Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A proposta ousada do CEO
Minha querida, por favor, volte para mim
Um casamento arranjado
O retorno chocante da Madisyn
O caminho para seu coração
Um vínculo inquebrável de amor
Acabando com o sofrimento de amor
O Romance com Meu Ex-marido
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Mentira! Tento pensar nisso, enquanto desço e rebolo com um top e um micro shorts, em um pole dance. Engolindo todo nojo e mágoa, tento sorrir, da forma mais sexy que posso, pro cara que está pagando a maior grana pra me ver dançando na frente dele.
Engulo a bílis que se forma em minha garganta, só queria chorar e voltar pra casa, pros braços dela, da minha mãe, mas ela já não é mais a mesma, o câncer tirou todo brilho, toda a cor, e estava tirando a vida dela, pouco a pouco...
Minha mãe estava morrendo, eu não conseguia entender por quê eu era tão sem sorte assim, eu nunca tive nada de tão bom na minha vida,a única coisa boa que eu tinha, estava sendo arrancada de mim!
Eu faço um esforço por ela, o tratamento da minha mãe era bem caro, ela já tinha feito dois empréstimos do banco, que estavam super atrasados, para custear o tratamento. Eu olho ao meu redor e vejo todos esses homens cheios de dinheiro, esbanjando grana, enquanto cada centavo que eu recebia, era contado pra pagar as contas dos empréstimos e do hospital.
Nem eu sempre trabalhei como dançarina, eu preferia chamar assim, antes de aceitar a vaga, eu trabalhava servindo as bebidas. Era horrível, pois esses velhos tarados sempre encontravam um jeito de passar as mãos na minha bunda, ou debaixo do micro vestido que eu tinha que usar, pelo menos as dançarinas não seriam tocadas, não sem o nosso consentimento. Minha mãe nem sonhava que eu estava fazendo isso, há alguns meses atrás, eu conheci um garoto na escola, que fazia identidades falsas, tive que sair algumas vezes com ele e fingir que ele era meu namorado, é claro que ele não tocava na mercadoria, mas já que eu era considerada a vadia da escola, eu liguei o botão do foda-se.
Tudo porque eu não aceitei transar com um dos caras da equipe de basquete da escola, o que resultou em várias fofocas sobre mim. O idiota espalhou pra todo mundo que havia transado comigo, e que eu não passava de uma vadia que trabalhava em um clube de stripper, então eu usava meu belo rosto e meu corpo ao meu favor, eu sei o quanto atraio a atenção do sexo oposto, por isso eu aceitava sair com babacas e fingir transar com eles por dinheiro, eu sei o quanto isso é horrível, mas que escolha eu tinha? Minha mãe estava doente, eu não tinha um pai e precisava de grana. Dou mais um giro e me inclino na frente do homem que está me devorando com os olhos, sério, esse cara tem idade para ser meu pai.
Pai? Esse pensamento me faz rir, fala sério, o cara só transou com minha mãe e meteu o pé, ele viajou com os pais dele, como se nada tivesse acontecido, talvez fosse um daqueles babacas, filhinhos de papai, como os da minha escola, eu já tinha aceitado meu destino, uma completa fudida!
Mamãe o conheceu na faculdade. Um sonho que está a cada dia mais distante de mim, e acreditem, eu consegui uma bolsa de estudos em Princeton, uma das melhores universidades de Nova Jersey, eu não me surpreendi por terminar pelo menos o ensino médio, eu detestava cada aluno daquela escola.
Assim que a batida acaba, dou meu melhor sorriso e saio da sala, o dono da boate me cumprimenta com um olhar nojento, descendo seus olhos por cada pedacinho do meu corpo.
Ernesto era um cara nojento e violento,na casa dos quarenta anos, eu não entendia porquê me contratou, agora vendo seu sorriso asqueroso pra mim,percebo que não foi por pena da minha história, ele, assim como todos que se aproximavam de mim, só queriam me usar.
Eu tinha herdado alguns atributos da minha mãe, antes do câncer tirar toda beleza dela e a luz dos seus olhos.
"Minha menina você foi incrível." Ernesto passa a mão no meu rosto, e o simples gesto faz calafrios subirem pela minha pele, e não eram bons, ele tinha olhos azuis tão vazios e frios, bonitos de uma forma assustadora.
Ele me entrega um envelope com meu pagamento, dinheiro que eu me agarrei com todas as forças.
__Obrigada, Ernesto-eu digo, virando e me afastando dele, mas antes que eu chegue à porta, ele segura meu braço em um aperto quase firme demais.
__ Você sabe que se aceitar minha proposta,receberá mais que isso, não sabe?- Eu concordo.
__Prometo que vou pensar.- Ele me encara por mais alguns segundos, e me solta, eu respiro aliviada, e saio do lugar o mais rápido possível!
Pego minha jaqueta velha, e saio pelo fundo do clube, já que eu sou menor de idade, não posso trabalhar como as outras dançarinas, seria muito arriscado pros negócios de Ernesto, como se ele se importasse, eu penso, mas não poderia reclamar, quem daria um emprego melhor pra uma adolescente como eu, com apenas dezoito anos e com a fama de agredir o gerente do meu antigo trabalho. O cara tentou me estuprar, e é claro que ninguém acreditou em mim, ele falou pra polícia que eu me insinuei pra ele por dinheiro. É, eu cortei o dedo dele com uma faca de açougue... Até hoje eu me pergunto como minha mãe fez pra ele não prestar queixa, agradeça ao meu pai, se ele não tivesse abandonado minha mãe, ela não passaria tanto tempo com caras drogados e babacas e talvez eu não fosse tão violenta, enquanto tentava manter esses caras nojentos longe do meu quarto, mas não podia reclamar, era assim que minha mãe conseguia dinheiro pra pagar aulas de música e de desenho pra mim, culpava meu pai por tudo de ruim que tinha acontecido na minha vida, eu o odiava!
Por causa dele, minha mãe era desesperada pra me dar um pai, desde caras viciados em drogas a aspirantes a cantores de bandas de Rock, sempre tinha uma figura distorcida de um pai em casa, era melhor quando as mãos deles estavam longes de mim, é claro que minha mãe não sabia, ela sempre me deixava longe dos namorados fracassados dela.
Assim que chego no hospital as enfermeiras me olham com um olhar solidário, tipo aqueles que querem dizer" coitadinha, vai ficar órfão tão cedo"...
Avancei sem cumprimentar ninguém, e entrei no quarto da minha mãe.
Ela estava pior do que a última vez que a vi, sua pele, que outrora tinha sido bronzeada como a minha, agora estava tão branca, que era possível ver as veias roxas no seu rosto.
Os olhos que tinham uma coloração linda, verdes claros, agora estavam com uma nova cor sobre a Iris, meio amarelos e sem brilho, mas o que era pior pra ela era o cabelo, minha mãe tinha uma grande vaidade pelos cabelos, que eram de um castanho meio avermelhado, em ondas bem grossas e sedosas, que caíam até a sua cintura, assim como os meus.
Éramos tão parecidas que era como ver uma outra versão mais velha e cansada de mim.
Bem devagar, ela abriu os olhos, e deu um pequeno sorriso.
__Mel... Como foi no trabalho?
Tentando disfarça a minha voz embargada falei:
__Ótimo,mamãe! Eles pagam bem.
Mentira! Mas não poderia dar a ela essa decepção, minha mãe, que sempre deu a vida pra me dar tudo que podia, trabalhando até tarde em uma lanchonete, e à noite em um clube de dança da cidade, tudo isso pra comprar matérias para as minhas aulas de artes, essa era minha grande paixão, desenhar, é como se eu entrasse em um outro mundo, onde só existia o pincel e as tintas.
__Mel .... Preciso te falar uma coisa...
Ela começou a tossir
descontroladamente. Coloco um dedo sobre seus lábios, para que ela não se esforce demais.
__Mãe, calma... Não se esforça, eu já sei tudo que preciso saber.
__Não. -Ela falou quase sem ar-
__É sobre seu pai...
Meu pai? Não queria desperdiçar os últimos momentos da minha mãe, com um cara que nunca deu a mínima se eu existo ou não, a menção do nome pai me dava certa revolta e raiva, coisas que eu já tinha me esforçado pra esquecer.
__Mãe eu sei,não é culpa sua, você foi mais que um pai poderia ser, mesmo que eu não tenha crescido com um, você sempre compensou.
__Não...
Ela agarrou meu braço com tanta força, que deve ter custado muito dela,pois ela demonstrou, seu rosto estava contorcido de dor.
__Ele.... Ele está vivo querida, me perdoe por mentir, é culpa minha que você não tenha crescido em um lugar melhor, e com um pai que te ama.
Mas eu não queria saber se ele estava vivo ou morto, ele nunca deu a mínima pra nós duas, por quê falar disso agora.
__ Ele pode cuidar...
Mais tossidas,e agora com sangue.
Não me controlei, e deixei as lágrimas escaparem, em grandes gotas redondas, pelo meu rosto.
__Mãe... Mãe não quero saber nada sobre meu pai ,eu já superei,eu não quero criar esperanças de novo, só pra elas serem arrancadas de mim."
Ela me interrompeu.
__ Eu menti, querida,todos esses anos!
Ela devia estar fazendo muito esforço pra falar, pois estava custando cada grama de força que ela ainda tinha, o aperto no meu braço se intensificou.
__Ele não sabe de você, nunca veio te procurar, porque não sabe que você existe, eu fugi dele,achando que era o certo, mas você tem que ir até ele meu amor, ele pode dar pra você tudo que eu não pude, escuta Melany, seu pai não te abandonou como eu fiz você acreditar, tem tantas coisas que eu preciso te falar e eu não tenho tempo, a caixa debaixo do meu armário, pegue-a.