Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
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Lágrimas da Luna: Dançando com os príncipes licantropos
Ela corria por cima da copa das árvores e deslizava pelos galhos. Seus saltos eram praticamente voos e a gravidade parecia ter um efeito estranho em seu corpo. Era como se ao subir, seu impulso alcançasse uma grande altura, mas em câmera lenta e quando ela começava a cair, fosse puxada com uma força e velocidade muito maiores. Porém, o toque de seus pés era suave, ao encontrar alguma estrutura que pudesse sustentá-la, fosse um grosso tronco, fosse uma fina folha. Nada sofria com o impacto e tudo servia como fonte de impulso, devolvendo energia para seus movimentos.
A moça tinha uma graciosidade nos movimentos, que chegavam a ser quase que sedutores. Existia uma perfeição inexplicável para cada ação e reação do externo em relação ao seus músculos. Era uma obra de arte, uma poesia de Deus, se algum deus existisse. Algum deus além dela própria.
Shiva era a mais antiga naquele planeta. Todos os outros vieram depois e nasceram diante de seus olhos, eram seus filhos. Ela não fazia ideia de como fazia isso, de como eles nasciam. Não tinha nenhum controle sobre a forma como eles simplesmente brotavam do solo, de uma grande explosão de luz, sem haver nenhuma explicação de motivo, causa ou padrão. Os bebês surgiam aos poucos, de tempos em tempos, desde quando ela era apenas uma criança e mal sabia o que fazer com eles. Por sorte, os que vieram depois não tinham o mesmo dom, ou maldição, dependendo do ponto de vista, mas pareciam ter muito mais aptidão para cuidarem uns dos outros, muito mais do que ela.
Mesmo adquirindo o que podiam ser considerados poderes, controlando elementos, também sem muita explicação ou controle completo, Shiva se via constantemente em uma confusão mental, presa em devaneios e dúvidas, sem conseguir sanar as principais dúvidas que cresciam dos seus descendentes.
O tempo se passava e ela se desenvolvia. Seu corpo crescia, mas mesmo chegando numa fase em que parecia que não haveriam mais grandes mudanças em seu desenvolvimento físico, ela continuava correndo. Corria por cima daquela natureza toda que havia crescido com ela e enquanto fazia isso era como se as dúvidas e as perguntas não existissem mais em sua cabeça.
Ela conhecia muito bem o planeta todo, que não era tão grande assim. Tudo era muito previsível, sabia como o ambiente reagia, como o clima se comportava, como tudo respondia, uma coisa em reação a outra. Os seres pensantes é que fugiam do previsível e era a ação deles que transformava o ambiente e deixava tudo confuso.
Quando viu um vulto passar ao seu lado e uma rajada de vento tirou do seu caminho as folhas da árvore, ela simplesmente caiu e saiu batendo seu corpo com força em tudo que surgia no caminho de sua queda em direção ao chão, ricocheteando até afundar na terra.
Diferente dos outros, seu corpo além de muito mais resistente, cicatrizava rapidamente e ela, em poucos segundos, ficou apenas suja de barro e de uma grande quantidade de seu sangue azul.
Ao terminar de levantar, enquanto tentava se limpar, alguém surgiu ao seu lado.
Era Parvati, um grande e desajeitado rapaz, de uma de suas primeiras gerações.
- Desculpe, Shiva! Não quis atrapalhar, não imaginei que estaria correndo durante a noite. Eu gosto de sentir o vento, de sentir o céu... É como se...
- Nada mais existisse, não é?