Meu Casamento Inesperado com CEO
Autor:Puppy
GêneroRomance
Meu Casamento Inesperado com CEO
Pouco depois, ouvi o som agudo dos freios e a derrapagem dos pneus.
O impacto de ser atingida não foi tão pesado como imaginei, embora tivesse sido o suficiente para me fazer rolar pelo chão.
Ao ouvir um barulho vindo do veículo, olhei para cima, ainda um pouco constrangida.
No meio da escuridão, pude distinguir uma figura caminhando na minha direção. Mal conseguia discernir seu rosto. Lentamente sua mão esquerda subiu até a sua boca, acendendo um isqueiro e iluminando seu rosto ao mesmo tempo em que acendia um cigarro.
Parecia ser um homem bem atraente.
Um segundo depois, ele soprou um anel de fumaça, me observando com curiosidade. Ele não falou até perceber que eu estava com tanta vergonha de mim mesma que queria me esconder do seu olhar.
"Moça, por que você não escolheu uma pessoa melhor para chantagear? Por que justo eu e minha pobre bicicleta?"
A voz dele soava profunda e magnética, mas suas palavras foram como um tapa na minha cara.
De fato, ele estava andando em uma bicicleta de trilha. A luz que eu havia visto iluminar o asfalto devia ser o farol dianteiro dele.
Talvez ele pensasse que, pela minha aparência desgrenhada e completamente constrangida, eu deveria ter orquestrado cuidadosamente esse fiasco para chantagear quem passasse por ali.
Quando seus olhos encontraram os meus, ele congelou por um breve momento e a zombaria nos seu rosto se esvaneceu.
Rapidamente baixei minha cabeça, não querendo entrar em uma discussão. Apenas segurei minhas pernas com firmeza de forma a me proteger, sem responder sua pergunta.
Ao ver que eu não tinha intenção alguma de pedir alguma compensação pelo acidente e tampouco queria participar das suas brincadeiras sarcásticas, ele subiu de volta na bicicleta com seu cigarro pela metade e começou a pedalar para longe.
Enquanto o via dobrar a esquina e desaparecer da minha vista, por fim, desabei em lágrimas.
Naquele momento, só queria que aquele homem tivesse ficado ali, nem que fosse para rir de mim. No mínimo teria mais alguém ao meu lado.
Naquela encosta escura e sinistramente silenciosa da montanha, somente o som do meu pranto se fazia ouvir.
Não muito depois, uma luz me iluminou novamente e escutei o som dos freios outra vez. Olhei para cima, surpresa de ver a bicicleta novamente na minha frente.
O homem havia voltado. Logo se sentou na beira da estrada e começou a fumar de maneira casual. "Você não tem medo de atrair algum fantasma chorando alto desse jeito?", disparou.
Atordoada com sua pergunta, o encarei com lágrimas nos olhos enquanto ele me encarava de volta.
Nesse momento, apenas o farol dianteiro dele nos iluminava. Conseguia ver seu rosto claramente através da fumaça.
Suas feições eram como as de um deus grego, proporcionais, lindas e charmosas, além de bem masculinas. Mesmo vestindo apenas um traje esportivo e com o cabelo pingando suor, sua figura exalava força e tranquilidade. Até suas pernas e braços praticamente saltavam musculosos da sua roupa.
Talvez ele tivesse se convencido que eu não queria chantageá-lo, já que não pedi nenhuma compensação antes. Nesse momento, ele estava apenas me encarando com a confusão e a dúvida estampadas em sua cara.
"Você não parece bem", disse, olhando para meus pés descalços e percebendo que estavam manchados de sangue e lama.
Instintivamente me abracei com força, querendo esconder as marcas do meu corpo. "Só... estou com frio", balbuciei.
Ele assentiu, colocou o cigarro na boca e pegou um casaco da mochila que tinha na bicicleta. Em seguida, o colocou em volta dos meus ombros para me aquecer.
"Obrigada", gaguejei com uma voz débil.
Fiquei comovida com esse ato de cavalheirismo, mas ao mesmo tempo, me senti desconfortável. Aquele casaco cheirava tão bem, claramente havia sido recém lavado, enquanto isso, meu corpo estava completamente sujo.
"Acho melhor você ir até um hospital", ele sugeriu.
Um hospital? Shane era médico em um e, ainda assim, foi por causa dele que eu estava nessa situação deplorável agora.
Sorrindo amargamente, respondi: "Só quero ir para casa."
A palavra "casa" fez meu coração pesar novamente.
Ainda podia chamar aquele lugar de casa?
O homem ficou me observando por um tempo. Seus olhos pareciam exalar um tipo de emoção que eu não compreendia. Assentindo, ele disse: "Vou levá-la para casa."
Olhei para a bicicleta dele ao ouvir isso, pensando que seria meio difícil de andarmos os dois juntos nela.
Talvez ele tivesse adivinhado os meus pensamentos, porque riu e puxou o celular para fazer uma ligação.
"Timmy, traga o carro aqui." Depois de dar nossa localização para essa pessoa, ele desligou.
Envergonhada, esfreguei meus ombros sem jeito e fiquei em silêncio.
Nesse momento, ele acendeu outro cigarro.
Seu vício em tabaco era evidente.
"Você não tem medo que eu a engane?", ele me indagou em um tom neutro.
Dei de ombros, completamente exaurida.
"Não tenho mais nada a perder", comentei com tristeza.