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Ponto de vista de Ava:
"Vão embora, Ava! Vá com sua mãe, senão vão matar vocês duas!", meu pai gritou para mim, seus olhos repletos de medo enquanto ele encarava o outro lado da floresta.
"N-não", murmurei entre soluços, olhando para ele deitado no chão.
"Minha garotinha, cuide sempre da sua mãe." Se esforçando, ele tentou se sentar, suas pernas todas cobertas de sangue.
"Angela, não perca mais tempo e fuja daqui com Ava", ele disse à minha mãe, que estava ajoelhada na frente dele aos prantos.
"Como posso deixá-lo aqui desse jeito, Hector?", ela gritou, angustiada.
Nesse momento, ouvimos sons de galhos e folhas sendo pisoteados.
Estávamos no meio de uma guerra com vários lobos lutando entre si.
"Vão embora. Eu não posso me transformar para proteger vocês duas por causa dos meus ferimentos. Angela, ao menos salve a nossa filha", meu pai repetiu para ela.
Ao ver que uma matilha de lobos se aproximava de nós, minha mãe se levantou, me pegou em seus braços e correu na direção oposta comigo.
Enquanto corria, ela sussurrou no meu ouvido com a voz embargada: "Não olhe para trás."
Com meus braços em volta do pescoço dela num abraço apertado, fui tomada por uma curiosidade súbita que me fez olhar para a cena atrás de nós.
Então, eu vi dois lobos pularem em cima do meu pai.
Arregalei os olhos. Meu choque foi tão grande que os fechei logo em seguida, e gritei: "Pai!"
Quando abri os olhos outra vez, percebi que estava no meu quarto.
"Estava sonhando de novo", murmurei, levando uma mão à testa. Me sentei e respirei fundo.
Meu corpo todo estava encharcado de suor, mas, sinceramente, isso nem tinha sido um pesadelo de verdade. Era apenas um vislumbre de momentos do meu passado, os quais jamais seria capaz de esquecer.
Meu pai morreu numa guerra quando eu tinha apenas cinco anos de idade.
Embora fosse um guerreiro na matilha, suas pernas foram dilaceradas antes que ele pudesse se transformar, deixando-o indefeso.
Sem ter outra escolha, minha mãe precisou fugir da nossa matilha comigo e procurar abrigo em outra.
O Alfa e a Luna da nova matilha foram gentis o suficiente para nos deixar ficar. Desde então, temos vivido na Matilha das Sombras Místicas.
"Ava, você vai se atrasar!"
Pude ouvir minha mãe gritar lá debaixo.
"Sim, mãe! Já estou indo", respondi alto o bastante para ela me escutar.
Corri para o banheiro, tomei um banho e me arrumei para a universidade.
Como estava no meu ano de caloura, não queria acabar indo parar na lista negra do professor por chegar atrasada.
Pronta, dei uma olhada rápida em mim mesma no espelho.
Eu usava um vestido branco, bem soltinho, com o cabelo preso em um rabo de cavalo baixo. Meus óculos grandes escorregaram até a ponta do nariz, então os ajeitei de volta ao lugar.
A verdade era que não havia nada de errado com a minha visão, mas eu gostava de usar óculos grandes para esconder meu rosto e minhas emoções atrás deles. Embora as lentes fossem transparentes, eles me ajudavam a disfarçar meus sentimentos.
Além disso, como não queria chamar atenção, eu nunca me maquiava e também preferia usar vestidos simples, longos e soltinhos.
Graças à minha aparência e as notas altas que eu tirava, as pessoas costumavam a me chamar de "nerd", e talvez eu fosse realmente uma.
Mesmo que esse rótulo tivesse me feito sofrer bullying durante o ensino fundamental, hoje, eu o encarava como um elogio.
Depois de descer as escadas, abracei minha mãe e me sentei para tomar café da manhã com ela.
Ela era a pessoa mais importante da minha vida, e meu maior sonho era estudar muito e me estabelecer para dar a ela uma vida feliz.
"Ava?"
Virei-me para minha mãe. "O que foi, mãe?"
"Semana que vem, você faz dezoito anos, e logo encontrará seu companheiro. Antes disso, não quero que você se envolva com mais ninguém. Você sabe como viemos parar nessa matilha. Você é uma Ômega, e não temos um homem em nossa família para protegê-la, querida."
Não pude deixar de olhar para o rosto preocupado da minha mãe, que temia pela minha segurança em meio a uma matilha cheia de Alfas.
"Não se preocupe, mãe. Eu prometo que não vou me envolver com ninguém, nem me meter em problemas. Pode acreditar em mim. Sempre evito chamar atenção."
"Minha filha, não vejo a hora de você finalmente encontrar o seu companheiro. Quando ele aceitá-la, poderei morrer em paz."
Depressa, eu me levantei da cadeira e corri para abraçá-la. "Mãe, por favor, não fale assim."
Ela não só nunca se casou de novo, como também dedicou sua vida inteira a mim, portanto eu não suportava vê-la sofrer.
Depois de tranquilizá-la, eu saí de casa, fui até o ponto de ônibus e peguei um.
Levei cerca de vinte minutos para chegar à universidade e me deparar com o letreiro em negrito e itálico na entrada: Universidade das Sombras Místicas.
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