A RUÍNA
sas e pequenos comércios locais. Do lado esquerdo, logo depois da linha do trem, crianças brincavam de pular corda em uma rua cheia de casas coloridas. Do lado oposto
de lá tinha-se uma visão panorâmica de toda a pr
trajava camisetas personalizadas exibindo a foto e o partido de seu candidato a prefeito. Todos comportavam-se como se ali fosse um ídolo ou um Mes
ite de céu limpo e estrelado, uma noite onde nada deveria ou poderia dar errado. Era a noite que
om o palanque ao fundo. Precisava de uma boa foto para exibir nas redes sociais, precisava provar aos miranguenses q
mo confetes. Logo depois, todos foram para a Igreja Matriz, que ficava a poucos metros d
nas cores da campanha de Daniel. A igreja era simples, o único luxo eram os azulejos portugueses azul e branco que decoravam as paredes cort
aniversário de Daniel Murtiga, o candidato com mais chance à eleiç
idadezinhas do interior baiano. Política e religião se misturavam num sincretismo pavoroso, onde mentes
nha melhor amiga, ela havia guardado um lug
a não morava mais em Miranga, foi até ali só para me dar uma força, e eu sei
s retornar. O plano era arriscado, eu sabia disso, mas não iria recuar, nem mesmo pela minha melhor amiga. Tércia i
soltamos. Afirmei com um resoluto movimento de cabeça. - Será que ai
er agora que já estou aqui que vou ceder. - Acariciei o seu ros
aquilo seria importante para mim. O ódio que eu nutria pela família Murtiga e
o, estava lotada. Muitas pessoas ficaram em pé, cabeças se espremiam na po
- Tércia comentou enquanto se abanav
o pensar que é indireta. - Sorri da minh
arlos come
a. Obrigado, meu bom Deus! Es
- Todos e
u acenando para todos. - Um homem honrado e digno de nossa confiança. - Todos o aplaudiram como em um comício. - Eu poderia passar a noite listando as qualidades desse homem, poderia falar o quanto ele é e sempre foi importante
itas à dentadura que permitia um sorriso mais simpático, do botijão de gás até aquelas telhas que impediam as goteiras dentro das casas. Tudo era jogado na cara de um povo simples e necessitado, que levava a gratidão tã
r religioso usar o altar como palanque? - falei bem próxi
ma batida em meu ombro, era a diretora de educação municipal
o ouvido de outra pessoa e em um tom baixo. Miranga, pelo jeito, não mudou em nada, tinha olhos e ouvidos em todos
la -, mas acho que isso deixa claro a minha posição. - Virei-me para a diretora e apontei o adesivo colado
ido de minha parte e nem se dignou a responder-me,
ue viviam e a quem deviam gratidão, caso quisessem continuar recebendo auxílio. Era assim que a política em Miranga
local, traria melhorias para a população. Parecia uma procissão, cada um com o seu pedido, respondido co
a
significados que me levou até ali
ia só de imaginar tocar naquele homem asqueroso, mas era um sacrifício que valeria a pena. Teria que
o. Eu adoro o contato com a água, pois me traz doces recordações da infância. Com uma aparência normal, nada exu
trêmula, mas poderia passar a impr
pedido? - Daniel pergunt
va planejando apresentar currículo na única escola particular da cidade, mas poderia a
filho à ca
que
aniel oscilava o olhar entre
sa. - Sorri pequeno, tentando parece
rce de nosso país - falou a última frase elevando a voz. - E não esque
videnciei isso - respo
sperando-me com uma garrafinha de água mineral, que eu b