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O Defunto Morreu

O Defunto Morreu

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Capítulo 1 A MORTE É UMA SURPRESA

Palavras: 2642    |    Lançado em: 08/07/2021

m meus filhos. Madalena, minha esposa, mulher prendada em todos os sentidos, preparou um jantar especial, sabendo que eu estaria com eles. Fez a mi

er farinha, mas nada da espinha descer ou sair, mas a situação piorou, tudo isso culminou. Não sei dizer se foi um enfarto ou sufocamento, não consigo acreditar, mas nesse exato momento estou

s moças, que eram duas, a mais velha tinha apena

fiquei extremamente comovido por tanto sofrimento, eu mesmo não

osa e os meus filhos. Estou profundamente abatido e sem entendimento. — Como pod

o não deve fazer parte da realidade, e tudo isso é um sonho e acordarei daqui mais un

omento de colocar a tampa e seguir rumo ao cemitério, fiquei alguns instantes me olhando, e tomei a iniciativa de tentar levantar meu corpo, uma tentativa em vão, não conseguia to

uda e sem aceitação da morte, eu me pergunto: — Pode alguém se conformar com a morte?

de uma forma tão banal, eu era muito novo, com uma vida inteira p

com alguma enfermidade nas mãos de algum médico, uma coisa que nunca entendia muito bem: Um doente sendo chamado de paciente! Para mim

a, jamais deixei faltar o sustento da minha família, meu lema de vida era: desistir jamais por fadiga ou cansaço, tudo pode ser su

erança já era, mas ainda vou persistir, perseverar, mesmo que a esperança esteja por um triz. Esperança é trilhar as sendas da s

uele rosto sem nenhuma mancha ou mácula, eu me imaginei um ator de filmes de faroeste, face rude, pos

a forma disfarçada sobre as coxas da minha Madalena, eu fiquei irado, meu melhor amigo se aproveitando de um momento de infortúnio, eu imediatamente saí do meu lugar de observação, desci até eles, tentei lhe dar um soco naquela cara safada que já conhecia há muito tempo, mas as minhas mãos passavam po

sendo ingrato, vendo Raul, meu melhor amigo passando as mãos nas pernas de Madalena, eu gritava em vão: — Morde a mão dele, Tupã! — Madalena, tão inocente que não percebia a intenção daquele pilantra, e para completar a minh

s cães conseguem ver os mortos, e ele estava me vendo, não cessava o latir, me olhando fixamente com muita ferocidade, eu fui salvo por um es

a mão da perna dela, mas eu fiquei boquiaberto ao perceber que Madalena não havia gostado da desistência dele no uso das mãos , ela parecia estar gostando daquelas mãos bobas, que para mim, eram idiotas, eu conhecia perfeitamente essa mulher e sabia do que ela

sofrimento na face de Madalena minutos atrás, mas agora vejo outra coisa, imaginei que ela guardaria um luto de

que não era percebido, talvez antes da minha própria fatalidade, algo já estivesse ac

eu me fingia de surdo enquanto eu vivia, eu só conseguia ouvir o que me era conveniente, o mais

minha filha de dezessete anos, resolvi investigar, ainda não conhecia a lei que regia os que já morreram, nem ao menos se me era permitido ver cenas como essas, mas como se tratava da minha filhinha mais velha, eu n

abia o que era a minha pessoa, talvez fosse

ia as lágrimas inconscientes, elas não eram comtempladas por mim, e nem se manifestavam, triste s

iante do meu óbito, ainda me espantei mais quando vi quem era o ser que proporcionava tantos sussurros e reações que não ouso mencionar, sempre pensei que ele era apenas o melhor amigo de

descobri uma fera, mas eu ponderei, talvez ali fosse um momento de desabafo sem palavras, uma forma de tirar as frustrações, pensei no quanto ela me amava, mas também

mitido ver tais cenas, que me fizeram corar de verg

lhos com Madalena, seis garotos, e duas garotas lindas, não foi decepção, mas senti apatia diante da minha morte por parte da minha garota de quinze anos, parecia que não estava nem aí para o que estava acontecendo lá na sala, insensivelmente es

nheza afetiva, sinto agora como um tapa na cara, que falta nenhuma farei, na morte eu sentia o gost

ida, estava apreendendo estranhamente uma lição dolorosa. Sempre fui esforçado

fendido com minha própria morte, cruel, sem aviso prévio, supostamente arrogante, ch

nsão e arrumamos tempo para odiar, posso agora fazer comparações entre as duas existências, a morte e a vida, às vezes

ora nesse exato momento a sabedoria grita a mim para ser usada, e eu duvidava se ela era a

abia também se aquele espaço seria vasto ou limitado, não sentia mais a firmeza do chão, somente a oscilação do espaço ócio, meu ser se tornara intocável, minha pele era aquela que estava dentro do caixão, tudo estava se desfazendo, e eu passei a vida toda

tavam os ou

até errava o nome, para ninguém perceber só chamava ele de caçul

tempo de ser pai, e o meu sofrimento, era por não saber

mo não tenho habilidade para respond

taria dali, mas resolvi então dar uma volta para saber onde estavam os outros garotos, encontrei eles no jardim bem afastado da residência jogando bola como se nada tivesse acontec

gora? Tentei chorar mais uma vez, porque minha vontade era gritar, extravasar essa angústia que nem eu

usão desenfreada de um morto desvairado! A natureza escuta o meu apelo, o vento tenta me acariciar, mas agora a insensibilidade tomou conta da minha exist

ia me condenar, achava que tudo era correto, os erros eram vistos como prognósticos de certezas, não havia quem conseguisse me cor

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