A MINHA VIDA DE ONTEM
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lo que passa, mas o q
xatamente no ano de 1967, que tive o primeiro contato com a música "Três Boiadeiros", cantada pelo inesquecível Moacir de Oliveira e
os Rolling Stones, e não importávamos em nada com músicas sertanejas, mas, n
para o Estado do Paraná com meus pais, ouvi essa música pela primeira vez, no rádio do Ford 'Coupé', não sei, se em al
e contavam as mágoas e tristezas de um caboclo que falava de haver nascido "num ranchinho beira-chão, todo cheio de buraco adonde a lua faz clarão" e, qu
que eram, quase sempre acompanhadas pela doce voz de minha querida Mamãe, ao s
em casa, depois de uma longa e dura jornada. Ele sempre me trazia alguma coisa e, me pegando ao colo, dava-me balas, doces, beijos e muito amor. Quando anoitecia e
aqueles pesadíssimos 78 rotações, com músicas de Catulo da Paixão Cearense, Torres, Florêncio e Serrinha, Alvarenga e Ranchinho, Palmeira e Biá,
pai comprou um rádio-vitrola, que, por muitos e muitos
poucas as vezes que o acompanhei numa roda de catira, que naquele tempo aco
ade de Guaíra, com Papai e outros peões. Foi um tempo, fugaz e efêmero, do qual tenho ínfimas e queridas lembranças, mas que se vivificam fortalecidas quando ouço, extasiado, em qualquer festa o
es, de conquistas espaciais, anos dos Beatles e dos Rolling Stones, dos hippies, de Bob Dylan, Jane J
lmente aceitavam os novos costumes que o mundo inteiro passava a adotar
ns, era coisa de caipira, assim
de Ray Conniff e de Billy Vaughn, das músicas italianas de Endrigo, Donaggio, Fidenc
e era coisa de pessoas iletradas, ignorantes, d
s recordações, que agora enchem de saudade alma e coração, e rever meu pai sentado na sala de noss
pai era um boiadeiro imponente, que tinha muito orgulho e prazer naquilo que fazia. Comecei a pensar em Papai, que ora nem era mais boiadeiro, nem mais boi tinha e nem cavalo. Mas na garagem lá de casa, ainda havia, uma tralha (de) pendurada, uma "capa", um laço de couro, pares de esporas e outros apetrechos mais, marcas de um passado de glórias, de lutas, de sofrimentos
a, se tudo tivesse, para resgatar o mundo maravilhoso que vivi e que tive o
AO REDO
prevenido, quase lhe disse boa tarde, respeitosamente, como em menino fazia vendo passar um professor do ginásio. Mas logo percebi, assustado, que era eu mesmo que levava, debaixo da roupa azulada e so
cheios de cumplicidade. Na adolescência, encontramos novamente a facécia em torno de nossos modos desengonçados e sobretudo por causa de nossos pobres ensaios amorosos. Agora, na velhice, mais uma vez somos atingidos pela pilhéria. Eu tenho, pois, consciência vigilante de meus
ue estivera assobiando baixinho uma canção antiga. Voltei atrás; repeti a experiência; tornei a passar diante do espelho assobiando baixinho, mas só vi então uma imagem familiar, tendo nos olhos um ardor inquieto de investigação. Pouco temp
suave, uma repetição misteriosa, qualquer concordância sutil que me enchia o peito de ar novo e antigo. Uma janela se abrira com aquele ruído e do alto viera uma voz assim de mãe moça: "Meninos, olhem o sereno!" O sereno também ficara ausente de minha memória, porque hoje ninguém mais alude a esse gênio levem
e experiência azul que fazemos na memória. De fato, parece que a infância persiste dentro de nós, enrolada como uma espiral de mola, e salta de repente, e assusta, e fere, e dói, quando vemos num reflexo de vitrina um senhor de longa idade. Temos vontade de prevenir e
ujos limites davam para o córrego maior, que atravessava a cidade, onde fazíamos dele, o nosso clube de natação. Quase todos os dias, meu amigo e eu, catávamos folhas de bananeira e saíamos pela rua cantando em alto
eno córrego da minha casa. Felizmente, minha mãe não tinha lido Rousseau, que a teria talvez convencido de me mandar aprender com as galinhas que cresciam soltas no grande quintal. Meu aprendizado foi livre e gratuito, como os barquinhos a deslizarem pel
E quando as pessoas dançavam, não deixavam de ser elas mesmas. Quando o teto vinha ao meu encontro, oscilando, crescendo também não deixava de ser teto. O tempo era a regra dum brinquedo enorme: f
brinquedos de pique ou de roda. Nas horas de estudo, minha mãe não se sentava no chão da nova pedagogia para me ensinar números jogando 'bugalho', mas apenas dizia que hora de estudar era hora de estudar. E tinha
ver direito o que eles estavam fazendo e ficava plantado atrás, encabulado de ser tão pequenino. Quis ajudar, mas só consegui desmanchar o monte que estavam fazendo. Mandaram-me embora, porq
mão, já mocinho, disse que tinha ouvido alguém dizer que nuvem serve para marcar hora. E assim o tempo passou... e trouxe você para compartilhar desse
conto "Era um bom meni
Correi! sus! voai à vitória,/Desfraldando a ba
SEMPRE O
po, em algum sítio ou fazenda, nunca vestiria vermelho, pois segundo os mais velho
ma casa com varanda, todos teriam igual, se você tivesse um trator, todos teriam também e assim por diante. Vivíamos, naquele tempo, o período histórico chamado guerra fria e nós ocidentais e aliados aos Estados Unidos da América, temíamos os países vermelho
E de acordo com os conceitos e significados ela passou a ser vista como a cor da paixão, da energia e da excitação. Uma cor que
ndeiras de alguns partidos de esquerda, que se preocuparam mais em encher os seus cofres do que governar, jogando o país num precip
TOG
lameada. De vez em quando, em meio às poças e escor
situado à beira de uma pequena lagoa. Éramos uma turma de uns dez rapazes. Um tempo antes, cerca de mês e meio, um fazend
té o final do ano, mas nosso plano não se realizou. Na casa não havia nada. A
algumas rãs para assar, mas nossa caçada foi infrutífera. Numa batida no entorno da pequena lagoa nem cobras encontramos, sendo
ogether", "Something", "Oh! Darling", "Here comes the Sun" e "You Never Give Me Your Money". Ouvíamos também, na nossa sonata Philips, músicas dos Rollings, Bee Gees, Creden
imos dali. Não os encontramos, mas tivemos alguma sorte, pois conseguimos caçar algumas juritis e rolinhas. Seriam, juntamente com o arroz, a nossa mistu
maravilhoso e encantado, com a nossa união, alegria, companheirismo e fraternidade. Uns goles de cachaça e
meio à chuva fina e fria caminhamos uma distância de 5 a 6 quilômetros, carregando nossas coisas, enqua