Meu Casamento Inesperado com CEO
Autor:Puppy
GêneroRomance
Meu Casamento Inesperado com CEO
Fomos para um lugar não muito longe dali. Era uma cidade turística chamada Tonyin. Levamos cerca de duas horas para chegar lá de carro depois que saímos de casa.
As acomodações para os hóspedes na pousada em que ficamos eram bem rústicas, sendo constituídas por cabanas de madeiras espalhadas em meio ao campo. Shane escolheu uma que ficava mais afastada e junto da montanha, dizendo que deveria ser a mais tranquila de todas.
Quando ele abriu o porta-malas para pegar nossas coisas, vi que havia um kit cirúrgico lá dentro também.
Por isso olhei para ele confusa.
"Você está grávida, trazê-la aqui pode ser um pouco arriscado, não concorda? Achei melhor estar preparado para qualquer eventualidade", Shane explicou.
Assim que terminamos de acomodar nossa bagagem na cabana, fomos visitar os principais pontos turísticos de Tonyin.
Como eu estava grávida, caminhava lentamente e, para minha sorte, ele não parecia estar com pressa alguma. Fiquei surpresa que Shane diminuiu seu passo para ficar ao meu lado e tampouco se esqueceu de me ajudar quando começamos a subir a montanha.
A maneira como estava falando e se comportando era digna de um bom marido. Isso me fez pensar que talvez eu realmente estivesse imaginando coisas demais e sendo paranoica sobre o que aconteceu no escritório dele. Podia muito bem ser que ele só estivesse procurando se excitar em uma videochamada com alguma amiga online, nada além disso.
No meio da montanha, me senti exausta, por isso me sentei em um patamar para descansar.
Nesse momento, Shane apontou para algumas árvores floridas bem próximas à encosta, falando que o cenário ali era pitoresco. Sugeriu de tirarmos fotos minhas ali.
Sendo assim, me sentei ao lado de uma árvore dessas. Shane falou que o ângulo não estava muito bom, por isso dei uns passos para trás conforme ele pediu. Nem um segundo depois, resvalei em uma pedra solta e rolei montanha abaixo.
Ao pensar na criança que carregava em meu ventre, senti um desejo imperioso de sobreviver. Depois de rolar várias vezes, consegui me segurar em uma árvore.
Embora não tivesse morrido, conseguia sentir a dor subindo do meu baixo ventre. Não demorou muito para que eu ficasse coberta de suor devido à força que estava fazendo. Ainda assim, me recusei a soltar a árvore.
Tinha um mau pressentimento de que a criança no meu útero corria perigo.
Após algum tempo, vários turistas e funcionários do local correram para me ajudar. Eles vieram de todas as direções, visivelmente em pânico.
"Eu sou o marido dela!", Shane gritou. "E médico obstetra", acrescentou.
Então, se espremendo no meio da multidão, ele me pegou no colo e correu montanha abaixo.
Me agarrei em suas roupas com força, suplicando com a voz fraca: "Amor, faça o que for preciso para salvar nosso filho."
Enquanto ele se movimentava rapidamente, olhando sempre para a frente, respondeu: "Não se preocupe."
Contudo, tristemente nosso filho foi perdido no processo. Como se tratava de uma emergência, Shane precisou induzir o parto.
Quando acordei, o céu já estava escuro e meu marido não estava ao meu lado.
Conferi meu celular e vi que já passavam das dez horas da noite.
Me perguntei onde Shane teria ido a essa hora da noite.
Me levantei da cama para procurá-lo. Contudo, quando cheguei perto da porta, escutei alguém conversando lá fora e parei para prestar atenção.
"Ela teve muita sorte dessa vez, mas não se preocupe. Pelo menos o bebê já se foi", escutei a voz de Shane dizer.
As palavras dele foram como um relâmpago me atingindo, me chocando até o âmago.
Não conseguia acreditar no que ouvi. Na verdade, não queria admitir que aquilo estava realmente acontecendo. Cambaleei para trás, mal ficando em pé contra a parede.
Mordi as costas da minha mão com força, me forçando a ficar em silêncio. No entanto, não consegui segurar minhas lágrimas.
Caí, sem duvidar nem por um momento, na armadilha dele.
No final das contas, o homem com quem fui casada por dois anos inteiros, que todos achavam se tratar de um anjo, na verdade era o diabo em carne e osso.
Me dei conta que estava errada em várias coisas. Nunca deveria ter dado asas às minhas crenças sobre o amor.
Assustada e atônita, voltei para a cama para fingir que ainda dormia.
Após algum tempo, Shane voltou e se sentou ao meu lado. Quando confirmou que eu não havia acordado, se levantou e saiu.
Assim que ele deixou o quarto, me levantei em um pulo e corri até a janela para olhar.
Vi a figura diabólica do meu marido se perder lentamente no meio da noite. O que mais me chamou a atenção foi o saco preto que ele carregava em sua mão.
Por algum motivo, meu instinto me mandou segui-lo.
Meu coração dizia que o meu filho estava dentro daquele saco.
Com essa certeza cada vez mais consolidada dentro de mim, senti uma onda de dor subindo pelo meu corpo e querendo me sufocar.
Vendo que ele já estava bem distante, peguei meu celular e corri para fora, vencendo a fraqueza que sentia depois do aborto. Não me importava se meu útero ainda sangrava, só queria deixar aquele lugar o mais rápido possível.