Leiloada ao Magnata Misterioso
ncerteza pesavam muito mais. Que burrice, Isabele . Que burrice. Me meter de novo nessa loucura por causa de uma esperança idiota. Quem disse que ele sequer se lembraria de m
dele. Talvez, dessa vez, tivesse a chance de descobrir algo a mais. Um nome, pelo menos. Quem sabe até um sobrenome. Saí do palco por conta própria, impulsionada apenas pelo desejo de finalmente estar naquele quarto com ele. Parei por um segundo nos bastidores, só para esperar a pessoa que me acompanharia até o aposento. - Pode me acompanhar - ouvi uma voz suave e educada atrás de mim - e logo a pessoa apareceu. Na verdade, era uma moça. Simpática, com um jeito demonstra confiança. - A senhora por acaso sabe como se chama o homem que acabou de me comprar? Pergunta idiota, até eu mesma percebi isso, e o riso fácil da menina só confirmou. - Por sorte, não nos contam nomes nem dos compradores nem das garotas - respondeu ela. - Imagina só se metade das garotas começassem a pedir dados do comprador? Além do mais, o público ali não é qualquer um. Eles não querem dor de cabeça. - Entendo - respondi, deixando de lado o que de fato pensava. *** Ele não demorou. Seu corpo surgiu quase sem som, percebi pela leve movimentação do ar e, quando me virei, dei de cara com o seu olhar apressado. Fiquei desconcertada, sem saber por que. - Ouvi dizer que você andou perguntando por mim - disse ele, com aquela voz que me abalava. - Fala então. - Não estamos aqui para conversar, certo? - respondi, insegura. O que eu poderia dizer? Que me apaixonei por um estranho? Que arrisquei voltar ao leilão só para tentar reencontrá-lo, mesmo sabendo que poderia acabar nas mãos de um tarado que deixaria marcas no corpo e na alma? - Não me venha com histórias - cortou ele, duro. - Você não foi ali perguntar só por curiosidade. Tentou descobrir meu nome, no mínimo. - Eu só queria saber como se chama o homem que foi meu primeiro - disse, encaixando a verdade do jeito mais simples possível. - Não te obrigam a assinar papéis especiais? - retrucou. Assenti. - Sempre assino. Quase sempre obedeço às regras. Até hoje. - E qual é o problema então? - continuou o interrogatório, mesmo sabendo que aquele não era exatamente o lugar para perguntas assim. Ele não gastaria aquela quantidade de dinheiro só para conversar. - Não trabalha para a concorrência, por acaso? - Tenho vinte anos. - respondi, por fim, perdendo um pouco a compostura. - Pra quem eu trabalharia? Eu não sei nem quem você é, onde mora, com o que trabalha... Então, podemos começar? Ele se aproximou lentamente. A voz, antes sedosa, ganhou contornos mais frios, perigosos. - Posso passar horas me divertindo com você - disse, como se testasse limites - até dias intei