Uma Noite Com o Sheik
ar a levá-lo para seu acampamento. Ele tinha uma febre perigosamente alta e passar uma noite na duna poderia ser fatal. Porém, ela não pensara na dificuldade de transportar um ho
e aquele talvez não fosse tão grave quanto parecia. Murmurou um misto de prece e de exortação, numa mistura de árabe, dinamarquês e inglês, como seu pai costumava fazer quando e
permanecia de olhos fechados, mas ela viu que os lábios ensanguentado
u irritada por ele expressar exatamente o que ela acabara de p
Mas não se aflija se estiver enganada. - Ele
ciente e não sentisse dor enquanto ela cuidava dos ferimentos. Somente mais tarde, quando colocava uma compressa molhada em sua testa, para c
Sua boca e sua garganta estavam secas e ásperas. Quando engolia, par
r o filho. Por maior que fosse a surra, por mais demorada e cruel, Tahir jamais pedira para que ele parasse, ou se lamentara: nem um murmúrio, nem um gesto, por maior que fosse a frieza e a violência do pai. Quando Yazan Al'Ramiz mandara seus capangas capturarem Tahir e prolongara seu castigo, ele se recusara a se entregar: fora uma vitória desafiar o homem que sempre o odiara e uma pequena compensação por não saber o motivo pelo qual era odiado, mas dera-lhe algo em que s
pescoço, alguma coisa tão leve que ele pensou ter se enganado. Mas aconteceu outra vez. Sentiu algo úmido e frio passar pelo seu queixo, descer por seu pescoço e atingir-lhe o peito, refrescando a pele ferida. De repente, parou. Tahir ouviu o barulho de águ
desgraça. Ele nunca se sentira tão fraco. Sua pele ardia e comichava como se estivesse queimada, mas a bênção daquele contato aumentava sua ansiedade, fazendo
ave, doce e com um toque de sedução. Em meio à névoa que envolvia sua cabeça, ele chegou à conclusão que não a conhecia. Deveria ser uma das mulheres do pai. O gosto da amarg
ercebeu, desgostoso, que sua
beber um pouco de água fresca. Ele sorveu o precioso líquido, esqueceu o orgulho e tentou pedir mais. Ela o advertiu docemente: - Seja paciente. Logo você poderá beber mais. - Ela dei
é que e
ou. - Não há mais ni
ele não tinha mais energia, e tudo o que queria era que ela o mantivesse no seu colo macio e que o segurasse como se a realidade não existisse. Quanto tempo ele levaria
a tão fraco que ela o conteve apenas c
om você no deserto? -
mais as comodidades da vida para passar algum tempo no deserto, ainda que
untou, trincando os dentes de d
que não há ninguém
e sorriu, embora lhe doesse, e agarrou-a pelo pulso. Ela era jovem. Sua pele
Pensei que você tinha
r para ela. A despeito da dor, ele sentiu um calor nas entranhas quando ela passou a língua no lábio, nervosa. O formato do seu queixo revelava um caráter firme e determinado, que logo o agradou, e os seus olhos... Ele queria mergulhar nas profundezas castanhas daqueles olhos magníficos, sedutores e sem maldade. As tranças de cabelos pretos haviam se soltado e em
a teria uma fraqueza por aquele tipo de fantasia? Ele tentaria evitá-la. Ela parecia frágil e calma, mas seu pulso dizia o contrário. Estaria c
ém. - Ele percebeu que sua fala estava
quem você e
A dor sufocou suas pa
a testa, ele tinha um hematoma na parte posterior da cabeça, e ela levara horas examinando suas pupilas, embora nada pudesse fazer se ele tivesse uma hemorragia cerebral. Levaria dias até que a caravana voltasse, e aquela região árida do país era um buraco negro em matéria de telecomunicação. Ela sentiu um arrepio e estremeceu. Fizera todo o possível para reidratá-lo e abaixar sua temperatura. Agora surgia mais uma preocupação. Annalisa levantou, remexeu na bagagem e pegou uma pistola muito antiga que pertencera a seu pai.
lso e as sensações que provocara. A luz tremulante da lamparina, a camisa aberta revelava um peito musculoso e atraente, apesar da pele esfolada. Quanto à cintura e aos quadris... Annalisa foi forçada a sentar e a apreciar, fascinada, os pelos que formavam uma estreita linha descendente e sumiam no cós das calças. Ela sentiu vo
e feridos apenas se contorceram. Ele abriu os olhos. Não estava escuro, nem claro: a luz era fraca e esverdeada. Ele ouviu o murmúrio do vento e inalou o perfume característico
tou morto - ele di
você nã
ava: cheia, suave, levemente rouca. A voz de uma mulher sedu
parece muit
rotestaram. Ele não costumava revelar
conseguir se controlar. Ele se sentia perdido, incapaz de recuperar seu autodomínio. A última surra destruíra a
usay. -A voz dela soava como o murmúrio da água, e por
eça, mas fechou os olhos quando
eada porque você está
rto. As palavras n
u pa
s você estava confuso. Você estava... perturbado. - Tahir estremeceu. Nada fazia sentido. Seu pai morava na cidade, onde
a mulher? Ele reabriu os olhos e mergulhou nas profundezas castanhas. A luz do dia ela era ainda
região estaria ali. Da posição que ele estava, ela parecia ter pernas intermináveis, e o algodão marcava a curva de suas coxas e de seus quadris. Ela sentou no chão, ao lado dele, exalando um suave
esperasse que ele dissesse algo. - Você está aqui há al
Como ele perdera a n
esidratado. - Ela tocou-lhe a testa. Tahir teve a sensação de frescor e de familiaridade. Ele tinha uma vaga lembrança de ser tocado, de água e de palavras de â
etensiosa, os utensílios cuidadosamente arrumados num
bra? - Ela o exam
beça. - Eu não me recordo. - Era verdade. Seu raciocínio esta
uela mulher que cuidava dele num oásis do deserto. - Você levou uma tr
as que aumentava. Lembrava-se de um iate em uma marina movimentada, de uma festa num apartamento de cobertura, de uma reunião de negócios onde
a carregando
o? Que malu
arece seu amigo. Ele sai à procura de comida, mas
se lembrava, e o b
er algo mais. Ela deu de ombros e ele viu u
cê possa me dizer alguma coisa. - Ela aperto
ome é T
a disse, en
e o sangue lhe subiu à cabeça. O caleidoscópio de imag
que sei. - Ele tentou sorrir