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O frio passava facilmente pela lã do meu casaco. E simplesmente já era algo que estava esperando, graças as baixas temperaturas que estava fazendo nos últimos dias. Mas como me considerava um ser humano teimoso, estava pagando para ver.
Naquele horário, não havia muitas pessoas nas ruas, pelo contrário, eram poucas que assim como eu, estavam tentando chegar em seus destinos para fugir do frio.
Faltava dois quarteirões para chegar em casa, estreito ainda mais meus braços ao meu redor, ouvindo os saltos da bota contra a calçada. Entretanto, é ao passar por um beco que meus passos diminuem drasticamente.
Meus olhos se movem pela calçada vazia, enquanto meu cérebro tenta decifrar se o que havia escutado era algo da minha mente ou realmente eu ouvi alguma coisa.
Quando estava prestes a continuar a andar, ouço novamente o mesmo som: um gemido baixo, sufocado, de dor. Vindo daquele beco.
Engulo em seco, olhando fixamente para a escuridão no interior do beco estreito, lembrando com clareza e exatidão das palavras que meu pai sempre usou com frequência quando eu era criança. “Existem pessoas maldosas, que usa todo o tipo de artimanhas para que caia em suas armadilhas”.
Poderia estar diante de uma armadilha. E tudo indicava que sim. Então por que continuava ali ainda parada? Devia ser por causa do meu lado solidário, que acreditava que alguém ali estava mesmo precisando de ajuda.
Sendo contra a todos meus princípios, começo a andar para dentro do beco, forçando meus olhos a se acostumarem com a pouca luz que diminuía gradativamente. Meus passos eram receosos, hesitantes, tentando demonstrar o nervosismo que estava sentindo.
- Olá! - digo com a voz trêmula, respirando pela boca, meus olhos vagando pelo escuro, acabando por me sentir um idiota por achar que poderia enxergar no escuro, sem a ajuda do meu celular que estava em algum lugar dentro da minha bolsa.
Demora apenas alguns segundos para me dar conta, que talvez tivesse me enganado ou havia caído em uma pegadinha da minha mente cansada.
Giro meu corpo na direção da luz, dando apenas dois passos, quando sinto uma mão forte no meu calcanhar.
Um grito fica preso na minha garganta, quando lembro que a pior decisão naquele momento, seria gritar. Minha respiração sai entre cortada e meus olhos se fixam na rua não muito longe, o que me faz só me imaginar correndo naquela direção, acabando por ficar ainda mais vunerável.
Olho para baixo, esperando ver ali quem ainda segurava meu tornozelo, mas o que vejo é apenas um contorno de um corpo.
-... me ajuda - A voz masculina soa quase num sussurro - Por favor - Me afasto bruscamente, inconsciente, com o alerta vermelho ligando automáticamente em minha cabeça. Dando alguns passos para trás, quando não sinto mais sua mão meu meu tornozelo - Eu tenho dinheiro - diz elevando a voz de repente, o que me faz olhar em sua direção.
- E por que acha que vou aceitar, com você dizendo isso?! - Minha voz soa enfurecida, para meu espanto, me fazendo esquecer de onde estava e ainda por cima com um desconhecido.
- Só quero que me ajude.
- Então deveria procurar ajuda de quem possa ajudar - Giro meu corpo dando mais alguns passos, mal conseguindo chegar até a claridade.
- Estou sangrando! E acho que... - Ele se detém por um instante - estou perdendo muito sangue - De onde estava, conseguia o ouvir respirar com dificuldade - Se não me ajudar, irei morrer - Inspirando profundamente e prendendo o ar, olho por cima do ombro, dessa vez conseguindo ver o contorno do seu corpo num canto do beco.
Espero não me arrepender, penso, andando novamente em sua direção, concluindo que não conseguiria dormir, sabendo que uma pessoa havia morrido por minha causa, por eu não ter prestado socorro. Me ajoelho em sua frente, procurando meu celular às cegas dentro da minha bolsa, ligando a lanterna do celular, me vendo surpreendida pela quantidade de sangue que ali havia.
Havia uma poça irregular no chão e a medida que subia o pequeno facho de luz, notava que a camiseta social escura que ele vestia, estava completamente ensopada pelo líquido viçoso, que apesar dele estar fazendo uma certa pressão, continuava a sair.
- Você não é médica, não é? - Sua pergunta faz com que eu o olhe no mesmo instante, notando que seus olhos eram castanhos-claros, rodeado por cílios espessos e grossos. Um olhar penetrante e que transpassava confiança. Além de parecer ser bem mais velho que eu.
- Lidar com sangue nunca foi minha prioridade - digo tentando decifrar o grau da situação - Mas por sorte sei lidar com pequenos ferimentos - Ergo o olhar, notando o olhar dele em mim, fixo - Você precisa de um hospital, já perdeu uma quantidade de sangue significativa - Não precisava ser médica para perceber isso, havia muito sangue ali.
- Não posso ir para um hospital - diz ele, ainda respirando com dificuldade.
Tal frase faz com que eu avalie novamente a situação no geral. Estava diante de um homem ferido, talvez por um tiro ou até mesmo uma faca, que estava se negando a ir para um hospital, o que claramente para mim significava que...
- Você faz parte de uma gangue - digo com toda convicção - Estou certa? - Ergo uma sobrancelha, esperando sua resposta.
Ele respira pesadamente, se movendo com dificuldade.