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Já passava do meio dia quando Bianca acordou com o toque do seu celular, era o porteiro do pequeno conjunto de casas onde morava, que lhe enviara uma mensagem dizendo que uma carta havia chegado a seu destinatário. Sem pensar muito, a garota troca de roupa rapidamente, destranca a porta sem nem lavar o rosto e desce três andares de escada desesperadamente.
— Onde ela está? — Pergunta a garota sem perceber que estava sendo grosseira.
— Bom dia senhorita Diaz — diz o porteiro, estendendo a mão para entregar-lhe o envelope — É a tão esperada?
— Bom dia Jaime, me desculpe. Sim, é a carta que eu esperava, estava muito ansiosa para que chegasse.
— E então ... — dizia o homem sem tirar os olhos do papel.
— Desculpe, mas eu vou ler em casa, preciso me preparar psicologicamente caso haja uma informação diferente da que eu espero. Até logo Jaime — diz a garota antes de subir correndo as escadas.
Bianca era a mais velha de 3 irmãs, foi separada de sua família ainda cedo, quando sua mãe, Clarice morreu deixando as três filhas ainda menores de idade. Elas não tinham pai, sua mãe engravidara a primeira vez de um homem casado, que quando soube da gravidez, sumiu após ameaçá-la. Após um tempo, quando Bianca já tinha 6 anos, sua mãe conheceu um homem com o qual se envolveu e após poucos meses engravidou das gêmeas, Coraline e Lisbela. O homem após saber a notícia, prometeu dar todo o suporte a mulher e as filhas, mas sumiu pouco tempo antes do nascimento das meninas.
Aos 8 anos de idade, Bianca trabalhava vendendo doces nas esquinas e com o dinheiro, ajudava sua mãe a comprar alimentos para casa e cuidar das irmãs, já que a mesma estava desempregada e ainda por cima, com duas bebês para tomar conta. Esse cenário se repetiu por um tempo, até que Bianca completou 12 anos e arrumou um emprego na confeitaria perto de sua casa, ela estudaria pela manhã e ajudaria na confecção de doces pelo turno da tarde. O que Bianca ganhava era pouco, mas ainda assim era tudo o que tinham para se alimentar, já que sua mãe tinha dificuldades de arrumar emprego, sendo mãe solteira e tendo ainda crianças para tomara conta.
Quando Bianca completou 16 anos, estava perto de concluir seus estudos e trabalhava algumas vezes na semana limpando casas. Sua mãe já estava doente há algum tempo, mas o que ela ganhava, não era o suficiente para arcar com os remédios nem com custos médicos e a situação só piorava, pois Bianca já não conseguia levar a quantidade necessária de alimentos para caso. Meses se passaram e a mãe de Bianca veio a falecer, deixando a menina de 16 anos e suas duas irmãs de 9 anos. Coraline e Lisbela foram levadas para um orfanato em outra cidade, já Bianca, permaneceu no orfanato da cidade onde morava, sendo separada de suas irmãs por conta de sua idade.
Três anos se passara que Bianca havia perdido sua mãe e nunca mais ouvira falar de suas irmãs, ela estava trabalhando numa cafeteria e não morava mais no orfanato, mas sim em uma pequena casinha de três cômodos que havia alugado em um prédio velho perto da cafeteria onde trabalha há alguns meses. Ela era uma garota muito sonhadora e estudiosa, já havia terminado seus estudos e sonhava entrar para uma universidade. O dono da cafeteria, Osvaldo era um senhor muito gentil e sabia da história triste de Bianca, ele a considerava uma mulher forte e por mais que ela fosse muito inteligente e determinada, aquela cidadezinha não tinha muito a oferecer em relação ao seu futuro. A fim de ajudá-la, ele deu a ela um panfleto onde continham dados referente a oportunidade de intercâmbio em Vila Verona, onde o aluno contemplado pelo sorteio seria acolhido por uma família tradicional de lá e sua estadia seria contemplada mediante ao trabalho de Au pair. Quando viu aquele papel, o peito de Bianca encheu-se de esperança, pois era seu sonho, e assim ela fez. Inscreveu-se no programa de intercâmbio e aguardava ansiosamente por respostas, até que, um mês e meio após a inscrição, ela recebeu uma carta que definiria seu futuro, naquele envelope havia a decisão se ela foi ou não contemplada.
Após subir as escadas correndo, Bianca recuperou o fôlego e decidiu tomar um banho frio para conter as emoções, após isso, ela ligou para seu melhor amigo com quem compartilhava seus sonhos, ele também havia se inscrito no programa.
— Preciso te contar uma coisa – disseram os dois ao mesmo tempo após iniciarem a ligação.
— Não me diga que... – iniciou o rapaz – você também recebeu?
— Heitor venha pra cá agora – disse a moça antes de finalizar a ligação.
Em menos de dez minutos o rapaz já batia na porta, ele morava a dois quarteirões de sua casa e o porteiro já o conhecia, por isso o deixou subir.
— E então, vamos abrir juntos como prometemos? – indagou o rapaz, ainda do lado de fora.
—É agora ou nunca – disse Bianca o puxando para dentro
Os dois sentaram no chão e começaram a rasgar o envelope com cuidado para abri-lo. Em seguidas, lágrimas escorriam dos olhos dos dois que se olharam imediatamente, Bianca sorria enquanto chorava, mas o choro de Heitor, era de tristeza.
—Eu não consegui – disse o rapaz de cabeça baixa.
Bianca imediatamente se levantou e sentou novamente ao lado do amigo, colocando sua cabeça no ombro dele.
— Não fique triste, meu amigo. Tenho certeza que oportunidades incríveis surgirão da sua vida.
— Você conseguiu não foi – perguntou o amigo levantando o olhar para ela.
— S-sim.
Imediatamente Heitor se levantou num pulo e puxou Bianca abruptamente para que ela se levantasse também e eles começaram a pular, se abraçar e soltar gritos de alegria. Apesar de não ter conseguido a vaga, Heitor estava muito contente por sua amiga, pois conhecia sua história e sabia que ela merecia.
— Pois vamos, comece a arrumar as malas, quando é a viagem?
—Aqui diz que já é na próxima segunda-feira – disse a moça segurando o papel – Mas e meu emprego? Preciso contar para o senhor Osvaldo.
—Oras, até parece, ele assinará sua demissão com orgulho.
Uma semana se passou e Bianca já estava de malas prontas para viajar, ao descer as escadas com a bagagem, deu de cara com Jaime, Heitor e Osvaldo.
— Venha, deixa que eu te ajudo com isso – disse o porteiro, tomando uma grande mala que Bianca carregava na mão esquerda.
— Já estacionei o carro aqui na frente, não pense que não irei te levar até o aeroporto – disse Osvaldo, o dono da cafeteria.
— E eu vou junto – afirmou Heitor.
As malas foram colocadas no carro e o porteiro se despediu de Bianca, dizendo que ela não se esquecesse dos amigos que deixava. Ela se despediu com um abraço. Jaime não tinha muita intimidade com Bianca, mas percebia que ela era uma moça trabalhadora e gostava muito dela, assim como ela também tinha um carinho por ele. Chegando ao aeroporto, Heitor deu uma abraço demorado em Bianca, que durou cerca de dois minutos e desejou sucesso a amiga.
— Não se esqueça de me ligar e mandar mensagens para contar tudo – disse ele.
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