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A MINHA VIDA DE ONTEM

A MINHA VIDA DE ONTEM

Benevides Garcia

5.0
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605
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6
Capítulo

A MINHA VIDA DE ONTEM é uma coletânea que reúne recordações de infância aliadas a outros temas existenciais. Encontra-se configurada em cinco capítulos, a saber: Capítulo 1 - Infância, doce infância Capítulo 2 - Os ventos da infância Capítulo 3 - Reminicências Capítulo 4 - Terra Natal e outras terras Capítulo 5 - Tempos de esquecer Entre as fantasias do autor, transparecem aos olhos do leitor as histórias reais de uma vida feliz.

Capítulo 1 INFÂNCIA, DOCE INFÂNCIA

“ALVAIADE”

Dos meus primeiros dez anos nada mais resta

Nem mesmo meus pobres brinquedos de um longínquo natal.

E agora tudo soa como uma doce canção de antigamente

Quando todos cantavam a liberdade que eu não entendia

Mas meus pais sabiam escutar.

Os tênis brancos tingidos de alvaiade*

A se misturarem ao pó das ruas mágicas

De uma infância a desfilar lembranças

Num distante e feliz grupo escolar.

...

Ao longe um canto de pássaros

E o entorno de um córrego de águas claras

Sugeriam delícias de um sonho que ora reluta em ficar

Enquanto o tempo que passa não apaga do coração

Os meus primeiros dez anos no meu torrão natal.

A LAGOA ENCANTADA

Na escola era um comentário só: a lagoa! Todo mundo sonhava em conhecer aquela imensidão de água, atapetada por verdejante gramínea e ornada pelos arbustos que a rodeavam. Era um recanto paradisíaco e proibido e, por isso nos atraía tanto. Somente os familiares e amigos do proprietário podiam ter acesso àquela maravilha. Mas, para nós, moleques, que éramos conquistadores do impossível, aquela lagoa sempre constituía um desafio a ser vencido, e era o que fazíamos nos dias comuns, quando lá não se encontrava ninguém.

Distava-se uns poucos quilômetros da cidade e existia um caminho delicioso que nos levava até lá, uma trilha no meio da mata, sempre úmida e refrescante onde íamos, alegres e contentes, a catar frutos que a mãe-natureza carinhosamente nos oferecia: pitangas rasteiras - grandes, saborosas -, muricis, gabirobas, bacuparis, marmelos e outras delícias. Volta e meia, parávamos para descansar debaixo de um pequizeiro, que generosamente, além da sombra, nos oferecia seu fruto amarelo, cuja polpa, devia ser mordida com cuidado, por causa dos traiçoeiros espinhos de que era constituída a sua semente.

E assim, após um delicioso descanso, seguíamos caminho, ora balançando num cipó, revivendo peripécias do Tarzan das matinês, ora imitando “Durango Kid”, ou outro dos muitos heróis que povoavam o nosso mundo dourado.

E lá estava ela! Uma imensidão azulada, cercada por belas árvores e verdejantes e floridos arbustos. Que paraíso! Era coisa de cinema e em cores, coisa que o cinema não tinha, porque os filmes eram em preto e branco, e a gente tinha que imaginar a cor. Mas o colorido daquela maravilha era real e estava à nossa frente, ao nosso dispor, a nosso bel-prazer!

Em silêncio, para não despertar atenção e para não dar sinal de nossa presença, mas com a felicidade a pulsar no coração e na alma, livrávamos de nossas roupas e entrávamos naquela água límpida, cristalina e deliciosa.

Era uma delícia deitar, ainda no raso, e sentir a suavidade do tapete aveludado que cobria todo o solo, e a tepidez da sua água, que jorrava de uma mina localizada bem no centro desta maravilha natural.

E era assim sempre. A lagoa era a nossa alegria e o nosso sonho encantado de menino. Até que um dia...

CHEIRO DE AVIÃO

Sempre fui louco por aviões. Desde a mais tenra idade. Na minha pequena cidade, raramente se via passar um avião. Quando acontecia de ver um a voar no mais alto dos céus ficava imaginando maravilhas.

Ainda hoje, que minhas lembranças me visitam, sinto o cheiro daquele tempo quando encontrava latas com restos de óleo de veículos, que acreditava terem caído do avião. “Que pensava o menino naquele tempo? Por que o seu amor e encantamento por aviões, se nunca tivera visto de perto ao menos um? Será que as nuvens a vagar no céu seriam para o avião um piso de algodão? Como seria lá em cima, bem mais perto de Deus?”. Respostas que o tempo aos poucos foi me trazendo, e desde então, quando meus olhos se fixam em algo abstrato, longínquo, permanece a certeza do meu amor incondicional a esse pássaro de aço a transportar sonhos e alegrias.

MEMÓRIAS DE UMA VIDA DE ONTEM

Aos cinco anos ensaiava uma febre e caía na cama. Esperava assim, que com a doença, sua querida mãe fizesse para ele uma sopa de batatas. Como era bom!

Nas manhãzinhas, levantava as cobertas como se fossem lonas de circo. Assim, sonhava estar no picadeiro, ora sendo um intrépido trapezista, um equilibrista ou um misterioso mágico, com sua caixa giratória. Tudo era motivo para sonhar.

No quintal, era o fundador de cidades. Ao redor de um enorme formigueiro construía uma para que as formigas pudessem desfrutar as belezas de uma vida social organizada. Ao mesmo tempo, as observava na sua lida de todos os dias. No jardim da mãe, no lado direito da casa, bem à oeste, fazia experimentos nos troncos macios das dálias, aplicando-lhes injeções de poções de barro, com alguma mistura de outras substâncias que inventava. Com uma latinha de massa de tomates vazia, fabricava um microfone e assim podia ser um cantor ou um astronauta corajoso a conversar com marcianos e seres lunares. Tudo, no fim, era motivo para alimentar os sonhos.

Adorava o mês de setembro, quando depois de uma chuva, com os irmãos fazia covas no terreno do quintal, para depois colocar em cada uma, cinco grãos de milho. Era um tempo mágico, cuja apoteose ora se resumia no canto das cigarras, às tardezinhas, ora no aroma das bonecas do milho empendoado, nas manhãs de dezembro.

Nas viagens que fazia com a família, para o Estado do Paraná, sonhava com um amor distante, que às vezes poderia estar no outro carro que cruzava ou naquele que ia à frente. Outras vezes, poderiam se encontrar nas várias balsas de travessia de rios que havia no caminho. E assim sonhava, sonhos dourados que se transformavam em outras cores, enquanto durassem aqueles momentos de doce ternura.

Não se sabe quanto mais viveria. Seria apenas pelas lembranças que há nos sonhos. Enquanto as tivesse, ele permaneceria vivo.

NO TEMPO DAS JARDINEIRAS

1950, 1960. Bons tempos, belos e felizes tempos!

Menino, um pouco mais de 5 anos, já andava de jardineira¹, quando tinha minha avó Adalgiza, em São Joaquim da Barra, e com minha querida mãe para lá íamos quinzenalmente. Lembro que eu ia contando os postes de madeira que havia na estrada de terra, uma diversão inocente, própria de uma criança que estava conhecendo o mundo.

Vários motoristas ou condutores de jardineira fizeram parte deste meu mundo maravilhoso. Destacarei três, que considero terem sido importantes por merecerem a minha lembrança e evidentemente a minha admiração.

“Dão”, que usava um chapéu de “chauffeur”, era um senhor sério, que dificilmente sorria e que tinha um filho a quem todos nós o chamávamos de “Fididão”. Naquele tempo dos faroestes das matinês dominicais, ele muitas vezes se fantasiava de Durango Kid, de Zorro ou de outros heróis que povoavam o nosso pequeno mundo e que impulsionavam o nosso sonho infantil. Dão era o condutor da jardineira que nos levava a São Joaquim da Barra, no horário das 7 horas da manhã, com retorno às 17 horas. Não sei o destino de Dão e de seu filho. Devem estar por aí em algum lugar deste mundo, ou luzindo nos céus, iluminando alguém. “Hi-yo Silver!”

Sebastião “Cacho”, famoso pelas estórias que contava e que pela seriedade com que falava, muita gente acreditava. Das estórias, lembro-me de duas delas, que muitas vezes o ouvi contar, nas várias e muitas viagens que fazíamos nesta nossa pequena rota de Ipuã a São Joaquim. Dizia ele: “Um dia estava pescando no rio Sapucaí e para o desgosto de pescador, começou a ventar, o que dificultava a pescaria. Sentado na barranca do rio, ouvi de repente um som que vinha de umas árvores que um pouco acima margeavam o rio e que cantava um trechinho de uma música que parecia conhecida. O rio de piracicá... O rio de piracicá... O rio de piracicá... Aquilo foi me deixando encabulado e então resolvi ver o que era, indo em direção do som. E cada vez que o vento aumentava o som repetia: o rio de piracicá,,, o rio de piracicá... o rio de piracicá... Já no local pude ver num galho de uma árvore, encravado um pedaço de um disco de música, encalhado ali, talvez levado por alguma enchente e junto dele uma garrancheira de arranha-gato, que com o vento riscava o disco quebrado e só dava para ouvir um trechinho da música que parecia ser ‘O Rio de Piracicaba’.”

Ele contava essa estória com a maior cara-de-pau e numa seriedade ímpar, como se realmente tal coisa fosse real e acontecida. O pródigo Sebastião carregava uma flanelinha em torno do pescoço, que volta-e-meia ele tirava as mãos do volante e com elas passava a flanela no pescoço, como se estivesse limpando o suor e se enxugando. Isso, com o veículo a toda velocidade, isto é 40, 50, 60 por hora. Mas, vamos à outra estória famosa do Sebastião Cacho: “No sítio de um compadre meu, tinha lá pelos fundos do pomar, uma roda d’água, toda de madeira e que para dar caída canalizaram ás águas de um pequeno córrego, numa altura de 1 a 2 metros do chão. As águas desciam com muita força e daí tocavam a roda d’água, que por sua vez, fazia funcionar um moinho. A coisa era tão antiga, que uma tábua de mais ou menos quase um metro havia se soltado do leito do córrego de madeira, mas a água estava tão acostumada a fazer aquele caminho que não sentia aquela falta e passava direto.” Ah, Sebastião Cacho, velhos bons tempos! Nas ocasiões que visito o cemitério de minha terra, sempre dou uma passadinha pelo seu túmulo e deixo lá, ‘um-nome-do-pai’ e um ‘pai nosso’.

“Kanxe” era um japonês, responsável por nos conduzir, num pequeno e velho ônibus, a São Joaquim da Barra, nos anos de 1960, quando cursávamos o Colegial.

Dele, não há estórias de lorotas, mas recordo-me de um caso terrível que nos aconteceu numa dessas viagens. Ainda não havia trevo, como hoje o conhecemos para se chegar à Anhanguera, que também não era duplicada. Havia apenas uma íngreme descida que nos ligava a ela e foi por aí que a velha jardineira perdeu os breques e mergulhamos numa vertiginosa velocidade rumo à rodovia. Naqueles instantes, o pavor tomava conta de todos e até uma colega queria pular do veículo, o que foi por nós impedida. Graças a Deus, o pior não aconteceu, pois seria um terrível desastre, onde poucos ou ninguém dele escaparia com vida. A habilidade, a coragem e a frieza do bom motorista nos salvou, como um super-herói que sempre chega na hora h. Grande e inesquecível amigo Kanxe! A nossa admiração e imorredoura gratidão, onde estiver, por toda a imensidão dos céus.

Considerações Finais:

¹ Jardineira, sf. – Veículo adaptado, tipo de ônibus que se usou no Brasil, aberto nos lados e com bancos dispostos paralelamente, ocupando toda a largura do carro. As pessoas de mais idade, até hoje usam o termo jardineira quando querem se referir a ônibus. Nota do Autor.

O MELHOR TEMPO DE TODOS OS TEMPOS DE NOSSAS VIDAS!

Gostaria que as palavras contidas num trecho dessa música fossem verdadeiras: “Como é que Papai Noel não se esquece de ninguém; seja rico ou seja pobre o Velhinho sempre vem...” (Octávio Babo Filho)

O NATAL era um tempo de magia e nele, Papai Noel era um ente sagrado, que não tinha a conotação a ele dada nos dias de hoje. Acreditei na existência deste ser querido até os 10 anos de idade, tempo que ficou tão distante e que tenho tentado visitar em vão, por muitas vezes, em meus sonhos. Na época, acreditava que minha cidade era o meu mundo, único mundo e pouca coisa mais existia além disso.

A MINHA INFÂNCIA, na casa da Avenida Dona Teresa, era completamente feliz, pois além da escola existiam os folguedos que nos proporcionavam muitas alegrias, entre pescar e nadar nos córregos e nas lagoas, ir ao cinema nas matinês de domingo e jogar bola pelos campos e pelos pastos das cercanias. À noite, brincar de pique-esconde, salvo-cadeia, balança-caixão, quando não ficávamos sentados na calçada ouvindo causos de assombração.

QUANDO CHEGAVA a época do Natal, ficávamos a esperar que o Papai Noel nos trouxesse um brinquedo. Eu me preparava muito bem nesses tempos que antecediam esse dia maravilhoso, me transformando num menino bonzinho e comportado. Na véspera, arrumava com minha mãe um ‘saco de estopa’ e saía pelos campos à cata de capim para alimentar o burrinho que conduzia o Papai Noel.

NAQUELE TEMPO, anos 1950, no meu mundinho encantado de Santana dos Olhos D’Água de Ipuã, acreditava-se que Papai Noel tinha um burrinho que o transportava para todos os lugares, levando brinquedos, amor e alegria para todas as crianças bem-comportadas do mundo. Só mais tarde, quando a magia do Natal se fora é que vim a saber que o Papai Noel era estrangeiro, originário de um país de neve eterna, e que era transportado com seu trenó por renas, presumidamente voadoras. Fiquei também sabendo que ele - com o auxílio de incontáveis elfos mágicos, que trabalham na oficina de brinquedos – faz, todo ano, uma lista de crianças ao redor do mundo, classificando-as de acordo com seu comportamento, presenteando as boas, com doces e brinquedos e as más, apenas um pouco de carvão.

VOLTAVA, à tardinha, com o capim colhido e prontamente o colocava debaixo da minha cama. Logo, após o jantar, ia dormir para, ansiosamente, esperar a manhã seguinte.

A ÚNICA DIVERSÃO que tínhamos em casa era um rádio vitrola. Televisão eu só fui conhecer quando estava cursando o Científico, na cidade vizinha de São Joaquim da Barra. Já chegava aos meus quinze anos e juntamente com outros amigos de Ipuã morávamos numa pensão familiar, que ficava na rua Paraná.

A MANHÃ se acercava de magia! Debaixo da cama, nem sinal do capim e, para minha surpresa e alegria, um trenzinho de metal, ou um jacaré de corda ou uma caixa de blocos de madeira para montar casas, castelos e igrejas. Como valorizávamos aqueles brinquedos!

O ANO TODO a gente inventava brinquedos e brincadeiras. Uma fazendinha? Com pequenos pedaços de pau fazíamos uma cerca e logo um curral. E depois? Pegávamos frutas, principalmente mangas caídas pela força dos ventos e com quatro pequenos espetos de pau ou varetas de picolé tínhamos as vaquinhas e todos os animais. Perdi a conta para dizer quantas vezes chutamos bolas de meia, nos 'rachas' pelos campos de minha infância. Para comunicação à distância, nós usávamos telefones feitos com linha de costurar, palitos de fósforo e duas latinhas vazias de massa de tomate. Passávamos um tempão, cada um numa esquina batendo papo. Nesses aparelhos, conversei até com Marte!

O NATAL era a única ocasião em que se ganhava um brinquedo, ainda mais que o meu aniversário era próximo dos festejos natalinos.

PARA PESCAR, muitas vezes andávamos de 5 a 12 quilômetros, até chegar no Ribeirão da Cachoeirinha ou no rio Sapucaí. Íamos, a pé, cortando caminho pelos campos, cerrados e matas. Como era delicioso aquele tempo, principalmente, no fim do ano, com três meses de férias e os bosques repletos de frutos!

AINDA PELA MANHÃ, cada qual ia mostrar o seu brinquedo aos coleguinhas. A alegria se misturava à euforia e à peculiar curiosidade. Uma bola, um caminhãozinho, um trem-de-ferro, um quebra-cabeça, uma bicicleta...

TEMPESTADES

Lembro-me muito bem dos períodos de tempestade que ocorriam na minha infância. Eu era um menino de, aproximadamente 4 a 5 anos, o caçula da família e sentia com maior intensidade o carinho e o zelo com que mamãe nos cuidava.

Geralmente, as casas construídas naquela época não tinham forro e inexistiam estuques nos beirais. Ficávamos à mercê de tudo: clarões dos relâmpagos, entradas furtivas de pássaros e insetos e os horrorosos picumãs.

Quando o mundo parecia que ia cair na nossa cabeça, mamãe nos colocava debaixo da grande mesa da sala e nos cobria com toalhas e cobertores. Enquanto isso, lá fora, o vento zunia, os trovões ribombavam e a chuva forte caía. Pedindo-nos silêncio, ela ia até a cozinha e jogava “palha benta” ─ uma espécie de palmas de coqueiro, que trazia da missa do domingo de Ramos, ─ nas brasas do fogão de lenha. E depois, ao voltar para o nosso refúgio, ela se punha a rezar aquela reza longa cheia de padres nossos e ‘ora pro nobis’, entre relâmpagos ultra reluzentes e trovões assustadoramente barulhentos.

Nós, os filhos e a mãe, ficávamos ali enquanto permanecesse aquele temporal, envoltos no quentinho das cobertas, entre rezas e trovões. E assim, ao passar aqueles momentos de medo e inquietação, o mundo se tornava azul novamente e voltávamos a sorrir e a brincar.

BUEIRO

Havia dois, creio que um na propriedade do Nena Sacardo e outro na fazenda dos Buranello, para passagem do gado, sob a estrada de terra que levava à Fazenda São José.

No primeiro bueiro¹ existia uma capelinha toda ornada de flores do campo, entre imagens de santos e uma triste cruz. Muitas vezes minha infância passou por lá. As primeiras vezes, com minha querida mãe, quando íamos visitar uma sua amiga, no sítio dos Quatrini. Pintada todinha de azul claro, ao pé do barranco do bueiro, aquela capela sugeria histórias e ao mesmo tempo um medo que só criança tem. O que ocorrera ali, num tempo que remontava à antiguidade era um mistério que a mente infantil não decifrava, apenas sentia. Acreditava-se que fora um crime de amor, entre um cavaleiro e uma jovem mulher, possivelmente assassinada por uma paixão não correspondida.

Naquele tempo, as locomoções eram feitas geralmente a pé, a cavalo ou por meio de carrinhos, charretes ou carroças puxadas por animais. Havia poucas bicicletas e automóveis entre outros veículos a motor eram raríssimos. Muitas vezes íamos pelo atalho, constituído por uma trilha no cerrado. Gostava quando chegava a hora de atravessar nos “passadores”, que existiam nas divisas de cerca e que se constituíam em uma escadinha feita de tocos de árvores para se atravessar para o outro lado.

Era um mundo mágico, repleto de ternura e doce beleza, semelhante a um conto infantil que jamais sai de nossa memória.

¹Bueiro – tipo de viaduto rudimentar para passagem de animais. (Definição do Autor)

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