fazer Sandoval pagar muito caro por tudo que lhe fez, e agora era hora de usar todo dinheiro que guardou. Teria Andrey de qualquer jeito, nem que para isso tivesse que sacrificar a própria vida.

O baile seria no próximo sábado, por isso ela tinha muito pouco tempo para se preparar. Somente os mais afortunados podiam ir às roupas elegantes e requintadas não cabiam no bolso dos moradores do vilarejo. Sendo assim somente a alta sociedade comparecia. Ele então recorreu aos conselhos de Samira e usou toda sua sedução para envolver o príncipe Alahim e conseguiu fazer com que ele lhe convidasse para o baile. Antes de saber quem seria o homenageado, ela não tinha planos de ir ao baile, mesmo o príncipe insistindo para que ela lhe fizesse companhia. Mas depois que soube que Lúcio Sandoval ia estar presente, sua mente trabalhou rápido e ela viu uma oportunidade de dar início aos planos de Samira. Sabia que seria arriscado mas era melhor que simplesmente fugir com Andrey e ser perseguida pelo resto da vida. Faria a coisa de outra forma e ganharia Andrey, e sua vingança contra o arrogante Lúcio Sandoval.

Lúcio literalmente odiava multidões e festas, não era seu forte. Mas como praticamente comprou a cidade de San Miguel, ele se tornou uma espécie de cidadão honorário da cidade e o prefeito do lugar, faltava pouco para se deitar no chão para ele passar.

Depois que a tia de Andrey se foi, ele logo descobriu a trama do colar Sandra Helena havia colocado o colar na bolsa da moça intencionalmente para incriminá-la, seu irmão lhe contou ter ouvido uma conversa entre ela e a irmã onde ela confessou o que fizera. Esperou que sua cunhada lhe falasse sobre o ocorrido, mas essa nada falou. E se tem uma coisa que ele não tolerava era injustiça, e Romina sabia bem disso, se ela decidiu apoiar o erro da irmã, era tão errada quanto ela, por isso teria o mesmo destino da irmã. Seu irmão já vinha lhe falando sobre o desejo de se separar dela.

Na verdade, ele não sabia porque o irmão tinha se casado nas condições que estava, mas viu no casamento uma oportunidade do irmão se auto afirmar. O que não aconteceu, ele estava cada vez mais debilitado e dependente de Romina, e isso não era bom. Levou os remédios que seu irmão usava para análise, a pedido da nova psiquiatra, e em breve iria saber o porquê de seu irmão ter retrocedido tanto. Sem falar em Andrey, que depois da partida de sua tia se fechou completamente e fugia da companhia das duas que faziam de tudo para tentar agradá-lo. Mas o laço que ele viu nas mãos delas era bem outro. Percebeu que Romina tentava lhe lançar para Sandra Helena.

E isso era mais um relevante para ele tomar a decisão que tomou, entrou com o processo de divórcio de Samuel e providenciou uma moradia para as duas fora do país.

Romina a princípio, se negou a assinar a documentação, mas nada como uma boa persuasão para fazer uma pessoa mudar de ideia, primeiro ele expôs a situação de Sandra Helena, ainda que ela tentasse negar ele blefou dizendo ter provas.

E depois lhe mostrou a grande quantia de dinheiro que lhe daria mais uma belíssima cobertura em Paris, três lojas no 'shopping' mais conceituado da cidade, e prometeu que lhe daria metade de tudo que Samuelito receberia como seu herdeiro.

Menos as ações da empresa, o que ela aceitou de bom grado e se foi. Daí então o clima da casa ficou bem mais tranquilo, tanto que foi fácil detectar os motivos que fizeram seu irmão querer se divorciar tão repentinamente.

A nova empregada da casa, uma menina trazida por Sandra Helena para ser sua dama de companhia, com certeza era a causadora das mudanças do irmão, a jovem, acabou ficando para ajudar nos serviços domésticos, é agora vivia para cima e para baixo com seu irmão, sempre cochichando e rindo de algo.

A dupla perdia horas cuidando das flores e depois sentavam no jardim para tomar chá, de onde ele via, podia se dizer que se tratava de um casal.

A decisão de adotar a província de San Miguel, não foi uma coincidência ou jogada de "marketing", ele fez isso como uma compensação para tentar se retratar pela forma que tratou a moça. Ele sempre foi um homem implacável, mas jamais injusto. Claro que a situação lhe ajudou a se livrar dos problemas que a tia de Andrey vinha causando.

Porque a partir do momento que aquela mulher apareceu, sua vida nunca mais foi a mesma, ele perdeu a paz de espírito. Dormia e acordava com a imagem da mulher em seus pensamentos fez de tudo que era possível, para se ver livre daquela obsessão, mas não conseguia.

As reações eram estranhas, e totalmente desconhecidas para ele. Seu corpo suava, as mãos tremia só em pensar na bela mulher, um desejo inexplicável lhe consumia, seu corpo parecia estar em chamas, e nenhuma mulher nunca lhe causou tal efeito. Ainda sentia o toque de suas mãos em seu rosto depois do tapa que ela lhe deu no jardim. Hoje sua consciência entende que uma mulher que dispensou uma quantia generosa de dinheiro como ela fez, e ainda lhe esbofeteou ofendida. Jamais iria roubar um colar que valia muito menos do que a quantia que ele tinha lhe oferecido. Ele por ser um homem que não se curvava a ninguém, não iria pedir desculpas, isso nunca! Mas tratou de conseguir uma forma de melhorar as coisas para ela. Cuidando do lugar onde ela vive.

O restaurante em que ela trabalhava também lhe pertencia comprou o haras de um Sheik dos emirados, o homem mantinha o lugar por puro lazer, mais ele, aceitou o desafio juntando sua paixão por cavalos, e a visão empresarial, consegui fazer com que o haras se transformasse em um de seus negócios mais rentáveis em Sevilha.

Na verdade, pretendia dar o restaurante para moça, mas depois de tudo que a fez passar, sabia que ela não aceitaria. Assim como sabia das visitas que fazia a Andrey às escondidas. E isso foi um dos fatores relevantes para lhe dar a certeza que ela realmente se importava com a criança, foi fácil detectar que algo acontecia. Andrey, que andava triste e amuado, de uma hora para outra voltou a brilhar, sorria com mais frequência e ansiava pelos dias de sexta-feira, já acordava querendo ir para o colégio, e a insistência para que somente Juanita o levasse, lhe fez desconfiar que algo acontecia. Por isso tratou de ficar à espreita na porta da escola, e não demorou muito para descobrir o motivo da alegria de Andrey. Quando seus olhos avistaram a moça, parecia que seu corpo também partilhava dessa alegria. Seu coração batia acelerado, tudo dentro dele respondia à presença dela. O que fez com que ele entrasse em pânico. Até bem pouco tempo, ele sentia repulsa pela mulher, agora seu corpo entrava em combustão com a simples visão da criatura o choque foi instantâneo, ele desejando a única mulher que nunca poderia ter. Ela o odiava e ele a ela, como poderia acontecer algo assim? Após essa triste constatação ele entendeu que sua decisão de mantê-la longe dele foi a melhor que já tomou, concluiu que não poderia mudar o que estava feito, mas poderia remediar um pouco as coisas para ela.

Por isso, fingiu que não sabia das tais visitas, e procurou investir no pequeno vilarejo. Sua ideia inicial era investir na província e encontrar uma forma de ajudar a moça, sem ela saber. Mas o prefeito sensacionalista tratou de divulgar suas boas ações aos quatro ventos, e agora, ele se via obrigado a ir ao tal baile.

Sabia bem que a hipótese de encontrar a pequena no baile eram nulas, mais no haras certamente iria vê-la, pois não se privaria de montar seu belo garanhão árabe por causa dos efeitos que a mulher lhe causava, a criatura a muito vinha tirando seu sono e para lidar com isso levaria Charmaine com ele.

Charmaine, vem sendo sua válvula de escape, mas infelizmente nem mesmo a mulher solícita estava conseguindo aplacar seu desejo. Estava praticamente morando em seu apartamento, na expectativa de exorcizar o fantasma da tia de Andrey. Quando dormia sonhava com a mulher, quando acordava via ela por todas as partes, seu cheiro parecia ter se impregnado em seu corpo. Por mais que evitasse, seus pensamentos eram levados para ela. Ao ponto de se pegar desviando o volante tarde dessas, é quando se deu conta, cruzava a rodovia que conduzia para San Miguel.

Vagou pela cidade na esperança de vê-la, mas não conseguiu. Foi então que percebeu a pobreza do lugar, e resolveu promover algumas mudanças.

Hoje, ele era praticamente o dono de tudo que tinha por ali, e para sua felicidade acabou por conseguir um negócio lucrativo, com a obra-prima do local. As minas de esmeraldas lhe rendiam um capital considerável, e com isso, ele percebeu que a pequena província, tinha potencial, só precisava de alguém que investisse nele e foi o que ele fez.

O toque do telefone lhe fez voltar sua atenção para o visor, que mostrava a imagem de Charmaine, a mulher tinha o terrível hábito de fazer chamadas vídeo o tempo todo vinha sempre com a história que estava com saudades, o que era impossível, tendo ele acabado de deixá-la. Sempre teve pavor de relacionamentos sufocantes, decerto a mulher já estava se achando a dona da situação, pelo fato dele estar dormindo em sua casa todas as noites. Mal sabia ela que era apenas uma rota de fuga para ele. Precisava apenas que ela lhe fizesse esquecer a tal tia, mas a coisa ia de mal a pior, porque ele não tirava a mulher da cabeça, e a outra já estava se comportando como se fosse sua mulher. Por hora, tinha que deixar a iludida seguir com seus delírios, iria levá-la a San Miguel simplesmente como um escudo de proteção, no baile sabia que não encontraria a moça, mas no haras seria certo.

Charmaine estando ao seu lado evitaria que ele sentisse as sensações estranhas que sentiu quando a viu em frente ao colégio de Andrey.

Lúcio combinou com Xavier, que sua chegada se daria no último momento. Queria evitar especulações da imprensa, sabia que não se livraria da paparicação do prefeito. Mais tentaria evitar ao máximo o sensacionalismo escolheu uma roupa adequada para esse feito, mais por exigência de Charmaine, foi obrigado a usar um sobretudo que mais parecia uma capa, para quem não queria se destacar, sabia que seria o centro das atenções com o pesado casaco de veludo sobre as costas, ela no que lhe concerne, se produziu com pose de princesa. Era certo que a mulher queria ostentar. Mas após o apoio que ela lhe deu no haras, não custava nada lhe fazer esse agrado. Felizmente não teve contato com a causadora de todos os seus males.

A recusa educada de Charmaine, ao convite do Sheik Alahim, para irem almoçar no restaurante do local, foi sua salvação, pois, não seria obrigado ficar no mesmo ambiente que a causadora de seus tormentos.

O Sheik muito compreensivo entendeu que eles estavam cansados, e de bom grado, aceitou a desculpa da mulher. Ele dividido entre a vontade de vê-la e o medo de tudo que sentia com a simples visão da mulher voltar acontecer, se sentiu agradecido. Não sabia qual seria suas reações estando diante dela

O salão iluminado era prenúncio de uma linda noite, o céu contribuía de forma espetacular repleto de estrelas brilhantes e a lua iluminava todo jardim. O salão com todos suas portas abertas emprestava um ar de fantasia ao castelo.

Lúcio, admirava o ambiente encantado com a beleza à sua volta realmente o castelo possuía algo mágico. Pelo que parecia sua noite não seria tão ruim quanto ele pensava, os lustres de cristais distribuídos pelo salão têm seu brilho peculiar, e a decoração bem ornamentada fez com que o ambiente ficasse muito agradável. A porta de entrada era composta de uma escadaria que conduzia as pessoas até o salão, que curiosamente, ficava na parte mais baixa. O que dava para plena visão de quem chegava, ele podia observar a todos, assim como sabia que estava sendo observando as máscaras dava uma certa privacidade nessa questão o que lhe trazia um certo conforto.

Melis, não se reconheceu quando se olhou no espelho, o vestido vermelho de veludo que mais parecia uma segunda pele, lhe vestiu como uma luva, a prima de Samira era dona de um bom gosto incrível. A mulher esbanjava sensualidade e Samira não foi modesta em seu pequeno furto, agora restava a ela fazer bem seu papel.

Lúcio mantinha uma conversa amigável com alguns políticos do local. Enquanto Charmaine abusava de sua posição de primeira dama.

Sua atenção voltou-se para a porta de entrada, quando percebeu que todos os convidados olharam naquela direção. Os homens pareciam estar hipnotizados, e as mulheres com uma certa inveja contida.

O casal que se adentrava no salão, chamava a atenção de todos, o homem com roupas Árabes ostentando um brasão de ouro que ofuscava seus olhos que se desviaram para linda mulher que estava a seu lado.

Ela usava um vestido vermelho que delineava todas as curvas de seu corpo estonteante, finalizando com uma fenda provocante revelando as pernas bem torneadas

Lucio ignorou seu acompanhante por completo somente a imagem da mulher ocupava seu campo de visão. E pelo visto, aquela linda dama seria o alvo de desejo da maioria dos homens que estavam ali, e ele não estava imune a isso, seu corpo gritou de desejo por aquela criatura que ele não conhecia mais em breve teria o prazer de conhecer. O homem que estava ao seu lado, poderia ser um rei mas o dono daquela província era Lúcio Sandoval, é ele, queria aquela mulher..

Dos males o melhor pensou, a visão daquela mulher suplantou qualquer sensação que a tia de Andrey tenha lhe causado, o que estava sentindo por aquela mulher, não chegava perto dos efeitos que a tia de Andrey lhe causava por isso, o rei das arábias que lhe perdoasse, mais qualquer uma que lhe fizesse esquecer a titia, seria a mulher de sua vida.

Melis, se viu sendo o centro das atenções, talvez fosse devido à importância do Sheik Alahim, procurou por sobre a máscara localizar o homem que era o responsável por ela está ali, viu que Samira, cumpria sua parte no plano, roubando a atenção de Xavier o fiel assessor, que não desgrudava de Sandoval, percorreu o salão com o olhar e não foi difícil localizar seu alvo, poderia estar enganada, mas aquele magnetismo que o homem de sobretudo transmitia sabia que somente um homem que ela conhecia poderia causar tal efeito. Achou interessante que sua amiga farejou o tal Xavier direitinho com todas as indicações que lhe deu sobre o homem, e realmente a amiga estava certíssima quanto ao poder de sedução, o tal assessor estava babando por sua companheira.

E agora era sua vez de dar vida a mulher sedutora que existia dentro dela, não precisou de muito para chamar a atenção de Sandoval pois ele já olhava para ela fixamente sua mesa foi escolhida a dedo por Samira que sugeriu o lugar ao Sheik, que agora se ocupava de seus deveres e comprimentava as autoridades. Samira veio a seu encontro percebendo seu nervosismo que piorou quando viu que Sandoval caminhava em sua direção, a amiga sussurrou em seu ouvido:

- Ês que chegou o grande momento, Anely já vai se ocupar do Sheik apaixonado! Agora é a sua vez! Vá lá, e mostre a esse sujeito, o que as mocinhas simplórias de San Miguel sabem fazer!

As duas estavam escondidas nos campos do haras quando ouviram Sandoval comentar com o Sheik, que trouxe sua acompanhante para manter as mocinhas simplórias da província distantes, com uma arrogância que era só dele, falava sorrindo, que estava cansado dos assédios que sofria em todos os lugares que visitava. Samira irritada falou:

- Você tem obrigação de fulminar esse homem! Em nome das mocinhas simplórias da cidade!

- Eu te avisei amiga! O homem supera os mais arrogantes dos reis! Você quem quis conhecê-lo

- Claro! Tinha que saber em que território você está pisando! Apesar de tudo que você me falou sobre ele! Queria ver com os meus próprios olhos!

- Iiii?

- Ele é lindo e sexy! Isso é perigoso! Mais seus sentimentos por ele vai superar isso!

- Mais ele está acompanhando!

- Por aquilo!? Falou Samira, apontando para a mulher ao lado dele -Coitada! Aquela ali nunca será páreo para você!

Seus pensamentos foram interrompidos por Samira que falou.

- Acorda! Hora do show!

Seus olhos pousaram sobre o homem de ombros largos com uma máscara de couro preta, que caminhava em sua direção. O "Smoking" lhe emprestava um charme peculiar que se destaca pelos detalhes, a calça preta parecia retesada pelos músculos bem definidos de suas coxas, os sapatos bem engraxados pareciam espelhos de tão lustrados, sobretudo que parecia uma capa real completavam o conjunto da obra, dando-lhe uma aparência de agressiva masculinidade. Ele parecia perigoso, mas estava majestoso, o coração de Melis se acelerou, não havia sombra de dúvida, aquele homem era Lúcio Sandoval.

E vinha em sua direção, com a graça de uma pantera e não parecia que aceitaria um "não" como resposta um estremecimento percorreu-lhe o corpo. E sem se dar conta do que estava fazendo, puxou a cadeira e levantou-se antes que ele chegasse até ela, aquele homem emanava um magnetismo que a abalava inexoravelmente.

Fitou hipnotizada e ouviu falar com a voz rouca e sensual fazendo um convite que parecia uma ordem

- Dança comigo!

Uma onda de eletricidade percorreu todo seu corpo em resposta ao convite oculto por trás daquelas palavras o impacto foi forte, é ele deveria saber o efeito que causava nas mulheres, certamente a julgar mais um alvo fácil.

Seu lado perverso a impeliu a impor uma certa resistência àquela autoconfiança. E ao invés de oferecer-lhe a mão em sinal de aquiescência, colocou-a em sua cintura e fitou-o demoradamente.

- Você gosta de correr risco, senhor! Por acaso não viu que estou acompanhada! Não teve nem a curiosidade de saber se sou casada ou não!

- Isso foi o que menos me preocupou Mas tive o cuidado de olhar suas lindas mãozinhas! E não vejo nenhum anel! E mesmo se tivesse! Isso não me impediria de tocar em você essa noite!

As palavras de Lúcio Sandoval eram exatamente o que ela queria ouvir. Saber que causou nele o efeito que desejava foi revelador mas em contrapartida, não estava gostando dos efeitos que ele causava nela. Olhando de lado a procura do Sheik, Ela tenta encontrar uma maneira de fugir daquele magnetismo que Lúcio estava lhe causando, sua atenção se voltou para boca que tornou a falar com aquela voz perturbadora

- Minha vida é cheia de riscos. Um, a mas, não fará diferença.

- E você sempre consegue sair ileso? - perguntou deliberadamente.

- Não, mas sei esconder as cicatrizes.

Ela gostou da resposta. Tornava-o mais humano, e menos invencível. Deu um sorriso.

- Um lutador destemido?

- Eu diria, um sobrevivente. Você prefere que eu me afaste?

- De jeito nenhum - disse ela, estendendo-lhe a mão-Você correu o risco, não seria justo recusar!

Grata por ter conseguido usar o tom de voz que Samira lhe sugeriu, a voz rouca e sensual, fez com que ele não a reconhecesse só não sabia por quanto tempo aguentaria forças suas cordas vocais daquele jeito.

Ele tomou-lhe a mão e levou-a aos lábios.

- Acredite-me... será um grande prazer. - Virou-lhe a mão e, em um gesto deliberado e sensual, pressionou os lábios na palma macia.

Melis, ficou confusa com a súbita explosão de choques elétricos ao longo de sua espinha e antes que pudesse recobrar a compostura, ele enlaçou-lhe a cintura e conduziu-a ao centro do salão colocou a mão dela em seu ombro e pressionou o corpo contra o dela.

- Agora vamos dançar - disse ele com a voz rouca, carregada de sensualidade. - E capaz de seguir meus passos?

- Não estaria aqui se não fosse!

Melis, foi envolvida pela irresistível masculinidade daquele homem estonteante. Suas pernas musculosas pressionaram as dela enquanto dançavam o calor do corpo dele a invadia, fazendo-a tomar consciência de sua própria sexualidade é o contato íntimo imposto pela dança sensual que fazia aflorar sua libido. Seu corpo nunca experimentou uma reação tão poderosa e sabia bem do que se tratava. Aquilo era desejo, nú e crú seu coração não disparava como estava acontecendo naquele momento, e sua pele não se arrepiava de excitação como acontecia agora. Aquele homem provocara todas essas reações naqueles poucos minutos em seus braços. Hipnotizada o seguia, como um autômato, sem vontade própria.

Decidiu que provavelmente precisava de oxigênio em seus pulmões e o inspirou profundamente. O resultado foi que seu cérebro inundou-se com a colônia pós-barba que ele usava. Agora parecia que todos os seus sentidos estavam sendo dominados por aquele homem. Não tinha controle sobre si mesma. Sentia-se viva e feminina e experimentava a necessidade primitiva do prazer que um homem poderia lhe proporcionar. Não qualquer homem... aquele homem.

Sentia ter que frear aquilo de alguma forma precisava controlar aquelas emoções, o controle da situação estava fugindo de suas mãos, e seus planos de vingança falharam se não retomasse o controle da situação naquele momento.

Lúcio a conduziu propositadamente através da multidão, mantendo-a cada vez mais colada de encontro ao seu corpo, ela não impôs a mínima resistência.

Guiou-a por um caminho ladeado de flores que dava acesso à parte de trás do palácio, a música tocava alto o suficiente para chegar até eles, e não ouvindo um único protesto da parte dela ele se sentiu mais confiante, feliz porque não houve nem sequer um gesto de resistência.

A iluminação ali era precária devido às plantas ornamentais. Inclinou-a sobre a balaustrada e beijou-a, liberando toda necessidade que sentia dela. Ainda nenhuma hesitação na resposta. Ao contrário, sua boca abria-se para ele, ávida, e seus desejos explodiram em uma paixão arrebatadora, exigindo a satisfação que um homem e uma mulher poderiam proporcionar um ao outro.

Lúcio deslizou as mãos pelo corpo dela, sentindo o calor que emanava através do sensual vestido, saboreou as curvas voluptuosas dos quadris dela, sua cintura fina, seus seios fartos e firmes contra o peito dele o excitava mais.

Desejava tocá-los, segurá-los, acariciá-los. Sem parar de beijá-la, levantou as mãos e abriu o zíper do vestido dela, fazendo-o deslizar pelos ombros e revelar os seios maravilhosos. Aquilo a chocou, fazendo-a inclinar a cabeça bruscamente para trás num gesto interrogativo. Quando pensou em reagir, lembrou das palavras de Samira. Era tudo ou nada, e para ela seria tudo, já estava na vantagem, que não sentiu repulsa por ele, muito pelo contrário ansiava por seu toque. Iria até o final até ver aquele homem rendido aos seus pés.

- Ninguém está nos vendo - garantiu ele. - Esta é a vantagem dessa quase capa.

Moveu uma das pernas, colocando-a entre as dela, escorando-a na balaustrada, e segurou seus seios com ambas as mãos, acariciando de leve os mamilos intumescidos. Ela Não dizia uma palavra. Apenas fitava a máscara que lhe cobria o rosto como se tentasse ver através dela, queria poder ver seu olhar nesse momento, desejava desesperadamente saber se ele sentia o mesmo desejo que lhe consumia a alma com seu toque. A sensação que aquela perna musculosa causava em meio às suas era estonteante.

lentamente, ele desviou o olhar para os seios, observando-os. Parecia fascinado por aquela imagem. Podia sentir que ela o desejava, e a textura daquela pele macia proporciona-lhe um prazer indescritível. Ele se curvava lentamente, para alcançá-los com os lábios

E foi nesse momento que o choque de realidade se abateu sobre ela. Agradeceu a providência divina que lhe despertou daquele sonho lhe fazendo lembrar o motivo pelo qual estava alí, se afastou dele abruptamente como se estivesse sendo queimada por ferro em brasa.

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