Login to Lera
icon 0
icon Loja
rightIcon
icon Histórico
rightIcon
icon Sair
rightIcon
icon Baixar App
rightIcon
A Deusa das Sombras

A Deusa das Sombras

Misa Aura

5.0
Comentário(s)
137
Leituras
2
Capítulo

Numa noite de nevoeiro uma menina de olhos vermelhos e Com sangue ancestral a correr lhe nas veias fora deixada á porta de uma vidente numa aldeia. Um ponto cego na visão da feiticeira. A menina fora criada e desprezada pela aldeia e pela única família que conhecera: a feiticeira. Quando se torna companheira de um vampiro conhecido como o deus da morte, a sua vida começa a mudar. O seu companheiro tem medo de concretizar o Ritual que a transformaria em vampira e selar o vínculo de companheiros. Medo de a matar, medo da sua sede, medo do monstro que vive dentro dele. Ele sempre Recorreu a succubus para se satisfazer, mas desde que se cruzou com a humana não consegue mais. Todo o seu sangue, Corpo e mente deseja a humana. E um aviso de uma identidade misteriosa o deixa em alerta: se beberes demasiado do sangue dela antes de concretizares o ritual ela vai morrer. No entanto , ela começa a mudar e precisará de se fortalecer para sobreviver aos perigos que se avizinham. O rei demônio regressa e ameaça a delicada paz e equilíbrio do mundo das linhagens e tem um alvo específico que tentará obter a todo o custo: a rainha dos demônios que é nada mais nada menos que a humana. Será o vampiro capaz de resistir á sede? Conseguirá ele concretizar o ritual sem a matar? Será ela capaz de recuperar uma linhagem há muito perdida, a única capaz de devorar demônios, a linhagem dos lobisomens? Será ela capaz de encontrar a sua identidade e o seu destino?

Capítulo 1 A Reunião

Noutros tempos um vampiro guerreiro derrotou o Rei demónio e com os seus irmãos vampiros selaram no num caixão para que ele nunca mais voltasse.

O vampiro guerreiro chamado Valkir deambulou pela terra por muitos longos anos até que por insistência dos seus irmãos decidiu assentar e regressou á montanha de aldragon onde em tempos nasceu, cresceu e viveu. Durante muitos mais anos viveu sozinho, atormentado pelo seu sombrio passado, na companhia dos irmãos, que um após outro foram arranjando companheiras, tirando ele e um outro.

- valkir, vou á aldeia mialandia . Dizem existir lá uma vidente. Pretendo encontrar a minha companheira. Vem comigo. - disse Elias, um dos irmãos, um vampiro feiticeiro.

Valkir franziu o sobrolho e rosnou, nada disse continuou a rachar lenha como se nada fosse e ninguém estivesse ali. O Elias conhecendo bem o irmão, adivinhou o seu pensamento.

- não sejas assim. Não te vou impingir nenhuma companheira, nem tens que entrar em casa da vidente, podes esperar á porta se quiseres. Apenas quero companhia para a viagem, e ajuda a encontra la. Por favor, juro te não que direi nem terei nenhuma acção nesse sentido, mas vem comigo. Os nossos irmãos, alguns estão em missão e outros a tentar procriar. Estou sozinho nisto. - na verdade qualquer outro irmao estaria disponível, mas valkir era muito solitário e era uma forma de ele sair do seu casulo.

Valkir parou de rachar lenha por uns segundos e logo de seguida continuou. Sem dizer uma única palavra.

Elias esboçou um sorriso triunfante e acrescentou.

Partimos amanhã ao anoitecer, é meio dia de viagem. Chegaremos no dia a seguir de madrugada, fazemos o que temos a fazer e chegamos no próprio dia á noite.

Valkir pareceu satisfeito com o que ouviu pois começou a rachar lenha mais depressa.

Elias olhava-o melancolicamente, o irmão tinha um passado sombrio, mas recordava se do tempo em que valkir era um jovem alegre, Brincalhão e carismático. Mas o seu passado o tinha transformado. E todos o queriam ver feliz, com uma companheira. Mas cumpriria a sua promessa, seria uma demanda para procurar a própria companheira e não a de Valkir. Os vampiros não podiam arranjar uma companheira qualquer mas podem ter as mulheres que quiserem para se satisfazerem. Pois os vampiros têm uma sede enorme apetite sexual e por sangue. Os vampiros podem ser muito promíscuos, no

entanto, após se reunirem com a sua alma gêmea tornam se criaturas fieis e dedicadas. a companheira está lhes destinado e tornam uma só alma a partir do momento que se encontram não há como resistir. São poucos os que sobrevivem á morte do companheiro/companheira.

Os vampiros podem ter um humano como companheiro, podendo este ser

transformado em vampiro. São os únicos humanos que se transformam em vampiros, os companheiros humanos de vampiros.

No dia seguinte, Elias foi ao encontro do irmão . Não o encontrava em lado nenhum, nem em casa, nem na cavalaçaria, nem na carpintaria. Até que o encontrou no estábulo a fazer o parto de um bezerro. Elias observou a agilidade do irmão, e a frieza e eficiência com o que fazia o parto. Não havia hesitação nem haviam movimentos desperdiçados. Após uma hora, valkir tinha tanto o bezerro como a vaca estáveis, o pequeno já tinha mamado e estava encostado no calor da mãe, então saiu foi ao riacho que passava mesmo ao lado de casa tirou toda a roupa e tomou banho. Havia um recipiente com um gel de banho feito de ervas á beira do riacho e uma escova que ele usou para se lavar. Lavou as roupas estendeu -as numa corda pendurada nas árvores e Entrou em casa. Elias observava o de longe sem dizer uma única palavra. Não valia a pena tentar apresa-lo, só o ia irritar, portanto, restava lhe esperar por ele. Além de que ele nem tinha pressa, nem havia um horário marcado. Nunca dirigiram gesto ou palavra um ao outro, ambos sabiam da presença do outro e isso bastava.

Encostou se a uma árvore enquanto esperava que valkir saísse de casa. E após pouco tempo então saiu. Por norma em casa usava roupas velhas que o fariam ser confundido com um simples camponês e era essa a vida que levava cuidando dos animais e das hortas. Por vezes cuidava de algum animal selvagem ferido que encontrava. Mas agora vestia os trajes bem bordados e costurados de guerreiro de couro e tecido caro. Ás costas trazia as suas armas :um bastão em forma de foice que lhe dera o nome de deus da morte e a sua espada .Colocaram se a caminho na sua velocidade de vampiro.

Uma das anciãs, a Mira também conhecida como a vidente, vivia nos arredores da aldeia de Mialandia. Uma senhora com os seus 60 anos vivia uma vida solitária, principalmente após ter adotado a Lexia. Apesar da idade, é uma feiticeira pelo que vive mais anos que os humanos normais e a sua juventude se mantém por mais anos, então aparentava ter uns 30 anos.

Há cerca de 17 anos, ela vivia numa casinha no meio aldeia, frequentava todas as festas, tinha sempre casa cheia, e frequentava a casa dos vizinhos. Jogava cartas, apostava, dançava, uma mulher extrovertida e sociável e até um tanto promíscua.

Numa noite com um nevoeiro cerrado e misterioso, a Mira teve um pressentimento, consultou as suas visões e nada viu, mas manteve uma sensação estranha. Até que viu numa visão um bebé deitado numa cesta de palha na algibeira da porta e ela a criar a menina numa casinha nos arredores da casa levando uma vida solitária, pouco conseguia ver da menina e do seu futuro, como se ela fosse um ponto cego na sua visão, mas via se a criar a menina, viu a rejeição da aldeia e não percebia o porquê. Abriu a porta e lá estava o bebé sereno a dormir.

O nevoeiro imediatamente se dissipou e o mistério ficou.

A Mia franziu o sombrolho ao olhar para a menina. Porque havia de trocar a sua vida para tomar conta daquela criança?

Pegou nela ao colo e a menina acordou e olhou fundo nos olhos escarlate da menina e viu, não através da visão de vidente, mas na sua visão de feiticeira, que a menina possuía sangue antigo, mais antigo que qualquer criatura daquele mundo. Possuía sangue ancestral e magia ancestral, o que a tornavam perigosa á vista de qualquer um e por isso um alvo.

Percebeu então que realmente a sua missão seria criar aquele bebe, pois mais ninguém a criaria. Viu na sua visão que esse era o seu destino. Aceitou -o, mas a contragosto e foi a contragosto e amargura que a criou. Ao despi lá pela primeira vez viu na coxa da menina uma marca de nascimento que parecia um sol.

Investigou o símbolo mas nada encontrou, então esqueceu. Os habitantes da aldeia como esperado rejeitaram a menina, chamando a de monstro ou demônio. E Coisas bizarras começaram a acontecer. Bebés que nasciam deformados, colheitas infestadas e destruídas por insetos, feitiços que corriam mal e toda a culpa lhe era atribuída.

Então cresceu isolada com Mia para a criar. A Anciã criou a menina revoltada, deixou de ter a vida que tinha para a criar, praticamente a deixaram de procurar e pior, a menina era fisicamente frágil, adoecia facilmente, então ainda tinha trabalho em cuidar dela quando ficava doente. Criou - a como criada da casa e nunca lhe ensinou magia, além de umas coisas básicas para o dia a dia. Achou perigoso ensinar seja o que fosse a uma criatura como ela. Deu-lhe o nome de Lexia .A menina cresceu e apesar de débil estava se a tornar numa linda mulher de cabelo longo preto e os seus olhos que por vezes tinham cor de sangue outras parecia que fogo lhe ardia nos olhos.

Houve um dia, pouco tempo depois da menina ter feito os 17 anos pouco depois de almoçarem, bateram á porta dois vampiros.

A Mira como vidente que era, já os esperava, mas Lexia era sempre um ponto cego na sua visão.

Mal chegaram em frente á porta, Mira já os esperava e abriu a porta. Era já muito raro ter clientes.

- sejam bem vindos meus senhores. - disse com cordialidade. Elias entrou imediatamente, mas Valkir prendeu se á entrada da porta.

Mia sabia quem eram, e temeu ao ver o vampiro a quem chamam o deus da morte.

Elias olhou para ele por um instante e Valkir entrou na casa.

Elias então dirigiu-se á anciã.

- boa tarde, venho consultar a vidente.

- eu sei. - sorria Mira.- entrem e sentem, estejam á vontade. Vou servir vos

hidromel. - apontava para os lugares á mesa.

Ambos se sentaram em silêncio, enquanto Mira lhes servia dois copos de Hidromel.

Beberam o hidromel de uma vez, e imediatamente Mira lhes encheu novamente os corpos e interrompeu o silêncio que se fazia.

- então o que vos traz por cá? - questionou.

- bem, eu venho procurar informações sobre a minha companheira. - respondeu

Elias.

- estou a ver! A esquerda por favor.- abriu a mão pedindo a mão de Elias. Agarrou - a e observou -a com atenção. - agora a direita. - soltou a esquerda e pediu a outra mão. E fez o mesmo procedimento.

- só lhe posso dizer que a sua companheira ainda não nasceu. Infelizmente não tenho as melhores notícias . Vai ter de continuar a esperar.

- sabe dizer me quando irá nascer?

- não sei, a visão normal não permite ver o nascimento de novas vidas. A não ser que o oráculo elabore alguma profecia. Tenho o poder de oráculo, mas as profecias surgem quando têm de surgir , não as posso forçar. Apareça daqui a uns anos se entretanto não a encontrar e pode ser que já tenha nascido e lhe diga onde está.

- obrigada na mesma. - agracedeu Elias desanimado. Apesar de alguns anos ser como horas para um vampiro, não deixa de ser desanimante. Ambos os vampiros se levantavam e preparavam para sair.

- normalmente levo 10 moedas pelo serviço mas como não lhe dei uma resposta ao seu problema fica a 5 moedas. - disse Mia.

Logo de seguida, entra Lexia carregada com uma grande cesta de roupa lavada e pesada. Entra, tropeça e vai contra o Valkir.

Raios!-pensou Mira. Esqueci me de a avisar que ia ter clientes e para ela não aparecer. Ainda para mais sendo eles quem são, ainda vamos acabar mortas.

O Vampiro de uma forma instintiva segurou- a com toda a gentileza que conseguiu, apesar de não ser o seu hábito . Os seus olhos cruzaram se, ambos se arrepiaram , o coração acelerou e sentiram as suas vidas e almas a serem entrelaçadas. A Lexia frágil e nunca tendo conhecido muito mais que aquela casa e a Mia e os hostis habitantes da aldeia, sentiu receio daquele sentimento que crescia dentro dela e daquela ligação que passou a existir com aquele vampiro.

Valkir que nunca falava, quebrou o silêncio.

- o que é preciso para levar esta humana comigo?- a sua voz era áspera e grotesca capaz de fazer tremer de medo praticamente qualquer criatura ou humano. Então Mia estremeceu. Elias sendo um poderoso feiticeiro vampiro de uma família antiga e poderosa e conhecendo o irmão, não estremeceu. E a frágil Lexia, apesar de ter sentido o poder daquela voz, a ligação que existia entre ambos impediu-a de ter medo dele.

Mas Elias por conhecer o irmão ficou espantado, conseguia contar pelos dedos das mãos as vezes que ouviu o irmão falar desde que o tinham convencido a regressar do seu exílio.

Mia ficou espantada com a pergunta sem saber bem o que responder. Pensou que estava morta. Ou se calhar o vampiro quer alimentar se da menina e do seu sangue ancestral que o tornariam muito mais poderoso.

No entanto, A menina era um empecilho para ela, viu na sua visão que a criaria, mas não viu muito mais que isso. Tentou pesquisar a sua visão e ver se lhe dizia algo. Não queria desagradar os antigos deuses. Viu então a menina a sair com os vampiros e desde que saía da porta para fora não via mais nada sobre a menina. Tentou ver o próprio futuro sem ela, mas também não conseguiu. Por algum motivo estava lhe vedado, talvez á espera da sua decisão. Pois as visões mostram uma possibilidade de futuro, são depois as decisões que definem o que vem aí. Talvez ainda não consiga ver além porque ainda não decidira, ou porque a Lexia lhe estaria a vedar a visão.

- vendo -a por mil moedas. - posso ver me livre da miúda e ainda ganhar algum dinheiro e compensação por estes a anos a cria la, privada da minha vida.

Valkir cerrou os punhos e franziu o sobrolho, Elias percebeu.

- nós pagamos 1500 moedas pela menina e você não fala a ninguém que estivemos aqui, nem que a levámos. Se alguém perguntar invente alguma história. Pode até mesmo dizer que ela morreu. - disse Elias.

Mia concordou: Lexia arruma as tuas coisas que vais com estes homens. A menina apenas abanou afirmativamente com a cabeça e saiu.

Valkir acalmou, relaxando a musculatura enquanto observava a menina a sair. E Elias relaxou também, ele quase que adivinhava o motivo do interesse de Valkir, mas nada diria sobre o assunto.

Entregou a bolsa do dinheiro a Mia.

A menina reapareceu apenas com a roupa vestida e uma pequena trouxa com alguns pertencentes. Tentou despedir se de Mia que apenas lhe disse:

- vê se não lhes dás demasiado trabalho, espero que não te venham devolver. Nunca mais te quero ver.

Lexia deitou lágrimas silenciosas, aquela mulher era a sua família, como uma mãe, a pessoa que a criou. como lhe poderia dizer algo assim? Mas devia estar habituada E que futuro lhe esperava agora que tinha sido vendida a vampiros?

Tinha medo de Elias mas não tinha medo do Valkir. Mas o desconhecido a deixava nervosa.

Continuar lendo

Você deve gostar

Capítulo
Ler agora
Baixar livro