Login to Lera
icon 0
icon Loja
rightIcon
icon Histórico
rightIcon
icon Sair
rightIcon
icon Baixar App
rightIcon
Aliança com o Mafioso

Aliança com o Mafioso

J.C. Rodrigues Alves

5.0
Comentário(s)
1.5K
Leituras
35
Capítulo

No meio de uma tragédia familiar, uma mulher se vê mergulhada em um mundo de dor, sangue e vingança. Após presenciar a morte de seus pais nas mãos de um inimigo implacável, ela é forçada a tomar medidas extremas para proteger a única pessoa que resta em sua vida: sua irmã. Movida pela raiva e pela sede de justiça, ela se depara com a oportunidade de unir forças com o próprio filho de seu inimigo, Alexei Corleone. O ódio entre as famílias é profundo, mas a perspectiva de se vingar e ao mesmo tempo garantir a segurança da irmã a leva a considerar uma aliança improvável: um casamento.

Capítulo 1 Prólogo

meses antes

Estava imersa em um mar de sangue. Literalmente.

Sinto meu corpo pesado, como se estivesse afundando nesse oceano vermelho e viscoso. O cheiro metálico e sufocante do sangue preenche o ar ao meu redor, como uma névoa sinistra que penetra em minhas narinas.

Meus pensamentos oscilam entre o medo e a confusão. A visão desse mar de sangue é avassaladora, um lembrete constante da carnificina que ocorreu. Onde antes havia vida, agora há apenas um líquido vermelho, uma prova cruel da fragilidade da existência.

Cada gota de sangue que me toca parece um lembrete dos horrores presenciados. Olhando para as mãos trêmulas e manchadas, sinto uma mistura de repulsa e fascínio. Como isso pode ser real? Como posso estar imerso nesse pesadelo de violência e destruição?

Meu corpo está dormente, as feridas e contusões são uma constante lembrança da batalha que enfrentei.

Cada movimento é uma tarefa hercúlea, como se o próprio mar de sangue tentasse me puxar para baixo, me

aprisionar nesse cenário macabro.

No meio dessa imensidão vermelha, me sinto pequena e impotente. As oscilações em meus pensamentos refletem minha luta interna entre o desespero e a determinação. A imagem do sangue ao meu redor é um lembrete de que a vida sempre estará manchada de sangue, já que não tinha como fugir dele.

A cena à minha frente continuava surreal e macabra. Estava literalmente em uma cena de guerra, corpos caídos e destroços espalhados ao meu redor. As paredes estão cravejadas de buracos de tiros, testemunhas silenciosas da violência que aconteceu neste lugar. Com minhas costas apoiadas na parede, eu observo tudo, lutando contra o lado racional que me diz para soltar a arma que ainda seguro firmemente em minhas mãos

trêmulas.

A dor lateja em meu corpo, ecoando a agonia que se espalha por cada centímetro de minha pele. Sinto um líquido úmido e quente escorrendo pela minha barriga, revelando uma ferida que eu ainda não tive coragem de enfrentar. Minha visão está turva, como se uma névoa densa tivesse envolvido meu olhar, dificultando a clareza do que está ao meu redor.

Meu corpo trêmulo está exausto, mas minha mente está em alerta máximo. Cada parte de mim grita para fugir, para escapar daquele pesadelo vivo. Mas mesmo em meio ao desespero, busco forças para me manter firme, para encarar aquele monstro de frente.

Os sons de sirenes ecoam ao longe, um eco do mundo exterior que parece tão distante da minha realidade distorcida. Em meio ao caos, luto para manter minha mente focada, buscando qualquer oportunidade de sobreviver. Cada pensamento é uma oração silenciosa, implorando por um raio de esperança em um mundo mergulhado na escuridão.

Apesar da dor lancinante em meu corpo e do terror que me consome, encontro uma determinação feroz dentro de mim. Não vou me render ao desespero. Mesmo que pareça impossível, mesmo que a morte pareça inevitável, vou lutar até o último suspiro.

Minha respiração está entre cortada, enquanto olhava para os estilhaços espalhados ao meu redor. Eles brilhavam como estrelas negras, pedaços do que antes eram objetos familiares. Minhas mãos tremiam, completamente impregnadas de sangue, e eu recuava instintivamente, deixando uma trilha vermelha no chão.

Enquanto encaro aquele homem, um arrepio percorre minha espinha, e o fogo da minha vontade de sobreviver queima mais forte do que nunca. Pois, mesmo diante do próprio inferno, eu sou capaz de encontrar uma centelha de coragem e resistência. E, por mais sombrio que seja o meu destino, já havia permitido que esse homem se tornasse meu algoz.

As lágrimas escorriam pelo meu rosto, misturando-se com a sujeira e a poeira que agora cobria meu corpo. Meus olhos vermelhos, inchados de tristeza e horror, se fixavam em um ponto distante, tentando assimilar a magnitude do que tinha acontecido.

Os sons ao meu redor eram distorcidos, uma cacofonia de gritos abafados e sirenes distantes. A dor pulsante em meu peito parecia ecoar por todo o meu corpo, me lembrando constantemente do perigo que ainda pairava sobre mim.

No meio do caos, eu me sentia pequena e vulnerável. Mas, apesar do medo que me consumia, uma determinação silenciosa começava a se formar dentro de mim. Eu sabia que precisava me levantar, seguir em frente e encontrar forças para superar essa terrível experiência.

Sentada no chão, cercada por um cenário caótico de estilhaços e sangue, recuo lentamente, meus olhos fixos no homem que surge à minha frente. A dor latejante percorre meu corpo, mas o medo que permeia minha mente é ainda mais penetrante. Lágrimas deslizam pelo meu rosto sujo, se mesclando com a poeira e a sujeira que se acumulam nas minhas bochechas.

Ele é a personificação do perigo, uma figura ameaçadora com ferimentos de balas marcando seu corpo. Seu olhar intenso penetra minha alma, transmitindo uma sensação de malícia inabalável. Sinto meu coração bater descompassado, enquanto minha respiração se torna superficial e irregular.

Acredito que vejo o próprio diabo caminhando no inferno quando olho para aqueles olhos frios e implacáveis. Cada cicatriz e cada marca em seu rosto são testemunhas silenciosas de sua crueldade e violência.

Enquanto eu recuava, ele continuava se aproximando, cada passo dele diminuindo o espaço entre nós. Seus olhos brilhavam com uma intensidade que me fazia estremecer. Eu sentia meu coração acelerar e uma onda de pânico percorrer meu corpo. Quanto mais eu tentava me distanciar, mais ele persistia em se aproximar.

A atmosfera ao nosso redor estava carregada de tensão. Cada movimento que eu fazia para escapar parecia apenas incentivar sua determinação em me alcançar. Eu podia sentir seu olhar fixo em mim, penetrante como uma presa sendo observada por seu predador.

De repente, enquanto tentava desesperadamente fugir, minhas costas esbarraram em algo sólido em minhas costas. O impacto me paralisou por um momento, meu corpo se tornou tenso e imóvel. A sensação de estar encurralada se intensificou, e sensação de impotência tomou conta de mim de uma vez.

Percebi que aquele obstáculo em minhas costas era um corpo, alguém que também parecia ter sido capturado pelo mesmo medo que me assolava. O choque momentâneo de ter esbarrado em alguém não foi suficiente para me fazer recuperar o controle. Meu coração batia forte no peito, e minha mente parecia embaçada pela ansiedade.

Enquanto eu permanecia ali, imóvel, ele aproveitou a oportunidade para se aproximar de vez. Seu rosto agora estava a centímetros do meu, e eu podia sentir sua respiração quente contra a minha pele. A sensação era claustrofóbica, como se o ar estivesse sendo sugado de meus pulmões.

A falta de espaço entre nós me sufocava, e qualquer chance de escapar parecia ter desaparecido completamente. Seus olhos me prendiam, prendiam minha alma, enquanto sua presença dominava todo o meu ser. Eu estava encurralada, sem saída.

Naquele momento, percebi que a batalha para escapar era inútil. Aceitei meu destino, encarando ele diretamente nos olhos. A paralisia que me dominava parecia se transformar em uma estranha calma. Uma voz interior sussurrava que eu deveria encontrar forças dentro de mim para lidar com o que estava por vir.

E então, sem dizer uma palavra, ele tomou a decisão final. Os lábios dele encontraram os meus, e o mundo ao nosso redor desapareceu. A tensão cedeu lugar a uma mistura de medo e desejo, enquanto nos entregávamos a um destino compartilhado, nossos corpos agora unidos pelo inevitável.

Eu tinha o diabo como aliado e tudo o que aconteceria dali para a frente, seria exclusivamente minha culpa.

Continuar lendo

Você deve gostar

Outros livros de J.C. Rodrigues Alves

Ver Mais
Capítulo
Ler agora
Baixar livro